Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira
Sam amamentava Nick numa tarde de sol, em frente à televisão, ao seu lado, Isabelle estava com Eddie no colo, dando mamadeira com o leite especial.
A campainha tocou e Isabelle olhou para a mãe:
– Atende você, eu estou ocupada.
– E eu não estou né? – perguntou Sam, cobrindo o seio com uma fralda de pano e indo abrir a porta.
– Cheguei! – anunciou Cat, empolgada, segurando uma mala.
– Ahhh! Garota! Que bom te ver! Você veio mesmo?! – falou Sam, contente – Entre.
– E eu ia te deixar na mão? Não deu pra vir no casamento da Carly, porque o musical tava encerrando a temporada e tinha show naquela noite, mas agora estou de férias e posso ficar de babá dos seus filhos pelo resto do mês – explicou Cat, entrando e se sentando no sofá, dando um beijo no rosto de Isabelle em seguida.
– E o Robbie não vai ficar chateado?
– Não, ele viajou com Jade e Beck com a peça teatral produzida por ela. Vão passar em 10 cidades.
– Nossa! Que chique! Estão fazendo sucesso.
– Muito! – concordou Cat, empolgada – E como o meu afilhado cresceu! – observou Cat, fazendo carinho em Nick, no colo de Sam.
– Acontece que esse não é o seu afilhado, esse é o afilhado da Jade, o Nick. Seu afilhado está no colo da Belinha – explicou Sam.
– Oh, minha nossa! Como sou distraída – disse Cat, pegando o bebê do colo da irmã dele – Eu trouxe presentes para você Eddie – beijando o menino na cabeça.
– Tia Cat, também trouxe presente pra mim? – perguntou Isabelle.
– Já falei várias vezes que é feio pedir presente para as pessoas Isabelle! – repreendeu Sam.
– Deixa ela Sam! Eu trouxe uma roupinha muito bonita pra você, eu mesma que fiz, um vestido – contou Cat.
– Eba! – comemorou Isabelle, colocando os braços para cima.
Brad estava viajando em lua de mel com Carly, visitariam Paris e Veneza e ainda passariam em Florença para ver Coronel Shay ao final. Por isso, Sam voltou ao Gibby's.
– Seja bem-vinda de volta Sam! – desejou Gibby, abraçando a amiga e cunhada.
– Valeu Gibby. Eu estava mesmo com saudade. Essa coisa de passar o dia em casa trocando fralda e cheirando a leite tava me cansando. Aqui é meu habitat natural, no meio da comida. Nossa! Que cheirinho bom – disse Sam, aspirando o cheiro da carne que Gibby já estava assando no forno.
– Então, mãos a massa. Os clientes já estavam sentindo falta das suas receitas e do seu tempero.
– Demorou – disse Sam, amarrando seu avental.
Sam colocou água no fogão, quando Lana, a nova cozinheira, uma senhora de meia idade aproximou-se:
– Eu preparo os pratos quentes por aqui.
– Eu vou te explicar uma coisa, porque a senhora ainda não deve ter sido avisada, eu sou a sócia desse restaurante, portanto, decido o que eu preparo e o que a senhora prepara.
– Isso não é justo! O Sr. Gibby me contratou para os pratos quentes, não gosto de fazer sobremesas, não serei reduzida a ajudante de cozinha e a doceira – insurgiu-se a senhora.
– O Sr. Gibby deveria ter explicado à senhora que eu estava em licença maternidade e que eu sou a chefe dessa cozinha. Se a senhora não está satisfeita, a porta está aberta.
– É isso mesmo que vou fazer! Estou me demitindo! – falou Lana, raivosa.
Pouco depois, Gibby entrou correndo na cozinha:
– Sam, você mal chegou e já colocou a cozinheira para correr. Como vamos dar conta do serviço de 3?
– Daremos um jeito Gibby. Podemos fazer os doces de um dia para outro e deixar na geladeira, é até bom que fica mais durinho. Como não faço mais faculdade a tarde, posso ficar mais tempo aqui.
Sam chegou em casa quando já estava anoitecendo. Cat balançava os gêmeos no carrinho.
– Oi Cat – cumprimentou Sam, atirando as chaves sobre a mesa de centro e sentando-se no sofá – Como meus bebês se comportaram? – perguntou a loira admirando os meninos sonolentos no carrinho.
– Comportaram-se muito bem. São muito mais calminhos que a Belinha. Eu dei mamadeira, dei banho, troquei as fraldas sempre que molhavam e agora já estão quase dormindo. Nem choraram.
– Você é uma ótima babá Cat! – elogiou Sam.
– Valeu Sam. Eu já estava com saudade de tomar conta de crianças, éramos felizes quando éramos babás. Sabe Sam, às vezes sinto muita saudade do tempo que morávamos juntas.
– Eu também garota. Nós nos divertimos muito juntas. Você lembra daquele garoto que cuidamos, o que só podia comer macarrão instantâneo no chão e com a mão para não se machucar de tão desastrado? – perguntou Sam, rindo.
– Claro que lembro! E você se lembra daquela garota que falsificou a nota da prova só para que comprássemos uma boneca cara para ela? – perguntou Cat, rindo.
– Aquela garota foi boba, deixou provas. Eu já fiz isso na idade dela, mas sem deixar vestígios.
Freddie chegou, cumprimentou Cat com um beijo no rosto e Sam com um selinho.
– Chegou cedo amor – observou Sam.
– Na verdade não, já são 7 horas da noite – respondeu Freddie.
– O que??? Eu deveria ter buscado a Belinha no colégio a uma hora! – espantou-se Sam, levantando-se do sofá num pulo.
