Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 42
O terceiro aniversário




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Sam e Freddie ainda dormiam tranquilamente nos primeiros raios de sol em Seattle, quando a loira sentiu uma mãozinha abrir sua pálpebra:
– Tá acordada mamãe? – perguntou Isabelle, risonha como sempre.
– Para com isso amor – tirando a mãozinha da filha – Ainda não tá na hora de acordar – bocejando.
Isabelle pulou em cima da barriga do pai, que acordou sentindo dor:
– Ai! Quer matar seu pai Isabelle?
– Vocês têm que acordar, hoje é o dia da Belinha! – informou a menina empolgada.
Sam e Freddie sentaram-se na cama, ainda sonolentos.
– Mas não é por isso que precisa nos acordar às 6h da manhã querida – disse Sam, olhando o relógio no criado-mudo.
– Nós íamos te fazer uma surpresa daqui a uma hora princesa – contou Freddie.
– Vamos lá, cantem parabéns pra mim! – pediu Isabelle, começando a pular na cama, entre os pais.
– Primeiro preciso jogar água no meu rosto – falou Freddie, bocejando.
– Eu também – concordou Sam.
Então os dois se levantaram e foram ao banheiro, deixando Isabelle aos pulos na cama dos pais.
Os dois saíram do banheiro mais acordados e cantaram parabéns pra filha como ela queria. Isabelle bateu palmas e continuou pulando.
– Agora desça já daí, que isso não é uma cama elástica – determinou Sam, sendo atendida pela pequena, que correu para a cozinha gritando para a mãe que estava com fome.
– É sério, eu acho que a Belinha sofre de hiperatividade – observou Sam.
– Que sorte a nossa! – falou Freddie, rindo.
Mais tarde, o restaurante “Gibby’s” estava todo decorado com o tema da Minnie. Sam e Freddie chegaram cedo com Isabelle para ver se estava tudo em ordem, bem como para receber os convidados.
Isabelle não parava de dar voltas na mesa de doces, roubando um e correndo para baixo da mesa para comer escondida. Sam abaixou-se e puxou a toalha:
– Pra fora Isabelle! Mamãe já disse que não é pra comer docinho e se sujar inteira antes dos parabéns.
Sam puxou a filha e se desesperou ao ver o estado do vestido de Minnie dela:
– Ai que droga! Espero que a Cat tenha feito um vestido reserva.
Isabelle pegou a tiara de orelhas da ratinha que usava e atirou no chão.
– O que foi isso Isabelle Puckett Benson? – perguntou Sam, irritada.
– Não gosto! Machuca! Não quero! – respondeu Isabelle, enfática.
– Eu mereço! – reclamou Sam.
Freddie apareceu:
– O que houve amor?
– Sua filha me tirando do sério, pra variar. Cuida dela, tenho que ligar pra Cat urgente.
Pouco depois, Cat apareceu com um vestido idêntico. Sam agradeceu:
– Pela primeira vez na vida tenho que admitir que a sua mania de fazer várias vezes a mesma coisa quando gosta foi útil.
– Nem esquenta, tem mais três lá na minha mala – informou Cat.
Sam olhou admirada para a amiga.
Os convidados começaram a chegar e Isabelle não continha a ansiedade para abrir os presentes, rasgando todos os pacotes que recebia. A menina vibrou com o presente de Carly.
– Eba! Bigada dinda! – abraçando a madrinha, após tirar de dentro de uma caixa a espada luminosa de guerra nas galáxias.
– Não acredito que você deu isso pra ela Carly – falou Sam.
– Ela queria tanto. Outro dia ela tava comigo e me contou que gosta de assistir Guerra nas Galáxias com o Freddie e que queria muito essa espada, só quis agradá-la.
– Você e o Freddie sempre querem agradá-la e depois sobra pra mim. Eu já tô imaginando tudo quebrado dentro do meu apartamento com o mais novo brinquedo da Belinha.
– Tá sendo muito dramática amor – observou Freddie.
– Tá bom, o que ela quebrar você dá conta – respondeu Sam ao marido.
As crianças começaram a chegar (colegas do colégio) e na companhia de Isabelle corriam de um lado para o outro, roubando doces, subindo e mexendo em tudo. Sam já estava ficando estressada e se dirigiu ao animador, vestido de palhaço:
– Escuta aqui meu filho, eu tô te pagando pra você distrair esse bando de pestinhas e impedir que destruam o meu restaurante.
– Só um minuto senhora, o show já vai começar.
