Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 127
O desentendimento


Notas iniciais do capítulo

Clima tenso entre Sam e Freddie...



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Isabelle e Mabel ficaram encantadas na Feira de Filhotes.

As meninas corriam para ver os cachorrinhos de várias raças e tamanhos, os gatinhos, chinchilas, furões, peixes e até bicho esquisito que diziam ser a mistura de um tigre com um leão e que estava em exposição.

Isabelle aproximou-se do enorme felino que rugia sem parar, preso numa gaiola.

– Olha, que legal! Já pensou ter um bicho desse de estimação?

– Que horror Belinha, ele iria devorar o dono – observou Carly.

– Poderíamos dar de presente à sua avó Marissa, aposto que os dois se dariam muito bem, esse bichano combina muito com ela! - falou Sam, com ironia.

– Sam! Não fale assim – pediu Carly.

– Por que você não gosta da vovó Marissa e ela não gosta de você?- perguntou Isabelle à mãe.

– Quem disse que eu não gosto da sua avó? Como alguém poderia não gostar de uma pessoa tão adorável como a Senhora Benson? - indagou Sam, irônica novamente.

– Essa briga é antiga Belinha, nem dá pra saber quem começou, melhor deixar pra lá. Vamos ver os cãezinhos? São mais fofos que esse bicho esquisito e barulhento – propôs Carly.

– Olha, filhotes de poodle – falou Mabel, empolgada, correndo até eles, num cercado junto a uma das barracas dedicadas aos canis.

Isabelle e Mabel pegaram os filhotes no colo e ficaram encantadas.

– Posso levar um pra casa, mamãe? Por favor? - pediu Isabelle, em tom implorativo.

– Eles não estão sendo doados Isabelle, custam dinheiro – respondeu Sam.

– Compra pra mim? Pode ser meu presente de aniversário.

– Ainda não é o seu aniversário.

– Mas me dá adiantado, prometo que não peço mais nada, nem festa.

– Não!

– Por que?

– Porque eu não tenho tempo pra ficar cuidando de cachorro e limpando bosta. Tenho um trabalho, uma casa e 3 filhos para criar.

– Não saio daqui sem o meu cachorrinho – disse Isabelle, fazendo birra, sentando-se no chão e iniciando um choro.

– Tá bom, você que sabe – falou Sam, caminhando para fora da feira.

Carly pegou Mabel pela mão e foi atrás da loira:

– Vai mesmo deixar a Belinha aí?

– 5, 4, 3, 2... - começou a contar Sam.

Isabelle foi correndo atrás da mãe, agarrando-se à cintura dela:

– Me dá um cachorrinho, por favor! Prometo que cuido dele e limpo a sugeira, você não vai precisar fazer nada.

– Você não é capaz nem de arrumar sua cama Isabelle. Se quiser te dou um peixe.

– Não, peixe é muito sem graça.

– Então, nada feito. Vamos pra casa de uma vez.

Freddie chegou em casa animado. Nick mostrou o seu boné novo do time de beisebol.

Eddie correu para o colo da mãe, dizendo que sentiu saudade.

Isabelle foi para o colo do pai, contando:

– Mamãe não quis me dar um cachorrinho. Eu quero muito. Você poderia me dar de aniversário, como presente adiantado, né papai?

– Qual o problema dela ter um cachorrinho Sam?

Sam respondeu ao marido:

– Eu não vou cuidar de bicho nenhum! Você passa o dia fora de casa e sobra tudo pra mim! Estou sobrecarregada e não quero mais nenhum ser respirando sob a minha responsabilidade dentro dessa casa!

– Pensei que tínhamos um acordo Sam. Foi você mesma quem me pediu para eu voltar a fazer faculdade, dizendo que segurava as pontas aqui em casa! Agora vem me jogar na cara que está sobrecarregada?

– Não estou te jogando na cara, apenas não tolero mais você mimando essa garota que já está cheia de vontades e me fazendo perder a paciência.

– Você nunca teve paciência Sam! Não é a Isabelle que a faz perder. Pensei que tinha melhorado com o tempo, afinal, você é mãe.

– O que está insinuando Benson? Que não sou boa mãe?

– Eu não disse isso.

– Mas insinuou. Pois saiba que quem não está desempenhando um bom papel de pai é você. Eu tento impor limites para que a Isabelle não cresça chata e mimada. Eu sei o que é mundo lá fora, ao contrário de você que só vivia grudado à barra da saia da sua mãe. Se a Isabelle virar uma mulher pensando que o mundo tem que ceder às suas vontades, vai quebrar a cara muitas vezes.

– Então é isso que pensa? Que eu te deixo sobrecarregada? Que eu mimo demais a nossa filha e que serei o responsável pela infelicidade dela no futuro?

– Você também deixou muito claro o que pensa a meu respeito: uma péssima mãe, que não tem paciência com os filhos!

Isabelle, Eddie e Nick olhavam assustados para a discussão dos pais. Freddie percebeu e disse à esposa:

– Melhor pararmos por aqui – pegando sua carteira, a chave de seu carro e saindo.

