Sua Garota escrita por Aurora Boreal


Capítulo 2
Um - Decisão...


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora pessoal, mas eu estava curtindo as festas de fim de ano. O primeiro capítulo está ai! Espero que gostem, e por favor comentem. Preciso da opinião de vocês!



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Olho mais uma vez para Starling da janela do avião. Estávamos finalmente voltando. Voltando com Oliver.

Sério, dentre tantos lugares luxuosos, legais, descolados, confortáveis, e Oliver escolhe Lian Yu. Sabe o quanto é difícil chegar lá? Primeiro, pegamos um avião até a ilha, depois vem procurar. Acredita que uma mina terrestre quase me manda pelos ares? Por sorte, Oliver me tirou de lá ilesa. Isso mesmo, a não ser que ficar toda suja do suor dele seja ruim. E depois, vem enfrentar a realidade: estávamos perdendo a CQ.

Isabel Rochev estava mesmo querendo a empresa. Já estava até criando a pose de dona de empresa multimilionária nojenta. E vai por mim, isso ela sabia fazer bem, já que fazia questão de mandar uma pra mim toda vez que passava pelo setor de TI.

Alguém pode colocar ela no lugar dela por favor?

Pode, mas nesse momento, ele está negando sua identidade de Arqueiro, então... Paciência meu amigo!

Desço do avião e vamos direto para as Consolidações Queen retomar a empresa. Foi declarada guerra entre Oliver e Isabel!

***

– Deveria estar ciente que as empresas ainda pertencem a maioria a mim, Sr Queen! - diz ela toda arrogante.

– Por isso que liguei para um amigo bem próximo. - diz Oliver tranquilamente enquanto se levanta para receber Walter Steel.

Puxa! Oliver tem mesmo seus contatos.

Sério, ele conseguiu nada mais nada menos que um banco indo em seu favor. ~Um a zero para o time Oliver!~

Traduzindo toda aquela reunião demorada e chata: a empresa estava sobre comando de Oliver. Essa foi fácil!

Me aproximo de Walter assim que a reunião acaba e todos saem, e lhe dou um abraço longo, já que ele fazia falta naquele lugar.

– Cuide desse garoto! - diz Walter apontando para Oliver que conversa com Diggle.

Oliver parece confortável naquela cadeira, e eu gosto de vê-lo ali conosco. E ele fica bem melhor de terno, do que com aquelas roupas que ele estava usando assim que chegamos a um aeroporto para vir para casa. Tirando, claro, ele sem blusa. A não... Isso com certeza era melhor.

Pego um dos biscoitos no centro da mesa de reunião e vou para a sala da presidência que fica a uma parede de vidro de distância.

– Preciso que faça algo pra mim. - diz Oliver assim que me encosto em um dos cantos da mesa. - Preciso que seja minha assistente.

Eu quase dou um salto mortal, e o encaro incrédula.

– O quê? - digo enquanto ele se levanta ajeitando seu paletó. Observo que Diggle saiu.

Filho da mãe! Ia me deixar sozinha com os charmes do Queen gostozão. Uma emboscada!

– Felicity.... - diz ele mediante a meu protesto.

Era óbvio que eu ia protestar. Mas não por não querer trabalhar todo dia com ele, se bem que aturar ele agora 24 horas por dia era uma coisa um pouco estranha, mas havia outra coisa.

Ou melhor, outra proposta.

Duas semanas atrás, eu recebi uma carta dos Laboratórios Star precisando de uma nerd que mecha com computadores para o projeto de um acelerador de partículas que eles estavam fazendo.

Tudo bem que Oliver era meu amigo, e eu tinha ganhado um irmão mais velho passando tanto tempo com Diggle, mas aquele era o emprego dos meus sonhos. O motivo para eu passar uma vida sendo rejeitada, passar cinco anos em uma faculdade, e ser um gênio nos computadores. Mas seria em Central City!

– Eu... Eu... - começo tentando negar ou pedir pelo menos um tempo para pensar. - Oliver...

– Felicity... - diz ele assim que se aproxima. Bem próximo até! - Você me conhece melhor que ninguém. E eu confio em você!

Fico calada. Eu poderia sair dali com um não, eu tinha que pensar um pouco.