– Nem mais um minuto, não temos um minuto – falou Sam reparando em um garoto que atirava ketchup na parede.
– Como quiser – concordou o palhaço.
O show do palhaço começou e as crianças correram para se sentar em volta.
Charles e Marissa chegaram, de mãos dadas, cumprimentando Sam e Freddie.
– Comprei um lindo vestido para a minha neta Sam, espero vê-la com ele – disse Marissa entregando o pacote.
– Tá, valeu – respondeu Sam, secamente.
– O meu presente eu mandei entregar no apartamento de vocês – falou Charles.
– Por que? – questionou Sam.
– Espere e verá – respondeu Charles.
O casal entrou abraçado no salão e foi se sentar.
– Eu sempre disse que as pessoas não deveriam namorar depois dos 30 anos, muito menos depois dos 40 – falou Sam.
– Principalmente quando essas pessoas são nossos pais – concordou Freddie.
Jade e Beck se aproximaram com o pequeno Richard, no colo do pai.
– Que bom que você veio! Quanto tempo! – disse Sam, empolgada, abraçando Jade.
Freddie cumprimentou Beck com um aperto de mão.
– A nossa vida anda uma correria em Los Angeles. O meu teatro vai de vento em popa e o Beck é ator contratado de Hollywood – contou Jade, orgulhosa.
– Nossa Beck, que chique! – elogiou Sam.
– Parabéns cara – falou Freddie.
– Valeu gente, mas não é pra tanto, ainda faço umas pontas como ator coadjuvante com poucas falas, mas meu trabalho está sendo reconhecido e tenho certeza de que em breve terei papéis melhores – explicou Beck.
– Claro que sim, meu marido arrasa – elogiou Jade, dando um beijo nos lábios dele.
– E como esse garoto cresceu – observou Sam, olhando para Richard.
– Pois é, já vai fazer dois anos no próximo mês – informou Jade – Esperamos por vocês lá em Los Angeles.
– Se for no final de semana podemos dar um pulinho lá, né amor? – indagou Sam a Freddie.
– Claro que sim – concordou Freddie.
Jade e Beck foram levar Richard para ver o show do palhaço.
Pamela, como sempre, chegou no final da festa, dando desculpa de que tinha um encontro.
Melanie e Gibby não puderam ir à festa, porque Mabel estava doentinha com uma virose.
Isabelle brincou, correu, dançou músicas infantis com Richard, encheu-se de salgadinhos e doces e adormeceu no colo do pai antes do último convidado ir embora.
Sam e Freddie, com Isabelle no colo, quase tropeçaram numa caixa enorme na frente da porta do apartamento deles.
– Segura ela aqui que eu vou tirar essa caixa daí para entrarmos – falou Freddie tentando colocar Isabelle no colo de Sam.
– Eu ainda tenho força para tirar essa caixa daí Benson – disse Sam, puxando a caixa, nada leve, com uma mão apenas – Faz tanto tempo que não te bato que você até se esqueceu.
– Prefiro que não me lembrar meu amor – observou Freddie, rindo.
Abriram a porta, colocaram Isabelle na cama e foram abrir a caixa.

– Será que não devemos deixar a Belinha abrir a caixa amanhã? – perguntou Freddie.
– Claro que não, precisamos saber se não é mais um presente extravagante do Charles.
Os dois continuaram abrindo e avistaram uma mini motocicleta amarela recarregável por bateria.
– A Belinha não tem idade pra brinca com isso. Ela pode se machucar – disse Sam, preocupada.
Freddie riu:
– Você tá parecendo a minha mãe toda preocupada.
– Credo, não me compare nunca mais com ela! – falou Sam, irritada – Além disso, é um presente muito caro e não podemos aceitar.
– Você que sabe.
Os dois começaram a fechar novamente a caixa quando ouviram uma vozinha dizer:


– Eu quero ver o meu presente!
Isabelle estava parada atrás dos pais, com olhos curiosos.
– Entregaram errado, não é presente pra você Belinha – disfarçou Sam.
– É meu sim – teimou Isabelle, aproximando-se da caixa e a abrindo – Eba! Uma moto igual da mamãe! – comemorou a menina.
– Não é igual não, porque a sua é amarela – observou Sam.
– É mesmo, a minha é mais bonita! – falou a menina querendo subir na moto ainda dentro da caixa.
– Espera filha, o papai tira – disse Freddie, tirando o brinquedo.
Isabelle subiu em cima e começou a acelerar.
Sam colocou-se na frente antes que a menina fosse com tudo pra cima da mesa de vidro no centro da sala.
