Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 161
Bullying


Notas iniciais do capítulo

A fic completou 9 meses dia 30/09 e eu não pude postar por estar muito atarefada. Mas, registro isso agora. Apesar de todo esse tempo, vejo que os leitores continuar gostando da fic e fico muito feliz com isso. Espero conseguir continuar mantendo um bom nível. Não tenho mais postado com frequência, porque com pouco tempo eu acabaria escrevendo "qualquer coisa" e meus leitores não merecem isso. Agradeço as novas favoritações e aos novos leitores que estão acompanhando! Espero que gostem do capítulo.



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Isabelle viu os meninos cercarem Eddie, que escondia o rosto com as mãos assustado.

– Agora vamos dar uma lição nesse bebê chorão – ameaçou um dos garotos.

– Ninguém vai fazer nada com o meu irmão! Eu não vou deixar! - disse Nick, colocando-se a frente de Eddie.

– Você é forte Benson, mas estamos em maioria – alertou outro garoto.

– Vamos mergulhar a cara desses manés dentro da privada – falou um menino.

Os cinco garotos em volta de Eddie e Nick agarraram os gêmeos pelos braços e ameaçaram arrastá-los, mas Isabelle se meteu:

– Não vão levar os meus irmãos a lugar nenhum!

– Tô morrendo de medo da Cachinhos Dourados – zombou um dos meninos, rindo e sendo acompanhado pelos demais.

– A Cachinhos Dourados não teve medo de entrar na toca dos ursos e eu não tenho medo de encarar um bando de pirralhos – rebateu Isabelle, tirando a meia de pilha da bolsa e passando a acertar cada um dos garotos, derrubando-os no chão.

– Eu venci! - comemorou ela, levantando os braços, mas alguém a segurou.

– Muito bonito Puckett! Já para a sala do Diretor – disse Srta. Briggs.

– Você já não devia ter se aposentado, é muito velha – falou Isabelle, enquanto era arrastada pela professora em direção à sala de Ted Franklin.

– Eu já devia era ter cortado a ponta da sua língua!

Depois de ouvir Isabelle, Ted resolveu chamar Sam e Freddie ao colégio. Eddie ficou muito nervoso antes da reunião e foi procurar a irmã, que ouvia música deitada em sua cama rosa.

– Belinha, precisa armar alguma coisa pra impedir a mamãe e o papai de ir ao colégio falar com o Diretor.

– Por que?

– Eu não quero que eles saibam que eu sou um perdedor. Eu tenho vergonha! - começando a chorar.

– Você não é um perdedor. Você é um príncipe. Aqueles bobões é que têm que sentir vergonha.

– Acha mesmo isso?

– Claro.

– Mas você é minha irmã e me ama, por isso diz isso.

– Tem razão, eu te amo, mas sou sincera até com as pessoas que amo. Você tem um futuro brilhante garoto. É o mais nerd e quando crescer vai ser um grande nerd assim como o papai, que vai se formar na semana que vem e já tem emprego garantido na Microsoft.

Eddie sorriu satisfeito e Isabelle o abraçou.

Sam ficou enlouquecida de raiva quando soube do bullying com Eddie. Na reunião com o Diretor, teve que ser contida por Freddie para não invadir a sala de aula e pegar os meninos pelo colarinho.

– Quero ver os pais desses meninos! Vão ter que se entender comigo! - ameaçou Sam, nervosa.

– Acalme-se senhora Benson – pediu Ted Franklin.

– Não me chame assim! É Sam! Só Sam!

– Está bem, Sam. Nós vamos resolver o problema sem violência.

– Fica calma amor – pediu Freddie.

– Como quer que eu fique calma sabendo que o nosso filho está sendo maltratado no colégio? Ninguém mexe com os meus filhos!

– Você fazia muito bullying quando era pequena – recordou-se Freddie.

– Ótimo momento pra me jogar isso na cara Freddorento.

– Viu?

Sam deu um tapa no marido, que soltou um gemido.

– Por favor, fiquem calmos. Eu vou chamar os pais dos garotos e reportar a eles o que está acontecendo. Prometo não deixar esse assunto sem uma solução. O bullying é algo sério e que deve ser combatido na escola. Sou Diretor há décadas e sempre busco fazer o melhor aos meus alunos. Vocês já foram meus alunos e sabem disso. Peço um voto de confiança – falou Ted.

