Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 65
A rebeldia precoce de Isabelle




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“O velho MacDonald tinha uma fazenda Ia, Ia, ô!

E em sua fazenda tinha uma vaca Ia, Ia, ô!

Com um muu muu aqui

E um muu muu lá...

O velho MacDonald tinha uma fazenda Ia, Ia, ô!

Em sua fazenda tinha um porco Ia, Ia, ô!

Com um oink oink aqui

E um oink oink lá...”

A cantoria de Isabelle e Freddie foi interrompida por Sam:

– Chega! Não aguento mais esse “Ia, ia, ô!” – disse ela imitando a cantoria deles.

– Você tá muito ranzinza amor – observou Freddie.

– Já estamos chegando? – perguntou Sam, ignorando o comentário do marido.

– Agora a mamãe fez que nem o burro do Shrek – observou Isabelle rindo.

– Tá chamando sua mãe de burra Isabelle? – perguntou Sam.

– Não foi isso o que eu disse – respondeu a menina.

– Mais uma quadra e chegaremos ao shopping amor – garantiu Freddie.

O moreno estacionou o carro no shopping, ajudou a esposa a tirar os filhos gêmeos das cadeirinhas no carro e entraram no local com Isabelle correndo e pulando na frente.

– Mamãe, papai! Vejam que lindo esse vestido! – falou a menina apontando na vitrine para um vestido de oncinha.

– Isso é perua demais! – observou Sam.

– E caro demais! – completou Freddie.

– Qual é gente? O meu aniversário está chegando e vocês poderiam me dar de presente, daí eu usaria na minha festa.

– A tia Cat sempre faz as suas roupas da festa – falou Sam.

– Mas eu já sou uma mocinha e agora quero escolher.

– Outro dia a gente compra, vamos continuar andando – disse Freddie, empurrando a filha pelo ombro com a mão livre, já que com a outra segurava Eddie no seu colo.

Nick começou a chorar no colo de Sam e ela falou:

– Más notícias! Fralda molhada. Vou ter que levar ele ao trocador.

– Mas e o meu vestido? – perguntou Isabelle, fazendo beicinho.

– Depois princesa, depois – disse Freddie puxando a filha pela mão enquanto caminhava atrás da esposa.

Mais tarde, no apartamento dos Puckett Benson, Isabelle e Freddie jogavam vídeo-game sentados no sofá.

– Yey! Eu ganhei de novo! Papai é muito ruim! – comemorou a loirinha, dando pulos – Vamos jogar de novo papai?

– Dá um tempo querida, tô cansado – disse ele, levantando-se do sofá e se dirigindo à Sam, sentada na mesa com o notebook na frente e uma cara de preocupação.

– Tá me achando bonita Freddonho? – perguntou ela ao ver o marido parado na sua frente.

– Eu sempre te acho linda meu amor.

– Fala logo o que quer, porque eu tô muito ocupada.

Freddie sentou-se na mesa ao lado dela:

– O que está te preocupando Sam?

– Nada.

– Quem nada é peixe.

– Que piada velha e sem graça.

– Sam, o que está fazendo?

– A contabilidade do restaurante.

– Tudo certo?

– Com o restaurante sim, mas eu queria ver se sobrava um extra pro aniversário das crianças.

– E sobrou?

– Não.

– Então é isso que está te preocupando: o aniversário das crianças.

– E a você não? Cara, é o primeiro aniversário dos gêmeos e o quinto da Belinha. Eles não terão a lembrança de uma data tão importante e ela vai ficar muito decepcionada, já que ama fazer aniversário.

– Daremos um jeito.

– Qual?

– Eu vou vender parte das minhas férias e podemos fazer uma festa para os três, o que acha?

– Até que é uma boa ideia.

Isabelle correu até os pais:

– Eu ouvi falar em festa? Eu adoro festa! Aposto que estavam falando da minha festa – disse ela enquanto não parava de dar pulos e rodopiar.

– Isabelle, eu fico cansada só de te olhar. Para um segundo, garota – pediu Sam.

– Eu sou hiperlativa mamãe – respondeu a pequena.

– É hiperativa princesa – corrigiu Freddie, rindo – Estávamos falando da sua festa sim.

– Oba! Eu quero da Hello Kitty, com balões rosas e várias gatinhas espalhadas...

– Muita calma nessa hora. Não vamos poder encher a festa de coisas rosas, porque não vai pegar bem pros seus irmãos – observou Sam.

– Como assim? – perguntou a menina, desconfiada.

– A festa será sua e dos seus irmãos. Pra que fazer duas festas se vocês fazem aniversário em datas tão próximas? – indagou Sam.

