Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 69
O amor de Spencer


Notas iniciais do capítulo

O feriado prolongado e a minha gripe fizeram com que eu tivesse tempo de sobra pra escrever um capítulo atrás do outro rs
Boa leitura e feliz Páscoa!



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Mais uma manhã em Seattle. Spencer acordou muito mais cedo que de costume e foi direto para a entrada do colégio de Charles. Observava cada pessoa que chegava, mas nem sinal de Audrey.

Já passava do meio dia e meia quando a ruiva apareceu e se surpreendeu ao ver Spencer.

– Você por aqui? Não me diga que tem um filho no colégio.

– Não, só uma afilhada.

– E veio trazê-la?

– Não, vim ver você. Audrey, quanto tempo! Olha só para você, não mudou nadinha! Eu estava com tanta saudade – abraçando-a.

A moça se desvencilhou:

– Pensei que nem se lembrasse que eu existo, afinal, me deixou esperando feito uma palhaça no aeroporto quando eu estava indo de Dallas para Vancouver há alguns anos.

– Eu tive um imprevisto. Minha irmãzinha queria que eu a levasse ao baile da Força Aérea, mas aí eu fiquei muito doente e não deu nem para leva-la e tomei tanto remédio que fiquei zonzo e até me esqueci de ligar pra você.

– Tanto faz Spencer. Agora eu preciso entrar, tenho uma aula.

– Espera Audrey – disse Spencer, segurando-a pelo braço – Me dá uma chance, por favor. Você foi a única namorada que realmente amei.

– Agora é tarde pra isso.

– O que quer dizer?

– Estou noiva, me caso no próximo mês. Foi por isso que resolvi voltar a Seattle, porque ele tem um bom emprego aqui e eu já terminei minha especialização em pedagogia infantil no Canadá.

– Duvido que você ame esse cara tanto quanto me amou.

– Estou com pressa Spencer. Vá pra casa e tire logo esse pijama – finalizou ela, puxando o braço e entrando rapidamente no colégio.

Spencer olhou para si e se deu conta de que na pressa havia saído de casa de pijama. Então, voltou correndo para o Bushwell Plaza. No meio do caminho, Isabelle, acompanhada da avó Marissa e dos irmãos, tomando o rumo do colégio, riu da situação:

– O padrinho saiu de casa de pijama de novo!

– Esse Spencer não toma jeito – comentou Marissa, empurrando o carrinho com os netos.

No início da aula, Isabelle foi falar com a professora:

– Já fiz metade do dever atrasado, está aqui – colocando em cima da mesa dela.

– Que bom Isabelle – falou a professora, tentando disfarçar o choro, limpando uma lágrima que teimou em cair do canto de seu olho direito.

– Você está chorando?

– Não, foi só um cisco que caiu no meu olho.

– Eu sou criança mas não sou burra. Está chorando porque eu não fiz todo o dever de casa?

– Claro que não querida – falou Audrey, conseguindo sorrir da inocência da menina – Adultos choram quando estão com o coração partido.

– Saquei. Você está chorando por causa de um namorado né?

– Pior, de um ex-namorado. Mas, vai passar. Agora vá se sentar Isabelle, que eu já vou começar a aula.

Isabelle assentiu com a cabeça e voltou rapidamente para o seu lugar.

Mais tarde, Sam foi buscar os filhos no colégio. Quando chegaram ao apartamento, depararam-se com água saindo por baixo da porta. A loira abriu a porta rapidamente e logo constatou que o cano da pia da cozinha havia estourado e estava alagando todo o local.

– Que merda! – esbravejou Sam, correndo para fechar o registro.

Ela pegou o celular e ligou para o encanador. Resolveu levar as crianças para o apartamento de Carly. A amiga aceitou de bom grado cuidar dos pequenos enquanto a loira resolvia a situação e secava o apartamento.

Isabelle comia o macarrão com almondegas preparado pela madrinha, na companhia desta e de Brad, enquanto observava o padrinho estático, sentando no sofá, olhando para a televisão sem nem piscar.

