A festa da praia estava rolando perfeitamente bem, eu não podia negar estava adorando, estávamos eu, Jess, Izzy e Jason, gostei muito de conhecê-los eles tinha um estilo diferente eu diria... Meio sombrio, não pelo jeito deles, era mais pelo fato das roupas que usavam e do tipo que eles aparentavam.

Mas eles eram muito legais, estava me dando super bem com eles, eles eram engraçados do estilo de Katniss, alias mais tarde ligaria para ela contando as novidades.

Era tão bom eu estar me socializando aqui, meus últimos anos não foram muito fáceis, o que eu sofri, depois a reviravolta que minha vida deu, era tão diferente agora, parecia que agora as coisas realmente iam dar certo para mim.

–Clove. –Chamou Izzy. –O que foi aquele escândalo do tal do Cato quando te viu com Jason? –Perguntou.

–Cato é um babaca ele acha que manda em mim sabe? Tipo, acha que tem poder e pode mandar e desmandar em mim. O que não é verdade. –Disse com a cara fechada pensando em Cato.

–Ele ficou realmente irritado pelo que eu vi, agora pouco ele saiu com a Caroline lá do prédio. –Fez uma cara de desprezo. –Odeio aquela menina, sério. Você precisa ver quando a manicure caseira dela foi a casa dela e cortou a unha errada, ela deu um escândalo. –Eu comecei a rir e Izzy e acompanhou. –Bem vinda à Califórnia, baby. –Continuamos a rir.

Jason estava trazendo bebidas junto com Jess, os dois eram irmãos e não paravam de brigar por um segundo tipo agora, que Jess virou cerveja e cima de Jason e ela ria sem parar já Jason estava soltando palavrões para quem quisesse ouvir.

Não posso negar eu ri, e Jason me deu dedo, olhei para Izzy que se sentou na areia mesmo e eu segui seu exemplo.

A Califórnia era diferente de Londres, tá isso é uma frase um tanto quanto obvia, mas sei lá, as praias me deixavam tão bem, e não posso nem fala como era bom esse clima de festa por aqui, me lembra tanto Katniss, Peeta e Finnick, eles adoram coisas desse tipo e eu que nunca gostei vivia nisso agora.

–Tá gostando daqui? –Perguntou Jess sentando-se ao meu lado.

–Com certeza. Acho diferente sabe? –Ela assente.

–Eu sei. –Ela bufou. –Na verdade não sei não, eu nunca sai daqui. –Nós duas rimos e ela me passou uma latinha de cerveja.

–Cadê seu irmão? –Perguntei olhando para os lados e procurando Jason.

–Foi em casa se trocar. –Ela riu diabólica.

(...)

Já eram mais de meia noite e estava eu, Jess e Izzy na praia, Jason ligou dizendo que ia ficar com a namorada e bem digamos que Izzy não gostou muito porque revirou os olhos.

–Quem é a namorada dele? –Perguntei para Izzy já que Jess andava na frente de nós duas.

–Loren. É uma atendente de uma confeitaria. –Respondeu cruzando os braços.

–E você não gosta muito dela, posso saber o por quê? –Sorri de canto.

–Quem disse que não gosto? –Eu olhei suspeitando. –Tá eu odeio. –Fez uma pausa. –Ela não gosta dele de verdade, gosta de um cara engomadinho ai. –Descruzou os braços e foi para o lado de Jess.

O vento daqui era tão bom, tão novo, me fazia me sentir tão bem comigo mesma que era assustador, parecia que nada ia me abalar, apesar de tantas coisas poderem.

Eu sinto falta de tantas coisas, mas essas tantas se tornam tão poucas dentro do que essa cidade se tornou em pouco tempo para mim.

–Meninas. –Chamei e elas se viraram. –Acho que vou indo para casa. –Dei um aceno.

–Que pena que não vai andar com a gente Clove, ia ter uma festa, a gente estava indo para lá. –Disse Izzy.

–Valeu mesmo Izzy, mas amanha vou levantar cedo para ir procurar emprego. –Fiz uma cara de tédio.

–Falou então Clove. –Disse Jess e ela e Izzy acenaram.

Fui andando sozinha até em casa, e recebi uma ligação de Gloss, não estava afim de atender agora, por que? Ora, eu tenho que chegar em casa e arrumar as coisas já que hoje de manhã fora um inferno com aquela vagabunda que o Cato trouxe em casa, e ainda depois veria se ia ligar para Katniss.

Chegando ao meu apartamento olhei sala adentro e vi umas coisas desarrumadas, Cato... Não vou arrumar também, mas vou obriga-lo a arrumar depois, já falei aqui não é casa da mãe Joana.

Fui ao meu quarto e liguei o radio colocando meu pen-drive, tocava Shake It Off da Taylor Swift e eu comecei a cantarolar baixinho enquanto abria a mala e arrumava as coisas.

A campainha tocou, deve ser o idiota do Cato que esqueceu a chave, me levantei meio que com raiva e fui atender, abrindo a porta tive uma surpresa, e que surpresa.

–Oi amor. –Gloss. Meu Deus, caramba.

–Mas que surpresa. –Disse, tipo era meio da semana, hum, era o Gloss que apareceu aqui do nada.

–Clove eu liguei para você, mas você não atendeu. –Ele sorriu. –Mas assim foi melhor eu fiz uma surpresa. –Eu sorri.

Cato estava parado atrás de Gloss e eu fiz um não com a cabeça e implorei para ele não vir.

