Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 130
Gentileza gera gentileza?


Notas iniciais do capítulo

Troquei a capa da fic. Eu mesma que fiz. Gostaram? Tá aprovada?
Aproveitem mais um capítulo!



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– Sei bem qual o motivo importante que a traz aqui! Vai querer viver grudada na gente imitando um pato e falando coisas estúpidas!

– Sam, eu era uma criança. Mas, confesso que ainda tenho aquela chapéu de pato – contou Mandy, rindo – Enfim, estou aqui a pedido do seu marido.

– Duvido que o nerd tenha te chamado.

A porta do elevador se abriu e Mandy caminhou rapidamente até o apartamento 13-B. Freddie já estava com a porta aberta e disse:

– Graças a Deus você chegou Mandy.

Sam perguntou, indignada:

– Chamou mesmo a doida aqui? Perdeu o juízo? Quer que eu te bata agora Freddiota ou daqui a um minuto?

Isabelle apareceu na porta com o rosto molhado de lágrimas, abraçando Mandy e dizendo:

– Por favor, salva a vida do meu filhinho peludo.

– Fica calma querida, vou fazer tudo o que for possível – garantiu Mandy fazendo carinho nos cabelos longos e loiros da menina.

Freddie aproximou-se de Sam e explicou a situação, falando baixo:

– O Bolinha tá muito mal.

– O que houve? - perguntou Sam, preocupada.

– Não sabemos. Ele tá com o focinho muito quente, sinal de febre. Além disso, tá vomitando sem parar e com dor de barriga. A barriguinha dele chega a estar dura, parece uma pedra. Tenho medo pela Belinha caso ele não resista.

Sam caminhou até a filha e a pegou no colo:

– Calma meu amor. Vai ficar tudo bem.

– Eu não quero que o Bolinha morra, mamãe – disse Isabelle entre soluços.

– Isso não vai acontecer e, se acontecer, ele vai pro céu dos cachorros e vai ser muito feliz lá.

– Não! - gritou Isabelle, chorando mais ainda.

– Mandy! Vai logo ver o cachorro, o que está esperando? - determinou Sam, nervosa.

Mandy entrou rapidamente no apartamento. Examinou o cachorro, com toda a família Puckett Benson parada em volta, ansiosa, e declarou:

– Ao que tudo indica, é uma infecção intestinal grave. O que ele comeu?

– Eu dei ração – falou Freddie.

– E eu dei uns pedacinhos de cenoura durante o jantar – contou Isabelle.

– Não pode ter sido nada disso. Ele comeu algo diferente? Algo tóxico para cachorro, como chocolate, por exemplo? - indagou Mandy.

– Oh ou – soltou Nick.

– Xiii – disse Eddie.

– Eu não acredito que deram chocolate para o meu cachorro! Eu vou matar vocês se alguma coisa acontecer com ele – falou Isabelle, nervosa, puxando os irmãos pelo colarinho.

– Não foi nossa culpa – falou Nick.

– O Bolinha pediu, ele tava com fome – completou Eddie.

Sam conteve a filha, fazendo-a largar os irmãos e a pegando no colo, enquanto a menina se debatia de raiva.

– Para Isabelle! - determinou Sam – Seus irmãos não fizeram de propósito. Não vai acontecer nada com o Bolinha, certo Mandy?

– É melhor levá-lo para a clínica. Lá eu posso dar umas injeções com remédios nele e vou observá-lo durante toda a noite – disse Mandy.

– Esse tratamento vai sair caro? - questionou Freddie.

– Isso é hora de pensar em dinheiro nerd? - perguntou Sam, indignada.

– Acontece que tudo pra cachorro é pela hora da morte – explicou Freddie.

Ao ouvir a palavra “morte” Isabelle intensificou o choro.

– Olha o que você fez Freddiebag! - falou Sam, dando um tapa no braço do marido.

– Podem ficar sossegados. Só vou cobrar os remédios que tiver que injetar nele, o resto é uma cortesia minha – informou Mandy.

