Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 62
A nova aposta




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Como prometido a Gibby, Sam foi conversar com Melanie após buscar Isabelle no colégio. A menina ficou brincando com a prima Mabel.

– Aposto que o Gibby já foi se queixar de mim pra você – falou Melanie, ressentida.

– Ele não se queixou, só me contou que tava chateado com essas discussões constantes de vocês. Melanie, toma cuidado, não vai jogar seu casamento fora, pensa na sua filha, sabemos como é triste crescer longe do pai.

– Eu não afastaria a Mabel dele, só queria poder estudar durante a semana em Havard e estaria em casa com eles todos os finais de semana. Mabel já está caminhando para 3 anos e mais independente, vai deixar de ser um bebê. Eu não posso jogar fora o sonho da minha vida, porque engravidei cedo. Se o Gibby me amasse, ele iria me apoiar.

– O Gibby é todo atrapalhado, ele deve estar inseguro com a possibilidade de ter que passar a semana sozinho cuidando de uma criança.

– A mãe dele também mora aqui, aliás, essa é a casa dela, nem isso eu tenho: uma casa para mim! Sam, eu estou farta dessa vida tão limitada. Eu sempre fui a menina mais bonita e mais inteligente do colégio, ganhei bolsa de estudos no melhor colégio da América, fui aprovada em Direito em Havard, ganhei láurea acadêmica na formatura do colégio. E pra quê? Pra passar minha vida aqui olhando para as paredes? Cuidando da minha filha e ajudando minha sogra a manter uma casa de subúrbio em ordem?

– Então aceita a casa que o nosso pai quer te dar, assim terá uma casa sua.

– Isso não vai resolver a situação! Eu quero brilhar no mundo acadêmico, como sempre! É assim que me sinto feliz, completa, viva!

– Então vê se te aceitam numa faculdade de direito de Seattle.

– Nenhuma faculdade de direito é melhor que Havard e eu fui aprovada pra estudar lá. Essa oportunidade significa muito pra mim.

– E a sua filha não significa nada pra você? Ela não pediu para nascer.

– Significa muito! Mas, com meu sucesso profissional poderei dar a ela tudo o que uma criança pode sonhar.

– Eu acho que tudo o que uma criança precisa é do amor da mãe. Dinheiro nenhum paga isso. Pense nisso.

Melanie não parecia muito convencida. Sam abraçou a irmã, pegou Isabelle e foi pra casa.

Encontrou Cat e Freddie com Nick e Eddie, respectivamente, no colo. Os garotos choravam muito, tanto que Sam ouviu do corredor e entrou no apartamento aflita.

– O que está acontecendo com os meus bebês? – perguntou Sam, nervosa, aproximando-se dos pequenos e medindo a temperatura com as mãos.

– São os dentinhos – explicou Cat.

– Estão nascendo, e eles estão com muita dor – completou Freddie.

Sam foi lavar as mãos e voltou rapidamente pra sala, começando a acariciar as gengivas dos meninos, que foram parando de chorar.

– Isso funcionava com a Belinha também – recordou-se Sam.

Naquela noite os bebês dormiram no meio de Sam e Freddie e os pais acordaram várias vezes, sempre que o choro reiniciava.

O sono dos pais no dia seguinte, durante o trabalho, foi inevitável.

Aos 7 meses, os dentinhos dos garotos já podiam ser vistos e eles começaram a ingerir alimentos um pouco mais sólidos.

Carly e Brad voltaram da lua de mel muito felizes, cheios de histórias pra contar e presentes para os amigos.

Cat teve que retornar a Los Angeles, então Sam e Freddie foram ao colégio de Charles pedir duas vagas no berçário, mas o avô perguntou à filha se não era melhor aos netos que permanecessem com ela até o primeiro ano de vida, ao menos, mas Sam disse que não deixaria o trabalho novamente, estava decidida.

Marissa soube da situação e se ofereceu espontaneamente para cuidar dos netos, indo ao apartamento do filho e da nora.

– A senhora já reclama de cuidar da Belinha no período da manhã, então a troco de que quer cuidar dos gêmeos? – perguntou Sam à sogra.

