Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 170
O primeiro baile


Notas iniciais do capítulo

Esse ainda não é o último capítulo! Não consegui escrever tudo o que eu queria e ficou muito longo, então a fic vai até o capítulo 171.
Espero que gostem.



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Alison e Isabelle sentaram-se num banco no pátio, à sombra de uma árvore, um pouco afastadas dos demais estudantes que aproveitaram o recreio.

– Belinha, eu juro que nunca quis fazer nada para te magoar. Você é muito importante pra mim, você é a minha melhor amiga. Não aguento mais ser tratada por você com tanta frieza – disse Alison com lágrimas nos olhos – Você sempre disse que não gostava do Cris a não ser como amigo, acabou de repetir isso.

– Todo mundo poderia acreditar nas minhas palavras, menos você, justamente porque sou a sua melhor amiga. Alison, você me conhece melhor que eu. Nós estamos crescendo juntas. Vai me dizer que nunca reparou que o Cris me desperta sentimentos fortes? Tão fortes que eu luto contra eles com todas as minhas forças, inclusive batendo nele e xingando ele. Eu prefiro acreditar que amo o Rick, porque é mais fácil, é menos intenso, não tenho medo de machucar e nem ligo pra quando ele me rejeita, é divertido esse jogo de correr atrás dele, é um desafio pra mim conquistá-lo – confessou Isabelle.

– Eu suspeitava Belinha, mas você negava com tanta força todas as minhas insinuações e as dele, que eu acreditei ou eu quis acreditar...

– Você ama o Cris, Alison? Se ama, vá em frente. Eu estou sendo muito egoísta... quero que você seja feliz... - falou Isabelle, abaixando a cabeça, triste.

– Não Belinha, eu não amo o Cris. Na verdade, ainda nem sei o que é o amor, só tenho 13 anos. Sei que um dia vai acontecer, mas ainda não aconteceu. Eu acho o Cris um gatinho, isso ninguém pode negar, quanto mais ele cresce, mais bonito fica, então, não vou mentir pra você... foi ele que me beijou, mas eu quis muito esse beijo. Mas, não me vejo namorando o Cris, acho que somos só amigos mesmo.

– Eu também não me vejo namorando ninguém. Como você disse, só temos 13 anos e meu pai surtaria – comentou Isabelle, rindo.

– Mas eu vejo um futuro pra você e para o Cris. Ele não esconde de ninguém que é apaixonado por você desde sempre e você tem que falar de uma vez pra ele o que sente, essa sua brincadeira com o Richard já deu o que tinha que dar.

– Não tenho coragem Alison.

– Por que?

– Medo.

– Isabelle Puckett Benson com medo de alguma coisa? Essa é nova pra mim.

– Não tenho medo de nada, só de sentir algo tão forte assim dentro do meu peito. Ainda não sei lidar com isso. Ali, um dia vou ter que me declarar para o Cris, mas ainda não estou pronta, você entende?

– Entendo e eu vou te apoiar quando esse dia chegar e em todos os outros dias. Amigas para sempre?

– Amigas para sempre.

As duas se abraçaram.

Alguns dias depois, Isabelle, Alison e Richard chegaram ao colégio e viram faixas anunciando: "Baile do Ridgeway! Convidem seus pares! Noite de gala na quadra de esportes!".

– Que legal! Vou poder usar um vestido bem bonito e um dos sapatos de salto da minha mãe – comemorou Isabelle, vendo a faixa.

– Teremos uma noite de princesas! Nosso primeiro baile, que emocionante! - disse Alison.

– Vocês estão se esquecendo de um detalhe meninas, pares – comentou Cris.

Richard apressou-se a dizer:

– Eu não vou. Detesto lugares cheios, música alta e gente esbarrando em mim – afastando-se.

– Não vai atrás do seu par Belinha? - perguntou Cris à loirinha.

– Você ouviu, ele não quer ser par de ninguém, nem quer ir ao baile. Vou esperar outro garoto me convidar. Estou com fome, vou pra lanchonete, quem me acompanha?

– Já vamos Belinha, antes preciso que Cris me devolva o livro de matemática – falou Alison.