– Aonde você vai? - perguntou Sam, sem resposta.

Ela atirou um vaso na porta que Freddie havia acabado de fechar e em seguida foi para o seu quarto, fechando a porta numa batida violenta.

Na sala, Eddie perguntou, com os olhos cheios de lágrimas:

– Será que eles vão se separar?

– Claro que não. Eles brigam sempre – respondeu Isabelle, abraçando o irmão.

– A culpa foi sua Belinha – disse Nick, bravo, indo para o seu quarto.

Isabelle foi até o quarto da mãe. Sam estava deitada na cama, fitando o teto. A menina sentou-se ao seu lado e disse:

– Desculpa mamãe. Eu não queria que o papai brigasse com você por minha causa. Não vou pedir mais um cachorrinho.

– Não foi por sua causa, totalmente. O seu pai consegue me irritar com facilidade.

– Vocês não vão se separar como da outra vez né?

– É claro que não. Daqui a pouco seu pai volta mais calmo e a gente não vai nem sem lembrar do que houve.

As horas passaram e nada de Freddie voltar, o que deixou Sam preocupada. Já era tarde e as crianças já tinham dormido. Após pegar Eddie e Nick adormecidos sobre o sofá e colocar ambos em suas camas, retornando para pegar Isabelle, adormecida com um pedaço de sanduíche na boca, sobre a mesa da sala, Sam resolveu ir à casa da sogra.

Ela tocava a campainha insistentemente, mas Marissa demorou a abrir. A senhora apareceu de pijama e sem muita paciência:

– Seu dedo ficou preso na campainha Samantha?

– Quem é Marissa? - perguntou uma voz masculina vinda do quarto até a sala.

– Pai, o que faz aqui? - perguntou Sam olhando para Charles, que trajava um pijama.

– Ora, ele é meu namorado, há anos!

– Eu faço questão de não me lembrar disso.

– O que quer Samantha? - perguntou Marissa.

– Quero que me ajude a rastrear o Freddie.

– Não posso fazer isso.

– Pode sim, eu sei do chip.

– Se perdeu o seu marido, o problema é seu!

– Marissa, não precisa falar assim com a Sam – defendeu Charles – O que houve filha, vocês brigaram?

– Sim, mas dessa vez parece que foi um pouco mais sério. Ele saiu e não voltou até agora, estou preocupada. Sabe-se lá o que pode ter acontecido com ele por aí.

– Se alguma coisa acontecer com o meu bebê eu juro que te mato Samantha – ameaçou Marissa.

– Pode até me matar, mas não vai adiantar nada. O mais inteligente agora é saber onde ele está para impedir que o pior aconteça.

Marissa correu para dentro do apartamento, nervosa. Pegou o controle do chip e logo encontrou a localização de Freddie, numa praia.

A senhora quis acompanhar Sam na busca, mas foi contida por Charles, o qual disse que era melhor deixar os dois se entenderem.

Freddie apreciava o quebrar das ondas, pensativo, sentado sobre o capô do seu carro, quando ouviu o barulho de uma moto se aproximando. Sam desceu e logo estava parada diante dele.

– O que faz aqui Puckett? Veio continuar a briga?

– Cala a boca – disse Sam, beijando-o.

As mãos de Sam lentamente foram tomando conta da nuca dele, fazendo a respiração do moreno se intensificar. Ele colocou as mãos na cintura dela e a trouxe para mais perto.

Os dois cessaram o beijo para respirar.

– Me desculpa, bebê – falou Sam.

– Só se você também me desculpar, amor.

Freddie tomou os lábios dela novamente, abriu a porta traseira do carro e praticamente a empurrou para dentro.

Freddie deitou-se sobre Sam, ambos já estavam ofegantes. Ela mordiscou levemente os lábios dele, pouco antes de cessarem o beijo.

O moreno passou os beijos para o pescoço dela, com pequenos chupões, fazendo-a se arrepiar. Ela começou a abrir a camisa dele, tirando-a e passando as mãos pelo tórax sarado e barriga tanquinho dele.

Voltaram a se beijar com volúpia. Sam começou a abrir o cinto de Freddie e ele a ajudou, tirando a calça, permanecendo com sua cueca box branca.

Foi a vez dele despi-la, tirando a camisa e a calça jeans. Livrou-se do sutiã dela, na sequência.

O moreno tomou os lábios da loira, suas línguas se encontraram. Depois, desceu os beijos até os seus seios, sugando-os, um de cada vez e, então, massageando os mamilos, arrancando gemidos dela.

Na sequência, a mão do moreno percorreu o corpo da loira até chegar à calcinha dela. Ele tirou a peça e passou a acariciar a região íntima dela, fazendo-a gemer.

As pupilas de ambos já estavam dilatadas de desejo e seus corpos pareciam arder.

Freddie afastou as pernas de Sam, posicionou-se entre elas e a penetrou, começando os movimentos ritmados. Os corpos de ambos já estremeciam. As unhas dela estavam cravadas nas costas dele. Os dois gemiam.