– Atropelei a mamãe! – falou Isabelle, rindo sem parar.
– Muito engraçado, agora desça daí – determinou Sam – Só pode brincar fora de casa ou eu devolvo para o seu avô, entendeu?
– Sim mamãe – concordou Isabelle, descendo.
Freddie cochichou para a esposa:
– Pelo visto não vai mais devolver o brinquedo.
– Não. A Belinha adorou, não tenho coragem. Mas, vou ter uma conversa muito séria com o Charles.
No dia seguinte, Sam estava voltando do supermercado com o marido e a filha quando encontraram Charles no elevador, então ela não perdeu tempo:
– Olha só Charles, tô precisando levar um papo sério contigo.
– Estou indo para o apartamento da Marissa, podemos conversar lá.
– Você não se cansa de ficar incomodando a minha mãe não? – perguntou Freddie, contrariado.
– Ela não me parece incomodada com as minhas visitas, muito pelo contrário – respondeu Charles.
– Eu vou pra casa com a Belinha e as compras Sam – resolveu Freddie, irritado, continuando no elevador quando este parou no 8º andar, para subir até o seu apartamento no 13º.
Marissa abriu a porta e sentou-se com Charles e Sam no sofá.
– Não ia adiantar eu pedir para a senhora sair, porque sei que iria escutar a conversa arás da porta, então pode ficar aí – disse Sam à sogra.
– Você está vendo como a sua filha me trata não é querido? – falou Marissa a Charles.
– Prefiro não me meter, já soube que vocês duas têm problemas antigos de convivência, o que lamento muito – expôs Charles – Mas acredito que com o tempo ainda serão grandes amigas.
– Pouco provável, mas vamos ao que interessa – falou Sam, acomodando-se melhor no sofá – Eu já falei algumas vezes, mas acho que o senhor tem dificuldade de compreensão, então vou repetir: não quero que fique dando presentes caros para a minha filha!
– Ela não gostou?
– É claro que gostou. Que criança não gostaria? Acontece que o senhor quase nem visita a sua neta e pensa que a presenteando pode comprar o afeto dela ou remediar todos os anos que me abandonou.
– Eu sou um homem muito ocupado, mas não quero que falte do bom e do melhor para quem amo, essa é minha forma de demonstrar afeto.
– É uma forma meio torta. Na verdade, o senhor não demonstra afeto, mas compra o afeto das pessoas.
– Está sendo grosseira com o seu pai garota! – chamou a atenção Marissa.
– A senhora não se meta nisso! – disse Sam.
– Deixa que eu resolvo isso meu doce – pediu Charles à Marissa, que, contrariada, levantou-se e saiu – Sam, talvez você esteja interpretando meu gesto errado, eu não quero aparecer com isso, só quero ver minhas filhas e minhas netas felizes. Não posso compensar de jeito nenhum o tempo que estive longe, mas quero, ao menos, tornar a vida de vocês mais fácil.
– Dispenso – falou Sam, levantando-se.
– Espera. Quero que você saiba que eu bem que gostaria de me aproximar mais de você e da Belinha, mas você não deixa.
– Enquanto continuar arrotando arrogância e esfregando seu dinheiro na minha cara, não vai dar.
Sam saiu e Charles sentou-se no sofá, desolado. Marissa foi consolá-lo.
Já era noite quando a campainha tocou. Sam ainda assistia a um seriado na televisão. Freddie estava contando histórias para Isabelle, no quarto da menina, a fim de fazê-la pegar no sono. A loira levantou e foi abrir a porta.
– O que a senhora quer aqui há essa hora? – perguntou ao ver a sogra parada à porta.
– Tenho algo muito importante para lhe contar.
– Não tenho a mínima curiosidade de saber.
– Sam, é sobre o seu pai. Ele pode até deixar de mim se souber que lhe contei, mas estou fazendo isso para que você saiba o quanto foi injusta com ele. Não vai me deixar entrar?
Sam saiu da frente da porta e deixou a sogra passar. As duas sentaram-se no sofá e Marissa começou:
– O Charles fez um enorme gesto de amor de forma oculta, o que prova que ele não quer aparecer com presentes, mas deseja o seu bem de coração, mesmo que você não saiba que o bem veio da parte dele.
– Seja mais clara, já é tarde, estou com sono.
– Seu pai forneceu o dinheiro ao Gibby para que ele pudesse abrir o restaurante em sociedade com você.
– O quê??? – perguntou Sam, alarmada, levantando-se do sofá.


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