Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 136
A felicidade de Carly




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Gibby deitou Carly desmaiada no sofá. Os convidados estavam todos em volta dela.

– Dêem espaço para ela respirar – pediu Freddie.

Sam pegou um perfume na bolsa e colocou em baixo das narinas da amiga, fazendo-a despertar.

– Ela tá viva! Graças a Deus! - disse Spencer, nervoso.

– Acho melhor chamar um médico – falou Audrey, preocupada, segurando Júnior, de 1 ano, no seu colo.

Audrey colocou Júnior no chão, enquanto pegava o celular para ligar pro médico.

– Temos um vizinho médico, melhor chamarmos ele, que vem mais rápido – falou Gibby.

– Não precisam se preocupar, já estou melhor, acho que tive uma queda de pressão, só isso – disse Carly, sentando-se.

– Você tá pálida amorzinho. Fica aí quietinha que eu já volto com o Doutor – pediu Gibby, saindo apressado.

Pouco depois, no quarto de Carly, ela era examinada, com Sam, Freddie, Spencer, Audrey e Gibby em volta.

Dr. Dresdin concluiu:

– Está grávida.

Todos ficaram surpresos. Carly mais ainda, dizendo:

– O senhor está enganado, eu não posso estar grávida, isso é impossível.

– Você e seu marido não têm relações? - perguntou o médico.

– Não é isso! - falou Carly, rapidamente.

– Se está se referindo a métodos anticoncepcionais vou te dizer que eles falham.

– Eu tenho endometriose – contou Carly.

– Isso não faz de você estéril, só torna a gravidez mais difícil.

– Ainda acho que o senhor está enganado.

– Então, procure um ginecologista e faça um exame para confirmar meu diagnóstico.

Assim que o médico saiu, Gibby abraçou Carly, contente:

– Nós vamos ter um filho!

– Esse médico é louco! Nunca acertou um diagnóstico, só porque atende de graça pensa que pode dizer qualquer coisa.

– Você deveria fazer o que ele sugeriu Carlynha, vai no ginecologista fazer o exame – acoselhou Sam.

– Pra quê Sam? Pra eu criar expectativas, esperar ansiosamente o resultado do exame e me frustrar de novo?

– Por que você não faz um teste de farmácia? - sugeriu Audrey.

– É uma boa ideia – concordou Spencer.

– Tecnicamente esses testes têm chance de falhas, mas você pode diminuir o risco fazendo vários de marcas diferentes – falou Freddie.

– Vou na farmácia agora e compro vários pra você, amorzinho – disse Gibby, saindo, antes que Carly pudesse protestar.

– Viram só? O Gibby tá se enchendo de esperanças e vai acabar caindo do cavalo – falou Carly.

Sam sentou-se na cama ao lado da amiga e disse:

– Eu acho que quem está com medo de cair do cavalo é você amiga. No fundo quer muito que isso aconteça, mas não admite por medo de se machucar.

– Virou psicóloga Sam?

– Não, mas já fiz muita terapia na vida.

Gibby voltou da farmácia com os testes. Carly entrou no banheiro e depois de um tempo saiu. Todos esperavam ansiosos e ela disse:

– Todos positivos.

– Uuhhuulll – comemoraram todos.

– Vamos mesmo ter um bebê! - comemorou Gibby, beijando a esposa.

Carly interrompeu a animação de todos:

– Chega! Devem estar todos estragados. Amanhã vou ao ginecologista de uma vez pra acabar com isso.

Sam disse a todos:

– Carlynha está precisando descansar, melhor irmos embora.

Todos desceram, exceto Gibby.

Isabelle estava curiosa e correu para os pais assim que os viu:

– O que aconteceu com a dinda? Ela tá doente?

Cris também se aproximou, preocupado:

– A mamãe vai ficar bem?

Freddie respondeu:

– Está tudo bem crianças, a Carly só precisa descansar um pouco.

– Cris, não quer ir lá pra casa pra brincar com a Belinha? Mabel vem também – chamou Sam.

– Mas eu quero ver a mamãe – disse Cris.

– Amanhã você vê, agora ela quer dormir – explicou Sam.

– Eu também quero dormir – falou Mabel, deitada no sofá da sala.

– Vem Bel, o tio te leva – disse Freddie, pegando a pequena no colo.