– Eu não peguei seu livro de matemática – defendeu-se Cris.

– Pegou sim, pode começar a abrir o armário – mandou Alison.

Isabelle se afastou e Alison disse, autoritária:

– Você vai convidar a Belinha pro baile.

– Por que eu faria isso?

– Porque você tá louco pra fazer isso que eu sei. Se quer saber, ela também tá louca pra que você a convide, mas ambos são orgulhosos demais.

– Se eu fizer isso, Belinha vai me ridicularizar pela próxima década inteira.

– E se você não fizer vai se arrepender a vida inteira por não ter chamado a garota que ama para o seu primeiro baile. Pense nisso.

Os dois foram para o refeitório, onde Isabelle já comia acomodada numa mesa e sentaram-se ao lado da garota.

– E aí Cris, já criou coragem de convidar alguém pro baile? Quantos foras levou? - perguntou Isabelle, rindo.

– Ainda não convidei ninguém...

– Porque ele quer convidar uma pessoa muito especial – incentivou Alison.

– Sua mãe ou sua irmãzinha? - perguntou Isabelle – Por que só elas vão topar – caindo na gargalhada.

Cris ficou magoado e disse à Alison:

– Viu só? - saindo da mesa.

– Isabelle! Minha vontade é te estapear agora! - falou Alison, indignada.

– O que eu fiz?

– Ferrou com tudo de novo. Cris estava prestes a te convidar para o baile.

– Sério?

– Sim, sua tapada.

– Desde quando fala assim comigo? Perdeu o amor à vida?

– Desde quando você se comporta como uma tapada. Eu me importo com você, sou sua amiga-irmã e nem ligo se você me bater, porque precisa ouvir umas verdades pra ver se acorda pra vida! Cris só te trata bem e você só o trata mal, mesmo depois de confessar pra mim que o ama! Belinha, qual o seu problema?

– Eu achei que ele ia convidar outra pessoa, fiquei com ciúme e comcei a desmerecê-lo pra ver se mudava de ideia. Eu faço tudo errado mesmo.

– Ainda bem que reconhece.

– Eu não tenho um problema Ali, eu sou o problema – concluiu Isabelle, tristonha.

– Fica calma, ainda posso dar um jeito nisso, apenas confie em mim.

Alison foi falar com Cris ao final das aulas:

– Cris, vai ao baile comigo?

– Não precisa fazer isso por pena de mim Ali, eu vou ficar bem.

– Não estou com pena de você. Como um garoto tão bonito pode ter tão baixa autoestima?

– Acha mesmo isso?

– Não vou repetir. Tô me cansando desses amigos problemáticos. E aí? É pegar ou largar? Ou prefere ficar em casa?

– Eu aceito, valeu.

Na sequência, Alison foi falar com Grégory:

– Oi Greg, tudo bem?

– Melhor agora, morena linda!

– Não sou morena, sou negra e com muito orgulho!

– Como quiser, negra linda!

– Você não pensava assim quando éramos crianças... mas eu não vim aqui para discutir isso, vim pedir um favor.

– Eu faço qualquer coisa por você, sabe disso.

– Convide a Belinha pro baile.

– O que? Eu não! Tenho medo de apanhar.

– Você disse que faria qualquer coisa por mim.

– Qualquer coisa que não comprometa a minha integridade física.

– Belinha não vai te bater, eu garanto. Sabe que sou a melhor amiga dela.

– Eu até arrisco, mas só se você me der algo em troca.

– O que?

– Um beijo.

– Não, te dou um abraço.

– Um beijo ou nada feito.

– Tá bom, não vai tirar pedaço.

– Fechado.

Os dois apertaram as mãos.

– Vai logo, antes que outro convide – determinou Alison, sendo obedecida por Grégory.

Isabelle aceitou facilmente o convite, sentindo-se mal, ainda, pelo ocorrido com Cris.

Chegou o dia do baile, Isabelle olhava-se no espelho trajando um vestido curto salmão.

