Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 171
Capítulo final


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, agradeço a recomendação de Julie Kress!
Dia 30 a fic completa 11 meses e hoje eu chego ao capítulo final.
É difícil expor tudo o que senti nesses 11 meses nos quais tive a oportunidade de deixar a minha criatividade fluir através dessa fic, pude me conhecer melhor como escritora por meio das críticas construtivas dos leitores e, como um grande presente, fiz amigos aqui, os quais pretendo levar para a vida, mesmo após o fim da fic.
Só posso expressar um único sentimento: gratidão, a todos que leram, comentaram, recomendaram, favoritaram e me mandaram mensagens privadas.
É sempre muito difícil escrever um último capítulo, porque, depois de 170 capítulos, a expectativa dos leitores é grande, mas espero que vocês gostem dele mesmo assim.
Com carinho, Nany.



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Gibby e Carly foram se sentar no velho sofá da sala. Sam, Freddie e Griffin aproximaram-se e mantiveram-se em pé.

Sophie observava Gibby desconfiada. Gibby olhou atentamente para a garotinha, que lhe sorriu.

– Não me diga que essa é... - começou a falar Gibby.

– Sim, essa é a nossa filha Sophie – confirmou Carly.

– Ela era um bebê! Perdi a memória por muito mais tempo que imaginei.

– Sophie já tem 3 anos. Querida, vem com a mamãe – chamou Carly, fazendo a menina sentar-se no seu colo – Você lembra quem é esse? A mamãe te mostrou fotos...

– Papai – respondeu Sophie.

– Ela me reconheceu! Nossa! Fiquei emocionado – disse Gibby, secando as lágrimas que caiam do canto dos olhos – Vem no meu colo? - indagou à pequena.

Sophie saiu do colo de Carly e foi para o colo de Gibby. Pai e filha se abraçaram com carinho e saudade.

– A cena é muito comovente, mas o gordinho ainda não explicou por que se fingiu de morto – falou Sam.

– Sam, não se mete – pediu Freddie.

– Sam tem razão, devo muitas explicações. Tudo começou quando eu estava embarcando para Los Angeles. Esperei até a última chamada na esperança de que você aparecesse no aeroporto e me perdoasse Carly. Quando entrei, já era tarde e o avião já tinha decolado. Então, fui falar com a empresa aérea e me falaram que eu poderia pegar o próximo vôo com o mesmo destino, mas eu me confundi e entrei num avião para o Brasil... - contou Gibby.

– Então eu te vi mesmo no Brasil! Viu só Sam? O calor não estava torrando meus miolos! - constatou Freddie.

– Já entendi Freddonho. Deixa o baleia continuar – falou Sam.

– Quando cheguei ao Brasil percebi que não se parecia com Los Angeles, então fui ao balcão de informações e prometeram resolver meu problema no dia seguinte, quando um vôo partiria para Los Angeles. Então, peguei minha mala e a minha bolsa da cabeça, fiz uma nova, caso não saibam, e sai do aeroporto para procurar um hotel pra passar a noite. Quando eu estava atravessando a rua a minha cabeça caiu da bolsa e rolou, corri atrás e fui atropelado por um veículo esportivo, quebrei minhas nádegas e bati a cabeça com força...

– Espera aí, essa é a história que a Cat contou para o Freddie uma vez sobre mim. Você tá de caô gordinho – falou Sam.

– Juro que é verdade. Você pode ver os registros do hospital se quiser Sam.

– Tá bom, continua Gibby – pediu Carly, impaciente.

– A batida na minha cabeça me fez perder a memória. Acordei num hospital com as pessoas falando coisas que eu não entendia. Eu repetia em inglês: não entendo, não entendo. Até que apareceu um médico que falava a minha língua e começou a me encher de perguntas. Eu só dizia que não sabia onde estava a minha família, que não me lembrava de nada, nem de ninguém.

– E como se lembrou? - questionou Carly.