Mandy pediu a manta de Bolinha, então enrolou o cachorro e o levou.

Sam sentou-se no sofá e pediu à filha que se sentasse no seu colo.

– Eu sei que é difícil Belinha. Já te contei que tive um coelho e um gato de estimação? - perguntou Sam à menina.

– Já.

– Sabe o que aconteceu com eles?

– Não.

– O coelho a minha mãe deu e mentiu pra mim que fugiu. Fiquei desesperada, pensando que meu pobre bichinho estava perdido por aí. Pelo menos você sabe que o Bolinha está sendo cuidado e medicado. Quanto ao gato, ele foi morrendo aos poucos, sofrendo muito. Ficou cego, depois não andava mais e assim foi definhando, doente. Na verdade, eu nem soube direito como ele realmente se foi e em que dia, porque eu estava em Los Angeles. Temo que minha mãe não tenha mais cuidado dele e ele sucumbiu à doença.

– Isso é muito triste.

– É sim.

– Você deve ter sofrido muito.

– Sofri sim, mas passou. Sabe por que?

Isabelle fez sinal negativo com a cabeça e Sam prosseguiu:

– Porque na vida tudo passa. Sei que está doendo aqui dentro agora – colocando a mão no peito da filha – Mas essa noite vai passar e um dia, quando for uma moça, será só uma lembrança junto com outras tantas, sejam boas ou ruins.

Foi a vez de Freddie se manifestar:

– E tudo isso serve de experiência filha. De tudo de bom ou de ruim que nos acontece, tiramos uma lição.

– Que lição eu tenho que tirar disso? - perguntou Isabelle ao pai.

– Precisa ficar mais atenta ao seu cachorrinho. Você quis muito ficar com ele e fez um acordo com a sua mãe, mas não tem dado nem comida a ele. Eu coloquei ração porque vi que o pote dele estava vazio há muito tempo – respondeu Freddie.

– Você tem razão, papai. Foi minha culpa. Ele foi pedir comida aos meus irmãos porque eu o deixei com fome – disse Isabelle, chorando.

– Não se sinta culpada, Belinha. Errar é humano. Só tire isso como uma lição.

O telefone tocou e Isabelle correu para atender. Era Mandy informando que a primeira injeção já havia sido aplicada e que Bolinha estava reagindo bem.

– Viu só princesa? Bolinha vai se recuperar logo. Agora, vai dormir, já está tarde – pediu Sam à filha.

– Posso dormir com vocês? - perguntou Isabelle aos pais.

– Claro – concordou Freddie, pegando a filha no colo.

Quando Sam entrou no quarto, após colocar os gêmeos na cama, encontrou Isabelle e Freddie adormecidos, abraçados. Deitou-se ao lado deles com cuidado, para não acordá-los.

Na manhã seguinte, Sam deixou Isabelle dormir até mais tarde e permitiu que não fosse à escola. Quando a menina acordou, viu a mãe parada na sala com Bolinha no colo.

Isabelle esfregou os olhos:

– Eu ainda estou sonhando?

– Vai lamber a sua dona pra provar pra ela que você é bem real – pediu Sam ao cachorro, colocando-o no chão.

Bolinha correu até Isabelle e a menina o pegou no colo. O cachorro lambia a face da pequena, arrancando risadas dela. Sam também sorriu ao ver a felicidade da filha.

Naquela noite, Cris e Mabel foram visitar Bolinha.

– Olha Bolinha, sua outra mamãe e o seu papai vieram te ver – disse Isabelle ao cachorrinho, que correu para o colo de Cris.

– Que papo é esse? - perguntou Sam à filha.

– Bolinha tem duas mães e um pai, mas a guarda dele é minha, eles tem direito de visita – explicou a menina.

– De onde tirou isso? - indagou Sam.

– Eu vi na televisão, mas não era um cachorro, e sim uma criança.

– Vai ver que é porque esse tipo de coisa se aplica pra criança e não pra cachorro.

