Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 28
A dor de Carly




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Carly, Sam, Freddie, Isabelle e Spencer estavam sentados na sala de espera do hospital.
O médico apareceu com notícias:
– O senhor Cornelius Gibson já foi operado e o quadro é estável.
– Ele não corre mais risco de vida? - perguntou Carly, preocupada.
– A senhorita é a namorada dele?
– Não, sou uma amiga muito próxima, que o quer muito bem.
– Ainda é cedo pra fazer essa afirmação. A bala ficou localizada na clavícula e não pegou nenhum órgão interno, mas o rapaz perdeu muito sangue e ficou fraco. Tivemos que fazer uma transfusão. Ele vai passar a noite na UTI em observação. Essa noite é decisiva.
– Eu posso ficar com ele? - perguntou Carly.
– Ninguém pode ficar na UTI. Tem uma ala para familiares do lado de fora, mas a senhorita não é parente.
– Deixe-me ficar, por favor.
– Carly, deixa de ser boba. O Gibby não vai melhorar só porque está aqui. Vamos para um hotel, precisamos descansar depois de tudo o que passamos - aconselhou Sam.
– Eu quero ser a primeira pessoa que ele verá ao abrir os olhos - explicou Carly.
– E por que? - quis saber Freddie, desconfiado.
– Porque eu preciso expressar a minha gratidão ao homem que salvou a minha vida - respondeu Carly.
– Ahn - falou Freddie, lembrando-se a forma pela qual Carly havia expressado a sua gratidão quando ele mesmo a salvou de um atropelamento, quebrando-se todo.
– Deixa de ser teimosa maninha. Precisa descansar, se não vai ficar doente. Depois você agradece ao Gibby - disse Spencer.
– Não adianta, não vão me tirar daqui. Vão vocês pro hotel e me deixem em paz.
– Bom, se é assim, a senhorita pode se encaminhar àquele setor à direita - apontou o médico.
Carly caminhou convicta para lá, sem olhar para trás.
Na manhã seguinte, quando Gibby abriu os olhos, Carly o fitava pelo vidro da UTI. Ela correu para avisar ao médico e, em pouco tempo, Gibby foi transferido para o quarto, onde poderia receber visitas. Carly foi a primeira:
– Gibby, eu temi tanto por sua vida! Por que fez isso? Aquele tiro era pra mim.
– Eu mesmo não sei dizer, agi por impulso. Talvez porque eu goste muito de você – respondeu Gibby, ainda fraco.
– Eu vou ser eternamente grata pelo o que fez – falou Carly, sentando-se na cama, ao lado de Gibby.
– Não precisa, eu fiz de coração e faria tudo de novo.
– Oh Gibby, talvez o seu coração seja o mais puro, capaz de me dar o maior amor do mundo.
– O que está dizendo Carly? Não entendi.
– Gibby, eu te...
Antes que Carly pudesse completar a frase, Melanie entrou ventando no quarto:
– Gibby, meu amor! Fiquei tão preocupada quando soube do que houve! Peguei o primeiro avião e voei pra cá. Fico tão feliz em ver que está se recuperando. Não sei o que seria de mim se eu te perdesse.
Os dois se beijaram.
– Bom, já vi que estou sobrando. Melhor eu ir andando – disse Carly, sem graça.
– Espera Carly, tenho uma novidade muito boa. Vou contar pro Gibby e também quero que você, uma amiga tão querida, saiba. Sam, vai me matar por eu ter contado primeiro pra você que pra ela, mas ela também adora fazer isso comigo, então, sem problemas.
– Nossa Melanie, tá me deixando ansioso – falou Gibby.
– E não é bom ele ficar ansioso. O Gibby saiu de uma cirurgia de risco – observou Carly.
– Eu sei, mas essa notícia só vai contribuir pra recuperação dele. Gibby, meus parabéns, você vai ser papai! – contou Melanie, empolgada, colocando as mãos sobre a barriga.

Carly ficou chocada.

– Sério? - perguntou Gibby, perplexo.
– Claro que sim. Esqueceu-se daquela noite, depois do casamento da Sam... Não tomamos cuidado.
– É verdade.
– Não está feliz?
– Eu estou muito feliz! Nossa! Eu vou ser pai Carly!
– Eu ouvi. Parabéns Gibby e parabéns Melanie - falou Carly, sem muito entusiasmo, saindo o quarto.