– Chego lá. Deixa eu continuar a história. Tive alta do hospital e sai sem rumo, procurando um lugar pra ficar. Passei na frente de uma pousada. Entrei e consegui um quarto. Lá conheci o Jorge, um filho de imigrantes norte-americanos que trabalhava como atendente numa lanchonete do shopping e que falava a minha língua. Logo ficamos amigos, ele começou a me chamar de Caio e conseguiu uma vaga de trabalho pra mim no banheiro do shopping e me ensinou a falar português. Ele vivia insistindo pra eu procurar um médico, porque eu precisava me lembrar da minha vida, mas eu não queria, até estava gostando dessa nova vida. Então, numa noite, na TV a cabo, eu vi o trio Icarly no Programa do Jimmy Fellon e eu sabia que conhecia vocês. Minha memória começou a voltar, até que eu me lembrei de tudo, arrumei minhas coisas e peguei o primeiro vôo para Seattle. Eu não aguentava mais de saudade da minha esposa e dos meus filhos – falou Gibby, acariciando o rosto de Carly.

Griffin fez menção de se aproximar, mas Freddie o conteve. Carly afastou-se de Gibby e falou:

– Gibby, você passou tempo demais longe. Não foram dias, mas anos. Muita coisa mudou...

– Carly é minha mulher agora! - manifestou-se Griffin.

– Nada disso, Carly é a minha mulher, não chegamos a assinar os papéis do divórcio quando eu viajei, minha memória voltou perfeitamente – retrucou Gibby.

– Isso é verdade! Ai meu Deus! Sou uma bígama! - começou a dramatizar Carly.

– Calma Carls, você não poderia advinhar que a baleia não morreu afogada no oceano com a queda do avião – falou Sam.

– É, mas eu não morri. E tenho meus direitos, porque eu já era marido da Carly antes – manifestou-se Gibby.

– Vocês estavam se separando que eu sei! - insurgiu-se Griffin.

– Mas ainda não tínhamos assinado os papeis, então você se casou com a minha mulher – disse Gibby.

– Isso é fácil de resolver: Carly assina os papeis do divórcio e eu me caso novamente com ela – propôs Griffin.

– Agora que eu voltei, quer mesmo continuar com ele Carly? - perguntou Gibby.

– Chega! - gritou a morena, nervosa, subindo em direção ao seu quarto, onde bateu a porta.

Enquanto isso, no baile, Cris e Isabelle ainda dançavam juntos quando o garoto disse à garota:

– Tá meio abafado aqui, vamos tomar um ar no pátio?

– Claro.

Os dois deram as mãos e caminharam juntos em direção ao pátio. Sentaram-se num banco, sentindo um constragimento que nunca sentiram antes. A respiração de ambos estava pesada.

Isabelle comentou, tentando amenizar a tensão:

– A noite está linda, estrelada...

– É sim, tão linda quanto você! As estrelas brilham tanto quanto os seus olhos – elogiou Cris, fazendo Isabelle corar.

Cris passou a mão na face de Isabelle, acariciando. Ela abaixou os olhos envergonhada, sentindo seu coração bater acelerado. Se não estivesse sentada jurava que iria cair, pois sentia suas pernas bambas.

O celular de Isabelle apitou, informando o recebimento de uma mensagem. Ela olhou rapidamente o visor e o desligou.

– Algo importante? - quis saber Cris.

– Nada – respondeu a menina, colocando o celular dentro da bolsa de cabeça baixa.

Cris levantou delicadamente o rosto de Isabelle pelo queixo com as pontas dos dedos. Os dois trocaram um olhar profundo. Ele se aproximou e beijou a bochecha dela de um lado, depois de outro, o queixo, a ponta do nariz e finalmente tocou os lábios dela de forma delicada. Primeiro foi um selinho demorado, depois ele começou a sugar o lábio inferior dela e na sequência o superior e então repetiu o gesto de forma mais delicada, com menos pressão. As mãos dele passeavam pela cintura e costas dela. Ela mantinha as mãos envoltas no pescoço dele.

O momento foi quebrado quando ele sentiu o celular vibrar no bolso da calça.

Cris olhou o visor e Isabelle perguntou:

– Mensagem da sua mãe?

– Não, da sua mãe. Ela tá dizendo que está vindo nos buscar, porque meu pai tá vivo. Que brincadeira é essa?

– Melhor irmos logo.

Pouco tempo depois, Cris e Isabelle esperavam Sam na frente do Ridgeway sem falar uma palavra e nem mesmo se encarar. Cris estava tenso pelo beijo e pela possibilidade de seu pai estar vivo. Isabelle estava cheia de dúvidas.

