Unbreakable escrita por Lost star


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente.
Desculpa a demora.



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Depois de uma visita muito longa à enfermeira, xingamentos intermináveis a Ethan por parte de meus irmãos e a pior dor de cabeça da história, a sexta-feira chega ao fim. Mamãe me ajeita no sofá enquanto toda a família se reúne para assistir ao jogo do meu time do coração. Comemos frango frito e pizza e acabamos com vários litros de refrigerante, mas eu me sinto cansada e vou dormir antes do fim do jogo, com a promessa que me contarão o resultado.

Acordo tarde na manhã de sábado, e como sei que mamãe e Jacob não estão em casa, desço de pijama mesmo. As patas de Poseidon batendo no assoalho anunciam que estou acordada, já que ele fica no meu quarto durante a noite. Abro a porta da frente para que ele possa ir ao jardim e então me dirijo à cozinha.

–Ei, irmãzinha, estamos fazendo um brunch- EJ anuncia, fritando bacon e ovos ao mesmo tempo.- Quer panqueca?

Assinto, ainda sonolenta. Sento-me na bancada, meio tonta por causa da pancada de ontem, e puxo uma xícara de café em minha direção.

–Cara, você não me contou que tinha um bulldog!- Ethan exclama, entrando na cozinha. Ele pára quando me vê, e eu sinto vontade de me bater.

Além de meu pijama muito revelador, eu estou completamente sem maquiagem e meu cabelo parece totalmente selvagem. Sorte a minha que adormeci antes de tirar o sutiã ontem à noite. EJ parece alheio a qualquer coisa que não seja seu maldito bacon.

–Cuidado, Poseidon é o cachorro de Annabelle- Anthony anuncia, sentando-se ao meu lado, empurra uma tigela com cereal e morango em minha direção.- Como está se sentindo?

–Melhor.

–Bom.

–Ah, eu amei seu pijama!- E essa é Sarah, dou um suspiro de alívio quando percebo que ela também está de pijama. Eu, pelo menos, estou de short e regata, enquanto ela exibe suas pernas em uma camisola cor-de-rosa.

–Obrigada.

Mastigo meu cereal lentamente, pegando meu Iphone para responder alguns e-mails. Apesar de estar longe da Itália, mantenho-me a par de minhas atividades, principalmente quando o presidente me manda um e-mail perguntando sobre meu posicionamento sobre a atual situação da França.

– Belle, você está bem mesmo?- Ethan pergunta, me encarando enquanto mastigo o cereal, faço carinho em Poseidon com o pé e respondo e-mails com a mão que me resta.- Foi uma porrada e tanto, e eu fiquei preocupado que tivesse machucado você.

Antes que eu possa responder, EJ ralha.

–É claro que você a machucou, animal, caso contrário ela não teria ido parar na enfermaria.

Ele me dirige um olhar arrependido.

–Sinto muito mesmo.

Nego com a cabeça.

–Não foi culpa sua, eu não estava olhando para onde estava indo- Respondo.- Sério, Ethan, está tudo bem, nenhum dano permanente.

Ele está prestes a dizer alguma coisa, mas Anthony corre até o fogão, tirando a frigideira das mãos de EJ e despeja os ovos e o bacon em um prato, colocando-o na frente de Ethan.

–Encha sua boca de bacon e pare de flertar com minha irmã, Clearwater- Reclama.

Ele dá uma resposta espertinha, que faz meu irmão dar um tapa em sua cabeça, mas não consigo ouvir. Depois disso, come seus ovos silenciosamente enquanto eu respondo às perguntas de meu irmão sobre a Itália. Nós falamos sobre Roma, principalmente, e eu respondo sobre como foi nascer e crescer na cidade. Falo sobre a economia, comentando a falta de investimentos na zona sul do país, nosso baixo crescimento econômico. Ele faz perguntas pertinentes, e eu lhe respondo com gosto.

–E quanto a empresa de seu pai, vocês fazem investimentos?- EJ pergunta.- Ele tem uma empresa, não tem?

Mordo meu lábio, afastando o olhar. Poseidon choraminga aos meus pés, e eu acaricio suas orelhas gentilmente. Não acredito que minha mãe não tenha dito nada. Claro, estou usando o sobrenome de Paolo desde que cheguei, mas pensei que meus irmãos soubessem a verdade. Suspiro, pensando que terei que conversar com minha mãe mais tarde.