– Ok. Um voto de confiança. Se o senhor não resolver do seu jeito, eu resolvo do meu – concluiu Sam.

Naquela noite, Sam acabou adormecendo abraçada a Eddie, na cama do garoto, quando foi contar uma história para ele dormir. Freddie foi chamá-la e ela encaminhou-se sonolenta para a suíte do casal.

– Sabe Freddie, eu nunca levei a sério as brincadeiras que eu fazia com as crianças quando eu era pequena. Sempre achei um exagero essa história de bullying. Foi preciso que atingissem o meu filho, o mais doce dos meus filhos, pra eu me dar conta de tudo. O Eddie tá pagando por mim.

– Não pense assim. Eu fui a maior vítima do seu bullying e me casei com você – falou Freddie, rindo.

– Tô falando sério nerd. O Eddie tá sofrendo, eu posso ver nos olhos dele e isso me parte o coração.

– O meu também. Mas, eu sou experiente em sofrer bullying, vou conversar com ele, ajudá-lo a superar isso.

– Como conseguiu superar isso?

– Uma espécie de Síndrome de Estocolmo. Eu me apaixonei por aquela que me maltratava – contou Freddie, rindo.

– Eu tô nervosa e você brincando.

– Tá bom. Eu não levava tão a sério as suas provocações, porque, no fundo, era o nosso jogo, então ninguém saía machucado. Já com o Eddie é diferente. Mas, ele tem a nós e vai superar isso.

Os dois se abraçaram.

Alguns dias depois, Diretor Franklin chamou Sam e Freddie ao colegio novamente, contando:

– Falei com os pais dos garotos que praticam bullying com Eddie. São famílias, digamos assim, com problemas. Os meninos são o reflexo disso. Aconselhei encaminhamento psicológico, mas nem todos os pais concordaram...

– Em resumo. Os garotos têm problemas, descontam no meu filho, e deve ficar por isso mesmo – disse Sam, indignada.

– Vamos reforçar a vigilância. Os inspetores estão avisados. Eles não vão permitir que os meninos voltem a importunar Eddie.

– Até porque bullying dá ensejo a indenização por dano moral – observou Freddie.

– Não é essa a questão! Não quero meu filho mais traumatizado do que já está! - falou Sam.

– Os senhores podem ficar sossegados. Estaremos atentos – garantiu Ted Franklin.

Eddie não tocou mais em assunto de bullying com os pais, mas estava se tornando cada vez mais uma criança fechada e de semblante triste. Freddie conversava bastante com o filho, contava histórias da sua época de colégio, mas o menino não se abria. Ao ser questionado pelos pais se ainda sofria bullying, ele simplesmente negava.

Chegou o dia da formatura de Freddie. Ele estava pensativo, pouco antes de saírem para o Clube onde seria feita a colação de grau e o baile.

– No que esse gato tanto pensa? - perguntou Sam, aproximando-se do marido.

– Na vida.

– Pensa na vida que a morte é certa – disse ela, rindo.

– Eu já imaginava que esse dia nunca iria chegar. Foram tantas dificuldades.

– Mas chegou, amorzinho.

– Chegou e graças a você.

– A mim?

– Você – puxando Sam pela cintura para si – Sam, você foi uma grande companheira esses anos todos. Nos casamos muito jovens, tivemos a Belinha muito cedo, depois vieram os gêmeos, e nossos planos tiveram que mudar. Mas, nós vencemos! Muito obrigada por ser essa esposa tão incrível.

Sam sorriu e Freddie a beijou. Isabelle interrompeu o momento:

– Vocês vão ficar aí namorando ou vamos pra festa? Tô louca pra ver o que vão servir de comida!

– Vamos nessa princesa! - disse Freddie, caminhando de mãos dados com Sam para fora do quarto – Eu sei que digo isso o tempo todo, mas você está linda! - sorrindo para a esposa.

– Você também não tá nada mal – respondeu Sam, sorrindo de volta.

Durante a colação de grau, Freddie teve uma surpresa: recebeu um troféu pelo primeiro lugar no curso de engenharia da computação. Ele ficou emocionado. A esposa, os filhos, a mãe e os amigos estavam muito orgulhosos.

Depois do jantar, começou o baile e Isabelle dançou com o pai.

– Você está crescendo tão rápido Belinha – comentou Freddie com a filha, durante a dança – Me prometa que sempre vai querer dançar com o seu velho pai?