Sam chegou dirigindo seu carro. Isabelle e Cris sentaram-se no banco traseiro e o menino começou a questionar:

– Meu pai está mesmo vivo? Que história é essa?

– Sim, ele está – confirmou Sam, começando a explicar tudo.

Quando Cris entrou no apartamento 8C e viu Gibby sentado no sofá, correu até ele:

– Pai! - abraçando-o.

Os dois ficaram um bom tempo abraçados, deixando a emoção se verter em lágrimas.

– Eu senti tanto a sua falta meu filho! Como você está grande! E muito bonito! - elogiou Gibby.

No dia seguinte, foi a vez de Mabel matar a saudade do pai.

– Mabel, você está ficando uma mocinha linda! Quase já nem cabe no colo do papai! - observou Gibby, enquando abraçava a loirinha sentada no seu colo e enchia a bochecha dela de beijos – Senti tanta saudade da minha princesa!

– Eu também papai. Promete que nunca mais vai sumir?

– Eu não fiz isso por querer princesa. Do que depender de mim, não fico longe dos meus filhos nunca mais, nem da Carly...

Gibby viu Carly subir as escadas levando um sanduíche. Sabia que Grifin havia saído para trabalhar, então foi atrás.

Cris estava sentado no chão, ao lado de Sophie que fazia um desenho da sua família.

– Me ajuda mano – pediu a pequena.

– Você desenha muito bem maninha. O mano não tá com muita vontade – respondeu ele, que estava com o olhar distante e com um pensamento fixo na cabeça: o beijo que dera em Isabelle.

Mabel sentou-se ao lado dele e disse:

– Eu estava com saudade de você Cris.

– Eu também Mabel – abraçando a menina e dando um beijo sobre os caixos loiros dela.

– Se a minha mãe não fosse ficar tão sozinha sem mim, eu voltava a morar com meu pai, só pra ficar perto de você.

– Ia ser muito legal. Seríamos uma família de novo. Eu, você, Sophie, mamãe e papai, como nos velhos tempos. Olha só, Sophie desenhou todos nós – apontando os rabiscos da irmã.

– É... não dá pra saber muito bem quem é quem.

– Eu vou mostrar pra mamãe e pro papai – disse Sophie, levantando-se.

– Sobe a escada devagar, cuidado – pediu Cris.

– Sim – concordou Sophie, subindo devagar.

– Cris, eu sei que você ainda deve me achar muito criança, mas eu tô crescendo, não falta muito pra eu fazer 12 anos...

– Sei disso Bel. Como o papai falou, você está se tornando uma bela mocinha. Daqui a pouco vou ter que bancar o irmão mais velho chato e espantar os gaviões.

– Cris, não somos irmãos e eu tô cansada de repetir isso!

– Por que ficou nervosa?

– Você não enxerga! Vou ter que falar com todas as letras: Cristopher, eu sou apaixonada por você desde pequena. Eu não te amo como irmão, eu quero que você seja o meu futuro namorado, o meu futuro marido! Quando eu fico imaginando histórias antes de dormir, você aparece como o meu príncipe encantado e não como meu irmão. Não somos filhos da mesma mãe, nem do mesmo pai, não temos o mesmo sangue, nada impede de ficarmos juntos um dia. Eu não aguento mais ouvir você repetindo que somos irmãos.

– Bel... você ainda é criança... pode ser só a sua imaginação...

– Mas, eu vou crescer! Talvez essa distância seja até boa para nós dois. Quando eu for uma moça, você vai me amar do mesmo jeito que eu te amo – conclui Mabel, com lágrimas nos olhos, saindo do apartamento 8C em direção ao aprtamento 13B.

No apartamento 13B, Isabelle jogava verdade ou consequência com Richard, Nick e Eddie.

– Eddie, você ainda dorme abraçado a um ursinho de pelúcia? - perguntou Nick ao irmão.

– Não – respondeu Eddie, envergonhado.

– Tem que falar a verdade – alertou Nick.

– Tá bom, eu durmo – confessou o menino, corando – É a vez da Belinha.