– Sam, você esqueceu a nossa filha no colégio? – perguntou Freddie, indignado.
– Eu tenho muitas coisas pra fazer sabia? Tive um dia cheio – defendeu-se Sam – Vou pegar a Belinha agora – saindo do apartamento apressada.
Sam chegou ao colégio e tomou um susto ao ver que o portão estava fechado e tudo estava escuro no seu interior.
– Ai meu Deus! Cadê a minha filha? – gritou ela, chutando o portão.
Com o barulho, a professora de Isabelle, senhora Blanch, apareceu:
– O atraso da senhora para buscar sua filha passou do limite do tolerável.
– Olha só, eu não acho que estou certa e não preciso ficar ouvindo lição de moral da senhora. Onde está a Belinha?
– Sua sorte é que seu pai é o Diretor desse colégio e levou a menina pra casa dele.
– Sem me avisar?
– Ele tentou ligar para o seu celular várias vezes, mas só dava fora de área.
Sam pegou o celular do bolso e viu que a bateria havia acabado.
– Tá, valeu – disse a loira, correndo de volta para o Bushweel Plaza a fim de pegar a moto.
Na casa de Charles, Sam deparou-se com Marissa no local, que não perdeu a oportunidade:
– Muito bonito Samantha, esquecendo a filha pequena no colégio. Vê se essa é a postura de uma mãe responsável. Eu nunca que esqueci meu Freddie em algum lugar.
– Eu não esqueci a Isabelle porque eu quis, tive um dia cheio, a hora passou e eu não vi – justificou Sam.
– Acontece minha filha, mas tome mais cuidado com as crianças – pediu Charles.
– Bom, eu acho que uma pessoa que esqueceu as filhas por 20 anos não é a mais recomendada para falar sobre esquecimento – atacou Sam.
– Desculpe, não foi essa a minha intenção – falou Charles com vergonha, abaixando a cabeça.
– Tá, desculpa, eu pequei pesado. Valeu por cuidar da Belinha – disse Sam, pegando a filha pela mão e saindo.
As duas chegaram até a moto parada na rua lateral à casa de Charles.
– Oba! Eu finalmente vou andar na sua moto! – comemorou Isabelle.
– Sim, mas é um segredinho nosso. Seu pai e seus avós terão um ataque se descobrirem isso.
– Eu juro que não conto.
Sam colocou a filha na moto, sentou-se na frente dela e disse:
– Segura firme na mamãe garota!
Isabelle abraçou Sam pela cintura e sorriu. A mãe acelerou e a menina vibrou com a nova aventura.
Na manhã seguinte, Sam acordou com alguém a chacoalhando e, sem pensar, imobilizou a pessoa:
– Cat?! Você nunca vai aprender que não deve me acordar desse jeito?
Cat ria sem graça:
– Desculpe Sam, mas eu não sei te acordar de outro jeito. Você tem que levantar, vai perder a hora.
– Tá, beleza – disse Sam, saindo de cima de Cat e olhando o relógio – Minha nossa! Eu tô atrasada, Gibby vai me encher a paciência. Aquele nerd nem para me acordar!
– Freddie te chamou antes de sair, mas ele disse que você murmurou algo e ele não tinha muita certeza se tinha acordado.
– Tanto faz – disse Sam, levantando rapidamente.
Antes de sair, Sam pediu a Cat que levasse Isabelle para almoçar com Marissa, que continuava responsável por levar a neta à escola, e deu um papel com os horários que os gêmeos deveriam ser alimentados. Pegou sua moto e partiu para o Gibby’s.
Para surpresa de Sam, Verônica informou que Gibby ainda não havia chegado.
– Nossa, que estranho, o gordo nunca se atrasa – comentou Sam – Ele avisou algo?
– Nada – respondeu Verônica – Os únicos recados são de fornecedores querendo demonstrar novos produtos para o restaurante.
– Tá bom, depois eu vejo isso, obrigada Verônica.
Pouco tempo depois, Gibby apareceu, abatido. Sam percebeu:
– Está tudo bem Gibby?
– Claro que sim, por que?
– Você se atrasou.
– E daí? Eu só me atrasei hoje, você se atrasa sempre – respondeu ele com grosseria.
– Foi mal cara, eu não quis ofender, só fiquei preocupada.
– Eu não tô legal Sam, sua irmã não para de me encher a paciência.
– Qual o problema?
– Ela quer voltar para Havard.
– E qual o problema?
– Como qual o problema? Ela quer deixar a Mabel comigo a semana toda, passar a semana em Cambridge, e voltar para Seattle só nos finais de semana. Vive reclamando, dizendo que está cansada dessa vida de mãe e esposa, que é inteligente e tem potencial para ser muito mais que isso! Vive estressada, arranjando motivo pra brigar. Ela já tá conseguindo acabar com a minha paciência. Já discutimos hoje cedo.
– Gibby, casamento é tolerância. Eu e o Freddie, por exemplo, somos muito diferentes, brigamos com frequência, mas fazemos as pazes depois. A gente aprende a conviver, a levar a vida juntos. Os dois têm que ceder um pouco para as coisas darem certo.
– Diz isso para a sua irmã, porque eu faço de tudo para ceder e agradá-la, mas ela nunca tá satisfeita com nada.
– Olha, ser conselheira amorosa não é meu forte, mas vou falar com a Melanie, até porque é minha irmã e me preocupo com ela, apesar de concordar com você que a Mel consegue ser insuportável muitas vezes.
– Valeu Sam, agora é melhor começarmos a trabalhar, porque o restaurante não demora a abrir.
– Claro, vamos lá.
Os dois amarraram seus aventais e começaram a trabalhar.
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