– NÃO VOU FAZER A MINHA FESTA JUNTO COM OS BEBÊS BOBÕES! – gritou Isabelle.

Os bebês se assustaram e começaram a chorar.

– Já falei para não gritar! – repreendeu Sam à filha, levantando-se para ir ver os filhos que pouco antes dormiam no quarto deles.

– Papai, não deixa a mamãe fazer a minha festa junto com o dos bebês bobões, por favor! Eles não conseguiram roubar meu dia quando nasceram e não podem roubar agora! – pediu a menina chorando.

Freddie colocou a filha no colo e secou as lágrimas dela com a ponta dos dedos:

– Não chora princesa, assim você me parte o coração.

– Então vai pedir para a mamãe?

– Belinha, é muito complicado. Não temos condições de fazer duas festas seguidas. Você já vai fazer 5 anos e é uma mocinha, não é mesmo.

– Sim.

– Então pode compreender que a situação da mamãe e do papai tá difícil agora. Não custa nada dividir a sua festa com os seus maninhos.

– Custa sim! Se não podem fazer duas festas, então façam só a minha!

– Está sendo egoísta querida.

– Antes era tudo meu! Daí esses bebês bobões nasceram e querem roubar até o meu dia!

– Isso não é verdade.

– É sim! E vocês nem me amam mais por causa deles.

– Claro que te amamos. Você sempre será a nossa princesinha!

– Então vão me dar uma festa só minha?

– Você tem que aprender a dividir Isabelle.

– Sabia que não me amavam mais – disse a menina saindo do colo do pai e correndo aos prantos para o seu quarto.

Mais tarde, no quarto do casal, Sam lia um livro enquanto Freddie fitava o teto, pensativo.

– Tá precisando de pintura? – perguntou Sam ao marido.

– O que?

– O teto tá precisando de pintura?

– Claro que não.

– Então o que tem lá em cima que você tanto olha?

– Eu tô pensando...

– Pensa na vida que a morte é certa.

– É sério Sam!

– Tá bom. O que tá pegando?

– Eu tô preocupado com a Belinha. Ela ficou muito abalada com o fato de que não terá uma festa só pra ela.

– Coisa de menina mimada. Eu sempre disse que você mima a garota demais. Agora você tá vendo que eu não estava exagerando.

– Pode ser que você tenha razão.

– A mamãe sempre tem razão. Agora é melhor dormirmos porque amanhã temos que acordar de madrugada pra pegar no batente.

– Não considero 7h da manhã de madrugada.

– Devia existir uma lei proibindo as pessoas de acordarem antes do meio-dia, porque, pra mim, o dia só começa depois desse horário.

– Mas você não é dada a cumprir as leis, amor.

– Eu não gosto de cumprir as leis que não fazem sentido, mas essa eu cumpriria com gosto.

– Não duvido – falou Freddie, rindo, inclinando-se para dar um beijo de boa noite nos lábios da esposa.

Ele desligou o abajur e aconchegou-se a ela. Logo estavam dormindo de conchinha.

Na manhã seguinte, Sam foi acordar Isabelle. A mãe ascendeu a luz do quarto e começou a puxar as cortinas a fim de deixar o local bem iluminado, como fazia todas as manhãs.

– Acorda preguiçosa! Sei que não é a melhor coisa da vida, mas faz parte. Acostume-se que dói menos! – puxando a coberta da cama e tomando o maior susto ao ver que no lugar de sua filhinha estavam vários travesseiros – Isabelle! – gritou ela desesperada.

Freddie correu para lá ao ouvir o grito desesperado de Sam:

– O que aconteceu? – perguntou ele, aflito.

– Nossa filha não tá na cama! Olha! Travesseiros! – falou a loira desesperada, atirando os travesseiros da cama da menina longe – Será que sequestraram a nossa garotinha? Nevel e Nora fugiram da cadeia e vieram se vingar de novo?

Freddie reparou que havia um desenho em cima do criado-mudo ao lado da cama da filha e pegou:

– Veja isso Sam! Um desenho da Belinha.

Ela puxou o desenho da mão do marido:

– Uma casa, uma boneca de palitinho corcunda andando em direção a uma árvore, o que isso quer dizer?

– Pensa Sam...

– Eu penso! Sou loira, mas não sou burra.

– Eu não quis ofender e não é hora para brigarmos! Aqui é a casa, a nossa casa, a bonequinha com cabelos amarelos e lisos simboliza a própria Belinha e isso nas costas dela não é uma corcunda, mas uma trouxa de roupa, e ela caminha em direção à árvore, no sentido contrário da casa, logo, a menina está indo embora de casa.

