Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 154
O Halloween


Notas iniciais do capítulo

Um capítulo no meio da semana para os leitores ansiosos.



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– Jonah, eu não vou cair na sua. Diga à Sam o que quiser. Nossa relação é baseada na confiança mútua – disse Freddie, seguro de si, abrindo a porta da sala.

– Vai me dedurar? - perguntou Jonah.

– Não. Seja homem e assuma sua culpa – saindo.

Naquela noite, Freddie chegou tenso do trabalho e Sam percebeu. Logo depois do jantar, pediu a Freddie que a ajudasse com a louça e aproveitou pra perguntar:

– Tudo bem no trabalho hoje?

– Tudo.

– Freddie, o que aconteceu?

– Melhor eu te falar logo. O Jonah cometeu um erro grave no trabalho e queria que eu assumisse...

– Você não fez isso né?

– Claro que não.

– Ameaçou falar pra você que eu tava de rolo com a coordenadora dos recursos humanos que tem idade pra ser minha mãe, só porque somos amigos.

– Até parece que eu iria acreditar num falso como ele. Quer que eu resolva isso pra você bebê?

– Entrar na Microsoft para surrar um estagiário não poderia me ajudar em nada amor, muito pelo contrário. Todos sabem que você é minha mulher, porque te viram na festa.

– Posso entrar com uma touca ninja.

– Ah Sam... às vezes você ainda lembra aquela menina maluquete que eu conheci – comentou Freddie, rindo.

– E isso é bom?

– Isso é ótimo – falou ele, puxando-a para si.

– Tá me molhando toda Benson – reclamou Sam, empurrando-o.

Freddie mergulhou as mãos na espuma da pia e começou a passar em Sam, que fez o mesmo para se vingar.

Isabelle entrou na cozinha e comentou:

– Como vocês são infantis!

Os dois riram, abraçaram-se e trocaram um beijo.

No dia seguinte, Freddie teve uma surpresa ao chegar ao trabalho. Seu chefe o esperava, sentando na sua mesa.

– Senhor Benson, é lamentável a sua atitude – disse Walker.

– Que atitude? - perguntou o moreno.

– Errou uma sequência de trabalho e quis que seu colega Jonah assumisse a culpa.

– Eu não fiz isso. Ele queria que eu assumisse a culpa. Foi ao contrário. Eu juro! - explicou Freddie, nervoso.

– O sistema foi alimentado como seu login.

– Como???

– O Jonah deve ter tido acesso ao meu usuário e senha. Eu não sei como, mas ele conseguiu.

– Os fatos falam por si. Eu realmente esperava mais do senhor. Já o imaginava com um futuro promissor dentro da Microsoft. Seu emprego estava garantido tão logo colasse grau.

– O senhor está me demitindo. Não pode fazer isso!

– Eu posso sim. Devolva seu crachá.

Freddie tirou o crachá do pescoço e devolveu ao chefe, saindo rapidamente do local, arrasado. Encontrou Jonah no corredor com um sorriso de deboche.

– O cuecão no ICarly teve volta. Conte à Sam.

Freddie agarrou Jonah pelo colarinho:

– Não pense que sairá impune. A verdade sempre aparece.

– Não tenho medo das suas ameaças Freddie Benson.

Os seguranças começaram a se aproximar. Freddie soltou Jonah e saiu da empresa.

Freddie chegou em casa arrasado e contou tudo à Sam. A loira logo fez menção de sair para resolver.

– Sam, por favor, não vá arrumar mais confusão. Eu não preciso disso agora.

– Eu não vou. Só tô precisando dar uma palavrinha com um velho conhecido.

Sam entrou ventando na Microsoft e abriu a porta da sala onde trabalhava Jonah sem esperar ser anunciada.

– Olha quem veio me visitar! Sam Puckett! Gostei dessa sua versão "mulherão". Bem melhor do que aquela menina que mais parecia um menino com medo de beijar. Você ainda me deve um beijinho – falou Jonah.

– Eu te devo é uns tapas na cara – respondeu Sam.

– Se me agredir em pouco tempo os seguranças te pegam e te mandam para a cadeia. Aqui é tudo monitorado por câmeras.

– Vou logo ao que interessa. Eu entendi o recado que mandou ao Freddie. Você ferrou com ele pra se vingar de mim, por causa daquele "cuecão" no ICarly.

– E me vinguei bonito. Freddie tá ferrado se todos tiverem a mesma ideia que eu e quiserem se vingar de você nele, né? - indagou o rapaz com deboche.

– Se quer se vingar, faça isso do jeito certo. Freddie não teve culpa de nada. A ideia do "cuecão" foi toda minha.

– Eu passei a maior vergonha da minha vida! Depois disso, nenhuma garota do colégio quis saber de mim.

