Sua Garota escrita por Aurora Boreal


Capítulo 3
Dois - Em uma fria!


Notas iniciais do capítulo

OMG! Estou amando receber todos os comentários. Desculpem se não respondi todos, mas estava preocupada em postar o novo capítulo. E para agradecer, tenho uma surpresinha para meus leitores. Espero que gostem!



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Nota Especial - POV Oliver

Estou sentado no restaurante enquanto Diggle analisa o cardápio minuciosamente. De alguma forma, não estava muito animado com a idéia daquele almoço enquanto algo me perturbava.

Ver Felicity andando em direção ao trem me afetou com certeza. Ela é a única pessoa que pode-se considerar normal que sabe meu segredo, e que me conhece das duas formas.

Nem Laurel, nem minha mãe, nem Thea me conhecem da mesma forma que ela. E perdê-la mexeu um pouco comigo.

– Que tal fingir que está gostando do almoço? - diz Diggle me tirando completamente dos meus pensamentos.

Dou um leve sorriso para ele tentando convencê-lo de que estou bem, mas parece que ele me conhece melhor do que eu imaginava.

– Superar Felicity Smoak é complicado, cara. - diz ele brincando com minha cara.

Era bom ser verdadeiramente eu na presença de Diggle, e aquilo estava me ajudando a esquecer o problema principal.

Quando abro a boca para responder, observo que Diggle dá um leve sorriso para alguém atrás de mim, e por um minuto eu penso que ele está paquerando alguém...

– Posso almoçar com vocês? - diz uma voz doce e inconfundível me fazendo virar para ter a certeza que Felicity estava parada ali um pouco atrás de mim.

E eu finalmente sinto algo que eu raramente senti quando voltei da ilha depois de cinco anos perdido ali. Algo que eu quase não reconheço como... Felicidade.

Em uma fria!

Desligo o telefone irritada. Dentre todos os problemas que eu tenho relacionado a mim, ao arqueiro, e minha pequena queda por ele... Agora eu estava sem casa.

Desde minha quase ida para Central City, venho tendo alguns problemas com relação a tudo. Tipo: Oliver fica me evitando sempre que pode, minha mãe vai se casar, e eu estou sem casa.

Fichinha!

Deixo todos os meus brinquedinhos na mesa assim que chego em casa. Era bom ter uma noite de folga, mesmo que seja por que Oliver estava acompanhando Laurel em uma festa de gala.

Se eu tinha ficado mal? Muito! Por isso que pedi essa noite de folga para Diggle que queria ficar vigiando a cidade para avisar ao Oliver qualquer coisa.

Eu estava irritada demais para pensar em tráfico de drogas e assassino, ou um sequestrador, ou até mesmo um psicopata.

Olho para a notícia na televisão.

"As Indústrias Wayne estão entre as melhores do país. Com um alto índice de lucro, seu presidente, Bruce Wayne faz um discurso de agradecimento."

Desligo a televisão sem mais nem menos. Como se eu lá me importasse com as melhores indústrias do ano.

Abro a geladeira desinteressada, procurando algo diferente para comer. E nada.

Eu tinha esquecido completamente de fazer as compras para casa desde a semana passada. Como eu era distraída - isso para não dizer algo pior.

Pego minhas chaves e saio de casa para o supermercado. Era tudo o que eu precisava naquele momento: fazer compras.

Chego lá, e estaciono meu carro perto da porta, e entro bufando.

Vou andando desinteressadamente pelos corredores atrás do que eu preciso: macarrão, verduras, salgadinhos, biscoitos recheados, leite, salsicha, etc. Tem o mesmo tipo de tédio do que quando estou em uma das reuniões da CQ. E eu odeio fazer compras em supermecado. Até por que me lembra família, e eu não tenho uma.

Compro tudo o que eu preciso, e vou para a fila. Parece que todos esqueceram de alguma forma de fazer as compras, por que lá estava consideravelmente cheio naquela noite.

Tiro minha carteira da bolsa junto com meu celular, quando de derrepente todas as luzes apagam de vez.

Todos começam a conversar pensando em teorias do que pode ter acontecido. Mas se fosse uma queda de energia, os geradores teriam ligado. O que só pode significar uma coisa: Encrenca!

De repente, vários homens mascarados e armados entram quebrando os vidros das portas.