Na manhã seguinte, todos dormiam no apartamento 13B quando a campainha tocou. Cris foi o primeiro a acordar, por ter dormido mal a noite, preocupado com Carly, e foi abrir a porta.

– Mamãe! - falou o menino, feliz, abraçando Carly – Você está bem? Não vai morrer?

– Claro que não querido. Quero dizer, morrer todo mundo vai, mas acho que não vou morrer agora, antes disso quero te ver crescido – fazendo carinho na cabeça do menino.

– Eu não suportaria perder outra mãe – falou Cris com os olhos cheios de lágrimas.

– Isso não vai acontecer meu amor – disse Carly, beijando a cabeça dele.

Sam e Freddie apareceram de pijama, sonolentos.

– Oi Carly, caiu da cama? - indagou Sam.

– Tá tudo bem? - perguntou Freddie.

– Sam, eu tenho uma consulta no ginecolgista daqui a uma hora e quero que vá comigo – explicou Carly.

– Por que não vai com o Gibby? - questionou Sam.

– Ele já tá fazendo mil planos e super empolgado, vai acabar me deixando mais nervosa na consulta. Prefiro ir com você.

– Tá bom, vou me trocar – concordou Sam.

No consultório, o médico fez o exame de sangue, que ficaria pronto no dia seguinte, e afirmou que tudo apontava para uma gravidez, explicando à Carly:

– Você está tratando a sua endometriose e esta pode ter regredido, diminuindo a obstrução das trompas e ovários, permitindo a passagem e fixação do espermatozoide. As chances de uma mulher engravidar naturalmente com endometriose sob controle é de 30%.

– Nunca imaginei que fosse possível – falou Carly.

– É muito possível amiga, você vai ter o seu bebêzinho – disse Sam, contente, abraçando a amiga.

Carly nem dormiu naquela noite. Gibby a encontrou na cozinha tomando um chá.

– Está sem sono amorzinho? - perguntou ele.

– Estou ansiosa.

– Eu te entendo, também estou.

– Gibby, você vai ficar muito decepcionado comigo se eu não estiver grávida?

– De jeito nenhum. E você, vai ficar muito decepcionada se não estiver grávida?

– Eu nem sei. Por muito tempo pensei que seria impossível gerar um filho e me conformei pra não me machucar ainda mais. Coloquei na cabeça que eu não precisava engravidar para ser feliz e que tudo não passava de pressão externa da sociedade machista, mas, no fundo, sempre quis saber como é ter um serzinho crescendo dentro de mim – colocando a mão na barriga.

– Pode ser que seu desejo mais profundo tenha se realizado, você é muito legal Carly e merece muito isso, ou melhor, nós merecemos – abraçando a esposa.

No dia seguinte, Carly foi ao Gibby's e encontrou o marido, junto com Sam, na cozinha. Ela tinha um papel nas mãos, do exame:

– Amor, aconteceu! Nós vamos ter um bebê! - contou a morena, empolgada.

– Fala sério.

– Tô falando.

Gibby pegou Carly no colo e os dois rodopiaram de alegria, então se beijaram.

– Sam, eu vou ser pai de novo – falou Gibby, abobalhado.

– Eu ouvi, não sou surda Gibby. Estou muito feliz por vocês – declarou Sam abraçando o casal – Tenho certeza de que essa criança vai trazer muito alegria pra vocês – passando a mão na barriga da amiga.

– Para nós e para a madrinha também. Lembra Sam, da nossa promessa.. É seu afilhado – disse Carly.

– Como eu poderia me esquecer. Iria se arrepender se desse seu filho em batismo par outra pessoa Carly.

– Você e o Freddie já eram os padrinhos quando um bebê era fruto da minha imaginação para um futuro distante.

Mais tarde, no apartamento 8C, Carly e Gibby chamaram Mabel e Cris para conversar.

– Nós temos uma notícia muito boa para contar pra vocês... - começou Carly.

– Vocês vão ter um irmãozinho – contou Gibby.

– Sério?! Vai ser uma menininha pra brincar comigo? Quero que seja minha boneca viva – disse Mabel, empolgada.

– Ainda não sabemos – respondeu Gibby.

Cris calou-se e foi para o seu quarto. Carly percebeu e foi atrás:

– Você ficou triste por que estou grávida Cris?

