Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 68
O primeiro dia de aula dos gêmeos




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Sam terminava de montar mais um prato no Gibby’s, colocando-o na bandeja do garçom para ser servido ao cliente. Olhou para o relógio e viu que já passava do meio-dia, precisava se apressar. Tirou o avental, largou num canto, despediu-se de Gibby e Brad, e saiu. Na rua do estabelecimento, colocou o capacete, sentou na sua moto e deu partida.

Na frente do Bushwell Plaza, Freddie já aguardava com as crianças.

– Demorou amor – reclamou ele, olhando o relógio.

– Podia demorar mais mamãe, não faço questão de ir à escola – falou Isabelle, segurando sua mochila de rodinhas da Hello Kitty e com uma lancheira igual, feito uma pequena mochila, nas costas.

– O “Gibby’s” tá muito movimentado, eu não podia deixar os rapazes na mão. Já estou aqui, chegaremos ao colégio até 1h da tarde, não é longe daqui. Fiquem “tranqui” – disse Sam, despreocupada.

A família foi caminhando rapidamente até o colégio. Charles já os aguardava na entrada:

– Sejam muito bem-vindos Eddie e Nick! – falou aos netos, desconfiados, no colo dos pais – Eu vou acompanha-los à sala dos pequenos no maternal. Temos uma professora para cada três crianças. Podem ficar tranquilos que os meninos estarão bem assistidos e, qualquer coisa, estarei por perto.

A família chegou à porta de uma das salas e uma professora se apresentou:

– Prazer senhor e senhora Benson, meu nome é Loren, sou a professora principal aqui. Podem ficar sossegados que seus filhos serão bem cuidados. Eles são uma gracinha! Está na ficha que são Edward e Nicolas, mas qual é qual? – perguntou ela confusa, olhando para os gêmeos idênticos no colo dos pais.

– Essa é uma tarefa difícil. Eu mesmo tenho dificuldade até hoje – confessou Freddie.

Sam esclareceu a situação:

– Edward é o que está no meu colo e Nicolas no colo do Freddie. Eddie foi o primeiro a nascer e é um pouquinho mais alto e tem uma pinta na orelha direita e é mais falante que o Nick, mas ainda caminha com dificuldade e cai com alguma frequência. Nick obviamente é um pouco mais baixo, caminha com facilidade e até corre, é muito mais risonho que Eddie, mas ainda fala coisas incompreensíveis. Também não se espante se Nick comer mais que Eddie. Outra coisa muito importante, o Eddie é intolerante ao leite, então vou deixar com a senhora o leite especial, na dúvida, use este para os dois – entregando uma lata à professora.

– Claro, a senhora pode ficar sossegada, vou alertar as demais professoras. Hora de entrar Eddie e Nick.

– Perderam vacilões! Acabou a folga, vão ter que ir pra escola também! – disse Isabelle aos irmãos.

– Para com isso Isabelle! – pediu Freddie.

Sam e Freddie deram um beijo na bochecha dos filhos, colocaram-nos no chão.

Lauren pegou a mão dos meninos e os conduziu para dentro da sala de aula.

Os garotos foram caminhando com a professora sem olhar para trás. Sam não se conteve:

– Não vão nem dar tchau pra mamãe?

Os meninos olharam para trás, levaram as mãozinhas aos lábios e jogaram beijinhos no ar para a mãe e, então, continuaram andando.

– Eles nem choraram, parece que nem vão sentir minha falta – lamentou Sam, sem esconder o desapontamento.

– É melhor assim, amor – observou Freddie, abraçando a esposa.

O sinal tocou. Isabelle deu um beijo nos pais e correu para a sua sala.

Sam e Freddie voltaram caminhando para o Bushwell e ele percebeu que ela estava muito calada.

– Sam, eles vão ficar bem – disse o moreno, quebrando o silêncio.

– Eu sei. Só que eu não estava preparada psicologicamente para ver os meus filhos de 1 ano de idade entrarem numa sala de aula totalmente independentes.

– Estava preparada psicologicamente para dois berreiros? – perguntou Freddie, rindo.

– Claro, foi assim com a Belinha.

– Você e a Belinha sempre foram muito grudadas. Você não trabalhava fora de casa quando ela nasceu e dedicou sua vida a cuidar dela até os 2 anos, então foi difícil pra ela a separação. Já os gêmeos se acostumaram a sua ausência. Isso não quer dizer que eles te amem menos que a Belinha.