– Pro chão! - dizem ele enquato apontam aquelas metralhadoras para cada um de nós.

Me deito D-E-S-E-S-P-E-R-A-D-A. Isso mesmo.

Se você por algum acaso acha que trabalhar com o Arqueiro me deu um pingo de coragem, deu na verdade. Só que eu só sou uma, sem habilidades em artes maciais, nem com flechas, que está lidando com pelo menos vinte homens armados. Minha coragem foi belo brejo.

Coloco a mão na cabeça, e quando não estão olhando, ligo para meus contatos de emergência.

Ambulância, bombeiros e polícia? Que nada. Oliver e Diggle.

Miraculosamente um dos caras vê eu no celular, e aponta aquele troço gigante para mim.

– Levanta! - diz ele para mim. E como eu vou fazer minha pose de birra que sempre faço quando alguém manda em mim, eu enterro minha cabeça nos meus braços no chão.

Dolorosamente, ele me levanta pelos cabelos - que estavam bem bonitos naquele dia, tenho que admitir- e aponta aquela arma para mim.

Sou levada pela multidão até um cara também armado perto da porta olhando o andamento do assalto.

– Ela ligou para alguém! - diz ele me colocando de frente para aquele monstro na minha frente.

Só eu que percebi que ele estava usando sapatos que valem uma casa?

O cara faz o favor de tocar no meu rosto e apertá-lo com força até ferir a parte de dentro da minha boca. Sei disso quando sinto o gosto de ferrugem.

– Tão linda. - diz ele ainda alisando meu rosto. E de repente tudo vira.

Quase pendo pelos meus cabelos. Meu rosto dói, e eu estou tonta demais para saber o que aconteceu. Eu estava realmente fora de si.

Quando meu olho para de ficar embaçado, eu percebo que recebi uma tapa na cara. Não... Melhor, eu recebi uma surra na cara. Olho com os olhos cheios de lágrimas - infelizmente - para o cara que me bateu, e imagino que dentro daquela máscara, está um sorriso maligno.

– Coloque-a dentro do refrigerador. - diz ele com o rosto bem próximo do meu.

Começo a ser arrastada até o setor de frios, onde há geladeiras gigantes. Tento escapar daquelas mãos, até que percebo que não são mais duas, mas sim quatro me segurando.

Luto com todas as minhas forças, pelo menos até meu amigo chegar, mas não tenho êxito.

Eu precisava de aulas de autodefesa, urgentemente.

Outro cara -, de onde mesmo que eles estão saíndo? Já que eles aparecem de dez em cada corredor - me coloca de frente ao freezer de carnes. Sinto o frio enorme que sai da porta assim que ele abre a porta, e começo a me debater de novo.

Um deles tira meu casaco de couro novo e o joga para o lado me deixando somente com minha blusa com tecido fino, e me joga pelos cabelos lá dentro.

– Boa noite, princesa! - diz um deles, e fecha a porta antes que eu consiga alcançá-la.

Está uns -2oC lá dentro, e eu sinto isso na pele. Me agacho e cruzo os braços tentando lutar contra o frio. Meu queixo começa a tremer, e eu sei que não vou aguentar muito naquele frio, sem nada para me aquecer.

Olho para as carnes do meu lado congeladas, e sinto que irá acontecer o mesmo comigo.

Eu começo a chorar, mas de alguma forma, as lágrimas não chegam ao meu olho, e eu me desespero mais ainda. E eu não tinha nem dito o meu sentimento para Oliver, nem tinha tido uma família, nem mesmo estava namorando.

Iria morrer sozinha.

Começo a imaginar meu enterro. Com minha mãe, Oliver e Diggle, e sinto tanto por não ter tido outros amigos na minha vida. Sinto tanto por não ser aquele alguém que eu queria ser. Sinto tanto por não poder contar meus sentimentos a Oliver.

Me encolho mais ainda lutando contra a sensação de que estou congelando, e de repente, por um tiro de misericórdia, começo a bater na porta. Grito insistentemente por ajuda, mesmo que minha voz saia falha, mas eu não ia desistir. Não ia desistir de lutar. Eu precisava viver. Tinha coisas que eu precisava fazer, e aquele freezer não iria me parar.

