Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 83
Festa, alegria e lágrimas


Notas iniciais do capítulo

Festa da Belinha, alegria dos presentes, lágrimas da Carly...



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– Surpresa!!!

Isabelle não podia acreditar. Na espaçosa sala principal do avô, via os pais, os avós (Charles, Marissa e Pamela), os padrinhos (Carly e Spencer), Brad, Audrey, os colegas da turma do colégio, Cat e Robbie com Valentina no colo, Jade, Beck e Richard, Goomer, Dice, Costela, e até a tia Melanie.

Mabel correu para o colo da mãe quando a viu.

Sam e Freddie aproximaram-se da filha e falaram:

– Parabéns princesa!!!

– Por que fizeram isso comigo? - perguntou Isabelle, cruzando os braços, mostrando contrariedade na expressão facial.

– Pra não estragar a surpresa – respondeu Sam.

Isabelle continuava fuzilando os pais com o olhar. Freddie falou:

– Olhe pelo lado positivo princesa, vai ter uma festa só sua esse ano.

– E com a decoração da Hello Kitty que você queria no ano passado – disse Sam, mostrando como tudo estava decorado a sua volta.

– E eu vou pra minha festa vestindo meu uniforme escolar!

Carly ouviu e se aproximou:

– Não seja por isso, eu comprei um vestido muito bonito pra você, vem que eu te ajudo a se trocar – pegando a afilhada pela mão.

Logo depois, Isabelle voltou para a sala trajando um vestido floral com rosa e violeta.

A festa estava animada, com crianças correndo para todos os lados e garçons servindo salgadinhos.

Isabelle e Richard passaram a festa toda brincando juntos, o que chamou a atenção dos colegas de classe da menina. Logo após o “parabéns pra você”, as crianças começaram a cantar: “Com quem será, com quem será que a Belinha vai casar, vai depender, vai depender, vai depender se o Richard vai querer, ele aceitou, ele aceitou, tiveram muitos filhos e depois se separou, passou um mês, passou um mês, passou um mês e se casaram outra vez...”.

A aniversariante ficou vermelha de vergonha e interrompeu a cantoria:

– Parem com isso! Não tem graça! Rick é meu amigo!

– É, não tem graça! - concordou Freddie.

– Para de ser infantil gatinho – falou Sam ao marido, rindo.

A festa acabou e todos voltaram para suas casas. Logo que chegaram ao apartamento 13-B, Isabelle correu para abrir os presentes, mas começou a brigar com os irmãos, que também queriam rasgar os embrulhos coloridos.

– Para Nicolas! - puxando um pacote da mão dele – Você também Eddie! - puxando outro – São meus presentes!

Mas os meninos não davam ouvidos à irmã, pegando outro pacote assim que a menina tirava-lhes um.

– Mamãe! Papai! Tirem os bebês bobões daqui! Eles estão abrindo os meus presentes! - gritou a menina, chamando os pais.

Sam e Freddie apareceram. A mãe disse:

– Deixa de ser tão rabujenta menina! Qual o problema dos seus irmãozinhos rasgarem os papeis de presente? Você vai ter que abri-los mesmo.

– Eu vou ter que abri-los, porque são meus presentes, eles que abram os presentes que vão ganhar amanhã, já que também vão fazer aniversário – explicou Isabelle.

– Não seja tão egoísta Belinha – pediu Freddie.

– Ahhh! Nick abriu o pacote da Barbie que ganhei da vovó Pam! - gritou Isabelle, puxando da mão do irmão, que, logo pegou outro embrulho.

Belinha pegou novamente da mão do irmão, que em resposta foi em cima dela tentando recuperar o pacote colorido. Freddie foi separar as crianças. O celular de Sam começou a tocar:

– É a Carly – observou ela, atendendo imediatamente – Oi amiga.

A morena estava chorando do outro lado da linha:

– Me ajuda Sam! Eu acho que perdi o meu bebê – contou entre soluços.

– Fica calma Carly! O Brad não está aí com você?

– Não, a gente discutiu e ele foi dormir na casa da mãe dele.

– É um babaca mesmo. Eu tô indo pra aí!

Freddie perguntou, preocupado:

– O que aconteceu com a Carly?

– Ela acha que perdeu o bebê, tá desesperada, preciso ir vê-la agora.

– Eu vou com você.

– Não, tem que cuidar das crianças. Eu dou notícias.

– Não esquece.

A porta do apartamento 8-B estava aberta e Sam entrou, encontrando Carly encolhida, deitada no sofá, soluçando de tanto chorar.

– Oh amiga – falou Sam, sentando-se no sofá e puxando a morena para um abraço.

Carly apertou Sam, abraçando-a, desesperada:

– Eu perdi o meu filho Sam! Perdi o meu sonho de ser mãe. Perdi tudo o que eu tinha de melhor nessa vida desgraçada. A minha via acabou!