Isabelle não se mexeu. Nick comentou:

– Belinha anda no mundo da lua.

– O que? - perguntou Isabelle, aterrissando.

– Sua vez – insistiu Eddie.

– Tempo. Eu vou pegar água – disse Richard, indo em direção à cozinha.

A porta estava aberta e Mabel entrou ventando:

– Belinha, cadê a tia? - esbarrou em alguém que interceptou no caminho.

Richard derramou a água sobre Mabel e a menina caiu sobre ele, indo ambos para o chão.

– Desculpa – falou Mabel sem graça.

– Seus olhos são muito bonitos – comentou Richard, olhando fixamente para os olhos azuis de Mabel.

Isabelle ajudou a prima a sair de cima de Richard. Nick e Eddie ajudaram Richard a se levantar.

– Vem Bel, você precisa de uma roupa seca, vou te emprestar uma minha – disse Isabelle, levando a prima para o seu quarto.

Enquanto trocava de roupa, Mabel começou a chorar e contou para Isabelle tudo o que havia se passado com Cris.

No apartamento 8C, Carly e Gibby estavam prestes a se beijar, deixando-se levar pela emoção do momento, quando Sophie entrou:

– Olha o meu desenho – com um papel em mãos.

No dia seguinte, no Ridgeway, Alison contava para Isabelle:

– No final do baile tive que pagar o Greg pelo favor e eu dei um beijinho... nada mal... quem diria... - suspirando.

– Favor? Que favor?

– Eu e Greg ajudamos você e o Cris a se entenderem no baile. Atacamos de cupido e pelo visto nosso plano deu muito certo. Eu bem vi o beijo de vocês no pátio. Conte-me tudo e não me esconda nada!

Cris aproximou-se e entregou uma rosa vermelha para Isabelle, dizendo:

– Uma flor para a mais bela flor.

Isabelle pegou a rosa, sem graça, e disse:

– Valeu Cris.

– Bom, vou dar uma volta! Deixar os pombinhos a sós – falou Alison se afastando com um sorriso. Greg estava próximo dali.

– Belinha, você quer namorar comigo? Sei que seu pai te acha muito nova pra isso, mas eu falo com ele, não tenho medo, faço qualquer coisa por você...

– Cris, eu não quero namorar você.

– O que? - perguntou o menino, enquanto sentia como se algo cortasse seu coração por dentro – Mas e o nosso beijo? Foi especial!

– Eu só te beijei porque prometi isso.

– Como assim?

– Eu disse que te daria um beijo no dia que seu pai aparecesse vivo e isso aconteceu. O meu celular recebeu uma mensagem, lembra? Era da minha mãe dizendo que o tio Gibby estava vivo.

– Eu não acredito em você.

– Tenho a mensagem aqui – disse Isabelle pegando o celular.

– Não é disso que estou falando. Você pode ter recebido a droga da mensagem, mas não acredito que foi por isso que me beijou. Eu senti que você gostou do beijo tanto quanto eu.

– É Cris, até que você não beija mal.

– Belinha, por que está fazendo isso?

– Cris, não me entenda mal, eu gosto de você, mas como amigo – falou a menina, abaixando a cabeça e se afastando.

Cris foi para o banheiro masculino. Precisava se esconder para chorar.

No apartamento 8C, Carly terminava de escrever uma matéria quando Griffin chegou animado na compahia de um homem de terno e gravata:

– Amor, esse é o Dr. Stanlin. Ele é um advogado renomado em direito de família, vai providenciar o seu divórcio rapidinho e já vai dar entrada nos trâmites para o nosso novo casamento, válido dessa vez.

– Você deveria ter me consultado antes de sair resolvendo tudo por mim. Essa é a minha vida!

– Essa é a nossa vida Carly! Eu sou o seu marido! Ou já está arrependida? Por acaso está querendo me trocar pelo Gibby? Quem em sã consciência faria isso? Eu sou lindo, bem sucedido, o homem que toda mulher quer. Ele é só um gordo esquisito...

– O gordo esquisito que eu amo e que eu nunca esqueci. Eu sempre sonhava com o dia que ele entraria por aquela porta dizendo que estava vivo, mas minha razão dizia que isso era impossível, até que a vida me surpreendeu e isso aconteceu. O universo está me dando uma segunda chance de ser feliz com o homem que eu amo e eu não vou desperdiçar.

