The Mutants - Interativa escrita por Íris


Capítulo 2
Mau humor matinal


Notas iniciais do capítulo

E aí povo, demorei um pouco então desculpa por isso. Desculpem por qualquer erro ortográfico ou coisa parecida, é só avisar que eu o conserto. Só um pequeno aviso: a dona da personagem do cap anterior mudou a foto da personagem, então agora não é aquela mesma atriz. Espero que gostem do capítulo, e qualquer coisa errada com o personagem é só me chamar por privado.

Obs: A dona da personagem Margareth, quero avisar que busquei outra foto (da mesma atriz q vc escolheu) porém com perfil de rosto para colocar aqui. Espero que não se incomode.



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Margareth Di Angelis

Não estava nos meus planos ter que dividir o meu quarto. Ele já era apertado o suficiente com uma pessoa lá dentro, imagine agora com duas. Mas tudo bem, com a quantidade de alunos que andavam chegando esse ano eu não tinha do que reclamar. Fiquei sabendo de quartos com três ou mais pessoas e vai por mim, não quero nem saber como eles fizeram para caber lá dentro.

– Ei, você precisa acordar. – balancei levemente minha mais nova colega de quarto rezando para que ela não tivesse uma reação ruim.

– Mmm. – ela resmungou se virando para o outro lado.

Suspirei. Eu gostaria mesmo de deixá-la ali, mas isso não era uma opção.

– É sério, você precisa mesmo acordar ou vai ser muito pior. E pra nós duas.

Senti na pele uma irritação que não me pertencia quando ela enfiou sua cabeça embaixo do travesseiro e fingiu não me ouvir.

– Ei! – falei puxando o travesseiro com força – É para acordar!

– Argh! – ela disse se levantando de uma só vez – O que foi, hein? São o quê? Seis horas da manhã? – seus olhos azuis me encararam com um quê de irritação.

– Sim, são seis. Mas veja pelo lado bom, pegou uma colega de quarto que pensa no seu bem-estar e está evitando que no seu primeiro dia você pegue uma detenção. E estou falando sério... – procurei por sua mala querendo descobrir o seu nome. Não foi difícil achar, a mala estava completamente espremida entre a parede e sua cama – Noelle. – completei – Se vista logo, precisamos tomar o café da manhã e ir direto para sala dos Níveis. Vamos ver em qual grupo você vai ficar.

– O quê? – ela disse confusa, com a típica voz preguiçosa de quem acabara de acordar – Café? Níveis? Detenção... O quê?

– Só se troca logo, certo? Você tem cinco minutos até descermos.

Ela bufou, mas jogou o cobertor de lado. Noelle prendeu seus lábios com força formando uma fenda e eu sabia que era para não trincar de frio. A temperatura seria realmente baixa por esses meses, mas preferível ao calor infernal que é no verão. Ela não disse mais nada até ir diretamente em sua mala à procura do que usar.

– Você vai receber seu uniforme hoje. – falo quebrando o silêncio – Mas por enquanto, sugiro que não use nada muito chamativo e claro, use sapatos confortáveis. Ah, e não pegue um casaco muito grosso. – ela ainda matinha o foco em sua mala enquanto bagunçava todas as suas roupas não parecendo estar a procura de algo em particular – Sei que parece pedir demais, e nem posso te dizer o motivo, mas garanto que irá me agradecer depois. Os Níveis são sempre os mais difíceis.

– Vou te dar privacidade. Estarei esperando lá fora.

Saí sem esperar uma resposta que de qualquer forma, não esperei que viria. E não veio. Minha primeira impressão não foi das melhores, mas poderia melhorar. Eu tinha certeza que com o tempo poderíamos até nos tornarmos amigas. Talvez até conseguisse créditos para ela... Mas isso era algo que eu veria com o tempo. Ou pelo menos, esperava ver.

Tessalia Jules

– Bom dia, bela adormecida! – falei parada em frente a cama de Juliet.

Ela estava acordada, eu tinha certeza disso. Sua colega de quarto me olhou com uma cara feia, mas virou para o canto enquanto fingia não escutar.

– Dia. – Juliet respondeu simplesmente, jogando a coberta de lado.

– Nossa, já até está vestida. Perdi alguma coisa?

Kate rosnou baixinho.

– Não reclama – Liet cortou –, o quarto também é meu.

Revirei os olhos impaciente. Hoje era o dia em que saberíamos afinal, quem seriam os novos integrantes de nossos grupos de níveis, e eu sabia que Liet estava tão animada quanto eu. Não era atoa que ela já estava vestida e completamente arrumada quando eu apareci. Devia estar apenas gastando tempo na cama. Ela estava usando mais uma de suas típicas calças com estampa militar com um coturno preto, o que me fez rolar os olhos uma segunda vez.