– Quem mandou querer beijar a minha melhor amiga?

– Eu tentei beijar você primeiro, lembra? Mas, você não quis!

– Isso não tem mais importância.

– Não tem mesmo. Estamos quites.

– Não estamos não. Você se vingou na pessoa errada. Vingue-se de mim, eu não ligo. Mas, fale a verdade para os chefes, conte que Freddie não fez nada de errado.

– Nada que eu fizesse a você causaria o mesmo sofrimento. Tô vendo que atingi o alvo certo. Ele é o seu ponto fraco. Você sofre mais pelo sofrimento dele do que pelo seu próprio.

– Você é um psicopata!

Jonah riu com deboche e perguntou:

– Posso te ajudar com mais alguma coisa Sam?

– Não pense que acabou. Ninguém mexe com Sam Puckett e sai impune, principalmente se mexer com alguém que ela ame.

Quando Sam voltou para o Bushwell não encontrou Freddie.

– Para onde foi seu pai Belinha? - perguntou Sam à filha que fazia um trabalho para o colégio com seu notebook aberto e Bolinha no colo com as duas patas dianteiras sobre a mesa, observando a tela.

– Saiu dizendo que sabia como resolver a sua vida.

– E você não perguntou o que ele ia fazer? Aonde ia?

– Perguntei, mas ele saiu correndo e nem respondeu.

– Espero que o Benson não se meta em confusão. Cadê seus irmãos? Por que o apartamento tá tão silencioso.

– Eles não paravam quietos, então dei um jeito neles.

– Que jeito?

– Estão no quarto, caladinhos.

Sam correu para o quarto dos meninos pressentindo que Isabelle havia aprontado com os irmãos. Encontrou Eddie e Nick amarrados nos pés das camas e com fita isolante nas bocas.

Ela apressou-se a soltar os meninos assustados e chorosos. A mãe correu para a sala furiosa:

– Isabelle Puckett Benson!

– Foi esse o nome que me deram – respondeu a menina com ironia.

– Está de castigo! Nada de festa no final de semana! Como pode fazer isso com seus irmãos?

– Eles não me deixavam estudar, ficavam colocando a TV alta, correndo e gritando.

– Fosse para o seu quarto.

– Eu fui, mas foram lá me incomodar de propósito, daí eu perdi a paciência.

– Paciência que você não tem.

– E você tem?

– Eu nunca te amarrei e te amordacei, embora você merecesse várias vezes.

– Pode fazer isso agora. Eu prefiro que faça isso a me impedir de ir na festa de Halloween da Alison.

– Tá decidido, sem festa.

– Engraçado você me proibir de ir numa festa feita em sua homenagem, já que é uma bruxa! - gritou Isabelle, indo para o seu quarto com Bolinha no colo e batendo a porta.

Freddie voltou pra casa muito contente. Sam logo percebeu:

– O que aprontou Benson? A polícia tá no seu encalço. Devo arrumar as coisas, pegar as crianças e fugir enquanto há tempo?

– Não costumo usar dos seus métodos que sempre atraem a atenção da polícia Sam. Eu apenas tive mais uma de minhas ideias de nerd, aquelas que você tanto critica, mas que salvou o meu estágio.

– Seja mais claro nerd.

– Fui falar com o Senhor Walker. Expliquei que quem acessou o sistema com meu usuário e senha só pode ter feito num horário que eu não estava lá ou acessado de outro computador que não o meu de forma concomitante com o meu, o que prova que não fui eu. Senhor Walker permitiu que eu fizesse o acesso do sistema e provei que o acesso com o meu usuário se deu no computador do Jonah, no mesmo período em que eu estava logado com o meu usuário no meu computador.

– Brilhante! Suas ideias nerds às vezes servem pra alguma coisa.

– Servem pra muitas coisas. Sei que ficou orgulhosa do seu nerd.

– Eu sempre tive muito orgulho do meu nerd. Não digo o tempo todo porque você já é muito convencido – aproximando-se dele e enlaçando seu pescoço.

Os dois sorriram e se beijaram.

Enquanto isso, no apartamento 8C, Gibby assistia à televisão, rindo de uma comédia quando a campainha tocou. Abriu e deu de cara com Tasha apenas enrolada numa toalha com os cabelos molhados e nervosa.

– Gibby, precisa me ajudar! Tem uma barata voadora no meu apartamento. Quase me atacou durante o banho. Foi horrível! Precisa matar ela pra mim!

– Está bem, vamos lá – concordou Gibby.

Gibby revirou todo o apartamento e concluiu:

– Não tem barata nenhuma aqui.

– Ela deve ter ido embora, voando pela janela, como entrou.

– Deve ter sido isso. Melhor eu ir pra casa agora.