– Tá tudo bem com o dindo?

– Ele está estranho o dia todo. Mais cedo teve um acesso de choro, depois parou e passou o dia assim. Já estou pensando até em leva-lo ao médico – informou Carly.

– Eu acho que não é pra tanto, amor – falou Brad – O Spencer só está triste com alguma coisa.

– Hoje é a segunda pessoa que eu vejo triste – contou Isabelle.

– É mesmo Belinha? Quem é a outra? – perguntou Carly.

– A minha professora Audrey, ela até chorou.

Ao ouvir o nome de Audrey, Spencer levantou-se num pulo e correu para a cozinha, perguntando à afilhada:

– Audrey chorou? Ela estava triste?

– Sim, por causa de um ex-namorado. Você conhece a minha professora?

Spencer começou a dançar, contente:

– Ainda tenho uma chance, Audrey me ama! – dando um pulo.

– Você não está se esquecendo de nada Spencer? – perguntou Carly.

– Do que? Estou usando calça e cueca – ele olhou por baixo da calça do pijama – Que nada, esqueci da cueca, de novo!

– Eu estava falando da Verônica. Vocês marcaram o casamento para daqui a dois meses – lembrou Carly.

– Puxa, a Verônica! – disse Spencer, dando um tapa na própria testa – Mas eu amo a Audrey, foi a única namorada que eu realmente amei, você sabe disso Carly.

– Mas a Verônica te ama e não merece sofrer. Se você quer ficar com a Audrey, seja honesto com ela – aconselhou Carly.

Já era tarde quando Sam e Freddie foram buscar os filhos adormecidos no apartamento de Carly.

Isabelle acordou quando Freddie a colocou na cama e a cobriu, falando:

– Papai...

– Diga princesa.

– Por que os adultos complicam tanto essa coisa de amor?

– Como assim?

– Duas pessoas se amam, mas não ficam juntas, e namoram outras pessoas que não amam.

– Às vezes por medo. O amor é um sentimento tão forte que chega a dar vontade de fugir do ser amado, por sentirmos que não estamos no controle perto daquela pessoa. Ele nos deixa bobos e nas mãos da pessoa amada, então, muitas vezes, procuramos estar com pessoas que não nos causem um sentimento tão forte, por ser mais seguro, até como uma fuga do amor verdadeiro.

– Nossa! Isso é muito confuso.

– Aproveite a sua infância e não pense nisso. Ser adulto é realmente confuso.

– Só mais uma pergunta: você ama a mamãe?

– Mais que a minha própria vida.

– E não foge dela?

– Já fugi muito, e hoje vejo o quanto de tempo eu perdi. Boa noite princesa – dando um beijo na testa da filha e saindo do quarto.

Freddie entrou na suíte do casal, colocou seu pijama e se deitou. Viu Sam surgir no quarto com aparência cansada.

– Finalmente os garotos dormiram. Estavam agitados hoje – informou ela.

O moreno não disse nada, apenas a fitava com um sorriso bobo.

– Qual foi? Tem alguma coisa na minha cara? A minha maquiagem tá borrada?

Ele riu e respondeu:

– Não, você está linda! Eu só estava te olhando e pensando no quanto te amo. Sabe Sam, nós perdemos muito tempo fugindo um do outro.

– Eu acho que as coisas aconteceram na hora que tinham que acontecer.

– Talvez. Eu só sei que nunca mais quero ficar longe de você minha princesa.

– Nem eu de você, meu nerd – disse ela, deitando-se sobre o marido na cama.

Os dois começaram a se beijar, apaixonados, e as carícias começaram. Desfrutaram aquela noite nos braços um do outro.

Na manhã seguinte, Freddie foi o primeiro a acordar e ficou admirando Sam adormecida sobre o seu peito, com a respiração tranquila, as bochechas rosadas e os cabelos loiros espalhados. Ele acariciou a cabeça dela delicadamente, mas ela acordou ao toque do marido, abriu os olhos e o viu fitando-a com um sorriso bobo.