Sam entrou no quarto e logo disse:

– Nossa! Quem é essa menina linda? Minha filha, claro! Só podia ser. A fábrica da mamãe não é fraca.

Isabelle sorriu e agradeceu.

Freddie entrou:

– Uau! Tá linda demais! Não vou permitir que saía assim. Ainda mais com essa saia tão curta!

– Deixa de ser implicante bebê – pediu Sam.

– Belinha é uma criança e já está querendo sair de saia curta e salto alto. Sam, por que emprestou os sapatos pra ela?

– Pai, eu já tenho quase 14 anos – observou Isabelle.

– Faltam meses pra você completar 14 anos – retrucou Freddie.

– Poucos – informou Isabelle.

– Ela já sabe andar muito bem de salto e essa saia nem tá tão curta, deixa a menina. Nossa filha já é uma mocinha – observou Sam.

– Por que cresceu tão rápido minha princesa? - perguntou Freddie, abraçando a filha.

– É a vida papai, mas eu prometo que não importa quantos anos eu tenha, você vai ser sempre o homem mais importante da minha vida.

A campainha tocou.

– Ele já chegou – constatou Isabelle sem nenhuma animação.

– Ele quem? - perguntou Freddie, enciumado.

– O par dela do baile né bocó? - zoou Sam.

– É só meu par mesmo pai, não se preocupe – garantiu Isabelle.

– Anime-se querida, está bonita demais pra ficar com essa carinha triste. É o seu primeiro baile! - incentivou Sam, enquanto Freddie saiu do quarto para ir abrir a porta para Grégory.

– Como foi seu primeiro baile mamãe?

– Não foi, nunca curti essas palhaçadas.

– É, acho que não tem nada de legal nisso mesmo.

– Hoje vejo o quanto fui boba, deveria ter aproveitado mais os meus bailes. Sorria e vá curtir o seu. No futuro, quando sua filha lhe fizer essa pergunta saberá o que responder.

Isabelle encontrou Grégory com um jeito intimidado, na sala, conversando com Freddie. Depois da foto tirada por Sam, os dois partiram para o baile levados pelo pai e Gregóry.

– Partiu casa da Carly? - perguntou Freddie à Sam.

– Claro, Eddie e Nick vão passar a noite na casa do Spencer, brincando com Júnior, nem deve se lembrar dos velhos pais. Nos resta jogar canastra no ap. Da Carls. Realmente, estamos ficando velhos amorzinho.

– Nem me fale, minhas costas doem – brincou Freddie, segurando as costas – Mas, também podemos aproveitar que estamos sozinhos e fazer algo mais divertido... - puxando Sam para ele.

Bolinha começou a latir e na sequência a puxar a barra da calça de Freddie com os dentes.

Sam começou a rir:

– Bolinha tem ciúme de mim.

– Esse cachorro tá passando dos limites... melhor irmos jogar canastra de uma vez.

O casal estava no elevador quando, de repente, uma queda de luz fez o elevador parar e tudo ficar escuro. Os dois se abraçaram.

– Fica calma, foi só uma queda de luz, daqui a pouco volta – assegurou Freddie, abraçando Sam com força.

– Não sou eu que tô me borrando de medo.

– Não estou me borrando de medo.

– Sei.

– Sam, não vamos começar uma discussão.

– Claro que não bebê, já passamos da fase de discurtir por coisas bobas, não é?

– Ao menos estamos tentando.

– Sabe Freddonho, esse elevador me traz muitas lembranças.

– A mim também.

– Foi aqui que tudo acabou e ao mesmo tempo que tudo começou. Nossa primeira noite...

– Inesquecível. Eu tive muita sorte de ter sido com você.

– Eu também.

Os dois se beijaram até lhes faltar ao ar.

Sam comentou, sorrindo:

– Voltamos à adolescência por um momento.

– Será que essa luz demora a voltar?

– Não sei, por que?

– Porque eu tive uma ideia do que podemos fazer enquanto isso não acontece.

Freddie começou a beijar o pescoço de Sam, enquanto as mãos dele acariciavam as nádegas dela por cima da calça jean, subindo para passar por baixo da blusa, acariciando as costas dela e já soltando o sutiã.