Observo seus olhos cravados no meu usando seu charme de garanhão para me convencer a aceitar o emprego. Ou simplesmente achando aquilo normal. Por quê até um bocejo dele sai sexy.

Mas ele não sabia. Não sabia da proposta, nem do meu sonho, nem da minha tentação de aceitar. E eu simplesmente não podia contar, não com tudo aquilo nas costas dele.

– Tenho que sair! - diz ele sem receber minha resposta. Ou melhor, minha notícia.

– Pra onde? - pergunta Diggle.

– Minha mãe ainda está presa! - diz ele saindo da sala.

Diggle me encara por um momento. Ele provavelmente achava o que eu havia feito burrice, mas eu não sabia como contar. Contar que eu estava indo embora! E eu não sabia se seria capaz de contar aquilo a Oliver.

Me encosto na mesa com uma das mão na cabeça. Eu sentia algo por ir embora deixando tudo aquilo para trás, mas eu precisava disso. Precisava seguir meu sonho. Mas eu não sabia se estava disposta a deixar minha vida, meu trabalho, meus amigos, o Arqueiro para trás para seguir ele. Eu realmente não sabia.

Diggle se encosta na mesa do meu lado e começa a acariciar minhas costas. Era muita pressão tudo isso!

– Você vai amanhã Felicity! - diz Diggle. - Precisa contar a ele.

Como Oliver some o dia inteiro, eu vou para casa mais cedo. Chego em casa, coloco minha bolsa e as chaves em cima da mesa e jogo os saltos para um lado. Entro na cozinha, e acabo cedendo a um prato de macarronada. Adeus dieta!

Sento no sofá. Ou melhor, despenco nele.

Fico passando os canais na televisão, mas não acho um de meu interesse. Só documentários de animais, e seriados policiais.

Que ótimo!

Levanto e vou direto para cozinha lavar o prato e o talher que eu usei para comer, quando meu celular toca em cima do sofá.

Deixo o prato no armário, e corro para atendê-lo.

– Felicity... - diz Oliver. Meu coração gela só de lembrar que eu ainda não havia contado a ele.

– Oliver... - pergunto assustada com seu tom. - O que aconteceu?

– Pegaram Thea!

Desligo meu celular rapidamente e corro para fora calçando somente uma sapatilha. Jogo meu celular no banco do carona no meu carro e dirijo parecendo uma louca até a Verdant. Quando chego, Oliver e Diggle olham o computador impacientemente.

– Onde eles estão? - pergunta Oliver assim que desabo na cadeira giratória na frente dos computadores.

– Roy tentou impedir Oliver. - diz Diggle. - Ele é só um garoto!

Oliver parece irritado, mas eu não consigo falar nada, já que eu tenho certeza que no fim dessa noite, ele vai ter outra grande surpresa.

– Uma igreja nos Glades! - digo a ele, e lhe passo o endereço.

Observo ele sair com a roupa do arqueiro, e meus olhos enchem de lágrimas. Eu teria que deixar todo aquele alvoroço para trás! Toda minha vida.

Salvar Thea foi fácil, já que parece que Oliver andou treinando na ilha. Então logo ele voltou.

Diggle se despede e sai enquanto Oliver guarda o arco.

– Por quê não me contou? - pergunta ele me assustando.

Ele sabia. Diggle havia contado. Ele estava mesmo conversando sobre aquilo comigo naquele momento!

Seguro uma lágrima que ameaça descer, e me viro para encará-lo.

– Eu... Eu... - tento começando dizer. Mas como eu sou a pior em palavras... - É meu sonho Oliver!

Ele se vira fazendo aquilo de pressionar os lábios quando está irritado ou arrependido, e me fita diretamente. Eu iria chorar. Iria realmente chorar na frente dele!

Tudo bem que eu já tenha chorado na frente dele. Várias e várias vezes. Mas... Eu sabia que aquilo seria um adeus. E quem pior para lidar com um adeus do que eu?

É aquela coisa: se apega demais, ai na hora de ir, amostra grátis de depressão, uns quilinhos a mais na balança, e um arrependimento sem fim. Pronto! Sempre assim.