Ele se segurou o máximo que conseguiu, tentando prolongar o prazer dela. Chegaram ao limite, juntos. Ele aumentou o ritmo e não se segurou mais. Os dois atingiram o ápice.

Freddie estava exausto e deixou seu corpo cair sobre Sam. Ficaram abraçados, trêmulos, ofegantes, cansados e suados.

Pouco depois, vestiram-se e ficaram apreciando juntos o barulho do mar, o movimento das ondas e a noite estrelada.

Sam começou a rir e Freddie perguntou qual a graça:

– Tá virando hábito sexo em lugares abertos.

– Quase nos demos mal uma vez, nas Bahamas. Já pensou se aquele vídeo fosse parar na internet?

– Seria culpa sua. Você que teve a ideia.

– Mas você que teve a ideia do lago, no sítio do Meião, e por pouco não fomos pegos no ato por Carly e Gibby.

– Não vou negar que adoro essa adrenalina de “alguém pode nos ver”.

– Só espero que ninguém tenha nos visto dessa vez.

– Relaxa. Onde vamos fazer da próxima vez? No estacionamento do shopping? No banheiro do cinema? Na saída de incêndio onde nos beijamos pela primeira vez?

– É, na saída de incêdio seria romântico, mas vizinhos poderiam passar por lá e qualquer um dos prédios em volta poderia ver e filmar. Nesses outros lugares que você falou, devem ter câmeras, então também não seria legal.

– Como você é mariquinha Freddie!

– Eu queria ver você me falar isso quando um vídeo nosso desse tipo caísse na internet e um dos nossos filhos visse.

– Nossos filhos! - disse Sam, nervosa.

– O que tem?

– Deixei em casa, dormindo, sozinhos!

– Melhor voltarmos logo.

O casal chegou ao apartamento e verificou que apenas Eddie dormia na sua cama.

Sam acordou o filho, chacoalhando-o.

– Para Sam! Vai assustar o menino – disse Freddie.

Eddie acordou, realmente assustado, enquanto a mãe indagava, nervosa:

– Cadê os seus irmãos? Para onde foram a Belinha e o Nick?

– Não sei mamãe, eu estava dormindo, nem vi que tinham saído – respondeu o menino, sonolento.

– Onde essas duas pestes se meteram a essa hora? - perguntou Sam, ao marido, nervosa.

– Eu não sei, mas vamos tentar manter a calma, está bem?

– Como quer que eu fique calma com meus dois filhos desaparecidos?

– Não devia ter deixado as crianças sozinhas.

– E você não deveria ter desaparecido. Eu não teria saído atrás de você e as crianças não teriam sumido.

– Se não tivesse começado aquela discussão sem sentido, eu não teria saído pra espairecer.

– Se não tivesse me confrontando pra fazer a vontade da Belinha nada disso teria acontecido.

– Se tivesse mais paciência com a Isabelle, explicando a situação, não teríamos nem discutido.

– Se...

– Chega! - gritou Eddie, nervoso – Eu não aguento mais essas brigas de vocês.

Os dois calaram-se, envergonhados. Ouviram o barulho da porta se abrindo e correram para a sala. Isabelle e Nick entraram, de mãos dadas.

Sam falou:

– Não sei se eu os abraço ou se dou uns tapas em vocês. Querem me matar do coração? - abraçando os filhos – Nunca mais façam isso ouviram? O que vocês têm na cabeça?

– O Nick ficou sonâmbulo e saiu andando. Eu acordei com o barulho da porta batendo e vi que ele não estava na cama, então fui atrás e o encontrei saindo do prédio – explicou Isabelle.

– Como o porteiro da noite permitiu que duas crianças saíssem sozinhas? - indagou Freddie.

– Ele estava dormindo papai.

– Onde encontrou o Nick? - perguntou Sam, aflita.

– Num beco aqui nessa quadra. Ainda bem que ele não atravessou a rua, poderia ser atropelado.

– Nem quero pensar numa coisa dessas. Nick tem uma fase pior do que a outra. Parou de fazer xixi na cama e começou a sair andando enquanto dorme – observou Sam.

– Vamos ter que tomar mais cuidado agora. Tirar a chave da porta, deixando-a sempre trancada, e trancar todas as janelas também – disse Freddie.

No dia seguinte, o sinal tocou no Ridgeway para mais um dia de aula. Cris caminhava em direção à sala de aula, quando Isabelle o conteve, dando um puxão na mochila que o garoto carregava nas costas, fazendo-o perder o equilíbrio e quase cair.

– Por que fez isso Belinha? - perguntou Cris, irritado.

– Quero falar com você.

– Por que simplesmente não disse: Cris, quero falar com você? Precisa dessa “delicadeza”?

– Acho divertido te irritar. Enfim... preciso que me ajude numa coisa.

– Por que eu faria isso?

– Porque você me ama.

– Eu nunca disse isso.

– Mas eu sei.

– Você é convencida.

– Está bem, se não quer me ajudar, eu peço pra outra pessoa.

– Tá bom, o que quer que eu faça?

– Vi algo ontem no beco, quando fui resgatar meu irmãozinho sonâmbulo. Preciso que me ajude com isso...


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