Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 73
A nova filha




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/578641/chapter/73

Mabel habitou-se rapidamente à rotina do lar dos Puckett Benson e era muito mais obediente e doce que Isabelle, o que causava uma comparação incômoda entre as primas.

A família jantava quando Mabel falou:

– Tia, pode me dar suco, por favor?

– Claro querida – respondeu Sam, colocando suco na caneca da sobrinha – Viu só Isabelle, a sua prima mais nova já sabe usar a palavra “por favor”.

Isabelle deu de ombros e saiu da mesa.

Sam chamou as meninas para tomar banho antes de dormir.

– Mas eu tô terminando de ver o filme – reclamou Isabelle.

– Eu já vou tia, mas eu sei tomar banho sozinha – informou Mabel.

– Como assim Bel? Você só tem 3 anos! A Belinha tem preguiça de tomar banho sozinha até hoje – contou Sam.

– Eu sei tomar banho sozinha, mas prefiro que alguém lave os meus cabelos, dá muito trabalho – explicou Isabelle.

– A mamãe me ensinou - contou Mabel.

Sam pensou por um momento no quanto Melanie premeditou afastar-se da filha para voltar a Havard.

Mais tarde, as meninas estavam cheirosas, vestindo pijamas rosas, com os dentes escovados e prontas para dormir. Freddie foi contar história para elas:

– Que história as princesas vão querer ouvir hoje?

– Eu quero “A Bela Adormecida” – falou Isabelle.

– Não, eu prefiro “Cinderela” – expos Mabel.

– Aqui é a minha casa e eu decido a história que o meu pai vai contar – rebateu Isabelle.

Mabel começou a chorar e Freddie abraçou a sobrinha, recriminando a filha:

– Não seja rude com a sua priminha, Isabelle!

– Eu quero ir para a minha casa – disse Mabel, entre soluços.

Freddie pegou a sobrinha no colo:

– Fica calma querida. A Belinha não falou por mal e vai pedir desculpas.

– Não vou nada. E saia agora do colo do meu pai! – determinou Isabelle, autoritária – Já me basta ter que dividir meus pais com os bebês bobões, agora tenho que dividir eles e até meu quarto com a minha prima bobona!

– Você não quer dividir seu quarto com a Bel? – perguntou Freddie à filha.

– Não mesmo! Aqui ela não dorme!

– Tudo bem, ela vai dormir comigo e com a sua mãe, no nosso quarto – informou Freddie, saindo com a sobrinha no colo.

– Eu odeio essa garota! – gritou Isabelle, atirando uma de suas bonecas contra a porta.

Na manhã seguinte, Sam foi conversar com a filha:

– Belinha, o que você fez ontem com a sua prima foi muito feio. Sei que está com ciúme, mas isso já passou do limite. A Mabel é praticamente um bebê e foi abandonada pela mãe. O pai dela está doente e avó precisa cuidar dele. Ela só tem a nós. Custa você ser legal com ela?

– Custa. Eu não tenho culpa se os pais dela não quiseram saber dela, não é por isso que ela vai roubar os meus.

– Ninguém vai roubar o meu amor e o do seu pai por você, será que nunca vai entender isso?

– Quando ela vai embora?

– Quando o pai dela melhorar.

– E quando isso vai acontecer?

– Não sabemos. Espero que você se comporte bem de agora em diante, para o seu bem.

– Está me ameaçando? Não tenho medo de você.

– Estou te avisando. Se você me conhecesse na sua idade, teria muito medo.

Naquele dia, Isabelle viu que Mabel assistia a um musical infantil, imitando os passos da dança em frente à televisão. A menina pegou o controle e trocou de canal.

– Não, eu tava vendo! – queixou-se Mabel, choramingando.

– O que fez agora Isabelle? – perguntou Sam, colocando Nick no carrinho, ao lado de Eddie, e correndo para a sala de estar.

– Essa garota é muito chorona! Tá na hora do meu desenho em outro canal. Eu sempre assisti – justificou Isabelle.