– Você tem certeza disso Carly? É melhor a gente ir pro hospital, assim você pode fazer exames e ver se realmente sofreu um aborto.

– Eu tive uma hemorragia, pensei que ia morrer sangrando, sozinha, no banheiro, sem ninguém pra me ajudar.

– Também você não tem um marido, tem um estorvo que te deixa sozinha nas horas que você mais precisa.

– Ele vai me odiar quando souber que eu perdi o nosso filho.

– Carly, para de sofrer por quem não merece e para de sofrer por antecipação. Eu tive um sangramento quando estava grávida dos gêmeos e não abortei nenhum dos dois. Aposto que seu bebê ainda está bem aí – colocando a mão na barriga de Carly – Então vamos ao hospital tirar essas minhocas da sua cabeça.

– Tá bom, você pode ter razão – concordou Carly, secando as lágrimas.

No hospital, após os exames, o médico chamou a morena no seu consultório, a qual foi acompanhada da loira.

– Carly, eu sinto muito, mas realmente você sofreu um aborto. O ultrassom aponta que não há mais vida fetal no seu útero – explicou o médico, mostrando o exame.

Carly começou a chorar, sendo abraçada por Sam:

– Fica calma amiga, você pode tentar outra fertilização artificial.

– Eu não nasci pra ser mãe! Meu útero é fraco, não segurou o meu bebê.

– É comum o aborto depois de uma inseminação artificial, inclusive por isso que os médicos costumam colocar mais de um embrião, imaginando que alguns não vão vingar. Mas, no seu caso, infelizmente, não vingou nenhum. O que não quer dizer que uma segunda fertilização não possa ser bem sucedida, já tive pacientes que conseguiram realizar o sonho da maternidade na segunda, terceira, quarta tentativa – contou o médico.

– Não sei se estou preparada psicologicamente para passar por tudo isso de novo – disse Carly, secando as lágrimas.

– Dê o seu tempo e quando se sentir pronta novamente, faça mais uma tentativa de inseminação. Se a maternidade é seu sonho, tem que persistir – aconselhou o médico.

Carly e Sam voltaram ao Bushwell Plaza. A morena estava arrasada e nem falava, só apreciava as luzes da noite de Seattle, enquanto a loira dirigia o carro da amiga.

Quando entraram no apartamento, Sam avisou:

– Eu vou dormir aqui com você hoje.

– Não precisa, o Freddie e as crianças devem estar precisando de você.

– Freddie se vira muito bem com as crianças sem mim, ainda mais que hoje são só três, já que a Bel foi dormir com a Melanie na casa da minha mãe.

– A vida não é justa, sua irmã abandona a filha enquanto tudo o que eu queria era poder ter um filho.

– Você ainda vai ter um filho, porque você merece, acredite nisso. Agora suba e tome um daqueles seus banhos demorados para relaxar enquanto eu vou lá em casa, pego um pijama e aviso ao Freddie que vou passar a noite aqui.

– Está bem – concordou Carly, subindo as escadas desanimada, sentindo como se seu corpo pesasse uma tonelada.

Mais tarde, Sam e Carly assistiam a um filme de comédia, sentadas no sofá do quarto da morena, comendo recheio de bolo enlatado. Somente a loira conseguia rir das cenas, porque a morena estava longe, como se tivessem lhe dado uma anestesia. O filme acabou e Sam desligou a televisão, dizendo:

– Melhor irmos dormir agora Carls, você precisa descansar.

– Não vou conseguir dormir essa noite.

– Tudo bem Carlynha, então vamos nos deitar e conversar até o sol raiar como fazíamos nos velhos tempos.

Carly concordou e as duas foram se deitar na cama da morena.

– Por um momento parece que voltei à adolescência vendo você deitada aqui comigo – disse Carly, conseguindo abrir um sorriso fraco.

– Então vamos fingir que não temos 24 anos, mas 14 anos de novo, só por essa noite, e vamos falar dos gatinhos do condomínio.

– Sam, o Freddie vai ter um ataque se te ouvir falando isso – observou Carly, rindo.

– Ora, o maior gatinho do condomínio é o meu, mas nada impede que a gente também fale dos outros, ele não vai ficar sabendo. Além disso, lembre-se que temos 14 anos e eu não estou casada com o Freddie, na verdade, ele é só um nerd patetão que me irrita. Assim, você também não tá casada com o Brad, nós nem o conhecemos e todo o peso de uma vida adulta que possamos estar sentindo agora desaparece.

– Entramos numa máquina do tempo e voltamos a ter 14 anos?

– Praticamente isso. É proibido falar de qualquer coisa que remeta a Sam e Carly adultas. Só iremos falar de coisas daquela época, por exemplo, você reparou como a Senhorita Briggs tem os peitos pontudos?

– Eu acho que ela coloca palitos – falou Carly rindo.

As duas passaram a noite conversando e rindo, falando dos tempos de Ridgeway. Dormiram quando os primeiros raios de sol começavam a despontar em Seattle.


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