Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 75
A noite dos apaixonados




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Sam chegou mais cedo que de costume no restaurante, Brad estranhou:

– Bom dia Sam, caiu da cama?

– Temos muito trabalho por aqui sem o Gibby.

– Isso é verdade.

– Além disso, preciso conversar com você antes de começarmos a trabalhar.

– Não vai me demitir né? – perguntou Brad rindo.

– Claro que não, você é um doceiro de mão cheia e dá uma força nos pratos frios também. Na verdade, não tem nada a ver com o trabalho, é mais pessoal.

– Como assim?

– Brad, você sabe que sou a melhor amiga da Carly desde que tínhamos 8 anos.

– Claro que sei. Ela andou falando mal de mim pra você?

– Ela tem motivos pra falar mal de você pra mim?

– Não sei, mulheres são tão estranhas.

– Brad, eu só vou te dar um aviso: cuide do que é seu, se você der bobeira outro vai pegar. A Carly é uma mulher linda, inteligente, bem humorada e tem um monte de cara por aí que se sentiria muito sortudo de ter ela ao seu lado. Pense nisso e a valorize.

– A Carly tem um pretendente? Eu mato o desgraçado!

– Eu não disse isso, disse que se você não cuidar dela, pode perde-la. Como falam por aí: quem não dá assistência, abre espaço para a concorrência. Fica a dica. Agora vamos trabalhar.

Já era noite, Carly chegou cansada do seu trabalho, havia passado o dia na redação, tentando ser criativa na escrita das matérias que os jornalistas de campo lhe traziam, mas com a cabeça alheia a tudo isso, conseguindo apenas pensar em Brad e Gibby, perguntando-se se seria mais feliz ao escolher o amigo de infância gordinho.

Quando a morena ascendeu a luz teve uma grande surpresa. Viu no meio da sala uma mesa repleta de comida e com um arranjo de rosas cor de rosa em cima. Brad apareceu trajando um smoking e ligou o som, começando a tocar uma música romântica, dizendo:

– Boa noite meu amor.

– Pra que tudo isso? Hoje não é meu aniversário, nem nosso aniversário de casamento, nem dia dos namorados...

– Você gostou?

– Eu adorei! Mas, o que estamos comemorando?

– A sua felicidade minha linda! – disse Brad, aproximando-se de Carly e a beijando.

Após o beijo, Brad prosseguiu:

– Eu sei que não tenho sido muito legal com você ultimamente, e quero me redimir, porque te amo e não quero te perder.

– Tem certeza de que me ama? Mesmo eu tendo dificuldade para te dar um filho?

– Vai acontecer quando for pra acontecer. Até lá, podemos viver felizes nós dois, em lua-de-mel. O que você acha?

– Eu acho uma ótima ideia – falou Carly, beijando o marido.

– Agora vá lá em cima e vista o vestido que eu comprei pra você para a nossa noite.

– Presente pra mim? Eba! – comemorou Carly, subindo apressada.

Em cima da cama do antigo quarto de Carly, que agora era o quarto do casal, havia um lindo vestido longo vermelho. A morena o pegou e colocou na frente do corpo, fitando o espelho contente. Logo o vestiu e caprichou no cabelo, na maquiagem e no salto alto. Quando ela desceu, Brad ficou encantado:

– Uau! Como é linda a minha mulher! Eu sou mesmo um cara de muita sorte.

– É mesmo – concordou Carly rindo e o beijando.

Os dois se sentaram para jantar. Brad apagou as luzes e a refeição se deu a luz de velas.

Enquanto isso, no apartamento dos Puckett Benson, Sam e Freddie corriam desesperados atrás das crianças, que faziam a maior bagunça. Isabelle resolveu ligar o som, colocando músicas infantis no volume máximo, dançando, pulando e correndo pela sala, acompanhada de Mabel e dos irmãos Nick e Eddie.

Sam desligava o som no aparelho e Isabelle o ligava no controle remoto. Nick e Eddie grudaram-se nas pernas da mãe enquanto ela tentava correr para alcançar a filha mais velha com vontade de soca-la.

Freddie começou a correr atrás da filha que andava em zig zag pulando sobre os móveis e rindo muito do pai. Até Mabel entrou na brincadeira e repetindo o gesto dos gêmeos grudou-se nas pernas de Freddie, impedindo-o de continuar correndo.

