Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 144
A festa da empresa


Notas iniciais do capítulo

Sam vai aprontar...



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Isabelle, Eddie e Nick olhavam espantados para a grande barraca no meio da sala ocupando o lugar do sofá, da mesa de centro e da televisão.

Spencer saiu de dentro dela na companhia de Cris, Mabel e Gibby.

– Bem-vindos ao acampamento do Spencer galerinha! - anunciou Spencer animado.

– Conosco a diversão é garantida! Não vão nem sentir falta dos pais de vocês nessa noite – completou Gibby.

– Não vamos mesmo, não somos mais bebês – observou Isabelle.

– Eu sinto falta da mamãe – falou Eddie.

– Só Eddie é bebê – disse Nick, rindo do irmão.

– Por aqui pessoal – convidou Spencer, levantando o pano que cobria a entrada da barraca.

Todos se sentaram no interior da barraca, onde Júnior já estava. Gibby pegou uma lanterna e ascedeu no rosto, dizendo:

– Tem uma para cada um de vocês, verifiquem nos cantos da barraca.

As crianças pegaram e ascenderam as lanternas no rosto, assim como Gibby.

– Não é pra comer a lanterna Júnior! - advertiu Spencer, puxando o objeto que o filho levava à boca - Agora vamos começar os contos de terror – anunciou com uma voz trêmula – Vai lá Gibby.

– Era uma noite escura em Seattle...

– E você já viu noite clara pai? - interrompeu Cris.

– Como você é burro Cris. Existem lugares no mundo como o Canadá, nos quais em determinados períodos do ano não escurece, mesmo sendo noite – explicou Isabelle.

– Não precisava ter me chamado de burro.

– Precisava sim, porque você ainda não se convenceu disso.

– Nem nunca vou, porque não sou burro.

– Chega! - gritou Spencer – Quietinhos os dois. Deixem o Gibby continuar a história.

Gibby prosseguiu:

– Seis crianças acampavam no meio de uma floresta. Eram duas meninas e quatro meninos, dois deles gêmeos.

– Tá, qual a graça de nos incluir na história? - perguntou Isabelle.

– Uma das meninas tinha uma língua muito afiada, dizia a lenda que havia herdado esse traço negativo de personalidade da sua mãe, a temida monstra loira.

– Ei! A mamãe não é monstra – reclamou Eddie.

– Não era essa a monstra temida pelas crianças, mas a monstra que habitava o topo das montanhas. Ela era cruel e soltava fogo pela boca. Em noites nubladas ela descia a montanha e gritava...

– Gibby! Vem cuidar da sua filha! - gritou Carly, descendo as escadas.

As crianças começaram a rir e Gibby levantou-se rapidamente, dizendo:

– Eu tenho muito medo dessa monstra, melhor ver o que ela quer – saindo da barraca.

Enquanto isso, Sam e Freddie aproveitavam a festa. Garçons circulavam com bandejas servindo espumante, vinho e canapés.

– Tá tudo muito chique, mas eu quero saber que hora vem a comida de verdade. Vou desmaiar se tiver que passar a noite comendo esses canapés minúsculos – falou Sam.

– Sam, não exagere, você comeu antes de vir- observou Freddie.

– Ainda bem, se não já teria desmaiado.

Freddie cumprimentava de longe conhecidos que passavam e Sam sorria.

Um senhor elegante, trajando terno italiano, aproximou-se sorrindo e cumprimentou Freddie com um aperto de mão.

– Senhor Walker, esta é a minha eposa Samantha – apresentou Freddie.

Walker pegou a mão de Sam e a levou aos lábios beijando-a, dizendo em seguida:

– Encantado. Nunca me contou que tinha uma esposa tão bela Senhor Benson. Devo confessar que fico até com uma pontada de inveja. É um cara de sorte. A propósito, belo vestido Senhora Benson – elogiou passando os olhos pelo corpo de Sam – Desejo felicidades ao casal. Devem estar casados há pouco tempo, ainda são jovens.

– Na verdade, estamos casados há quase 10 anos – contou Sam.

– E temos 3 filhos – completou Freddie.

– Ninguém diria que com esse corpo você gerou 3 crianças, Senhora Benson. Vocês só podem ter adotado – falou Walker, ainda secando Sam.

– Não senhor, eu gerei os meus filhos e tive gêmeos, inclusive – contou Sam.

– Inacreditável, a senhora está de parabéns – elogiou Walker, desviando o olhar de Sam ao ver uma senhora se aproximando, era sua esposa.

Walker se afastou e Sam comentou:

– Devo ter perdido uns 10 kilos com as secadas desse sujeito.

– Esse sujeito é o meu chefe, só por isso aguentei com um sorriso no rosto ele olhando com cobiça para a minha mulher. Lembra do que eu te falei sobre engolir sapos com simpatia?