– E se ela só se escondeu atrás de um móvel? Eu tenho medo! - disse Tasha levantando os braços num movimento brusco, deixando a toalha cair.

Gibby ficou sem reação, reparando no corpo dela. Tasha demorou um pouco para recolher a toalha e quando o fez, disse:

– Eu tenho que tomar mais cuidado. Ainda bem que caiu na sua frente, afinal, não tem nada aqui que você já não tenha visto. Lembra-se da nossa primeira vez, juntos?

– Isso já faz muito tempo Tasha. Eu sou casado e amo a minha mulher. Por falar nisso, melhor eu voltar logo, porque ela já deve estar chegando do trabalho.

– Obrigada pela atenção Gibby.

– De nada – saindo.

Tasha falou a Rabicó, deitado no sofá, enquanto acariciava os pelos da cabeça do gato:

– Ele ficou mexido, vi nos olhos dele. Vamos ver até onde vai essa fidelidade àquela sem graça da Carly.

Chegou a noite de Halloween. Isabelle estava brava no seu quarto, xingando a mãe mentalmente.

Freddie arrumou Eddie e Nick com as roupas de Guerra nas Galáxias (http://www.bellacollezione.com/product_images/a/597/18771__10416_zoom.jpg). Depois comunicou à Sam que iria acompanhar os filhos para pedir doces no Condomínio. A loira assentiu, enquanto estava sentada no sofá com uma abóbora no colo recheada de Chilli, cumprindo a sua tradição de Dia das Bruxas de muitos anos. Pouco tempo depois, ela cochilou e Isabelle quis aproveitar a oportunidade, saindo do quarto na ponta dos pés.

– Aonde pensa que vai Isabelle? - perguntou Sam, fazendo a menina dar um pulo – Pensa que eu não saquei que você iria esperar eu dormir pra dar o fora?

– Você deve ter muita experiência mesmo em enganar a mãe.

– Você não imagina o quanto, pestinha. Vai ter que crescer muito pra me enganar, porque a mamãe conhece todos os truques.

– Mamãe, me castiga de outra forma, outro dia, mas me deixa ir na festa da Alison, por favor. Ela é a minha melhor amiga – pediu a menina em tom de súplica.

– Tá bom. Você pode se sentar aqui comigo e comer chilli na abóbora enquanto escuta a história dessa minha tradição de Halloween.

– Tá, eu não tenho escolha – falou Isabelle, sentando-se no sofá ao lado da mãe.

No apartamento 15A Tasha terminava de se arrumar para o Halloween, fazendo o estilo bruxa sexy. Rabicó aproximou-se e mais uma vez ela relatou seus planos ao gato:

– É hoje que a mosca morta da Carly vai ver o maridinho dela nos meus braços. Daí com o casamento deles acabado será só questão de tempo pro gordinho voltar pra mim.

Nos corredores do Bushwell Eddie e Nick corriam com outras crianças para pedir doces de porta em porta. Freddie acompanhava a bagunça um pouco afastado do grupo dos pequenos.

As crianças bateram em uma porta e Nick logo perguntou:

– Gostosuras ou travessuras?

– Travessuras. Minhas travessuras – disse um rapaz aparentando 20 e poucos anos, sacando uma arma enorme de brinquedo e começando a jogar água nas crianças, enquanto ria descontroladamente.

– O que pensa que está fazendo Chuckie? - manifestou-se Freddie, aproximando-se.

– Me divertindo, e você com isso?

– Você molhou meus filhos.

– Eles não vão morrer por causa disso, é só água. Sem estresse Freddie Benson – batendo a porta na cara do moreno.

Eddie perguntou:

– Você conhece esse maluco papai?

– Infelizmente. Vizinho antigo. Pensei que ele tinha ficado no exército, mas deve ter sido expulso de lá. Esse aí só incomoda.

No apartamento 13B, Sam começou a história:

– Tudo começou quando eu era criança...

A campainha tocou.

– Belinha, pega os doces, devem ser crianças.

Isabelle obedeceu a mãe, pegando uma cesta cheia de balas, pirulitos e afins que os pais haviam separado para a ocasião.

Sam se surpreendeu ao ver Jonah.

– Nunca acreditei em assombrações no Dia da Bruxas, mas acabo de ver uma – falou a loira com sarcasmo.

– Você é feio como uma assombração, nem precisa de fantasia. E está velho para pedir doces – observou Isabelle.

– Sua filha é tão amável quanto você Sam – disse Jonah.

– O que quer aqui? Não é bem-vindo – falou Sam.

– Sam, sei o que está fazendo e vim pedir para parar. Você e o Freddie já conseguiram o que queriam. Eu perdi meu estágio e Freddie recuperou o dele. Não precisa continuar me atormentando dessa forma!


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