Paixões Opostas escrita por Lua


Capítulo 5
Capítulo 4 - Liberdade, Decepção e Fuga


Notas iniciais do capítulo

Quero dar as boas vindas a Mary santos e Jessie Pinheiro! Bem vindas ao mundo de "Paixões Opostas" õ/
Aproveitem o capítulo :3



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"Eu conto as horas pra poder te ver

Mas o relógio tá de mal comigo

Por quê?" (Claudinho e Buchecha - Fico Assim Sem Você)


As 2 semanas passaram voando, sem que eu pudesse me dar conta. As meninas trouxeram filmes e materiais escolares, para que eu não ficasse atrasada nos assuntos e pudesse me distrair com sessões-pipoca, com ou sem elas. O Leo não dava notícias, algo que eu achei muito estranho. Até onde eu sei, na cidade da avó dele tem sinal de celular e conexão de internet. Sendo assim, a desculpa dele teria que ser muito convincente: eu sou boazinha, até mexerem com meu namo… digo, meu amigo.

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Ah, a liberdade! "Palavra que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não entenda".* Principalmente quando você torce o pé e fica 2 semanas sem contato com os amores da sua vida, aí sim você se torna capaz de entender, verdadeiramente, o que significa liberdade. No momento em que cheguei ao hospital, a enfermeira retirou a tala e enxerguei a minha perna, eu quase pulei da maca e saí dançando pelo local. Quase.

O que me impediu? “Apenas” minha mãe, minha irmã, a enfermeira, o ortopedista e as minhas amigas. Quase ninguém, pouca gente. Tudo isso só porque eu ia colocar o pé no chão, sem autorização do médico, e correndo o risco de bugar ainda mais a minha perna.

Okay, eu admito: posso ter exagerado um pouquinho. Mas só um pouquinho. Depois de toda essa confusão, eu cheguei em casa e fui ver TV, já que, segundo o ortopedista, eu teria que esperar 1 semana até que minhas articulações se readaptassem, de modo que a prática de esportes se tornasse segura.

Resumindo tudo… eu fiquei brisando, levantei, arrumei minhas coisas da escola, já que eu poderia retornar ao colégio, contanto que não fizesse muitos esforços, e fui dormir. Afinal, ninguém quer parecer um zumbi logo no retorno às aulas, após 2 semanas fora.

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No dia seguinte, cheguei à escola e fui cercada por uma multidão. Estranhei, pois eu não tinha nenhum Halls na mochila para causar tanto alvoroço, e foi então que lembrei do meu pé (N/A: #NandaLerda). Após dispersar a galera, me sentei em um canto com a Mari e a Mila, e me lembrei que aquele dia era o mesmo em que o Leo retornaria. Eu estava contando os minutos para revê-lo, pois estava há 2 semanas sem notícias do meu amigo.

As meninas, percebendo a minha ansiedade, resolveram me distrair, me colocando a par de tudo que havia acontecido nos últimos dias. Eu acabei me envolvendo nas fofocas e esqueci a minha vigilância do portão. Portanto, eu estava completamente alheia a tudo, quando notei um tumulto na porta da escola. Curiosa como sou, arrastei as meninas até lá, sem saber que daria de frente com algo que eu definitivamente não esperava ver: o Leo, de mãos dadas com uma garota e sorrindo feito criança em manhã de natal.

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Eu simplesmente não conseguia acreditar no que estava vendo. Fechei os olhos, esfreguei-os e tornei a abri-los. Nesse meio tempo, o trio já havia se aproximado. Que trio? Desculpe, estou me precipitando. Além do “casal 20”, havia um rapaz de cabelos castanho-claros, pele morena e penetrantes olhos azuis. Eu estava catatônica por conta da cena que havia presenciado, então apenas continuei encarando-o, para não ter que olhar na direção do Leo e da garota. Ele percebeu e retribuiu o contato visual, sorrindo de lado. Eu sorri de volta, mas quebrei o contato, ao mesmo tempo em que as meninas desistiam de chamar minha atenção e seguiam o meu olhar.

— Segurem a baba, meninas - brinquei, enquanto me recuperava e recolhia as minhas coisas.

— Meu. Deus.

— Quem é aquele deus grego?

— Meninas...

Não consegui completar a minha frase, pois naquele momento o Leo, que até então estivera distraído conversando com os nossos colegas, virou para o meu lado e, ao perceber que eu estava olhando pra ele, acenou, sorrindo como se ainda não estivesse de mãos dadas com aquele ser desprezível. Olhei-o da forma mais fria que pude, fazendo com que ele abaixasse o braço e me olhasse com uma expressão confusa. Em seguida, virei-me para as garotas:

— Qualquer coisa, estou na sala. - avisei-as.

— Amiga, você tá bem?

— Não - respondi, enquanto elas olhavam na direção do Leo.

— Não olha agora, mas ele tá vindo pra cá.