Mais tarde, Melanie contou a novidade à Sam, no quarto de hotel, enquanto Freddie levou Isabelle para tomar sorvete no bar do hotel.
– Grávida?! Como assim? - perguntou Sam, nervosa.
– Você sabe muito bem como assim, já que teve uma filha há quase dois anos.
– Mas eu sempre fui a gêmea desmiolada. Mamãe sempre dizia: 'A Sam não tem futuro, vai acabar perdida na vida com um filho no braço, já a Melanie tem um futuro brilhante com um belo emprego' - disse Sam, tentanto imitar o jeito de Pam.
– Por isso mesmo preciso da sua ajuda, não sei como contar isso à mamãe. Vai ser a maior frustração da vida dela.
– Ah, isso com certeza.
– Me ajuda Sam? Fizemos o pacto das gêmeas, lembra? Sempre que uma precisar a outra estará pronta a ajudar.
– Está bem. Vamos fazer assim... Esperamos o GIbby se recuperar e, então, eu, você, Gibby e Freddie vamos à casa da mamãe e tentamos contar isso de uma forma mais sútil, se é que isso é possível.
– Valeu Sam, te amo - falou Melanie, abraçando a irmã.
– Tá bom, menos - disse Sam, afastando-a.
A noite, Sam, Freddie, Isabelle, Carly e Spencer jantavam no restaurante do hotel.
– Sua irmã não quis jantar Sam? - perguntou Spencer.
– Não, ela voltou pro hospital pra ficar com o Gibby. E nem deve estar com fome. Início da gravidez dá muito enjôo.
Carly fechou a cara ao último comentário de Sam e a loira percebeu.
– Tá tudo bem Carlynha?
– Tudo, por que não estaria?
– Porque você nem tocou na comida, só fica remexendo o garfo com um ar pensativo - observou Freddie.
– E por que eu estou sem fome significa que não esteja tudo bem? - perguntou Carly, irritada, retirando-se da mesa.
Sam correu atrás dela.
– Que pena, quanta comida desperdiçada - observou Spencer.
– É mesmo - concordou Freddie.
Isabelle puxou o prato da madrinha, antes sentada ao seu lado, e começou a comer o macarrão com as mãozinhas.
– Filha, você ainda nem acabou de comer o seu e tá se sujando toda - ralhou Freddie.
A menina simplesmente sorriu com a cara toda lambuzada de molho.
– E eu resisto a essa sua carinha sapeca? - perguntou Freddie à filha, sorrindo também.
– Essa aí teve a quem puxar - observou Spencer.
– Igualzinha a Sam - falou Freddie.
No quarto de Carly, Sam sentou-se ao lado da amiga na cama para conversarem:
– Não vai me contar o que tá rolando?
– Nada, é TPM.
– Conheço a sua TPM e sei que isso não se parece nada com ela.
Carly começou a chorar:
– Tem razão, é muito pior.
– O que aconteceu de tão grave? Ainda está traumatiza do sequestro?
– Antes fosse. A dor de um amor não correspondido é muito maior que isso. Agora eu entendo.
– Quem não te ama?
– O Gibby! - confessou Carly.
– Não acredito que está apaixonada pelo Gibby! Ele não é seu tipo.
– Cansei dos garotos bonitos que só me fazem sofrer. Pensei que o Gibby me amasse de verdade, como me confessou algumas vezes, tanto que arriscou a vida dele para me salvar.
– Você também pensou que estava apaixonada pelo Freddie quando ele te salvou do atropelamento e não estava.
– Prefiro não falar dos meus sentimentos em relação ao Freddie pra você.
– Eu entendo. Mas, Carly, de qualquer forma, o Gibby vai ter um filho com a Mel e eles vão se casar.
– Eu sei, por isso sofro. Eu tenho muito azar no amor mesmo - concluiu ela, em prantos.
– Não fica assim amiga. Você é linda, inteligente, simpática... Vai aparecer um garoto legal que saiba te dar valor e te amar como merece, pode acreditar.
– Tomara. É tudo o que eu mais quero.
No dia seguinte, o ICarly resolveu voltar para Seattle, com exceção de Gibby, que precisava ficar no hospital em observação mais uns dias, embora já estivesse fora de perigo, permanecendo na companhia de Melanie.
Sam e Freddie ainda dormiam e Carly batia impaciente na porta, preocupada com o horário. Isabelle, deitada no meio dos pais, já estava acordada.