– Melhor eu tomar conta desses anjinhos a permitir que uma mãe sem coração os jogue num colégio frio e indiferente antes mesmo que aprendam a andar – dramatizou Marissa.

– Agradeço sua oferta, mas recuso, a senhora já me joga muitas coisas na cara.

– Sam! Pode ser melhor para os nossos filhos. Eu também acho muito cedo colocar os bebês no colégio antes mesmo de completarem um ano. Minha mãe cuida da Belinha muito bem – falou Freddie.

– Sam, eu gosto muito de crianças. Não farei isso por você, mas pelos meus netos e por mim, já que minha vida é muito vazia desde que me aposentei – explicou Marissa.

– Sam, será por alguns meses apenas. Quando eles completarem um ano iremos coloca-los no colégio – disse Freddie.

Isabelle também expressou sua opinião:

– A vovó Marissa cuida direitinho de mim – abraçando a avó, que a beijou na bochecha em retribuição.

– Tá bom, vocês venceram. Mas, por alguns meses apenas – cedeu Sam.

Eddie e Nick foram crescendo saudáveis e bonitos. Marissa orgulhava-se ao ver a semelhança com seu filho Freddie se acentuar cada vez mais e cuidava dos garotos com prazer.

Aos 7 meses os pequenos rolavam com facilidade, o que poderia ser perigoso em caso de descuido.

Sam colocou os filhos sobre a cama e foi ao banheiro. Isabelle entrou no quarto dos pais e viu Nick quase caindo da cama ao rolar. A menina correu e segurou o bebê. Quando a mãe saiu do banheiro, a pequena deu lição de moral:

– Você é muito desligada mamãe, se não sou eu o Nick estaria espatifado no chão a essa hora, tem que cuidar melhor dos seus filhos.

– Você sobreviveu não é mesmo? Seus irmãos também vão! Está parecendo sua avó Marissa me criticando – disse Sam, sem paciência, pegando Nick, ainda amparado pela irmã na beirada da cama, no colo.

Aos 8 meses os meninos já engatinhavam por tudo. Freddie orgulhoso filmava os pequenos e achava graça quando se sentavam e batiam palminhas, murmurando coisas incompreensíveis.

Sam disse ao marido:

– E aí Freddonho, vai querer apostar de novo se vão falar primeiro mamãe ou papai?

– Tá querendo perder de novo amor? – zombou Freddie.

– Dessa vez quem vai se dar mal é você! Aposto que os garotos falarão primeiro mamãe.

– Ok, e eu aposto que falarão papai.

Isabelle aproximou-se:

– E eu aposto que falarão mana. Se eu ganhar a recompensa será em comida?

– Gostei da ideia Belinha. Se o papai perder para você vai ter que nos levar a um rodízio de pizzas, o que acha? – perguntou Sam à filha.

– Eu acho uma ótima ideia – concordou Isabelle.

– E se eu ganhar, vou querer que a Belinha vá comigo ao clube AV e a Sam passe as minhas camisas.

– Isso tá fora de cogitação nerd. Sou sua esposa e não sua empregada – insurgiu-se Sam.

– E eu não quero ir no Clube de nerds, mamãe disse que é chato lá – explicou Isabelle.

– Sua mãe fala muita besteira Isabelle – retrucou Freddie – Está com medo de perder a aposta amor? Não confia no seu taco – ele provocou a esposa.

– Confio muito e sei que falarão mamãe e, se isso acontecer, você terá que dançar e cantar uma música do One Direction ao vivo para o site do ICarly.

– Fechado – disse Freddie, seguro de si, apertando a mão de Sam.

Quando os gêmeos já tinham 9 meses, Sam terminava de dar sopinha a eles, quando Nick chamou:

– Mamã!

– O que você falou Nick? – perguntou Sam, empolgada, aproximando-se do bebê.

Nick sorriu para a mãe, mas não voltou a repetir.

Era um final de semana e Freddie voltava com Isabelle da pracinha, onde foram brincar no parquinho.

– Vocês não vão acreditar, mas o Nick falou mamãe! – contou Sam, contente.