Isabelle ria de toda a situação sentindo-se vitoriosa.

– Eu vou te dar uma surra Isabelle Puckett Benson se não desligar esse som ensurdecedor agora! – gritou Sam para se fazer ouvir no meio da barulheira.

– Se me bater eu chamo a polícia – ameaçou Isabelle.

Sam conseguiu tirar os gêmeos de suas pernas, colocando-os no carrinho e correu atrás de Isabelle, que abriu a porta e saiu correndo escada abaixo.

– Volta aqui Isabelle! – gritou Sam, correndo escada abaixo, atrás da filha.

A menina correu até o oitavo andar e tocou a campainha do apartamento da avó desesperada.

– Agora eu te peguei pestinha! – disse Sam, furiosa, agarrando o braço de Isabelle – Você vai ter o que merece!

Marissa abriu a porta:

– O que está acontecendo aqui?

Isabelle puxou o braço e se grudou na cintura da avó, chorando:

– A mamãe quer me bater!

– Sua monstra! Maus-tratos a criança dá cadeia, sabia? Eu vou te denunciar Samantha! – ameaçou Marissa.

Isabelle olhou para a mãe com um sorriso vitorioso, apesar do rosto banhado de lágrimas.

– Você é uma pequena gênia do mal – falou Sam, irritada.

– Como pode falar assim de uma garotinha de 5 anos? – perguntou Marissa, alarmada.

– Você não a conhece tanto quanto eu. Chega de birra Isabelle, vamos logo pra casa – falou Sam, puxando a filha.

– Não deixa ela me levar vovó, ela vai me bater – pediu Isabelle com lágrimas nos olhos.

– A menina fica essa noite comigo.

– Tudo bem, mas não vai se esconder para sempre Isabelle – ameaçou Sam, tomando o rumo do elevador.

Quando a loira voltou para o apartamento, tudo já estava mais calmo. Freddie havia desligado o som. Eddie e Nick estavam sonolentos no carrinho e Mabel assistia televisão quieta, sentada no sofá.

– Cadê a Belinha? – perguntou Freddie, preocupado.

– Foi fazer queixa de mim pra sua mãe. Vai passar a noite lá com ela. Tá morrendo de medo do castigo e eu não vou deixar barato. Essa menina tá passando de todos os limites.

– Não preciso nem dizer com quem ela se parece.

Sam lançou um olhar fuzilante para Freddie, que engoliu em seco e se calou, mudando o rumo da conversa:

– Os meninos estão com sono, vou leva-los para o quarto.

– Faz isso – disse Sam, sentindo-se exausta, sentando-se no sofá ao lado de Mabel – Você não quer ir dormir querida?

– Sim, já estou com sono.

– Eu tô vendo. Vem, a tia coloca o seu pijama e te ajuda a escovar dentes.

Sam e Freddie encontraram-se na sala, depois das crianças dormirem.

– Que bagunça eles fizeram – reparou a loira, olhando para todos os brinquedos espalhados e a parede suja de giz de cera, certamente obra dos gêmeos – É sério, eu vou surtar! – disse ela, deixando seu corpo escorregar pela parede, até sentar-se no chão.

– Deixa isso pra lá amor. Amanhã eu dou um jeito e arrumo tudo. Você tá muito nervosa. Que tal um vinho para acalmar os ânimos?

– Não é má ideia nerd.

Freddie foi à cozinha e voltou à sala com uma garrafa de vinho e duas taças. Abriu e serviu os dois.

– Ao nosso amor – brindou Freddie, batendo sua taça na de Sam.

Os dois deram um gole e se beijaram em seguida.

– Você imaginava tudo isso? – perguntou a loira ao marido.

– Tudo isso o que?

– Que um dia estaríamos casados, cheios de filhos e a beira de um ataque de nervos?

– Não, nunca imaginei isso – respondeu Freddie, rindo.

– Estamos pagando todos os nossos pecados.

– Uma vez eu li uma frase que dizia: “se eu não tivesse filhos, minha carteira estaria cheia, minha casa estaria limpa, mas meu coração estaria vazio”.

– Pior que é a mais pura verdade – concordou Sam, rindo.

– E eu devo tudo isso a você meu amor.

– O que?

– A nossa família feliz. Tudo isso é fruto do nosso amor.