– Claro que eu me lembro. Por que acha que eu aguentei ele me chamando de Senhora Benson?

– Sam, você é a Senhora Benson.

– Eu não quero o título da sua mãe.

– Pensei que já tinha se entendindo com a minha mãe.

– O que não quer dizer que eu queira ser igual a ela.

Sam percebeu que os garçons começavam a arrumar a comida em cima de uma mesa central, comentando:

– Oba! O jantar vai ser servido – caminhando naquela direção e sendo contida por Freddie, que a segurou pelo braço.

– Sam, eles ainda nem terminaram de colocar a mesa e você já quer se servir?

– Claro que não, eu só ia olhar. Olhar não tira pedaço, se tirasse seu chefe já tinha tirado vários pedaços meus.

– Muito engraçadinha.

Quando o buffet foi liberado, Sam e Freddie entraram na fila e ele alertou a esposa:

– Não faça um prato de operário Sam, pode não parecer, mas aqui todos prestam atenção e vai pegar mal pra mim.

– Por que pra você? Quem vai comer sou eu e isso não é nenhum crime.

– Sam, repita se for preciso, mas não encha o prato demais, por favor, estou te pedindo.

– Tá bom, mas se eu sair daqui com fome você vai me levar para comer frango frito.

– Eu prometo lindinha.

– Trato feito bebê.

Sam e Freddie foram se sentar e a loira encarava a comida sem tocar nela. Freddie percebeu:

– O que foi amor?

– Só tem comida esquisita.

– Isso é “foi gras”.

– Eu sei. É fígado de ganso. Estudei isso em gastronomia, mas nunca gostei dessas comidas cheias de frescura.

– Por falar no seu curso de gastronomia, quando pretende voltar?

– No dia em que o homem chegar à Saturno e voltar trazendo seus anéis.

De repente, alguém os cumprimentou:

– Oi Sam e oi Freddie, quanto tempo!

Os dois olharam e viram que era Wendy, uma velha amiga do Ridgeway.

– Oi Wendy! - cumprimentaram Sam e Freddie.

– Senta aí – convidou Freddie.

Wendy sentou-se e contou:

– Eu me formei em administração e trabalho na Microsoft. E você é engenheiro Freddie?

– Quase. Ainda faço estágio na Microsoft, mas tenho fé de que serei contratado.

– Eu não tenho dúvidas disso, você é muito inteligente. E o que você está fazendo Sam?

– Bom, não acabei na cadeia como muitos imaginavam – falou Sam, rindo.

– Eu não imaginava isso Sam, apenas pensava que não faria uma faculdade.

– Pensou certo. Sou sócia de um restaurante com o Gibby. Passa lá pra conhecer qualquer dia. Tenho um cartão na bolsa – disse Sam, pegando-o na pequena bolsa de festa e entregando à Wendy.

– Que legal! Vou lá de certeza. Ainda me lembro daquele restaurante que você abriu com Gibby no porão do Ridgeway, a comida era ótima.

– E agora é melhor ainda.

– Acredito.

– Dá de dez a zero nessa comida daqui.

– Sam! - repreendeu Freddie.

– Ela tem razão – concordou Wendy, rindo.

Uma mulher se aproximou e Freddie fez a apresentação:

– Senhora Martinez essa é minha esposa Samantha.

– Prazer Senhora Benson – disse a moça que aparentava algo em torno de 30 anos.

– Muito prazer Senhora Martinez – cumprimentou Sam, apertando a mão dela e forçando um sorriso simpático.

– Eu sou a Secretária do Senhor Walker. Fui a responsável por esta festa, espero que estejam gostando.

– Estamos adorando. A senhora está de parabéns. É uma ótima organizadora de festas! – elogiou Sam, ainda sorrindo.

– A comida está boa? Contratei o melhor buffet da cidade.

– A comida está ótima. Eu estava comentando isso agora mesmo com meu marido e minha amiga – mentiu Sam, sorrindo.

– Que bom! Fiquem a vontade! - falou Senhora Martinez, afastando-se, satisfeita.

Freddie começou a aplaudir a esposa, com ironia:

– Ótima interpretação.

– Não era isso que você queria?

– Claro que sim e você superou minhas expectativas pagando de simpática, meu amor.

– Mentir sobre a comida doeu e ficar rindo sem parar também, acho que até deu caimbra no meu rosto.

– Não exagere amor.

Wendy apenas ria da situação.

Eles terminaram de jantar e Wendy comentou:

– Quando soube que haviam se casado não foi nenhuma surpresa. Eu já desconfiava que o Freddie gostava de você Sam, muito antes de começar Seddie.