Em pouco tempo haviam se livrado das roupas e gemiam sentindo todo o prazer que um dava ao outro com os corpos nus e conectados.

Pouco tempo depois, os dois entravam no apartamento de Carly.

– Nossa! O que aconteceu com vocês, estão descabelados e parecem exaustos! - observou Carly.

Os dois começaram a contar que ficaram presos no elevador.

No baile, Alison estava disposta a colocar o plano em ação.

Isabelle, entediada, ouvia Grégory falar sem parar sobre o time de beisebol, do qual fazia parte.

Alison fez sinal para Grégory e ele convidou Isabelle:

– Vamos dançar?

– Não tô com muita vontade.

– Viemos ao baile para ficarmos sentados? Isso não tem a menor graça.

– É, você tem razão.

Isabelle e Grégory foram para a pista de dança.

Alison convidou Cris para dançar e, na pista, aproximou-se de Isabelle e Grégory.

– Greg, por que quis vir comigo ao baile? A gente se odeia desde a primeira série, lembra? Eu te bati várias vezes, você trocou as respostas da minha prova de inglês... - começou a questionar Isabelle.

– Coisas do passado. Nós crescemos e podemos ser amigos, não é mesmo?

– Se você não aprontar mais nada sim, se não eu te bato de novo.

– Não tenho dúvidas disso. Sabe Belinha, eu quis vir com você ao baile para que me ajude com a sua melhor amiga. Eu adoro a Alison, mas ela não me dá bola. Você bem que poderia me ajudar a dançar com ela.

– Como?

– Assim – disse Grégory rapidamente trocando de par com Cris, empurrando Isabelle para ele e puxando Alison para si.

Isabelle e Cris aproximaram-se para a dança, encabulados.

– Você está muito linda Belinha! - elogiou Cris – Não que você não seja linda nos outros dias, mas hoje está especialmente linda!

– Eu entendi. Valeu Cris, você também está muito bonito.

– Eu ouvi bem? Isso foi um elogio?

– Não te faço mais elogios porque você já é muito convencido.

Os dois sorriram e trocaram um olhar, daqueles que parecem congelar o momento, fazendo com o que casal só enxergue um ao outro, como estivessem sozinhos naquele salão e nada mais existisse. Isabelle deitou a cabeça sobre o ombro de Cris.

No apartamento 8C, o jogo de canastra rolava animado com Sam, Freddie, Griffin e Carly, quando a campainha tocou. Sophie correu para atender, mas não alcançava a maçaneta.

– Que fofa! Me lembra a Belinha na idade dela – observou Sam.

Carly levantou-se e foi abrir. Ela empalideceu, bateu a porta, fechando-a novamente e caiu desmaiada. Os demais presentes foram acudí-la. A morena voltou a si e disse:

– Eu vi o fantasma do Gibby.

– Carly, anda misturando tarja preta com álcool? - perguntou Sam à amiga.

– Não, era o Gibby – insistiu Carly, abrindo a porta novamente e gritando ao ver o ex-marido.

Sam, Freddie e Griffin começaram a gritar também. Gibby também começou a gritar, até que o gordinho gritou a pergunta:

– Por que estamos gritando?

– Porque você é um fantasma – respondeu Carly, nervosa.

– Oh Gibby! Veio nos trazer uma mensagem do além? - perguntou Sam.

– Vá pra luz Gibby! Nós vamos mandar rezar uma missa em sua homenagem – garantiu Freddie, nervoso.

– Vamos parar com isso gente. O cara tá vivo! Espírito não toca campainha. Nem dá pra beliscar espírito – disse Griffin, beliscando Gibby que soltou um gemido – Viram?

– Como você não morreu Gibby? - quis saber Carly.

– Puxa Carly, pensei que iria ficar mais feliz em me ver, que sentiria minha falta tanto quanto eu senti a sua – falou Gibby

Griffin abraçou Carly, dizendo:

– As coisas mudaram por aqui.

Carly desvencilhou-se de Griffin e disse a Gibby:

– Entre, temos muito o que conversar.


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