Afterlife escrita por Leandro Zapata


Capítulo 39
Conhecimento


Notas iniciais do capítulo

Hey there, inteligent people

Hoje é dia de Afterlife! Capítulo está online e prestem bastante atenção, pois algo importante começa a se desenvolver.
Boa leitura!



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– Você sabe como matá-los? - Elena repetiu a pergunta.

– Não podemos matá-los. Só podemos “pará-los”.

– E você sabe como?

– A palavra na testa deles. Só temos que apagar a primeira letra. - Anúbis explicou.

– Não pense que será uma tarefa fácil. - Disse o rabino. Ele então acrescentou uma ou duas palavras em hebraico. Poderia ser mais, mas ela não conhecia hebraico o bastante para dizer.

Na cabeça de cada um dos golens surgiu um capacete de guerra, cujo objetivo era protegê-los. Ela não podia dizer com certeza, mas pareciam de aço.

– Se arrancarmos as cabeças deles, será que resolve? - A garota perguntou.

– Não sei. Talvez. Se esconda.

– Não, eu quero lutar!

– Você não pode lutar. Agora, se esconda. - Seu tom foi definitivo.

Ela correu por entre algumas prateleiras que estavam fora do alcance dos golens e se escondeu sentindo-se a pessoa mais inútil do mundo. Queria poder lutar, ajudar Anúbis, trazer Leonard de volta com sua própria força, e não ficar dependendo do deus. Sentia que poderia fazer qualquer feitiço que quisesse, dependendo de sua energia e se conhecesse as palavras. Conhecimento era o que lhe faltava. E ela estava na maior fonte de conhecimento que podia existir na Terra. Pegou alguns pergaminhos nas prateleiras, porém nenhum ensinava a fazer magia ou a tomar o controle dos golens.

O conhecimento que procuras, minha criança, posso lhe entregar. Aquela estranha voz familiar soou em sua mente.

Quem é você? Perguntou, irritada. Estava cansada de pessoas falando na sua cabeça. Já bastava Anúbis, agora havia outro.

Não se lembra de mim, brincamos juntos tantas vezes quando você era uma criança indefesa.

As imagens vieram de supetão em sua cabeça. Ela era de novo uma menininha brincando com suas bonecas. Havia o Ken, namorado de sua Barbie favorita. Por alguma razão, o Ken era o único que respondia a ela; o único que ela não precisava mudar a voz para fazer. E aquela voz falando em sua mente naquele momento era a mesma voz.

É por isso que sua voz é tão familiar. Esteve comigo o tempo todo.

Não exatamente, ele respondeu.

Como assim?

Eu não estive com você, eu sou você. E você sou eu. Somos um só.

O que isso quer dizer?

Não se preocupe você descobrirá logo. Agora tem algo que precisa fazer. Os golens foram criados principalmente por causa dos deuses egípcios. Não há como ele derrotar tantos ao mesmo tempo, pois eles são praticamente imunes à magia egípcia.

Como posso ajudá-lo?, a garota estava desesperada em ajudar o deus.

Por sermos um só, tudo o que eu sei você sabe. Você apenas precisa abrir sua mente, seu coração, sua vontade e alma a mim.

Elena estava assustada. Era muita bizarrice acontecendo em muito pouco tempo. Seu cérebro estava prestes a pifar, ou pelo menos era assim que se sentia. Nada mais estava fazendo sentido. Mas, ao mesmo tempo, ela sabia que tudo aquilo realmente estava acontecendo; que Leonard estava morto; que um deus estava ajudando a ressuscitá-lo. Aquela voz... Era tão familiar, tão confortadora, e parecia ter poder. Poder para ela conquistar todos os desejos de seu coração!

Eu aceito, respondeu, quero todo conhecimento que preciso para salvá-lo.

Ela não o via, obviamente, mas sabia que o dono da voz estava sorrindo.

Então, que seja. Dar-lhe-ei todo conhecimento que precisa para salvar Anúbis.

Não, retrucou, quero todo o conhecimento para trazer Leonard de volta.

Porém, nem mesmo eu posso transgredir a morte diretamente, ele disse, mas não é impossível trazê-lo de volta, como sabes. E, também, não posso te ensinar a Sr̥ṣṭi.

Por que não?

Por que me foi proibido.

Elena decidiu não perguntar “por quem”, mas quis fazê-lo. Um sussurro sombrio veio de todos os lugares e de lugar nenhum. Estava dentro de sua mente, todavia, fora. O cochichar ecoava em seu coração e em sua alma. Ela sentiu poder vindo da voz. Apesar de ser em dezenas de línguas, ela compreendia cada palavra; e todas elas haviam um propósito, uma vontade, um poder. Cada uma delas possuía um conhecimento diferente. Como que por instinto, ela fechou os olhos, para logo em seguida reabri-los.

Tudo estava num tom estranho de lilás; ela não olhou, mas sabia que havia palavras de todas as línguas tatuadas em seu corpo. Sentiu o poder. Dessa vez estava diferente, não sentia como se o poder viesse de fora, um intruso em seu corpo. O poder era dela. Ela conhecia toda e qualquer palavra capaz de fazer magia, e sabia qual delas gastavam mais energia ou não.

Sorriu.

Nunca se sentira tão viva. Tão completa. Nem mesmo quando Leonard estava vivo, ela se sentiu tão completa. Tão feliz. Sentia prazer no poder; na sensação de ser capaz de qualquer coisa. Ela pensou em Leonard e piscou. Não viu nada além de escuridão, mal enxergava a um palmo do seu nariz. Será que o poder estava falhando? Mas ela soube que não quando a voz dele disse:

– Quem está ai? Será que pode me soltar?

Ele estava preso! Preso em algum lugar sem luz.

Sentiu sua raiva crescer. Piscou de novo e voltou à realidade. Tinha uns golens para destruir, logo em seguida iria direto ao Paraíso para salvá-lo.


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