– Está bem. Você assiste o seu desenho aqui e a Bel pode ver o seu musical lá no quarto da tia. Vem que eu vou ligar a TV pra você – disse Sam, pegando a sobrinha pela mão.

No final da tarde, Mabel adormeceu no sofá. Freddie viu a cena:

– Vou levar essa baixinha pro quarto. É só ficar quietinha que acaba dormindo. É um anjinho – pegando a sobrinha no colo.

– Ela é muito boazinha mesmo, não dá trabalho nenhum, ao contrário da Isabelle – concordou Sam, que dava sopinha aos gêmeos.

Foi a gota d’água para Isabelle, que já não se aguentava de tanto ciúme. A menina aproveitou a distração dos pais e pegou a boneca que Mabel deixou no sofá da sala. Na sequência, foi sorrateira até a cozinha e pegou uma faca, após encostar uma cadeira na bancada da cozinha a fim de alcançar o armário mais alto, abrindo a barriga da boneca de pano e puxando todo o recheio para fora. Então devolveu a faca ao armário, colocou a cadeira no lugar e foi para o seu quarto, onde a prima dormia tranquilamente, colocando a boneca ao dela, dizendo baixinho:

– Tá aqui a sua boneca com as tripas pra fora!

A família assistia a um seriado no sofá da sala. Isabelle no colo do pai e Sam com os gêmeos, quando ouviram um choro sentido vindo do quarto das meninas. O casal se levantou e correu, Isabelle foi atrás com um sorriso de menina má nos lábios.

– A minha boneca! – disse Mabel, entre soluços, mostrando o brinquedo destroçado – Era a que eu mais gostava.

– Calma querida, a tia te dá outra boneca – falou Sam, pegando a sobrinha no colo – Como isso foi acontecer?

– Não sei. Eu acordei e ela estava assim – falou Mabel.

– Vai ver ela faz coisas dormindo, que nem num filme que eu vi, e abriu a barriga da boneca dela com uma faca – disse Isabelle, rindo.

Sam e Freddie olharam ao mesmo tempo para Isabelle com ar de reprovação.

– Por que fez isso Isabelle Puckett Benson? – perguntou Sam, de forma direta.

– Isso o que? – indagou Isabelle, fazendo-se de desentendida.

– Agora você passou dos limites Isabelle! Foi muita maldade – disse Freddie em tom enérgico.

– Está de castigo por uma semana, sem televisão – determinou Sam.

– Eu não ligo. Vou continuar aprontando até se livrarem dessa garota! – ameaçou Isabelle.

Sam resolveu ir ao shopping com Mabel, para comprar uma nova boneca para a menina, e chamou Carly para ir junto. Contou a situação com Isabelle.

– A Belinha é muito ciumenta, mas vai acabar se acostumando com a presença da prima e ainda vai amá-la como irmã, você vai ver – falou Carly.

– Eu temo que não. A Belinha é muito mais parecida comigo do que eu gostaria. Eu vejo que o jeito dócil da Mabel irrita a Isabelle tanto quanto esse mesmo jeito da Melanie me irritava, na verdade, ainda irrita.

– Então tente não agir como sua mãe. Evite as comparações. Isso só fazia você sentir mais raiva da Melanie e fará a Belinha sentir mais raiva da Mabel.

– É, acho que você tem razão. Mas, o ideal seria que a Mabel voltasse para a casa dela, porque quando elas eram só primas, e não irmãs, se davam bem.

– Será que o Gibby já não está melhor?

– Acho que não. Charlotte pega a Mabel de manhã cedo lá em casa, todos os dias, mas nunca se refere a qualquer melhora do filho.

– Vou hoje à noite fazer uma visita pra ele.

– Por que?

– Porque estou preocupada com o meu amigo. Eu gosto do Gibby.

– Espero que aquela sua paixão recolhida pelo Gibby da época que ele levou o tiro para te salvar já tenha sido superada.

– Claro que foi. Estou casada e muito feliz. Eu amo meu marido.

– Não sei por que às vezes me parece que seu casamento com o Brad tá na corda bamba.

– Impressão sua.

– Que bom.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Seddie, a história continua" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.