– Está dizendo que a Belinha fugiu de casa antes mesmo de completar 5 anos? Que rebeldia precoce?

– Ela é sua filha, não me surpreende nem um pouco.

– Que eu me lembre era você que tinha mania no início da adolescência de ir embora de casa por não aguentar mais a insuportável da sua mãe.

– Eu nunca fui muito longe, já você foi parar em Los Angeles.

– Olha aqui, eu não fugi de casa, eu sai.

– Tanto faz Sam, temos algo mais importante para resolver do que discutir o passado ou encontrar um culpado para a personalidade rebelde da Isabelle.

– Aonde ela pode ter ido? Será que ela saiu do Bushwell Plaza? Tem noção de quantas coisas horríveis podem acontecer a uma garotinha perdida numa cidade grande? – questionou Sam, já sem conseguir segurar as lágrimas.

– Não fica assim meu amor – disse Freddie abraçando-a - Nós vamos encontrá-la. Ela não deve ter saído do Bushwell Plaza.

– Como pode ter certeza? – perguntou ela, secando as lágrimas.

– Eu não tenho, mas as câmeras do ICarly instaladas na Portaria para vigiar o Lewbert têm.

– Jura que elas ainda estão lá e que ainda funcionam?

– Sim, porque o síndico do prédio pediu para manter como forma de garantir a segurança dos moradores.

– Síndico esperto. Vamos logo ver as imagens da câmera.

Freddie correu para pegar o notebook e analisou as imagens do final da noite do dia anterior até a manhã do presente dia e viram que Isabelle não havia passado pela portaria.

– Mas e se ela saiu por outro lugar como pela garagem? – perguntou Sam.

– Nenhum carro saiu na madrugada, logo o portão não abriu e não deu chance pra Belinha sair. Basta olhar a câmera A que alcança a saída de carros, porque tá virada pra rua.

– Pelo menos isso – disse Sam, respirando aliviada – A nossa filha está segura em algum lugar dentro do prédio.

– Podemos começar a procurar no apartamento da minha mãe e no da Carly.

– Beleza! Vamos lá!

No apartamento de Marissa tiveram que ouvir lição de moral da senhora:

– Eu sabia que iam acabar perdendo essa menina! São dois irresponsáveis! Também, o que se pode esperar de dois adolescentes que acabam com uma criança esperta que nem a Belinha nos braços quando não têm experiência de vida e juízo algum? Eu sabia que dia menos dia essa menina ia dar a volta em vocês! Não cuidam direito dela!

– Tá bom senhora Benson, a Isabelle não está aqui e não temos tempo a perder com a senhora – falou Sam, dando as costas para a sogra e tocando a campainha de Carly, que logo abriu a porta e saiu com uma pasta que mal fechava, de tantos papeis, nas mãos.

– Bom dia pessoal! Eu tô um pouco atrasada pro trabalho, então se não for nada urgente eu agradeço se puderem vir conversar comigo depois, tenho uma reunião em uma hora – disse a morena, fitando o horário na tela do celular.

– É muito urgente Carly – informou Sam.

– A Belinha fugiu de casa – completou Freddie.

– Eu não acredito! Mas ela só tem 5 anos! – surpreendeu-se Carly.

– Nem isso ainda, vai completar em duas semanas – disse Sam.

– Pelo visto você não viu a Belinha – observou Freddie.

– Não mesmo. Mas, eu posso ajudar a procura-la. Agora fiquei preocupada com a minha afilhada.

– Carly, vai pro seu trabalho, vai acabar perdendo a sua reunião – falou Sam.

– E daí? Melhor perder a minha reunião que a minha afilhada. Além disso, não vou conseguir trabalhar pensando no que pode ter acontecido à Belinha.

Carly chamou Brad e Spencer para ajudar nas buscas junto com Sam, Freddie e Costela, o qual ouviu a conversa com Marissa e se ofereceu para ajudar. Todos se separaram a fim de vasculhar cada canto do Bushwell Plaza.

No final da manhã o grupo se reuniu na Portaria do prédio desolado, pois ninguém teve êxito em encontrar a menina.

– Onde essa garota pode ter se metido? – perguntou Sam, nervosa, chutando a porta do elevador para extravasar a tensão.

– Assim você vai arrebentar a porta do elevador menina e vão cobrar o conserto no condomínio –ralhou Costela.

– Com o nervoso que eu estou eu poderia ir lá em cima e cortar as cordas desse elevador a dentadas! – respondeu Sam.

Freddie observou a cena e disse empolgado:

– Eu tenho uma ideia de onde possa estar a Belinha!


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Notas finais do capítulo

Onde estará a Belinha???



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