– Não estamos indo para o exército. – falei enquanto a observava retocar a maquiagem escura.

– Eu sei amor, mas também não estamos indo a um desfile de moda e você não parece se importar. – ela disse com ironia.

Dei de ombros.

– Vamos logo, Avan deve estar nos esperando lá embaixo.

Ela assentiu com a cabeça.

Descemos as escadas e como o esperado, encostado na parede de braços cruzados e com cara de poucos amigos estava Avan. Sinceramente, eu ainda me perguntava como havia me tornado amiga desses dois. Eles eram tão... Difíceis. Apesar de que há muito eu havia percebido que, mesmo que pouco, eles se influenciavam e por isso na maioria das vezes eram assim. Avan estava usando os tênis vermelhos que a mãe havia comprado para ele, o que me surpreendeu. Ele nunca tocava naqueles tênis. Talvez finalmente ele e a mãe tivessem dado uma trégua apesar de ele continuar com a calça preta com corrente. Sua mãe simplesmente odiava aquela corrente. Pelo menos ele estava com a minha jaqueta. Foi o presente mais difícil de encontrar na minha vida.

– Bom dia, como dormiu a princesa? – brinquei enquanto com um impulso, ele se afastou da parede.

– Meu colega de quarto ronca. – suas sobrancelhas formaram uma linha fina – Mas o cara é divertido. – disse dando de ombros.

– Sorte a sua. Antes mesmo dos novatos começarem a chegar Kate já tinha se mudado para o meu quarto. – Liet reclamou.

– Sabe, fiquei sabendo que hoje vamos ter donuts no café da manhã. Você ama donuts, Liet. – falei.

Ela passou a mão pela barriga de forma sonhadora.

– É verdade, já até sinto o angelical cheiro de...

Avan riu ao meu lado e tive vontade de pisar em seu pé.

– ...Ei! – ela balançou a cabeça com força e me encarou – Sai da minha cabeça! Agora!

– Tudo bem, calma. Eu só queria aliviar a tensão.

Liet respirou fundo provavelmente para não gritar comigo.

– Podemos descer? – disse ríspida.

Não dissemos mais nada. Descemos os três para o refeitório. Mesmo que Juliet não estivesse percebendo, aos poucos foi deixando-a um pouco mais calma. Eu ainda me lembrava do trato de não invadir a mente deles, mas isso era diferente. Sendo o dia de nos separarmos em níveis, ela precisava definitivamente se manter estável. E como sua amiga, iria ajudar como pudesse. Até mesmo porquê, os níveis eram extremamente importantes para Liet. Via-se de longe.

Henry Smith

– Ei, você viu o jogo dos Rangers semana passada? – Nate perguntou enquanto enfiava um enorme pedaço de frango na boca.

– Não, andei meio ocupado. Você sabe... – sorri em tom de brincadeira e Nathan me deu um soco no braço.

– Eles foram muito bons. Acho que vamos disputar os Mundiais de novo. – ele aparentemente não sabia se prestava atenção na comida ou na minha reação.

A resposta veio de Lua.

– Pensei que para torcer para um time do Texas, você devesse ser do Texas.

Ele deu de ombros.

– E quem se importa. Eles são bons.

– Eles não são os únicos. – falei sugestivamente, fazendo-os rir.

Ainda sorrindo voltei minha atenção para uma enorme tigela prateada com vários tipos de cereais, com os quais eu pretendia me sustentar pelo resto da manhã.

– Eu ficaria com os coloridos. – Maggie se sentou à minha frente e segurei um suspiro – Bom dia, Henry.

– Bom dia Maggie.

Não levei mais que dois segundos para perceber a figura alta e ranzinza ao seu lado.

– Essa é Noelle. Minha nova colega de quarto. – ela explicou.

– Ah. Bom dia! Não conheço muitas garotas com cabelo curto, mas eu tenho uma prima que... – ela me encarou feio. Provavelmente já conhecia a piada. Maggie pigarreou se sentando ao meu lado no longo banco enquanto Noelle se sentava de frente para mim, em silêncio – Bem humorada ela, você não acha? – sussurrei para Maggie.

– Estou começando a achar que o pior ainda está por vir. – ela respondeu a minha pergunta, tecnicamente retórica.

Arqueei as sobrancelhas com o rosto bem próximo do dela, e ela fez o mesmo.

– Acha que dá conta? – perguntei.