– Eu prometo papai.

– Essa é a minha garotinha.

Coronel Shay aproveitou o evento festivo para pedir um minuto de atenção aos convidados da mesa:

– Pamela Puckett – falou ele, ajoelhando-se diante da dama – Aceita se casar comigo? - abrindo uma pequena caixa de veludo vermelha e mostrando uma aliança.

– Olha só mamãe, mais uma para a sua coleção – comentou Sam, em tom de brincadeira, mas todos olharam para ela em reprovação, principalmente Pam.

– É claro que eu aceito Steven – concordou Pam, pegando a aliança e colocando rapidamente no dedo.

– Espera meu bem, eu quero fazer isso – disse Steven, tirando a aliança e a reolocando, depositando um beijo em seguida.

Todos os presentes aplaudiram.

Melanie, também presente na ocasião, alertou Sam:

– Você poderia ser menos cruel com a mamãe.

– Por acaso alguma vez ela foi doce comigo?

– A mamãe já sofreu muito na vida, por isso se tornou essa pessoal amarga. Coronel Shay tá fazendo muito bem pra ela, tornando-a uma pessoa melhor, fazendo-a acreditar que a vida pode ser bela. Dê a você mesma a chance de conhecer a melhor versão da nova Pam, e tire a mágoa do seu coração para aceitar a velha Pam com um coração machucado.

– Fácil pra você falar isso... a filha preferida!

– Sabe o que mais incomodava a mamãe em você?

– Não.

– O fato de você ser o reflexo dela. Pense nisso.

Griffin quis aproveitar a ocasião para dizer à Carly:

– Nós dois poderíamos aproveitar o casamento do seu pai e nos casarmos também. Seria demais um casamento duplo...

– Griffin... não vai dar... é recente ainda a morte do Gibby...

– Está bem, não precisa repetir isso, vou parar de te pressionar.

Algumas semanas depois, Eddie chegou em casa com os olhos marejados e passou a querer usar apenas blusas de manga comprida. Sam desonfiou e levantou a manga da blusa do filho, constatando o hematoma.

– Eddie, quem fez isso com você? - indagou Sam, nervosa, ao filho.

– Eu bati na porta.

– Mentira! Eddie, sou sua mãe, tem que me falar a verdade.

– O que vai fazer?

– Isso é comigo.

– Vai me envergonhar na escola.

– Prometo não fazer isso, só quero te proteger.

– Tá bom, foi o Bruce, um garoto que rouba meu lanche. Eu não quis dar o lanche pra ele e ele me bateu. Nick tava no banheiro e não me defendeu dessa vez.

– Edward, você tem que reagir! O sangue dos Puckett corre nas suas veias. Não é possível que só tenha herdado os gens do Benson!

– Eu não sei brigar mamãe, sempre apanho.

– Eu vou te ensinar uns golpes. Você vai dar uma surra no garoto. Ele vai aprender a não mexer com um Puckett.

Freddie estava chegando em casa e ouviu a última fala de Sam, dizendo:

– Não pode incentivar o nosso filho a ser violento. Isso tá errado.

– Então eu cruzo meus braços e deixo um garoto fazer isso com ele? - levantando a blusa do menino e mostrando o hematoma.

– Violência não se resolve com violência.

– O grande nerd aí tem um plano melhor?

– Devemos procurar os pais desses garotos, conversar...

– Conversa até agora não resolveu nada.

– E violência também não vai resolver...

– Chega! - gritou Eddie – Vocês dois já vão começar a brigar, e por minha causa! - chorando e correndo para o quarto.

Os dois se calaram, evergonhados. Freddie quebrou o silêncio:

– Temos que parar de brigar na frente das crianças. Eddie pode estar se tornando inseguro com isso.

– Lá vem você com sua psicologia de botequim. Vou ver meu filho – disse Sam, saindo da sala.

O bullying com Eddie não saía da cabeça de Sam e ela resolveu tomar uma atitude drástica. No dia seguinte, ela foi ao Ridgway.




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Notas finais do capítulo

Look da Sam para a formatura do Freddie: http://thumb9.shutterstock.com/display_pic_with_logo/751606/280226666/stock-photo-las-vegas-may-jennette-mccurdy-at-the-billboard-music-awards-at-the-mgm-grand-garden-280226666.jpg