–Que foi? Tá falando com quem? –Cato se virou para ir embora, mas Gloss olhou para trás antes disso.

Me fodi.

–Que merda tá acontecendo Clove? –Gloss perguntou nervoso.

–É hum... Cato o que você faz aqui? –Perguntei nervosa, eu estava tremendo o que Gloss pensaria de mim?

–É Clove... Sabe a Jess? –Eu assenti. –Então eu queria saber se você sabe qual o apartamento dela, ela disse que era aqui, mas não sei o numero, pode me passar? –Perguntou e eu tremia. Pelo menos ele sabe mentir.

–Número 109, é aqui ao lado, só bater lá. –Ele assentiu.

–Quem é Jess? –Disse Gloss com tom de receio na voz, ele ainda duvidava, e com razão.

–Hum, uma menina daqui do prédio. –Cato tocou a campainha dela.

–Acho que não há ninguém em casa. –O loiro me falou olhando para mim e para meu namorado.

–É... Pelo jeito não. –Disse e Cato acenou, e eu acenei de volta.

Puxei Gloss para dentro e fechei a porta, meu Deus do céu se ele visse o quarto de Cato eu estava ferrada, por que né? Era obvio que era de Cato, os posters de mulheres colados na parede junto os das series que ele mais gostava fotos com Finnick e Peeta, outras comigo, outras com Annie, e assim ia.

–Levei um susto quando vi ele. –Gloss disse se sentando no meu sofá. –Achei que estavam tendo algo. –Isso nem em sonho querido.

–O que? –Eu me joguei no sofá ao seu lado.

–Agora venha aqui para eu matar a saudade. –Ele me beijou ardentemente, os lábios dele não eram macios como o do outro lá, mas tudo bem, eu correspondi e senti meu celular tocar em cima da mesa. –Melhor ir atender pode ser importante. –Eu assenti e me levantei.

“Canalha”– Estava escrito na tela.

–Oi. –Disse atendendo.

–Quando esse cabeça de bagre sai dai? –A voz dele era visivelmente irritada.

–Não sei. –Respondi sinceramente.

–Clove eu não tenho nada com tua vida, não vou dormir na rua por causa disso. –Falou um tanto grosso.

–Dorme com uma das suas amigas. –Falei e Gloss me olhava não entendendo nada. –Só por hoje. –Sussurrei.

–Não Clove. Se eu der espaço daqui a pouco é toda semana assim, quer dizer temos que conversar sobre visitas e você sabe disso. Direitos iguais. –Ele já estava me irritando. –Dando meia noite eu vou pra í, olhei para o relógio e vi que eram onze e meia. –Não quero nem saber. –E desligou.

Olhei para Gloss que tinha uma sobrancelha levantada.

–Quem era? –Ele estava desconfiado.

–Ninguém importante, uma amiga que fiz aqui. –Ele sorriu.

–Vou dormir aqui amor. –Oh merda! Eu tinha que arrumar um jeito de fazê-lo ir embora.

Subi as escadas e olhei para meu quarto e uma ideia brilhante me veio à cabeça, acabei de lembrar quando eu era mais nova e quebrei o tornozelo e então assim o fiz me joguei na escada virando o pé e rolando até o fim dela, Gloss me olhou preocupado e acreditem, doía muito, mas era um jeito dele não descobrir que eu estava morando com o Cato.

–Se machucou? –Veio até mim se abaixando.

–Meu tornozelo dói. –Disse choramingando.

–Vamos á um hospital. –Falou.

–Por mim tudo bem, mas me leva no banheiro antes? –Perguntei e olhei para o relógio do celular, vinte para meia noite e Gloss me pegou no colo e me levou para o banheiro de cima.

Disquei o numero de Cato que dava na caixa postal e de repente ouvi uns gritos lá em baixo.

–POR QUE VOCÊ TEM A CHAVE DO APARTAMENTO DA CLOVE? –Oh merda! Droga Cato! Eu te odeio.

Me arrastei para fora do banheiro e ouvi.

–Moro aqui. –Canalha!

–CLOVE. –Chamou, mas eu obviamente não posso descer. –DEPOIS DESSA ESTÁ TUDO ACABADO, JÁ FUI TROUXA DEMAIS. –Senti a porta bater.

Minha reação de tudo foi chorar, ele não quis nem escutar minha explicação, simplesmente agiu assim comigo? Como pode?

Cato subiu e me encontrou jogada no chão chorando.

–Você estraga minha manhã, e eu o seu namoro, desculpa, mas direitos iguais. –Eu chorei mais e ele abaixou.

–Levanta vai. –Falou e me puxou.

–Não dá. –Eu apontei para meu tornozelo. –Virei o pé descendo a escada, ou melhor, rolando. –Chorei mais e Cato riu. VAGABUNDO!

Senti ele me pegar no colo devagar e encostei a minha cabeça em seu peito e chorei mais, não sabia se era pela dor, ou por Gloss, ou pela idiotice do meu colega de apartamento.

–Dói muito? –Perguntou e eu assenti. –Vamos á um hospital. –Ele desceu as escadas comigo e me levou ao seu carro, fui colocada com cuidado no banco traseiro e ele me deu um beijo na testa antes de fechar a porta.

–Como caiu? –Perguntou.

–Para Gloss não vê você eu me joguei na escada, ia te ligar e dizer para ficar no seu quarto e eu no meu com ele. –Falei.

–Minha doida. –Sorriu de canto e ligou o carro.

Essa sim foi uma longa noite, e se foi.