–Nós temos uma pequena villa– Digo, dando de ombros.- Trabalhamos em conjunto com a presidência, quando o governo precisa realocar pessoas, é para lá que elas vão. Principalmente órfãos. Papai detestava vê-los em orfanatos, então contratava pessoas para tomarem conta deles. Alguns moram conosco.- Ergo os olhos, percebendo que todos nos olham chocados.- Mas geralmente, são os Volturi que fazem investimentos. Eles tem um programa de bolsa de estudos, você deveria se inscrever- Digo, olhando para Antohny, lembrando de que ele havia comentado mais cedo que precisaria de uma bolsa de estudos para a faculdade.

Ele assente.

–Quão grande é a empresa de seu pai?- Sarah pergunta.

Claro que ela iria querer saber, só assim me pediria mais vezes para sairmos e torrarmos meu cartão de crédito ilimitado.

–Não muito.- Minto.- Produzimos vinho e importamos, não muito mais do que isso. É um dinheiro bom, mas não é como se fossem as pessoas mais ricas do mundo.

Fico impressionada como a mentira surge fácil. Claro, não é uma mentira total, nós realmente produzimos vinho a partir dos vinhedos que rodeiam nosso castelo em Volterra, mas não fica apenas nisso. Nossa família tem investimentos nas áreas de defesa, entretenimento e até mesmo no setor automobilístico. Papai era uma máquina de fazer dinheiro, e, por sorte, investia o suficiente no país para que o governo nos deixasse em paz.

A conversa se estende por mais um tempo, mas agora falamos sobre a escola. Quando todos terminam de comer, os garotos sobem para jogar video game e Sarah e eu limpamos a cozinha. Surpreende-me como trabalhamos bem em conjunto, apesar de tudo. Quanto mais a conheço, mais tenho a impressão de que Sarah finge ser tão sem cérebro e interesseira quanto suas amigas.

Uma vez que terminamos a cozinha, ela decide que deveríamos assistir algum filme, e me puxa até meu quarto, onde mamãe instalou recentemente uma TV de tela plana enorme. Enquanto procuro alguma coisa no Netflix, ela explora meu quarto. Lê os títulos de meus livros, fazendo careta quando são sobre política ou economia, futrica em meu closet, anunciando que vai pegar muitas roupas emprestadas em um futuro próximo e então observa minhas fotografias. Não tenho muitas, umas sete, e elas ficaram muito bonitas no porta retrato branco que mamãe comprou para o meu quarto.

A primeira das fotos, mostra todos de minha família, Grant incluído, e nós estamos sentados no sofá confortável na sala de nosso “Chalé” nos Alpes. A lareira está acesa e todos estão sorrindo. A neve cai do lado de fora da janela, tornando tudo branco e bonito. A próxima, mostra apenas eu e Diana, minha égua, enquanto cavalgamos pelos vinhedos. Papai que tirou essa foto. Na terceira, somos eu e tia Jane, no meu aniversário de dezesseis anos, vestidas com nossos vestidos caros e tiaras de diamantes. A quarta, mostra apenas meu pai e eu, quando eu ainda era um bebê. Ele estava deitado no sofá, sorrindo enquanto eu tenho minhas mãos gorduchas em suas bochechas. Na próxima, Danny está tocando, e eu, sentada sobre o piano, o observando. Meu vestido é claro e contrasta contra meu cabelo acobreado. Eu amo essa foto.

–Quem é esse?- Pergunta.

–Meu irmão.

Ela assente e observa as últimas duas.

Em uma delas, tenho sete anos, e foi tirada na primeira vez que andei à cavalo, com meu pai. Danny e Paolo estão ao nosso lado, rindo enquanto meu pai me abraça. Ele estava dizendo que não ia me deixar cair. Sorrio para a foto. A última, é do casamento de meus pais, ambos estão vestindo um terno preto com uma flor branca na lapela, e eu estou sentada entre eles, usando um vestido florido fofo, sapatilhas brancas e uma tiara de pérolas na cabeça. Eu não devia ter mais do que três anos.

Sarah se volta para mim.

–Seu pai está morto, não está?- Sua voz soa delicada.- Mamãe disse que ele deixou tudo para você, mas eu não tinha entendido até…- ela faz uma pausa, me examinando- Eu vi como você reagiu a pergunta de EJ. Você se recompôs rápido, mas eu…- Assinto, e ela para de falar por um tempo.- Como aconteceu?