– Não acredito que está fazendo isso comigo Carly – falou Griffin, sentido.

– Me perdoa Griffin. Eu fiz tudo errado. Eu meti os pés pelas mãos tentando ser feliz. Pensei que você fosse o cara certo pra me fazer esquecer o Gibby, mas nem você nem ninguém poderia fazer isso. Eu concordo com tudo o que você disse, você é o cara perfeito pra qualquer mulher, mas não pra mim. Desejo que você seja feliz com alguém que você ame de verdade, que te mereça mais do que eu.

– Aquela velha história: o problema não é com você, é comigo. Eu já entendi. Cansei de insistir com você. No fundo, a culpa de tudo isso é minha, que nunca quis enxergar o óbvio: você nunca me amou. Também desejo que seja muito feliz Carly. Hoje mesmo levo minhas coisas daqui.

Gibby foi ao restaurante, ansioso para retomar suas atividades de cheff. Sam mostrava, orgulhosa, todo o progresso do Gibby's no tempo que o gordinho esteve fora.

– Agora temos 4 cozinheiros. Eu ainda faço alguns pratos por puro prazer, mas tenho cuidado mais da parte administrativa – contou Sam, abrindo a porta da cozinha.

– Também quero cozinhar por puro prazer. Como eu senti falta disso! Estou de volta ao meu sonho!

Carly entrou ventando e Sam cumprimentou:

– Oi Carls! Veio nos fazer uma visita?

Carly não respondeu, passou direto por Sam e chegou a Gibby, beijando-o com paixão. Quando o casal cessou o beijo, Sam perguntou:

– O que tá pegando aqui?

– Tá pegando que eu terminei com o Griffin e não quero mais perder tempo, eu amo o Gibby e é com ele que eu quero ficar – respondeu Carly, olhando nos olhos de Gibby, que sorriu bobo.

– Isso é demais! Eu também te amo Carlynha – falou Gibby acariciando o rosto da sua morena.

– Bom... já vi que tô sobrando – disse Sam, afastando-se com um semblante triste que não passou despercebido à Carly.

Carly foi atrás de Sam até o escritório da loira, dizendo:

– Sam, o que tá pegando?

– Nada, só estou cansada. Tenho muito coisa pra dar conta sozinha... mal vejo o Freddie.

– Já entendi. Freddie anda trabalhando demais e vocês não têm mais tempo para ficar juntos.

– Você percebeu?

– Claro que sim.

– Nem parece que tenho marido.

– Sam, o Freddie tá se esforçando para dar uma vida boa pra você e pras crianças, sabe disso.

– Eu sei. É engraçado, porque quando eu era jovem pensava que o dinheiro era tudo, principalmente porque compra comida, hoje eu vejo que existem coisas que o dinheiro não compra e que a comida não compensa.

– Você amadureceu muito nesses anos todos Sam. Tenho orgulho da mulher que você se tornou amiga – elogiou Carly, abraçando Sam.

No colégio, Alison contou para Isabelle que Cris não havia assistido às aulas naquela manhã e ido para casa mais cedo. Isabelle sentiu a consciência pesar. Assim que chegou ao Bushwell Plaza foi ao apartamento 8C, mas encontrou apenas Spencer com Júnior, Mabel e Sophie. Spencer informou que Cris havia dito que precisava de ar fresco, mas prometeu não sair do prédio. Isabelle teve uma ideia de onde o garoto deveria estar.

Na saída de incêndio, Cris fitava Seattle com vista do alto. Os prédios altos, o trânsito de veículos e pessoas intenso, o céu quase sempre cinza, os pássaros que passavam por ali, especialmente pombos que pousavam no parapeito da sacada.

Isabelle bateu no vidro e perguntou:

– Posso falar com você Cris?

– Sai daqui Belinha. Ainda não cansou de pisar nos meus sentimentos?

– Desculpa Cris – pediu Isabelle, sentando-se ao lado do garoto na escada.

– Claro, não é sua culpa não gostar de mim – disse Cris, com lágrimas nos olhos.

– Quem disse que eu não gosto?

– Como amigo.

– Talvez um pouco mais que isso.

