Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira
Mabel habitou-se rapidamente à rotina do lar dos Puckett Benson e era muito mais obediente e doce que Isabelle, o que causava uma comparação incômoda entre as primas.
A família jantava quando Mabel falou:
– Tia, pode me dar suco, por favor?
– Claro querida – respondeu Sam, colocando suco na caneca da sobrinha – Viu só Isabelle, a sua prima mais nova já sabe usar a palavra “por favor”.
Isabelle deu de ombros e saiu da mesa.
Sam chamou as meninas para tomar banho antes de dormir.
– Mas eu tô terminando de ver o filme – reclamou Isabelle.
– Eu já vou tia, mas eu sei tomar banho sozinha – informou Mabel.
– Como assim Bel? Você só tem 3 anos! A Belinha tem preguiça de tomar banho sozinha até hoje – contou Sam.
– Eu sei tomar banho sozinha, mas prefiro que alguém lave os meus cabelos, dá muito trabalho – explicou Isabelle.
– A mamãe me ensinou - contou Mabel.
Sam pensou por um momento no quanto Melanie premeditou afastar-se da filha para voltar a Havard.
Mais tarde, as meninas estavam cheirosas, vestindo pijamas rosas, com os dentes escovados e prontas para dormir. Freddie foi contar história para elas:
– Que história as princesas vão querer ouvir hoje?
– Eu quero “A Bela Adormecida” – falou Isabelle.
– Não, eu prefiro “Cinderela” – expos Mabel.
– Aqui é a minha casa e eu decido a história que o meu pai vai contar – rebateu Isabelle.
Mabel começou a chorar e Freddie abraçou a sobrinha, recriminando a filha:
– Não seja rude com a sua priminha, Isabelle!
– Eu quero ir para a minha casa – disse Mabel, entre soluços.
Freddie pegou a sobrinha no colo:
– Fica calma querida. A Belinha não falou por mal e vai pedir desculpas.
– Não vou nada. E saia agora do colo do meu pai! – determinou Isabelle, autoritária – Já me basta ter que dividir meus pais com os bebês bobões, agora tenho que dividir eles e até meu quarto com a minha prima bobona!
– Você não quer dividir seu quarto com a Bel? – perguntou Freddie à filha.
– Não mesmo! Aqui ela não dorme!
– Tudo bem, ela vai dormir comigo e com a sua mãe, no nosso quarto – informou Freddie, saindo com a sobrinha no colo.
– Eu odeio essa garota! – gritou Isabelle, atirando uma de suas bonecas contra a porta.
Na manhã seguinte, Sam foi conversar com a filha:
– Belinha, o que você fez ontem com a sua prima foi muito feio. Sei que está com ciúme, mas isso já passou do limite. A Mabel é praticamente um bebê e foi abandonada pela mãe. O pai dela está doente e avó precisa cuidar dele. Ela só tem a nós. Custa você ser legal com ela?
– Custa. Eu não tenho culpa se os pais dela não quiseram saber dela, não é por isso que ela vai roubar os meus.
– Ninguém vai roubar o meu amor e o do seu pai por você, será que nunca vai entender isso?
– Quando ela vai embora?
– Quando o pai dela melhorar.
– E quando isso vai acontecer?
– Não sabemos. Espero que você se comporte bem de agora em diante, para o seu bem.
– Está me ameaçando? Não tenho medo de você.
– Estou te avisando. Se você me conhecesse na sua idade, teria muito medo.
Naquele dia, Isabelle viu que Mabel assistia a um musical infantil, imitando os passos da dança em frente à televisão. A menina pegou o controle e trocou de canal.
– Não, eu tava vendo! – queixou-se Mabel, choramingando.
– O que fez agora Isabelle? – perguntou Sam, colocando Nick no carrinho, ao lado de Eddie, e correndo para a sala de estar.
– Essa garota é muito chorona! Tá na hora do meu desenho em outro canal. Eu sempre assisti – justificou Isabelle.