– Oh, que lindo bebê! O vinho tá te deixando romântico.

– O vinho só está tirando a trava que me impede de me declarar para você a cada segundo, até porque você enjoaria de toda a minha melosidade rapidinho.

– Eu te acho muito fofo quando fica assim meloso gatinho.

– Eu te amo minha loira má, você é a mulher da minha vida – disse ele, acariciando o rosto dela.

– Eu também te amo meu nerd, você é o homem da minha vida – falou ela, beijando o marido.

Sam interrompeu o beijo abruptamente ao se assustar com o som ligado. Freddie havia pego o controle remoto. A princípio ecoou a música infantil alta de Isabelle, mas logo o moreno trocou a música por uma romântica, abaixando o volume para não acordar as crianças.

– A bela dama me dá a honra dessa dança? – perguntou Freddie, cavalheiro, em pé diante de Sam, estendendo-lhe a mão.

– Como posso recusar uma dança com um cavalheiro tão lindo? – indagou ela, sorrindo e tomando a mão de Freddie.

Os dois dançaram lentamente e abraçados.

– Pelo menos hoje você sabe que eu sou uma dama – comentou Sam, rindo.

– Eu sempre soube, só queria te irritar – confessou Freddie, rindo também.

Sam colocou cabeça no ombro de Freddie. De repente a primeira música acabou e começou a tocar “running away”. Os dois começaram a cantarolar baixinho, enquanto fitavam os olhos um do outro. Logo uniram seus lábios.

No apartamento 8-B, um casal também dançava coladinho.

– Brad, a noite está perfeita. Muito obrigada por tudo isso – disse Carly, feliz.

– Não precisa agradecer meu amor. A sua alegria já é minha recompensa. Se bem que tem outra coisa que você pode fazer para me agradecer – falou Brad, com um olhar malicioso.

– E o que seria? – perguntou Carly, fingindo inocência.

Brad pegou Carly no colo:

– Lá em cima eu te explico – subindo as escadas com ela.

No apartamento 13-B, Sam e Freddie continuavam trocando beijos. Ela enlaçou as pernas na cintura dele, que a segurou firme, levando-a para o quarto. Os dois caíram na cama, onde a troca de carícias e beijos apaixonados recomeçou.

Mais tarde, Freddie começou a conversar com Sam:

– Eu adoro quando podemos ter esses momentos românticos em meio ao nosso atribulado cotidiano com filhos, trabalho, casa...

Ele parou de falar ao perceber a respiração mais pesada de Sam. Olhou para a loira e percebeu que ela já tinha mergulhado em sono profundo. Ele cobriu o corpo nu dela com o lençol, beijou sua testa com carinho e cochichou:

– Durma bem meu anjo, eu te amo – deitando-se ao lado dela e abraçando-a, com a certeza de que não poderia existir qualquer outro lugar no mundo onde gostaria de estar.

Alguns andares abaixo, Carly observava Brad em sono profundo. Ele estava malhando na mesma academia frequentada por Freddie e tinha o peitoral definido. Ela não podia negar que ele era um homem bonito e apaixonado por ela, afinal havia se esmerado para preparar uma noite romântica para eles, mas não conseguia esquecer o quanto ele havia sido estúpido nos últimos tempos. A morena sentia-se confusa, apesar de estar contente pela noite que tivera. Resolveu não pensar mais a respeito. Apagou o abajur, puxou o lençol para cobrir a própria nudez e deitou-se para dormir, mas, sentiu-se melhor no seu canto, afastada de Brad.

Naquela noite um fenômeno especial acontecia no céu, tratava-se da lua cheia gigante. Sem dúvida, era a noite dos apaixonados.

Da janela do seu quarto escuro, Gibby não conseguia pegar no sono, já que havia passado o dia inteiro dormindo. Fitava a lua gigantesca com o pensamento longe. Sabia que Melanie deveria estar feliz a quilômetros de distância, mas, de repente, o rosto de uma moça de cabelos castanhos escuros, olhos amendoados e pele alva veio a sua mente, era Carly. Ele deu um suspiro profundo e fechou a janela, pegou o controle remoto e ligou a televisão, era melhor tentar distrair os pensamentos recorrentes que lhe partiam a alma e estavam o impedindo de retomar as rédeas de sua vida.


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