A menina se levantou e tentou alcançar a porta para virar a maçaneta, sem sucesso. Puxou uma cadeira, colocou próxima a porta, subiu e a abriu.
Carly tomou um susto ao empurrar a porta e quase derrubar a cadeira com a afilha junto.
– O que está aprontando, sua danadinha? - passando pela porta entreaberta com cuidado e tirando a menina de cima da cadeira.
– A mamã e o papá ainda tão mimindo - contou Isabelle no colo da madrinha.
– Eu imaginei. Aqueles dois dorminhocos. Desse jeito vamos perder nosso vôo. Você está com saudade de casa?
– Sim.
– Quanto de saudade?
– Assim - falou Isabelle abrindo os bracinhos e fazendo um círculo gigante no ar.
– Eu também. Vamos acordar logo seu papai e sua mamãe - falou Carly colocando a afilhada no chão e a seguindo até o quarto, num biombo atrás da ante-sala.
Isabelle pulou em cima deles, sacudindo-os:
– Mamã, papá, acoda.
Carly admirou a cena, rindo.
Os dois se sentaram na cama, sonolentos.
– Que inferno! Por que precisamos acordar tão cedo? Não tinha um vôo depois do meio-dia não? - reclamou Sam.
Carly e Freddie olharam assustados para o rosto de Sam.
– O que foi? Por que estão me olhando assim? - perguntou a loira, desconfiada.
Isabelle começou a rir, travessa.
– Amor, fica calma e não briga com a Belinha. Lembre-se de que ela é apenas um bebê e não sabe o que faz - advertiu Freddie.
Como se pressentisse a fúria da mãe, Isabelle desceu da cama e correu para o colo de Carly.
– O que tem no meu rosto? - perguntou Sam, irritada.
Como ninguém respondeu, ela se levantou e correu para o banheiro a fim de se olhar no espelho:
– Aahhh! - ela gritou, saindo de lá, em seguida - A Belinha pintou todo o meu rosto de canetinha!
– Calma amor, isso sai - falou Freddie.
– Calma? Você quer que eu fique calma? Porque não pede pra Belinha pintar o seu rosto então? Depois veja se sai fácil - falou Sam, irritada.
– Não é uma boa ideia pedir para uma mulher ficar calma - cochichou Carly para Freddie.
– E agora? Não posso viajar com cara de palhaça!
– Eu te ajudo Sam, vamos para o banheiro - falou Carly, entregando Isabelle para Freddie e puxando a amiga pro caminho do banheiro.
– Acabou a canetinha Isabelle Puckett Benson, a partir de hoje não tem mais brincar de colorir, pra aprender que a cara da mamãe não é papel! - falou Sam, brava, à pequena.
Isabelle começou a chorar e agarrou-se ao pescoço do pai, que a defendeu:
– Está sendo ignorante Sam. Ela é um bebê, não entende, vai traumatizá-la.
– Pra você, tudo vai traumatizá-la! Ela entende muito bem, tanto que ela tava rindo da minha cara até agora.
– Sam, deixa isso pra lá. Vamos logo tirar essa tinta da sua cara, antes que a gente perca o avião. E você Freddie, se arrume e arrume a Belinha, e ajeite as malas - pediu Carly, empurrando Sam para o banheiro.
Algum tempo depois, Sam saiu com marcas menos aparentes da canetinha, com a pele avermelhada de esfregar.
– Eu desisto - disse a loira frustrada.
– Nem dá pra perceber, só um pouco de base - falou Carly apanhando a necessarie da amiga ao lado da cama e aplicando.
– Ótimo, agora minha cara tá com massa corrida - disse Sam, de mau humor.
Pouco tempo depois estavam todos no aeroporto. O trailler de Meião seria resgatado por um primo que morava em Nova York e que, em breve, iria visitá-lo em Seattle.
Isabelle ficou inquieta no avião, mas as palhaçadas de Spencer logo a distraíram e Sam agradeceu muito por isso, pois pode dormir o vôo inteiro no ombro do marido.
Desembarcaram em Seattle muito contentes. Foram pegar suas malas na esteira. Carly viu sua mala e quando foi tirá-la da esteira esbarrou na mala de outra pessoa que fazia o mesmo.
– Você não presta atenção não? - perguntou a morena, irritada.
– Carly?!
– Brad?!


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