– Está bem. Você assiste o seu desenho aqui e a Bel pode ver o seu musical lá no quarto da tia. Vem que eu vou ligar a TV pra você – disse Sam, pegando a sobrinha pela mão.
No final da tarde, Mabel adormeceu no sofá. Freddie viu a cena:
– Vou levar essa baixinha pro quarto. É só ficar quietinha que acaba dormindo. É um anjinho – pegando a sobrinha no colo.
– Ela é muito boazinha mesmo, não dá trabalho nenhum, ao contrário da Isabelle – concordou Sam, que dava sopinha aos gêmeos.
Foi a gota d’água para Isabelle, que já não se aguentava de tanto ciúme. A menina aproveitou a distração dos pais e pegou a boneca que Mabel deixou no sofá da sala. Na sequência, foi sorrateira até a cozinha e pegou uma faca, após encostar uma cadeira na bancada da cozinha a fim de alcançar o armário mais alto, abrindo a barriga da boneca de pano e puxando todo o recheio para fora. Então devolveu a faca ao armário, colocou a cadeira no lugar e foi para o seu quarto, onde a prima dormia tranquilamente, colocando a boneca ao dela, dizendo baixinho:
– Tá aqui a sua boneca com as tripas pra fora!
A família assistia a um seriado no sofá da sala. Isabelle no colo do pai e Sam com os gêmeos, quando ouviram um choro sentido vindo do quarto das meninas. O casal se levantou e correu, Isabelle foi atrás com um sorriso de menina má nos lábios.
– A minha boneca! – disse Mabel, entre soluços, mostrando o brinquedo destroçado – Era a que eu mais gostava.
– Calma querida, a tia te dá outra boneca – falou Sam, pegando a sobrinha no colo – Como isso foi acontecer?
– Não sei. Eu acordei e ela estava assim – falou Mabel.
– Vai ver ela faz coisas dormindo, que nem num filme que eu vi, e abriu a barriga da boneca dela com uma faca – disse Isabelle, rindo.
Sam e Freddie olharam ao mesmo tempo para Isabelle com ar de reprovação.
– Por que fez isso Isabelle Puckett Benson? – perguntou Sam, de forma direta.
– Isso o que? – indagou Isabelle, fazendo-se de desentendida.
– Agora você passou dos limites Isabelle! Foi muita maldade – disse Freddie em tom enérgico.
– Está de castigo por uma semana, sem televisão – determinou Sam.
– Eu não ligo. Vou continuar aprontando até se livrarem dessa garota! – ameaçou Isabelle.
Sam resolveu ir ao shopping com Mabel, para comprar uma nova boneca para a menina, e chamou Carly para ir junto. Contou a situação com Isabelle.
– A Belinha é muito ciumenta, mas vai acabar se acostumando com a presença da prima e ainda vai amá-la como irmã, você vai ver – falou Carly.
– Eu temo que não. A Belinha é muito mais parecida comigo do que eu gostaria. Eu vejo que o jeito dócil da Mabel irrita a Isabelle tanto quanto esse mesmo jeito da Melanie me irritava, na verdade, ainda irrita.
– Então tente não agir como sua mãe. Evite as comparações. Isso só fazia você sentir mais raiva da Melanie e fará a Belinha sentir mais raiva da Mabel.
– É, acho que você tem razão. Mas, o ideal seria que a Mabel voltasse para a casa dela, porque quando elas eram só primas, e não irmãs, se davam bem.
– Será que o Gibby já não está melhor?
– Acho que não. Charlotte pega a Mabel de manhã cedo lá em casa, todos os dias, mas nunca se refere a qualquer melhora do filho.
– Vou hoje à noite fazer uma visita pra ele.
– Por que?
– Porque estou preocupada com o meu amigo. Eu gosto do Gibby.
– Espero que aquela sua paixão recolhida pelo Gibby da época que ele levou o tiro para te salvar já tenha sido superada.
– Claro que foi. Estou casada e muito feliz. Eu amo meu marido.
– Não sei por que às vezes me parece que seu casamento com o Brad tá na corda bamba.
– Impressão sua.
– Que bom.
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