Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 8
A surpresa de Freddie




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/578641/chapter/8

Carly e Cat souberam de uma grande liquidação no shopping e foram correndo para lá, deixando Sam e Isabelle sozinhas em casa.

– É Belinha, agora somos só nós duas, sem aquelas titias piradas brigando por você, né minha bonequinha – falou Sam, com carinho, olhando para a bebê em seus braços.

Isabelle começou a choramingar e Sam já entendeu que, mais uma vez, era fome. Então, abriu a blusa e a colocou para mamar.

De repente Sam ouviu batidas na porta, sabia que se tirasse Isabelle do peito seria uma gritaria, então colocou uma fralda sobre o seio, se levantou cuidadosamente com a bebê mamando e foi atender.

Tamanho foi o choque de Sam ao ver Freddie parado à porta, na companhia de Gibby, a ponto dela perder a fala.

Freddie também ficou paralisado com a cena que presenciou. Olhava para Sam e para a recém-nascida que ela amamentava. Fez as contas em sua cabeça.

– O que foi pessoal? Vamos ficar parados na porta olhando um pra cara do outro? – perguntou Gibby sem paciência e sem “desconfiômetro” como sempre.

Num impulso, Sam simplesmente bateu a porta na cara de Freddie, mas não a trancou. Tirou a filha do peito, não ligando para o berreiro que se iniciou. Freddie e Gibby abriram a porta e entraram.

– Sam, o que significa isso? – conseguiu, finalmente, Freddie perguntar.

– O que? – perguntou Sam, fazendo-se de desentendida.

– Essa criança.

– Ah, essa – apontando para a bebê nos seu colo, que ainda chorava – É filha de uma vizinha, eu tô cuidando, como babá.

– Conta outra. Você a estava amamentando. Que babá faz isso? Como teria leite? Pensa que eu sou idiota. Eu fiz as contas, é minha filha, não é? – questionou Freddie, irritado, colocando Sam contra a parede.

– Sim, é sua filha! – acabou confessando Sam.

– Minha filha! Eu não acredito! Gibby, eu tenho uma filha! – falou Freddie, abobalhado, olhando para a pequena chorona no colo da mãe.

– Tô vendo cara, parabéns – cumprimentou Gibby.

– Me dá, eu quero segurar - pediu Freddie estendendo os braços.

Sam colocou a neném no colo de Freddie, que imediatamente parou de chorar, acalmando-se nos braços do pai.

– Olha só, ela parou de chorar! Ela me reconheceu, sabe que sou o pai dela! – comemorou Freddie.

– Foi um golpe de sorte nerd. Vai ver ela cansou de gritar – falou Sam, enciumada.

– Ela tá rindo pra mim. Olha como é linda! A bebê mais linda desse mundo! A princesinha do papai – disse Freddie, orgulhoso, beijando a testa da pequena – Como ela se chama?

– É a minha princesa Isabelle – informou Sam.

– Gostei do nome, tá aprovado.

– Vai querer mudar o nome da menina agora?

– Ela já está registrada?

– Não, eu ia fazer isso depois do resguardo.

– Eu vou fazer isso.

– Não precisa se não quiser.

– Mas acontece que eu quero.

– Antes que vocês dois comecem a discutir como sempre, Sam me responda uma coisa: cadê a Carly? – interrompeu Gibby.

– Como sabe que a Carly está aqui? – perguntou Sam.

– Ela postou nas redes sociais uma foto de uma bela praia e escreveu em baixo: “Curtindo Los Angeles” – explicou Gibby.

– Eu mato a Carly – falou Sam.

– Por que você não me contou que estava grávida Sam? Por que escondeu minha filha de mim? Me odeia tanto a ponto de tamanha maldade? – indagou Freddie.

– Você nunca entenderia nerd.

– Então tenta explicar.

Gibby interrompeu mais uma vez:

– Sam, ainda não me respondeu onde está a Carly.

– No shopping com a Cat, já deve tá voltando – respondeu Sam, sem paciência.

A porta se abriu, Carly e Cat entraram saltitantes cheias de sacolas.

– Também compramos coisas para a Beli... – Carly parou a frase na metade ao ver Freddie parado no meio da sala com Isabelle no colo.

– Você também sabia e não me contou nada Carly? – perguntou Freddie com ar acusador.

– A Sam me obrigou – respondeu Carly, chorosa.

– Não vai acusar a Carly. A filha é da Sam, ela que deveria ter contado – defendeu Gibby, aproximando-se de Carly e abraçando-a.

– Valeu Gibby – agradeceu Carly, sorrindo para ele.

– O que a Sam fez não tem perdão – disse Freddie, com raiva, olhando para Sam.

– Quem disse que eu quero o seu perdão? – devolveu Sam, orgulhosa.

– Pois deveria, se tivesse consciência!

– Eu tenho consciência, tanto que não quis atrapalhar sua vida com uma filha antes da hora.

– Isso quem iria decidir era eu.

Os dois alteraram o tom de voz e Isabelle se assustou, começando a chorar. Cat pegou a pequena do colo do pai e aconselhou:

– Vão discutir em outro lugar, estão assustando a Belinha.

Os dois foram para o quarto de Sam, onde a troca de acusações continuou, até o ponto que Sam disparou:

– Por que você não volta para a sua namoradinha em Seattle e esquece o que viu aqui? Eu e a Belinha não precisamos atrapalhar a vida perfeita que leva longe daqui.

– Que namorada???

– Aquela que atendeu o seu celular quando eu te liguei pra contar que estava grávida e que o bebê tinha se mexido pela primeira vez.

– Quando isso? Eu não tenho uma namorada!

– Conta outra. Você não me deve satisfações, não sou nada sua.