Eu suspiro, afastando-me do computador e fitando-a. Ela parece triste por mim, e não de um jeito falso. Minha irmã parece realmente triste.

–Ele teve que ir viajar alguns dias antes do meu aniversário, e eu queria me despedir então eu fui com ele- Digo, fechando meus olhos para conter as lágrimas.- O helicóptero em que ele e minha tia estavam explodiu.

Ela se aproxima mais de mim.

–E você viu?- Sem confiar em minhas palavras, assinto, as lágrimas escorrendo por meu rosto.- Ah, Anne, eu sinto muito.- Sem aviso algum, seus braços me envolvem e eu a aperto contra mim, soluçando.- Eu não tinha ideia, mamãe devia ter nos contado.

–Está tudo bem, Sarah- Sussurro contra seu cabelo.

Ela me manda para longe em uma explosão.

–Está tudo bem?- Cospe, como se essas palavras tivessem um gosto ruim em sua boca.- Você viu o helicóptero de seu pai explodir, Annabelle, você o assistiu morrer. Isso nunca vai estar tudo bem- Seus braços me envolvem novamente, e entre todo o sentimentalismo, pergunto-me se ela é bipolar.- Eu sei que você provavelmente não quer, Deus sabe que eu não iria querer, mas eu estarei aqui caso você queira conversar sobre isso, okay?- Assinto, finalmente saindo de seu abraço.

–Obrigada.- Sussurro, ela sorri.

– É para isso que servem as irmãs.

Limpando as lágrimas de meu rosto, finalmente encontro o filme perfeito e nós nos jogamos na cama, com meu cachorro entre nós e damos gargalhadas como duas adolescentes normais. Por aquele momento, somos apenas Sarah e Annabelle, duas irmãs que trocam fofocas enquanto assistem filmes de menininha e riem como colegiais. Não há saudade, ou dor, ou uma companhia que precisarei assumir em um futuro próximo. Somos apenas nós. E eu não trocaria nada por este momento.

(...)

– Cara, duas das garotas mais gostosas de Forks estão dormindo juntas naquela cama, sabe o que os caras do colégio dariam para ver isso?- Alguém exclama.- Nós somos fodidamente sortudos.

–Cala a boca, Seth.- Ethan rosna, acordando-me.- Ninguém vai ver nada.

Agarrado o lençol, ponho-me em posição sentada, encarando os dois garotos parados em minha porta, parecendo prontos para pular na garganta um do outro.

–Com lincença- Digo, minha voz firme. Ambos voltam-se para mim, e Sarah, que está acordando ao meu lado.- Posso ajudar em alguma coisa?

Eles parecem envergonhados. Sarah se senta, confusa, e então percebe os garotos.

–Seth- Sussurra, e não perco o tom de reverência e surpresa em sua voz.

Acho que ela gosta dele. Tipo, muito.

Ele abre e fecha a boca diversas vezes, parecendo incerto do que fazer.

–Eu estava procurando o banheiro- Diz, por fim.- Porque aqui costumava ser uma sala e, bem, Ethan veio atrás de mim para dizer que agora era o seu quarto, mas ele chegou meio tarde.

Meu olhar passou por Ethan, que me encarava com seus olhos em um verde profundo, ele parecia muito ocupado com a visão de minhas pernas. Tentando não corar, voltei-me para Seth.

–E foi então que você decidiu que queria tirar uma foto de nós?- Pergunto calmamente, deixando-o surpreso.

Ele coça a cabeça, dando uma risadinha.

–Ah, você ouviu isso?

Resposta errada, querido.

Em um pulo, estou de pé, caminhando a passos firmes até Seth. Desnecessário dizer que estou fula da vida, não gosto de um garoto desconhecido no meu quarto, muito menos um garoto desconhecido que quer tirar uma foto minha enquanto eu durmo. Meu short mal cobre minha bunda e eu não deve parecer muito séria, mas não penso nisso quando paro a alguns centímetros dele, fervendo de raiva.

–Sim, eu ouvi isso, seu idiota- Grito, registrando brevemente o choque em seu rosto.- Quem você pensa que é para entrar no meu quarto e querer tirar uma foto de mim e minha irmã dormindo? Eu não sei que tipo de porco machista você é para ver qualquer coisa de indecente entre duas irmãs, mas eu juro por Deus, se alguma foto de nós duas dormindo aparecer, eu vou amputar seus dedos um por um com a minha chapinha.- E então me afasto, respirando um pouco, tentando afastar a raiva.- E eu nem tenho a porra de uma capinha.

