Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 4
Melação enjoativa




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Um mês havia se passado desde a visita de Freddie a Sam, desde então, nenhum contato foi feito entre eles, nem mesmo por meio de redes sociais.

Em Seattle, Freddie passou as primeiras semanas tentando entender o que houve com Sam, deixando-se levar por um desânimo que preocupava Sra. Benson, até resolver dar ouvidos a Gibby e sair pra curtir a vida na companhia deste, como forma de se esquecer da loura que dominava seus pensamentos e que era capaz de lhe atormentar mesmo a quilômetros de distância.

Em Los Angeles, Sam tocava a vida como sempre, dissimulando os sentimentos como era tão habituada a fazer, embora reservasse as últimas horas do dia a um choro abafado, deitada em sua cama, logo após ter a certeza de que Cat havia adormecido.

Num domingo chuvoso, sem crianças para cuidar, Sam e Cat resolveram passar a tarde assistindo filmes. Cat, que finalmente assumira o namoro com Robbie, resolveu chamá-lo.

O trio, sentado no sofá, devorava pipoca com refrigerante, entre risadas provocadas pela comédia que assistiam. Quando o filme acabou, Sam propôs que o próximo fosse um filme de terror, mas Cat e Robbie reprovaram a ideia.

– O casalzinho aí é muito frouxo pra assistir a um filme de terror. Covardes! - provocou Sam.

– Você sempre soube que eu tenho medo de filmes de terror Sam - observou Cat.

– E o teu namorado é tão medroso quanto você - zombou Sam.

– Não tenho medo. Acontece que estou vivendo um momento tão sublime que só quero coisas positivas e belas em minha vida, tão belas quanto à minha pequena ruivinha - explicou Robbie, dando um beijo delicado nos lábios de Cat, que retribuiu.

– Eca, essa melação de vocês tá me dando ânsia de vômito - reclamou Sam.

– Você tá é com inveja - disse Cat.

– Não, eu estou é com enjoo mesmo - falou Sam, jogando longe o pote de pipoca que segurava e correndo para o banheiro, onde colocou tudo o que comeu nas últimas horas para fora.

Cat e Robbie viram uma Sam pálida sair de dentro do banheiro.

– Você vomitou? - perguntou Cat preocupada.

– O que você acha? - perguntou Sam sem paciência, sentando-se no sofá, um pouco tonta.

– Você tá péssima Sam - comentou Robbie.

– Muito obrigada pela informação - disse Sam, com ironia.

– Melhor chamarmos um médico - falou Robbie.

– Não precisa. Já tá passando - disse Sam, levantando-se - Acho que a pipoca não me fez bem.

– Sempre digo pra não exagerar na manteiga - falou Cat.

– Você deve ter razão. Vou para o quarto descansar um pouco e vocês podem continuar com a melação a sós - disse a loura, retirando-se.

No dia seguinte, Nona resolver fazer um jantar na casa de Sam e Cat. Serviu macarrão a quatro queijos, que era o prato favorito da loura. Dice, Goomer e Robbie também foram convidados.

Todos se sentaram a mesa entusiasmados e encheram os pratos. Sam fez o seu habitual prato que mais parecia o Monte Everest e caprichou na primeira garfada, porém, assim que a comida bateu no seu estômago tomou o caminho de volta e ela teve que sair correndo para o banheiro.

– O que houve com a Sam? - quis saber Nona, preocupada.

– Ela está estranha desde ontem - contou Robbie.

– Tudo que ela come está fazendo mal - completou Cat - Devem ter bichinhos na barriga dela expulsando a comida.

– Como vermes? - quis saber Dice.

– Ai, isso pega? - perguntou Gommer assustado, abraçando Dice.

– Fica calmo amigão, não deve ser contagioso - falou Dice a Goomer, tranquilizando-o.

Sam olhou-se no espelho e percebeu sua palidez. Resolveu ir para o quarto a fim de evitar perguntas e preocupações exageradas por parte dos presentes. Logo escutou batidas na porta.

– Volta pra sala Cat, estou bem - gritou Sam.

– Não é a Cat - falou Nona, entrando - A comida não lhe fez bem querida?

– A comida estava ótima, é o meu prato favorito, depois de frango frito, como a senhora bem sabe, acontece que não ando muito legal ultimamente, deve ser virose. Dá muito nessa época do ano, quando Los Angeles enche de turistas.

– Pode ser. O que você sente especificamente?

– Por acaso a senhora é médica? - perguntou Sam sem paciência.

– Não sou médica, mas tenho muita experiência de vida. Tenho muitas histórias pra contar, minha vida não foi em vão.

– Se vai começar com mais uma de suas longas histórias pode deixar pra depois, que eu não tô legal.

– Não quero contar história nenhuma, quero saber o que sente.

– Tudo bem, se eu falar me deixa em paz?

– Sim, eu prometo.

– Beleza. Sinto náuseas, tenho vômitos, tonturas, cansaço, dores nos seios, mas, apesar disso, volte e meia sinto mais fome que o normal, se é que isso é possível. Por isso, penso que não seja nada sério, já que ainda tenho apetite, sem contar que as dores nos seios são normais na TPM.

– Por falar nisso, suas regras estão atrasadas?

– Um pouco, mas nunca fui muito regulada.

– Você está ganhando peso? Perdendo a cintura?

– Nunca presto muita atenção nisso. Mas, talvez as roupas estejam mais justas sim.

– Sam, eu acho que você deveria procurar um médico. Meu instinto feminino, de mãe e avó, me diz que esse seu mal estar pode ter uma causa que na sua idade é preocupante. É melhor afastarmos logo essa desconfiança.

– Acha que é grave? Eu vou morrer? - perguntou Sam, nervosa.

– Não se trata de morte, mas de vida, de uma nova vida.

– Eu não estou te acompanhando.

– Sam, vou ser direta. Há possibilidade de você estar grávida?

Sam sentiu seu coração disparar com o choque da indagação de Nona, respondendo rapidamente:

– Não, claro que não!

– Eu realmente nunca te vi com nenhum namoradinho, mas nunca se sabe. Talvez um namorico sem importância, uma noite na qual as consequências não foram calculadas.

Sam empalideceu ao último comentário de Nona, pois lhe caiu a ficha que a noite de amor com Freddie poderia ter gerado um fruto.

– Sam, há a possibilidade de você estar grávida não é mesmo? - inquiriu Nona.

Sam não respondeu, apenas abaixou a cabeça.

– Pobre menina - disse Nona, puxando Sam para si, envolvendo-a em um abraço - Acontece nas melhores famílias querida. Pode contar comigo, não está só, apesar de distante da sua família. Eu te quero bem como a minha neta.

– Não! - exclamou Sam, soltando-se do abraço - A senhora está sonhando, nada disso é real. Eu não estou grávida. É só uma virose!

– Você pode ter razão. Talvez seja só a desconfiança de uma velha que já viu muitas mocinhas na sua situação ao longo da vida. Mas, para acabarmos de vez com essa desconfiança, eu posso ir a farmácia comprar um teste para você. Que tal?

– Está bem. Só pra senhora parar de me encher o saco com esse assunto - concordou Sam.

– Volto logo - disse Nona, saindo apressada.

Nona voltou com o teste e Sam foi ao banheiro, enquanto a senhora aguardava ansiosamente do lado de fora. Finalmente a loura apareceu com o teste em mãos.

– E então??? - perguntou Nona nervosa.


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