– É a mãe da minha filha e, por mim, seria muito mais que isso há muito tempo. Poderíamos estar juntos, eu poderia ter acompanhado a sua gravidez, se você não desse aquele chilique no quarto de hotel depois da noite que fizemos a nossa filha.

– Você nunca me amou de verdade Freddie, e não precisa ficar comigo só porque eu te dei uma filha.

– Eu sempre te amei e você sempre duvidou disso.

– Como não duvidaria? Você diz que me ama e volta a correr atrás da Carly, você pede pra voltar comigo e beija a Carly. Vai negar?

– Não, eu fiz isso num momento de carência, quando você me dispensou.

– Parece que com a Carly longe você já arranjou outra pra suprir essa sua enorme carência, aquela que atendeu seu celular. Toda vez que a gente brigar você vai buscar alguém pra acabar com a sua carência?

– Ninguém atendeu meu celular, você tá inventando isso.

– Atendeu sim, eu posso provar – disse Sam, pegando o celular do bolso e mostrando a chamada registrada.

– Já sei! – falou Freddie batendo na testa – Quem atendeu foi a minha prima Amanda, a nojenta da Amanda.

– Você detesta a Amanda, porque ela estaria na sua casa e tão perto do seu celular?

– Desde que você foi embora minha mãe está se empenhando em arranjar uma “boa namorada” – disse ele, fazendo aspas com as mãos” – pra mim. Colocou na cabeça que Amanda foi educada como eu por vir da mesma família e que seria perfeito se nos casássemos, até porque ela gosta muito da minha mãe.

– Mas vocês são primos!

– Eu sei, já disse isso várias vezes para minha mãe, mas ela nunca ouve o que eu falo. Ela vivia enfiando Amanda dentro de casa, pensando que se tivéssemos mais intimidade poderia evoluir para um namoro. Várias vezes tomei susto encontrando a Amanda dentro do meu quarto, em cima da minha cama, até que surtei e a expulsei em certa ocasião, quando ela começou a mexer nas minhas coleções.

– Só imagino. Você tem um ciúme daquelas coleções – falou Sam, rindo.

Vendo que a tensão de Sam havia se dissipado, Freddie aproximou-se dela e colocou a mão em seu rosto:

– Olha pra mim. Eu não tenho ninguém. É você que eu amo. Quero ficar com você para criarmos nossa filha juntos. Vou dar meu nome a ela e me casar com você.

Antes que Sam pudesse reagir, Freddie a beijou e ela correspondeu. O beijo, que começou delicado, foi ficando quente, até que foram interrompidos por Carly.

– Desculpa – falou Carly sem graça – Não queria atrapalhar, só tive medo que estivessem se matando. Vim ver se tava tudo bem, como está, até mais – saindo apressada.

Freddie puxou Sam para si, tentando reiniciar o beijo, mas ela se esquivou, dizendo:

– Freddie, como pode querer se casar comigo? Sua mãe nunca iria aceitar.

– E daí? É a minha vontade. Eu sou maior de idade, ela não pode me impedir.

– Sua vontade vai lhe custar caro, porque ela te sustenta.

– Eu dou um jeito, me viro, arranjo um emprego. Não vou deixar faltar nada para você e para nossa filha.

– E a sua faculdade?

– Eu tranco, paciência. Quando as coisas melhorarem, eu volto.

Freddie ajoelhou-se no chão, tomou a mão de Sam e disse:

– Samantha Puckett, aceita se casar comigo?

– Freddie – disse Sam respirando fundo – Levanta daí – puxando-o para cima – Embora tudo o que eu mais queira é dizer sim, acho que devemos pensar um pouco a respeito.

– Não era essa a resposta que eu queria ouvir, mas tudo bem. Vou te dar um tempo. Já aviso que não vai se livrar de mim tão cedo, vou ficar por aqui.

Naquela noite, Freddie decidiu que o sofá da sala seria sua cama até obter a tão esperada resposta afirmativa da loira do seu coração.

Era tarde da noite e Freddie não conseguia dormir. As últimas emoções tinham sido muito fortes para ele. Assustou-se com o barulho de uma porta se fechando. Era Carly, saindo do quarto.

– Também está sem sono? – perguntou Freddie, fitando Carly que trajava um pijama curto, o qual não passou despercebido a Freddie, que, no entanto, o ignorou, dizendo a si mesmo para focar apenas no rosto.

– Estou. Vim só tomar um copo de água – respondeu Carly, passando para a cozinha.

Freddie se levantou e foi conversar com ela:

– Carly, por que contou à Sam sobre o nosso beijo?

– Eu fiquei culpada, sei o quanto ela te ama. Fiz para obter o perdão dela.

– E por que me beijou?

– Ah, sei lá, pela história que tivemos um dia. Sabe, nós somos grandes amigos e chegamos a namorar um curto período, então foi um beijo de despedida.

– Melhor assim.

– O que quer dizer?

– Por um momento pensei, que depois de tanto tempo, você finalmente sentia alguma coisa por mim. Porque eu corri muito atrás de você, mas você nunca me quis, então, confesso que eu até comemorei esse beijo, como uma conquista mesmo, depois de tudo. Mas, ao mesmo tempo, foi estranho, porque aconteceu quando meu coração já estava preenchido por outra pessoa.

– Eu sei, você ama a Sam e eu acho o amor de vocês lindo! Têm todo o meu apoio, eu vou fazer o que puder para ajuda-los. Vocês dois são meus melhores amigos.

– Valeu Carly.

Os dois se abraçaram, com carinho. Nesse momento, Sam saia do quarto para ir ao banheiro e viu a cena.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Seddie, a história continua" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.