– Ah, claro. Até porquê, você vai me ajudar.

Cuspi quase todo o leite que eu havia acabado de beber engasgando ao lado de uma Margareth assustada. Noelle, a garota sentada a minha frente me encarou com uma de suas sobrancelhas sugestivamente curvada para baixo, como quem perguntava das duas uma: ou “está tudo bem?” ou “qual é o seu problema?”. Preferi fingir que era a primeira opção.

– Tá tudo bem. Eu tô bem. – encarei Maggie e virei meu rosto para trás, agachado embaixo da mesa e esperando que ela fizesse o mesmo.

– Você está... – ela começou, mas eu a interrompi.

– É claro que não, eu não vou te ajudar com ela. Já tenho um novato com que me preocupar. Não posso simplesmente tomar conta de dois! – a essa altura eu já não tinha certeza se estava apenas sussurrando.

– Henry...

– Não, não, ela é tão engraçada quanto uma parede, não sou muito fã de gente como ela. – nós nos encaramos por alguns instantes – Você sabe disso.

– Por favor, só... Pense no assunto. Promete?

Bufei, mas assenti de má vontade. Eu pensaria, mas isso definitivamente não significava que eu iria ajudá-la no final. Noelle me lembrava o tipo de valentões que tive que aguentar por toda a minha infância. Valentões que eu fizera correr. Valentões como...

– Juliet. – Maggie pigarreou.

Já com a cabeça levantada, eu, Margareth e Noelle encaramos as três pessoas que se sentaram ao nosso lado. Avan parecia tão satisfeito quanto eu dessa aproximação, mas os outros bancos estavam realmente cheios não os dando opção a não ser se sentar aqui. Noelle nem se mexeu ou fez alguma expressão contraditória. Voltou a prestar atenção em um sanduíche que segurava como se nada houvesse mudado.

A presença deles ali não era exatamente um problema para mim. Eu era amigo de grande parte das pessoas dali e me dava bem com praticamente todo mundo, inclusive Avan e Tessalia, mas Juliet e Margareth não costumavam se dar tão bem assim.

Juliet ignorou a pronúncia de seu nome e se sentou ao lado de Tessalia que, por sua vez, estava ao lado de Noelle. Arredei para o lado de forma que Avan pudesse se sentar ao meu lado e ficamos os seis ali, em silêncio.

– Está fazendo um frio, não? – Tessalia comentou enquanto pegava uma xícara.

– Não se faz frio, ele já vem pronto. – eles me encararam - Foi uma brincadeira. – dessa vez, várias sobrancelhas se ergueram – Não? Tudo bem. O mal humor que resseca suas almas não afetarás a luz que irradia o meu ser. – resmunguei a última parte um pouco frustrado.

Vi Juliet sacudir a cabeça. Tudo bem, pelo visto a tensão continuaria.

– Acho que nós devemos ir. – Maggie anunciou depois de desconfortáveis trinta segundos.

– Ir para onde? – Noelle disse com a boca cheia de sanduíche – Ainda não terminei de comer.

– Tente não falar de boca cheia. – Juliet pediu, mas em um tom suficientemente grosso para que eu me preocupasse com a reação de Noelle. Mas para minha surpresa, ela não respondeu – Espera, essa não é a garota que encontramos na escada ontem, Avan? – ela disse com tom de deboche.

– É... – ele pareceu analisá-la – Agora que você disse...

Juliet riu sem humor.

– Claro, a garota da voz irritante.

Eu e Margareth trocamos olhares sugestivos. Avan e Juliet ainda a provocavam enquanto Noelle fingia não ouvir.

– Noelle. – Maggie chamou, mas ela não respondeu – Noelle! – ela disse um pouco mais forte.

Noelle finalmente tirou os olhos do sanduíche e a encarou.

– Noelle, nós devíamos ir para a aula. – ela disse.

A garota, ainda de boca cheia, afastou o cabelo curto um pouco para o lado e tirou do ouvido direito um dos lados de um fone de ouvido preto. Um fone que minutos antes não estava ali.

– Falou alguma coisa? – ela perguntou com tédio.

Soltei uma risada divertida.

– Devíamos ir para a sala. – Maggie disse, agora um pouco insegura.

– Tudo bem. – ela respondeu se levantando e enfiando de uma só vez o resto do sanduíche na boca.

Avan e Juliet tinham parado de falar.

– Você vem? – Maggie me perguntou.

– É claro. – ainda sorrindo de lado segui as duas para fora.


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Notas finais do capítulo

Caso algum link (ou nenhum) esteja funcionando, me avisem ;) Abraços e até o próximo



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