Segundos mais tarde, Sarah está ao meu lado.

–Você pode pegar a minha.- Diz, e depois aponta para Seth.- Corredor, agora.

Ela passa por nós como uma tempestade, e sei que está irritada também. Antes de correr atrás dela, vira-se para Ethan e sussurra: Cara, elas ficam muito mais gostosas quando estão com raiva. Eu ouço, e jogo-me para frente pronta para fazer o maior estrago possível com minhas unhas, mas os braços de Ethan se enrolam em minha cintura.

–Me solta, Ethan, eu vou matar aquele imbecil.

Ele solta uma gargalhada.

–Por mais que eu fosse adorar ver você fazer isso, a polícia não gostaria muito disso.- E então me vira de frente para ele, colando nossos peitos.

E eu não estou mais usando um sutiã, porra.

Respirando com dificuldade, encaro seus olhos, percebendo que estão mais escuros, nublados com desejo. Eu espero que eu consiga manter uma expressão ilegível, mas sei que estou falhando quando ele abaixa sua cabeça em minha direção e sorri.

–Mas meu tio está certo, sabe?- Sussurra.- Você fica mesmo linda com raiva, e indignada, e com essa ruguinha bem aqui.- Uma de suas mãos solta minha cintura e toca minha testa. Eu suspiro.- Você é linda todo o maldito tempo, Belle, e eu não consigo lidar muito bem com isso.

Sua mão desce em concha para minha bochecha, puxando meu rosto para mais perto do seu.

–Ethan…?

Minha voz parece ser o incentivo que lhe faltava, e antes que eu possa pensar ou dizer alguma coisa, sua boca está sobre a minha, provando-me, provocando-me. Sua mão esquerda escorrega para minha nuca, enquanto a direita aperta minha cintura. Eu derreto-me contra ele, puxando seus cabelos. Meu coração acelera e então perde uma batida, e eu me perco na sensação de sua boca contra a minha. Mordo seu lábio inferior, o que o faz gemer e manda suas mãos diretamente para minha bunda, apertando-a com força, colando ainda mais nossos corpos.

E eu quero mais. Nunca quis nada tanto quanto quero Ethan, tento lembrar que não sei quase nada sobre ele, só que temos essa química explosiva, mas meus pensamentos estão longe de serem encontrados. Eu sou instinto, moldando-me contra ele, puxando seu rosto mais perto do meu. Nossas línguas se movem em um ritmo frenético e, quando uma de minhas mãos desce para tocar seu peito, ele me ergue, enrolando minhas pernas em sua cintura, empurrando-me contra a parede mais próxima.

Seus lábios se movem para minha orelha, trazendo-me arrepios, e seguem em direção ao sul, traçando uma trilha em minha garganta, deixando um rastro de fogo e desejo por onde passam. Acho que estou fazendo barulhos constrangedores e arranhando sua nuca, mas estou perdida demais nas sensações para me dar conta. Sua boca está novamente na minha e eu aperto minhas pernas, trazendo o seu…

–Oh, por favor, não parem por minha causa.

EJ.

Desvencilho-me rapidamente de Ethan, lançando um olhar perplexo para meu irmão. Ethan se afasta, respirando com dificuldade. Meu peito sobe e desce em um ritmo acelerado, e estou tremendo, porque não sei até onde iríamos se EJ não tivesse aparecido. E por mais que isso tenha me irritado mais do que tudo, porque eu queria tudo que Ethan pudesse me dar, eu sei que provavelmente deveria estar feliz que meu irmão nos interrompeu. Porque apesar da atração inegável, da química explosiva e do flerte ocasional, somos desconhecidos. Eu não sei nada sobre ele, e Ethan sabe ainda menos sobre mim.

–Se você parou de devorar minha irmã, temos cervejas geladas na cozinha.- Meu irmão diz, mas ninguém se move.- Agora, Ethan.- Ele soa irritado, e Ethan vai com ele, sem olhar para mim.

Lançando-me um olhar de advertêcia, EJ bate a porta de meu quarto, deixando-me sozinha com meu desejo e meu coração acelerado.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Espero que tenham gostado :D



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