– Eu sei. Você tem razão. É besteira minha. Melhor eu voltar de uma vez pro restaurante e parar de pensar nisso.

Sam deu um beijo nos lábios de Freddie, subiu na sua moto e partiu de volta ao “Gibby’s”. Freddie foi para a garagem pegar seu carro e partir para a Pera Store.

No final do dia, Sam e Freddie foram buscar os filhos no colégio e Lauren elogiou os garotos, dizendo que se comportaram muito bem. Isabelle apareceu apressada, querendo ir logo para casa.

A professora de Isabelle, Audrey, foi falar com Sam e Freddie:

– Com licença, senhor e senhora Benson, sou a professora da Isabelle.

– Sabemos – disse Sam.

– Eu preciso falar com os senhores...

– Agora meus pais não podem, eles estão muito ocupados e têm um compromisso muito importante daqui a pouco – enrolou Isabelle, tentando puxar os pais pelas mãos.

– O que está escondendo pestinha? – perguntou Sam à filha.

– Nada – falou Isabelle, corando.

– O que houve senhorita Audrey? – perguntou Freddie.

– A Isabelle não faz o dever de casa há uma semana – informou a professora.

– Você me garantiu que estava fazendo os deveres com a sua avó, Isabelle – disse Sam à filha, irritada.

– Eu falo tantas coisas que nem me lembro – disse a menina.

– Ela vai fazer todo o dever atrasado – garantiu Freddie.

– E não vai sair de casa enquanto não terminar tudo – garantiu Sam.

– Muito obrigada senhorita Audrey por acabar com a minha vida! – falou Isabelle à professora, irritada.

– Ela falou para o seu bem, seja educada Isabelle – pediu Freddie.

– Valeu professora – falou Isabelle com ironia.

Sam esquentava a comida do restaurante para o jantar, enquanto Freddie arrumava a mesa e as crianças assistiam a televisão na sala. A campainha tocou e Isabelle abriu. Era Spencer:

– Advinha só Belinha! Entrou em cartaz hoje o décimo filme de Guerra nas Galáxias! Daí eu pensei: será que a minha afilhada preferida não quer ir ao cinema comigo para assistir?

– É claro que eu quero! Dá tempo de jantar antes?

– Acho que dá, a sessão é daqui a duas horas – informou Spencer, entrando no apartamento.

– A Belinha não vai a lugar nenhum – informou Sam, caminhando até a sala, seguida pelo marido.

– Ela está de castigo – completou Freddie.

– Por favor, deixem eu ir! Juro que faço todo o dever depois – pediu Isabelle, juntando as mãos em gesto implorativo.

– N-Ã-O – soletrou Sam.

– O que a menina fez de tão grave? – perguntou Spencer.

– É tudo culpa da senhorita Audrey que foi me dedurar para os meus pais, só porque eu não fazia o dever há uma semana. E daí? Eu sou a primeira da turma a aprender a ler e escrever, então nem preciso fazer esse dever bobo – justificou Isabelle.

– Você falou senhorita Audrey? – perguntou Spencer.

– Sim, é esse o nome daquela bobona. Ela morou um tempo fora do País e se acha toda.

– Você sabe o sobrenome dela Belinha?

– Eu acho que é Collins.

Spencer saiu correndo do apartamento.

– O que deu no dindo? – perguntou Isabelle.

– É só o Spencer sendo o Spencer. Seu dindo sempre teve um parafuso a menos filha – explicou Sam.

Pouco depois, Spencer estava tocando a campainha do colégio de forma desesperada. Uma senhora de meia idade apareceu:

– Em que posso ajudá-lo? Sou a zeladora daqui.

– Preciso falar com Audrey Collins. É urgente!

– A professora Audrey já foi embora há um bom tempo. Ela não costuma ficar aqui depois das aulas. Fale com ela amanhã.

– Não dá! É urgente! Me passa o endereço dela!

– Não temos autorização para fazer isso rapaz. Agora me dê licença que tenho mais o que fazer.

Spencer saiu desolado, chutando uma latinha de refrigerante que viu pela frente na rua. Estava decidido a procurar Audrey no colégio no dia seguinte. Naquela noite nem conseguiu pregar o olho e ignorou as chamadas de Verônica no seu celular.


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