Mas... Olhar para Oliver daquele jeito meio choroso era demais. Ele e Diggle eram literalmente meus únicos amigos próximos, e eu estava trocando aquilo por um emprego. Ai vem o peso da consciência!

– Eu quero que realmente seja feliz, Felicity. - diz ele com um leve sorriso e sai.

Ele estava chateado. Chateado comigo!

Vou para casa triste. Olho para os únicos móveis ainda ali: o sofá e a televisão. Deito no sofá e tenho uma daquelas noites longas e sofredoras.

Levanto já atrasada!

– Droga! - murmuro enquanto corro para pegar a mala.

Dirijo velozmente até a estação de trem, e corro para dentro. Tento ultrapassar a multidão, e para minha surpresa, Oliver e Diggle estão ali.

Paro instantaneamente quando os vejo, e sinto um aperto no coração. Oliver estava com provavelmente raiva de mim e Diggle era meu irmão mais velho.

Diggle corre em minha direção e me envolve em seus braços. Eu me apego ao seu pescoço, e fico uma mistura de felicidade e tristeza dentro de mim.

Ele se afasta, e vejo Oliver com seu tradicional casaco de couro creme e uma calça jeans. Ele estava com as mãos no bolso, e começou a se aproximar lentamente.

– Brigou com o relógio de novo? - pergunta ele tentando animar o clima. Não dá certo, já que meus olhos enchem de lágrimas, e eu corro para abraçá-lo.

Passo um tempo atracada ali chorando até que ele realmente me abraça apertando minha cintura.

Estar ali era tão bom. Aninhada nos braços fortes, musculosos, e bem grandes de Oliver. Eu estava... Protegida!

– Vou sentir sua falta! - sussurra ele em meu ouvido enquanto nos afastamos.

Escuto a última chamada para meu trem, e pego minha mala e vou para a estação de carga, junto com todos os passageiros.

Olho para trás, atrás de Oliver e Diggle, mas em meio a multidão, não consigo vê-los.

Entro no trem e quando vou entregar meu bilhete eu paro. Escuto alguns passageiros irritados atrás de mim enquanto eu me nego a entregar a passagem. Me nego a entra naquele trem. Me nego a ir trabalhar em Central City. Me nego a deixar minha vida. Me nego a...

Então eu entendo. Entendo por quê eu não consigo me despedir dele. Eu não podia, pois algo sempre me ligava a ele. Algo forte nos unia. Mesmo que partisse só de um dos lados. Mas, era a realidade.

Eu o amava.

E eu não amava aquele Oliver CEO da CQ, nem o Arqueiro. Eu amava o Oliver. Amava os dois. O que só eu conhecia, o que só eu sabia que existia, o play-boy milionário e o Arqueiro. Eles eram o Oliver. E ele era perfeito do modo dele.

Olho para a fila atrás de mim, e saio. Eu não podia ir embora depois de tudo que eu passei. Fiz uma cirurgia em outra pessoa sem desmaiar, impedi alguns assassinatos, invadi várias vezes o sistema do governo, e me tornei alguém que eu não sabia que existia dentro de mim. Forte!

Vou para o pátio principal atrás deles, mas eles já tem ido embora. Paro em meio da correria de alguns passageiros atrasados e respiro fundo. Onde eles estariam?

Ai lembro de meu tablet e o pego dentro da bolsa. Rastreio eles facilmente. Estão no restaurante que eu e Diggle íamos almoçar todos os dias depois que Oliver desapareceu.

Corro para meu carro, e dirigo até lá não me importando com uma ou duas multas que eu provavelmente peguei de excesso de velocidade.

Estaciono o carro na frente do restaurante e desço rapidamente. Abro a porta e vejo logo de cara Oliver e Diggle sentados na lateral do lugar. Me aproximo deles, e pergunto humildemente:

– Posso almoçar com vocês?

Oliver se vira rapidamente assustado, enquanto Diggle dá um sorriso longo. E eu me senti em casa. Pela primeira vez realmente em casa, mesmo que no momento, eu não tinha realmente uma.


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Notas finais do capítulo

Comentem. Sério! Dependendo do comentário de vocês, eu postarei o próximo capítulo. Posso até dar umas dicas do que vem por ai!
Bjos
~Mais uma Geek