– Inacreditável mesmo! É muito fácil roubar na aposta inventando que Nick falou mamãe quando não tinha ninguém em casa pra testemunhar – disse Freddie.

– Ele vai falar de novo e essa sua cara de nerd vai ficar no chão – rebateu Sam.

Sam pegou Nick da cadeira de bebê onde antes era alimentado e insistiu:

– Repete mamãe Nick! Mostra pra eles que a mamãe não é mentirosa. Vamos lá, é ma-mãe!

Nick sorriu para a mãe e não disse nada.

– Bem feito, mané de cabelo louro! – comemorou Freddie, tirando onda da cara da esposa.

– Ele vai repetir mamãe logo, você vai ver, e aí, Benson, terá que pagar a aposta.

Alguns dias depois, Nick e Eddie brincavam sentados no tapete da sala, em volta de vários brinquedos. Freddie assistia televisão sentado no sofá, enquanto Sam ajudava Isabelle com o dever de casa, numa mesa próxima.

Os gêmeos começaram a brigar pela chupeta. Nick atirou a chupeta longe depois de arrancar do irmão.

Nick fitou a mãe e chamou, apontando a chupeta:

– Mamã!

Sam levantou-se da mesa:

– Toma essa nerd! A mamãe venceu a aposta! – comemorou ela, pulando.

– Muita calma nessa hora. O Eddie ainda pode falar papai, porque a aposta foi “o que eles”, no plural, vão falar primeiro.

– Você tá inventando história para não pagar seu mico.

– Você que não prestou atenção aos termos da aposta Samantha Puckett Benson.

– Quando eu te der um murro você vai ver quem é que não presta atenção nas coisas Freddonho.

– Vai me agredir na frente dos nossos filhos? Vai causar trauma nas crianças!

– Vocês dois parecem crianças! – interrompeu Isabelle.

Sam e Freddie ficaram envergonhados e voltaram aos seus afazeres, calando-se.

Algum tempo depois, Isabelle estava estimulando os irmãos a darem os primeiros passos nos andadores que haviam ganho de presente de Charles, quando Eddie agarrou o cabelo da irmã.

– Para com isso Eddie! Não pode – disse a menina, soltando a mãozinha dele do seu cabelo – Se você não fosse pequeninho e tão bonitinho eu iria te arrebentar, como faço com os garotos folgados lá do colégio. É muita sorte sua que sou sua mana.

– Ma-na – repetiu Eddie.

– Eba! – comemorou a menina, colocando os braços para cima.

– Engole essa Freddinardo! – disse Sam, empolgada, levantando-se da mesa onde tomava café da manhã e juntando-se à filha na comemoração. As duas dançavam e pulavam no meio da sala, enquanto Freddie assistia à cena desolado.

No mesmo dia, Sam ligou a câmera de Freddie, colocou a música do One Direction pra tocar no notebook e começou:

– Como diz meu maridinho querido: em 5, 4, 3, 2...

– Espera! – interrompeu Isabelle.

– O que foi Belinha? Esse é o grande momento do seu pai, não interrompa.

– Eu quero dançar e cantar junto com o papai.

– Será uma honra princesa, vem cá – chamou Freddie.

Sam recomeçou:

– Em 5, 4, 3, 2... – apontando para o marido e a filha, soltando novamente a música.

Freddie e Isabelle começaram a cantar e a dançar. Às vezes juntos, às vezes separados, inventando passos coreografados.

Ao final, Sam alertou:

– E corta! – batendo palmas em seguida – Foi muito bom! Tenho que admitir que a performance de vocês foi excelente – elogiou – Os fãs ficarão satisfeitos.

– Você tá se divertindo com o meu mico do ano né loura má? – perguntou Freddie, puxando a esposa pela cintura.

– Muito, você fica uma gracinha dançando meu amor, dá até vontade de te beijar – disse Sam, beijando a boca do marido.

Os dois começaram a se beijar e não pararam mais.

Isabelle voltou para o lado dos irmãos no andador, dizendo aos pequenos:

– É bom que vocês saibam que temos pais loucos. Eles brigam, ficam se zoando e depois se beijam. Vai entender...


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