– Não, mamãe. Sei o quanto é importante para você. Só estou com sono.

– Então dorme meu príncipe, amanhã tem que acordar cedo para escola – ajudando o menino a se deitar e a se cobrir.

Na manhã seguinte, durante o recreio do colégio, Isabelle percebeu o abatimento de Cris:

– Tá tudo bem mané?

– Por que pergunta? Nem se importa.

– Não gosto de te ver com essa cara feia, quero dizer, mais feia que de costume.

– Então sai de perto, olha pro outro lado.

– Bandeira branca – disse Isabelle, fingindo sacudir uma bandeira no ar – Vamos dar uma trégua, ok? Agora me conta o que tá pegando.

– Minha mãe tá grávida.

– Eu já soube e achei muito legal. Mas, pelo visto, você não. Eu te entendo, também não fiquei muito feliz quando minha mãe engravidou dos meus irmãos. Mas, depois me acostumei. Tem vezes que tenho vontade de enforcar Eddie e Nick, especialmente quando mexem nas minhas coisas, mas, no fundo, até que gosto dos pirralhos. Você também vai se acostumar com seu irmãozinho.

– Não é esse o problema, não vou me importar se o bebê quiser brincar com as minhas coisas, só estou com medo pela minha mãe...

– Medo de quê?

– O primeiro marido da minha mãe disse que no dia que ela tivesse um filho de verdade não iria mais querer saber de mim.

– Isso é bobagem! Aquele cara era louco, ele até mandou nos sequestrar, lembra?

– Claro que me lembro.

– Então tira essas minhocas da cabeça – falou Isabelle, bagunçando os cabelos de Cris.

– Então é assim? – disse o menino, sorrindo e começando a bagunçar os cabelos de Isabelle também.

Alisson apareceu:

– Devo interferir? Estão brigando ou brincando? Nunca sei.

– Atacar a Alisson! - falou Isabelle, correndo atrás da amiga, seguida por Cris.

Num final de semana, Sam e Freddie estavam sentados no sofá assistindo a vídeos engraçados na internet, quando Eddie apareceu, contando:

– Nick tá no telefone passando trotes.

– E por que não está com ele? - perguntou Sam.

– Sam! - ralhou Freddie – Obrigado por avisar filho, vou lá agora mesmo – disse Freddie, decidido, indo até o quarto dos gêmeos.

Freddie tomou o celular do filho e desligou:

– E ainda com o meu celular Nicolas! É muito feio ficar incomodando as pessoas com trotes.

Sam foi atrás, seguida por Eddie.

– Deixa de ser implicante nerd, que criança nunca fez isso? - perguntou a loira.

– Eu – falaram Eddie e Freddie ao mesmo tempo.

– Vocês são nerds – justificou Sam.

– Sam, você é mãe, tem que educar e não deseducar – falou Freddie.

– Dar educação não significa proibir tudo, levar tudo tão a sério e fazer tempestade num copo d'água como você, desse jeito vai criar filhos estressados.

– A estressada aqui é você.

– O que disse nerd? Repete se tem coragem.

– Vai começar a me bater na frente das crianças? Isso prova o quanto é estressada e não tem controle emocional.

A discussão foi interrompida pela campainha. Isabelle foi atender, era Carly.

Sam e Freddie foram para a sala.

– Sam, vem comigo pro shopping, preciso comprar coisas para o enxoval do bebê – falou Carly à amiga.

– De novo? Quantos bebês vai ter amiga? Dez? - indagou Sam.

– Eu gosto de comprar, isso me faz tão bem. Tem tantas coisas lindas para bebê, não me canso de comprar.

– Eu tô com preguiça de bater perna no shopping.

– Você é a madrinha, tem que vir junto pra me ajudar a escolher.

– Tá bom. Freddie, olha as crianças.

– Claro amor – falou o moreno.

No apartamento 8C, Gibby, Mabel e Cris jogavam um jogo de tabuleiro, quando a campainha tocou. O garoto foi abrir a porta.

Um homem alto, moreno, aparentando algo em torno de 30 anos, perguntou:

– Aqui é a casa dos Shay?

– É sim. Quem é você? - perguntou Cris, desconfiado, pensando já ter visto o rosto daquele homem em algum lugar.


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