Olhei para trás e constatei que era verdade: ele vinha em minha direção, com cara de cachorro que caiu da mudança. Andei em direção à sala de aula, ao mesmo tempo em que o sinal tocava, deixando-o com cara de tacho. Contudo, eu sabia que isso não funcionaria por muito tempo. Mais cedo ou mais tarde, eu teria que enfrentá-lo.


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P.O.V.** Leo

Okay: a Nanda está me evitando, e eu tenho uma leve impressão de que isso tem alguma coisa a ver com a Gabriela. A garota grudou na minha mão assim que chegamos, e não quis saber de soltar. Seja lá qual for o motivo pelo qual ela está me ignorando, as meninas devem saber. Já estava na metade do caminho até elas, quando a Nanda me deu um perdido, então eu apenas completei o resto do trajeto, tentando não parecer culpado. Apenas tentando.

— Oi Mari! Oi Mila! - cumprimentei-as.

— Oi, Leo - elas responderam, em uníssono.

— Por acaso, vocês sabem por que a Nanda tá com raiva de mim?

Elas deram um sorrisinho cúmplice e murmuraram algo que soou como “Garotos são tão lentos”.

— Tá na cara, Leo: ela está com ciúmes! – Mila respondeu, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

— Ciúmes? - repeti, atônito.

Mari me olhou com cara de “dããã”. Elas me acompanharam até a sala e, ao passar a aula tentando inutilmente falar com a Nanda, eu percebi que era muito sortudo (sintam a ironia): estava apaixonado pela minha melhor amiga, ela estava chateada comigo e eu não sabia o que fazer para me explicar com a mesma.

Então, eu percebi que a resposta para o meu 3º dilema estava bem na minha frente. Eu colocaria em prática aquela ideia, mas antes tentaria novamente dialogar com a garota. Quem sabe o humor dela muda até o intervalo?

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P.O.V. Nanda (a partir de agora, os P.O.V’s voltam a ser da Nanda)

Já reparou em como o tempo passa rápido, quando queremos justamente o contrário? A aula de matemática passou num piscar de olhos, e quando eu menos esperava, já faltavam apenas 5 minutos para o intervalo. Geralmente, eu torcia para que esse momento chegasse logo, pois intervalo significa comida, e comida significa Nanda feliz. Contudo, naquela manhã em especial, eu não sabia como faria para evitar o Leo durante 20 minutos inteiros. Repassei mentalmente os locais da escola nos quais eu poderia me esconder, enquanto pegava meu sanduíche, o celular e os fones: Biblioteca? Não. Banheiro? Não. Faltando apenas 2 minutos para o toque do sinal, o local perfeito surgiu em minha mente: o laboratório de ciências. Mandei disfarçadamente uma mensagem para as meninas, avisando onde estaria e o motivo. Em seguida, lembrando que eu não poderia correr, pedi ao professor autorização para ir ao banheiro, visando ganhar tempo. Ele permitiu, e, escondendo o sanduíche no bolso do casaco, saí da sala.

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Após passar o intervalo ao som de OneRepublic e Legião Urbana, voltei para a sala, onde assisti a 3 aulas extremamente chatas. Tediosos 150 minutos depois, o som da liberdade fez-se ouvir. Juntei minhas coisas, dei tchau para as meninas e estava quase no portão, quando senti alguém segurar o meu braço. Virei-me e dei de cara com o Leo.

— O que você quer? - perguntei rispidamente, me arrependendo imediatamente, pois não queria mostrar o quanto estava abalada com a situação.

— Que você pare de me evitar - ele retrucou.

— Não estou te evitando - neguei, mesmo sabendo que aquela era uma mentira deslavada.

— Tudo bem, não vou insistir, mas saiba que você não pode fugir de mim para sempre.

Após a minha última fala, eu havia começado a me afastar novamente, mas parei ao ouvir o que ele havia dito. No fundo, eu sabia que Leo tinha razão. Mesmo assim, não pude deixar de retrucar. Aproximei-me dele e sussurrei em seu ouvido, ironica e provocativamente.

— Ah, não? Fica olhando.

Dito isso, andei em direção à saída, antes que o meu irracional coração me fizesse mudar de ideia.



No próximo capítulo…

“Tem uma surpresa pra você no seu quarto - disse minha mãe.

Segui para o local indicado, ansiosa pela tal surpresa. Abri a porta, e fui abraçada (leia-se: atacada selvagemente) por um garoto loiro, alto e com um sorriso enorme no rosto: Eric.”


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Notas finais do capítulo

Tenho um desafio para vocês: no capítulo, eu destaquei uma palavra em negrito, que tem relação com uma música. Essa música vai ser importante mais para a frente, no decorrer da história. Deem os seus palpites por review mesmo, e assim que alguém acertar, eu comunicarei na resposta. Que a sorte esteja sempre ao seu favor õ/
*Essa citação pertence a Cecília Meireles, não a mim.
**POV = Point Of View = Ponto de Vista