Diante da confissão da menina, Cris não restistiu e tomou os lábios dela, num beijo ansioso como se quisesse devorá-los. Isabelle se deixou levar e quando cessaram o beijo em busca de ar, ela falou:

– Cris, nós somos muito novos ainda. Não temos nem 14 anos. O que a gente sabe disso tudo?

– Eu sei que te amo Belinha, sempre te amei – acariciando os cabelos loiros dela – Aceita meu pedido de namoro.

– Cris, eu ainda não me sinto pronta para um namoro. Acho que eu ainda sou uma garotinha.

– Eu também não sei como é namorar, mas podemos aprender isso juntos.

– Eu prometo pensar na sua proposta, está bem? Quando eu me sentir pronta, vou responder.

– Eu vou esperar ansiosamente por esse dia – dando um beijo estalado nos lábios dela.

– Eu preciso ir – falou ela, corada.

– Eu também, minha mãe já deve ter chegado e deve estar preocupada comigo.

Os dois desceram.

Sam chegou em casa e não encontrou a filha. Spencer avisou que ela havia passado no apartamento 8C atrás de Cris. A loira teve a ideia de que eles deveriam estar na saída de incêndio. Quando chegou, os adolescentes já haviam descido e ela estava prestes a fazer o mesmo quando virou-se e esbarrou num belo moreno de olhos cor de mel cujo olhar a fazia tremer por dentro apesar de todos os anos que estavam juntos.

– Encontrou um tempo na sua agenda para vir ver sua família nerd? - perguntou Sam, com ironia.

– A saudade da minha Rainha Benson bateu forte e eu não resisti – puxando Sam para si pela cintura – Informei que não poderia comparecer a uma reunião importante, porque outras coisas na vida são mais importantes – tomando os lábios de Sam.

Ambos estavam com saudade desses momentos românticos que eram raros nos últimos tempos. Viam-se aos finais de semana, mas Freddie quase sempre levava trabalho pra casa.

O beijo começou calmo, um provando os lábios do outro, até que se intensificou com Freddie pedindo passagem para a sua lingua, o que Sam logou permitiu.

Quando cessaram o beijo, Freddie falou:

– Vou reduzir minha jornada de trabalho, estou passando meu cargo de Diretor adiante.

– Não pode fazer isso Freddonho! Você se esforçou para consegui-lo.

– Às vezes nós sonhamos com coisas que imaginamos serem capazes de nos fazerem felizes, quando, na verdade, é pura ilusão. A felicidade está nas pequenas coisas, hoje entendo isso. A maior felicidade está nos momentos do dia-a-dia com as pessoas que mais amamos. Não quero perder cada minuto do crescimento dos nossos filhos. Outro dia olhei para a Belinha e vi uma moça linda pronta para um baile e eu me assustei. Eddie e Nick estão crescendo tanto que daqui a pouco alcançam a minha altura. Não quero que nossos filhos cresçam e se tornem estranhos para mim. Além disso, eu preciso do amor da mulher da minha vida para me sentir vivo e em paz. Sam, o seu amor alimenta a minha alma e eu quero poder te beijar sem pressa todos os dias – tomando os lábios dela novamente.

Pouco depois, o casal estava abraçado. Freddie abraçava Sam pelas costas, envolvendo os braços pela cintura e barriga dela. Sam repousava as mãos sobre as mãos de Freddie. Ambos sentiam a brisa fresca no rosto e apreciavam a vista de Seattle no silêncio quebrado apenas pelo som das suas respirações. Não sentiam necessidade de dizer nada, apenas queriam estar juntos num momento de paz e amor.

Freddie quebrou o silêncio:

– Foi aqui que tudo começou.

– É sim... E como será que essa história vai terminar? - indagou Sam.

– Ela nunca vai terminar.

– Como assim? Vamos morrer um dia.

– Mas, nossos filhos vão viver, depois nossos netos, bisnetos, tataranetos... Começamos uma história que nunca terá fim meu amor. Eis a magia do amor.

Sam virou-se para Freddie e os dois selaram esse amor eterno que deu frutos eternos com um beijo apaixonado, tendo Seattle aos seus pés.


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Notas finais do capítulo

Sophie aos 3 anos:
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