Freddie interveio:

– Sam, deixa ela. É brincadeira de criança. Não precisa levar tão a sério.

– Ah é? Então por que levou tão a sério o pedido de namoro do Rick?

– Você guarda né Sam?

– Você não?

Freddie estava prestes a responder, quando viu Bolinha, que já havia saído do colo de Cris, levantar a pata na mesa de centro da sala, gritando:

– Bolinha! Sai! Passa!

Mas o cachorro já havia feito xixi.

Sam se levantou e olhou para as crianças:

– Já que são as mães e o pai do peludinho aí, têm que ensiná-lo a fazer xixi no jornal lá na área de serviço! Se não, três crianças vão ficar sem um certo cachorrinho.

Mabel pegou Bolinha no colo e o levou para área de serviço, seguida por Isabelle e Cris.

Mabel colocou Bolinha em cima do jornal e disse:

– É aqui que você tem que fazer xixi Bolinha.

– Acho que ele não vai entender Mabel – disse Isabelle.

– Então o que sugere sabichona? - perguntou Cris.

– Sugiro que você faça xixi no jornal pra mostrar pra ele como se faz – zombou Isabelle.

– Tá bom – disse Cris, em tom provocativo – começando a abrir o cinto.

– Aahhh! - gritou Mabel, tampando os olhos.

Isabelle apenas riu e continuou fitando Cris com olhar provocador, dizendo:

– Não teria coragem.

Sam e Freddie chegaram correndo ao ouvir o grito de Mabel.

– O que houve? - perguntou Sam à sobrinha.

– Ele queria tirar a calça – contou a menina à tia, apontando para Cris.

– O que??? - perguntou Freddie, nervoso.

– Não é nada disso. Eu só estava tentando apertar o meu cinto que tá frouxo – disfarçou Cris, vermelho de vergonha.

– Foi só isso mesmo – confirmou Isabelle ao ver o olhar desconfiado do pai.

– Então pode deixar que eu aperto o seu cinto. Vem cá – chamou Freddie, fazendo Cris se aproximar.

Freddie apertou tanto o cinto que fez Cris soltar um gemido.

Cris voltou pra casa, segurando a barriga. Mabel resolveu que iria passar aquela noite na casa dos tios.

Gibby perguntou, ao ver o menino:

– O que houve?

– Cinto muito apertado.

– Bom garoto! Uma dica: sempre use cintos bem apertados nas suas calças, isso evita constrangimentos.

– Gibby! - chamou atenção Carly – Pare de falar besteira para o garoto. Ele não precisa apertar o cinto até ficar sem ar. Venha cá querido – chamou ela, soltando o cinto para alívio de Cris – Não é porque seu pai teve um acidente que você precisa usar um cinto tão apertado.

– Que acidente? - quis saber Cris.

– Isso já faz muito tempo, não tem importância – respondeu Gibby.

– Mas quem viu nunca vai esquecer dele pelado no programa do Jimmy Fellon por causa das calças frouxas – contou Carly, rindo.

– É sério? - indagou Cris, caindo na gargalhada.

– Riam a vontade, finjam que eu nem estou aqui. O Gibby não tem sentimentos – falou Gibby, magoado.

– Oh benzinho, não fica assim, mas que foi engraçado, foi – disse Carly, sentando-se no sofá ao lado do marido e o beijando.

– Já vi que estou sobrando – comentou Cris, sem que lhe dessem atenção, indo para o seu quarto.

Era tarde quando Freddie chegou da facudade, entrando com cuidado na suíte do casal, deitando-se na cama e tentando abraçar Sam com cuidado para não acordá-la, quando ouviu um rosnado, sentindo dentes na sua mão.

– Aahh! - gritou ele, despertando Sam, que ascendeu o abajur.

Bolinha estava grudado na mão de Freddie, mordendo. Sam puxou o cachorro para “salvar” o marido.

– Olha o que ele fez com a minha mão! - lamentou Freddie, mostrando os cortes feitos pelos dentinhos finos.