– Mas o nerd deu pra ficar me encarando – comentou ela rindo e se espreguiçando.

– Quem manda você ser tão linda?

– Oh, você que o bebê mais lindo – disse Sam, beijando a boca do marido.

– Eu estive pensando... precisamos de um tempo a sós pra namorar – falou Freddie.

– E o que faremos com as crianças? Colocaremos para adoção? – perguntou Sam, rindo.

– Pensei em algo menos drástico. Podemos deixa-las com a Carly ou com a minha mãe, ou melhor, a Belinha com a Carly e os gêmeos com a minha mãe enquanto vamos ao cinema, só eu e você, como nos velhos tempos, com direito a um jantar à luz de velas depois, o que acha?

– Gostei!

Os dois voltaram a se beijar, até que ouviram batidas na porta do quarto:

– Acordem! Eu tô com fome! Vão deixar uma criança sem café da manhã?

Era Isabelle.

– Já vai garota! – gritou Sam, sem paciência.

Naquela noite, Isabelle foi para o apartamento de Carly, enquanto os irmãos ficaram com a avó Marissa.

Carly, Brad e Isabelle assistiam a um desenho comendo pipoca no quarto da morena, quando Spencer entrou e interrompeu:

– Belinha, você sabe onde mora a Audrey?

– Sai da frente da TV dindo! – determinou a menina, impaciente.

Carly pausou o filme:

– Não vê que está atrapalhando Spencer? Parece doença, só fala na Audrey o dia todo! – recriminou Carly.

– Já tivemos até que mentir para a Verônica que você está com uma doença contagiosa, porque você não quer falar com ela – observou Brad.

– Eu preciso resolver a minha situação com a Audrey, será que ninguém me entende? – perguntou Spencer.

– Eu entendo. E sei como conseguir o endereço da Audrey – falou Isabelle.

– Como? – perguntou Spencer, ansioso.

– Ela dá aulas particulares para alunos que tem dificuldade, que não é meu caso, já que sou a melhor aluna da turma, então, se fizer uma pesquisa na internet pode encontrar o endereço dela, já que ela dá essas aulas na casa dela – explicou Isabelle.

– Caramba! Baixinha, você é um gênio! – falou Spencer, dando um beijo estalado na bochecha da afilhada e correndo para pegar seu notebook no andar de baixo.

– Eca! O dindo me babou – reclamou Isabelle limpando a bochecha.

Voltaram a assistir ao filme.

Enquanto isso, no cinema, Sam e Freddie ignoravam o filme no telão e trocavam beijos e amassos na última fileira. Os dois já estavam ofegantes, olharam-se e sorriram.

– Por um momento, parece que voltamos à adolescência – falou Freddie.

– Com a diferença de que você está muito mais gostoso agora bebê.

– Você sempre foi gostosa! Com exceção daquela sua fase de menina magrela que vestia roupas masculinas e metia o terror no colégio – observou ele, rindo.

– Naquela mesma época que você era um nerd bobalhão querendo ser gente grande e usando roupas cafonas para sua idade – revidou Sam.

– E quem diria que o nerd e a valentona acabariam se casando?

A expressão fechada de Sam atenuou-se e ela conseguiu sorrir:

– Ninguém imaginaria isso. A nossa história de amor é a mais perfeita dentro de toda a sua imperfeição.

Voltaram a se beijar.

Em um dos bairros de Seattle, Spencer espreitava uma casa de esquina, atrás de uma árvore, viu uma movimentação. Um carro se aproximava e estacionou em frente ao local. Audrey abriu a porta e correu para os braços do motorista que havia acabado de sair do automóvel. Os dois se beijaram, enquanto ele a rodopiava. A cena foi o suficiente para o coração partido de Spencer.

Ele voltou para casa, pegou o seu celular e ligou para Verônica, dizendo:

– Quero adiantar a data do nosso casamento.


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