– Como assim? - perguntou Sam, surpresa.

– Ele deu um jeito de despachar aquela amiga chata da Carly num cruzeiro.

– A Missy? - indagou Sam.

– Essa mesma. Ele havia ganho a viagem no cruzeiro-escola, mas cedeu pra Missy. Na época eu só achei fofo, depois eu entendi que ele fez isso só pra te fazer feliz, já que Missy queria te afastar da sua melhor amiga Carly. Eu achei tão romântico! Nunca contou a ela Freddie?

– Não tive oportunidade – respondeu Freddie, sem graça.

– Ele não quis dar o braço a torcer, isso sim! Por que eu fui pedir ajuda e ele recusou – lembrou-se Sam.

– Esse era o nosso jogo, lembra? - questionou Freddie.

– Do eu te odeio e você me odeia? - perguntou Sam.

– Esse mesmo – concordou Freddie, beijando-a.

– Invejinha boa dessa relação de vocês! Preciso ir ao banheiro, com licença – disse Wendy, saindo da mesa.

– Vou aproveitar que ela foi lá e também vou, tomei muito espumante... - informou Sam ao marido, levantando-se.

Quando Sam entrou no banheiro, ouviu Wendy falando com alguém ao celular:

– Isso mesmo que você ouviu, quero Freddie Benson comigo. Vou fazer de tudo para conseguir isso. Eu não tô nem aí se vai ser difícil, sabe que quando quero alguma coisa eu consigo e eu quero esse homem. Não tô nem aí se ele já tá comprometido...

Sam puxou Wendy pelos cabelos, fazendo-a derrubar o celular no chão.

– Eu sempre desconfiei desse seu jeito simpático. Você é sonsa! Quer o meu marido para você? - indagou a loira, furiosa.

– Você entendeu mal, eu posso explicar.

– Explique enquanto toma água da privada.

– Não Sam!

Sam empurrou Wendy até a privada e mergulhou a cabeça dela, tirando antes que ela se afogasse:

– Isso é para você aprender a não desejar o homem da próxima, principalmente quando essa próxima for Sam Puckett.

– Eu não quero o seu homem, não do jeito que você tá pensando. Eu sou casada – disse Wendy, mostrando a aliança.

– E cadê o seu marido?

– Numa Conferência em Dubai, ele é Diretor-executivo de uma multinacional e ainda mais bonito que o Freddie.

– Duvido.

– Eu só queria o Freddie trabalhando comigo, no meu setor, na parte mais administrativa da empresa. Havia uma vaga, muito disputada, para nível médio, bem remunerada. Freddie disse que queria ser contratado. Eu estava brigando por essa vaga para ele.

– Eu ouvi você dizendo que não se importava dele ser comprometido.

– Comprometido com outro setor. Eu só estava me referindo a trabalho, eu juro.

– Por que não disse antes?

– E eu tive tempo?

– Foi mal Wendy.

– Foi muito mal.

– Agora você não dará mais a vaga para o Freddie?

– Não mesmo. Ele é inteligente e merecia, mas não quero arriscar ser atacada novamente pela esposa pirada que ele tem.

Sam saiu do banheiro sem graça. Freddie a esperava apreciando a boa música da banda.

– Vamos pra casa, essa festa já deu o que tinha que dar – falou Sam, aproximando-se do marido.

– Mas ainda é cedo. Não quer esperar a sobremesa?

– Deve ser tão ruim quanto o jantar. Vamos embora, por favor.

– Tá bem.

No carro, Sam foi calada e Freddie estranhou:

– O que você tem? Fome? Podemos parar pra comprar frango frito, como eu prometi.

– Esquece o frango frito, vamos pra casa. Eu tô cansada e com sono.

– Você nunca recusa comida, algo está estranho...

– Calado. Estou com dor de cabeça.

Freddie não acreditou muito na justificativa de Sam, mas achou melhor não contrariá-la.

Em casa, o moreno logo dormiu, mas Sam estava com a consciência pesada e foi para a sala. Logo sentiu um pêlo macio passar pelas suas pernas. Ascendeu a luz e pegou Bolinha no colo, abraçando-o:

– Oh meu garotinho! Essa sua dona é uma idiota. Posso desabafar com você, porque sei que não vai contar pra ninguém e também não vai me julgar.

Ela se sentou no sofá com o cachorro no colo:

– A Senhora Benson tem razão, eu só sei arruinar a vida do Freddie.

Freddie havia sentido falta de Sam na cama, então levantou-se e foi até a sala, chegando a tempo de ouvir o que ela disse ao cachorro.


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Notas finais do capítulo

Wendy: http://vignette2.wikia.nocookie.net/icarly/images/d/d6/Maryannspringer.jpg/revision/latest?cb=20100825151444