– Fica tranqui, ele tomou vacina pra raiva.

– O que ele está fazendo aqui?

– Esse cachorro deu pra ficar grudado comigo. A Belinha falou que ia cuidar dele, mas eu que acabo fazendo tudo, então ele já entendeu que a dona, de fato, sou eu. Ele deve ter entrado aqui enquanto eu dormia.

– Mas ele vai sair agora! – disse Freddie, irritado, tentando pegar Bolinha do colo de Sam, mas o cachorro lhe mostrou os dentes mais uma vez.

– Ótimo! Eu não posso mais ficar em paz nem na minha própria cama!

– Amor, vai indo pra cozinha, já vou lá fazer um curativo, enquanto isso vou colocar o Bolinha de volta na cama dele no quarto da Belinha.

No dia seguinte, quando Freddie chegou da faculdade, Sam estava cochilando no sofá da sala junto com Bolinha. Os dois ficaram assistindo a um filme na televisão até tarde. Ela acordou com o chamado do marido, que nem ousou se aproximar muito para não levar mais uma mordida do cachorro, que já havia aberto os olhos e o fitava.

– Será possível que esse cachorro não vai mais me deixar chegar perto de você? - perguntou o moreno à esposa.

– Com ciúme do cachorro já é demais né bebê? - indagou Sam, rindo – Eu vou colocar ele pra dormir. Me espera no quarto que eu faço carinho na sua cabeça como estava fazendo na dele até agora – zombou Sam, pegando o cachorro no colo e caminhando em direção ao quarto de Isabelle.

Na manhã seguinte, a família Puckett Benson ainda tomava café da manhã quando a campainha tocou.

Sam foi abrir, seguida por Freddie. Era Mandy, que cumprimentou:

– Bom dia Seddie!

– Nós temos nomes próprios – informou Sam.

– Eu sei. Mas é muito mais fofa a junção dos nomes de vocês.

– Quer alguma coisa Mandy? - perguntou Freddie.

– Eu vim ver o Bolinha, saber se tá tudo bem com ele.

Isabelle aproximou-se com Bolinha no colo:

– Ele está muito bem, graças a você.

– Imagina, é recompensador para uma veterinária salvar a vida de um animalzinho.

– Nós temos mesmo que agradecer Mandy. Foi incrível o que fez, ainda mais sem cobrar sua mão-de-obra – disse Freddie.

– Eu faria qualquer coisa pelos ICarly's – respondeu Mandy, sorrindo para Freddie e olhando-o fixamente.

– Mais alguma coisa? - perguntou Sam, sem paciência.

– Eu ainda nem tomei café da manhã e já tenho que ir para o trabalho...

– Quer tomar café conosco? - convidou Freddie, recebendo um olhar fuzilador de Sam.

– É muita gentileza, vou aceitar – respondeu Mandy, indo para a cozinha, onde os gêmeos ainda tomavam mingau.

Sam segurou o marido pelo braço, antes que ele fosse para a cozinha:

– Por que fez isso Benson?

– Sam, ela salvou a vida do Bolinha. Já imaginou como ficaria a nossa filha se esse cachorro morresse? Devemos o mínimo de gentileza a ela, não acha?

– Tá, você tem razão.

– Olha só, Samantha Puckett Benson concordando comigo – caçoou Freddie.

– Não se anima muito não, porque se ela começar a encher a paciência você vai se arrepender de tanta gentileza.

As visitas matinais de Mandy tornaram-se corriqueiras e ninguém mais aguentava ter que ser “gentil” com ela fazendo perguntas sobre ICarly, sobre o cotidiano Seddie e até algumas indiscretas sobre a vida íntima do casal. Sam brigava com Freddie todas as manhãs pelo mesmo motivo.

Certa manhã, a campainha tocou, como de costume, e todos ficaram mudos e imóveis, com a intenção que Mandy pensasse que não havia ninguém em casa e fosse embora, com exceção de Bolinha que latia sem parar seguindo o ritmo da campainha insistente.


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