Me encosto novamente na parede, e junto minhas pernas ao meu corpo ainda tentando me aquecer, quando escuto um grande estrondo atrás de mim.

A porta me cobre por um instante, e eu decido ficar ali para ver quem está entrando, até que Oliver entra vestido de Arqueiro.

– Aqui... - consigo falar para que ele me veja.

Ele corre para meu encontro, coloca meu casaco ao meu redor e me abraça com força. De repente, eu ia viver. Ia poder fazer o que eu queria fazer, e ia ser alguém melhor.

– Você está bem? - sussurra ele no meu ouvido enquanto me aninho nos seus braços incrivelmente quentes.

Só balanço a cabeça afirmando, e ele me pega nos braços. Me aninho mais ainda nele já que eu necessito desesperadamente que calor, até que ele me deixa com os paramédicos.

***

Acordo em uma cama no hospital com algo quente sobre mim. Meus olhos ainda estão embaçados, e eu consigo sentir ainda o resto de frio que está em meu corpo, quando uma enfermeira vem ajeitar a dose de soro que vem para meu corpo.

– Você é forte, moça. - diz ele sorrindo suavemente para mim. - Nunca vi ninguém durar tanto tempo naquela temperatura. -10oC não é pouca coisa.

Quase pulo ao saber a verdadeira temperatura que eu estava lá dentro. Eu poderia ter morrido em pouco tempo.

– Tem gente aqui para te ver. - diz ela me entreganto um copo de água. Percebo que minha garganta está seca, e aceito na hora.

Peço para que eles o chamem, e vejo Diggle entrar na sala com expressão preocupada. Ele vem andando velozmente até minha cama, e beija minha testa suavemente.

– Quer me matar de susto? - diz ele sentando em uma cadeira do meu lado. Ele parece cansado. E quem não estaria. Ele provavelmente passou um tempão lá resolvendo as coisas.

– E o Oliver? - pergunto instintivamente para em arrepender depois. Acabo me arrependendo mais ainda quando Diggle me dá um largo sorriso.

– Ele estava aqui até pouco tempo esperando notícias suas. Quando o médico disse que você estava bem e que só prcisava esperar acordar para ir embora, ele precisou ir explicar a Laurel o sumiço dele. - diz Diggle.

Fico imaginando o tamanho do estrago que fiz na vida dele o fazendo sair do encontro com Laurel - mesmo que eu não seja a favor dele - para me salvar. E ele tinha mesmo ido.

Diggle me deixa em casa já amanhecendo já que insisti que estava bem o bastante para ficar sozinha em casa. Respiro fundo ao entrar em casa, e por incrível que pareça, sinto fome.

Olho para a geladeira que estava provavelmente vazia, e resolvo que eu passaria um tempo sem ir a supermecados, então ligo para o serviço de entregas e peço comida italiana.

Pouco tempo depois, escuto uma batida na porta. Levanto do sofá esperando ve ro entregador de comidas, até que vejo Oliver com meu pedido na mão.

– Novo emprego? - pergunto cansada. Aceno para que ele entre, e ele entra com um sorriso suave.

– Vim ver se estava bem. - diz ele me entregando minha lasanha a boonhesa ainda quentinha.

– Oliver... - falo educadamente até demais para mim. - Sinto muito por estragar seu reatameto... Ou encontro... Ou jantar formal... Ou namoro...

Cala a boca Felicity!

– Felicity... - diz ele na minha frente ainda com aquele sorriso raro nele. - Laurel estava ocupada demais paquerando seu chefe no jantar!

Observo agora um sorriso triste no rosto de Oliver, e consigo imaginar o que ele está sentindo naquele momento.

Oliver é uma pessoa boa demais para Laurel o tratar daquele jeito, e me sinto depressiva por não ter a amizade que Laurel tem com ele, então me forço a sorrir naquele momento.

– Aposto que não jantou! - digo. - Que tal uma lasanha a bolonhesa com um copo de alguma coisa que tiver na geladeira?

Observo o sorriso triste de Oliver se transformar em um sorriso verdadeiro, e entendo aquilo como um...

– Claro Felicity!


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Notas finais do capítulo

E ai, gostaram? Comentem por favor! Estou adorando receber todos os comentários. Posto o próximo provavelmente amanhã. Estou esperando os comentários, einh?!
~Mais uma Geek