Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 125
Os filhos crescem


Notas iniciais do capítulo

Férias de julho!
Isso significa que terei mais tempo e que vou postar com mais frequência, desde que continuem interessados e comentando.
Agradeço a recomendação de "Biamore", eu adorei!
Boa leitura!



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Anoitecia em Seattle, Sam ajudava Eddie e Nick nos deveres.

Eddie já juntava as sílabas:

– O ra-to fu-giu do ga-to – dizia o pequeno, lendo seu caderno de atividades.

– Parabéns – disse Sam, dando um beijo estalado na bochecha do filho – Tá aprendendo a ler cedo como a sua irmã. Agora é a vez do Nick – olhando para o outro filho que estava distraído brincando com um carrinho de coleção.

Sam tomou o brinquedo do filho e disse:

– Nick, sua vez de tentar ler o que está escrito aqui.

– Não preciso fazer isso, a professora só pediu para desenhar um gato correndo atrás de um rato, ainda sou muito novo para ler.

– Você é muito bom de argumentos, tenho que admitir que teve a quem puxar.

Freddie chegou do trabalho, deu um selinho em Sam e cumprimentou os garotos com carinho nas suas cabeças.

– Advinha quem é o mais novo nerd dessa casa? - perguntou a loira ao marido.

– O meu garotão Eddie?

– Isso aí. Ele já sabe ler com 4 anos.

Freddie pegou o garoto no colo e imitou um avião com ele no ar:

– Você vai voar alto garoto! - disse o pai, orgulhoso.

Isabelle, até então no seu quarto, foi para a sala e se aproximou dos pais, dizendo:

– Vocês sabem o quanto amo vocês né? Vocês são os melhores pais do mundo.

– O que está querendo pestinha? - perguntou Sam, desconfiada.

– Como você está bonita hoje mamãe – elogiou a menina.

– Tô vendo que o negócio é pesado. O que aprontou? - indagou Sam.

– Nossa mamãe! Nem posso fazer um elogio? Eddie faz isso o tempo todo.

– Esse é o jeito dele, não o seu. Desembucha, temos mais o que fazer.

– Promete que vai dizer sim?

– Depende da pergunta.

– Posso viajar com a Alisson e os pais dela para Nova York no final de semana? Por favor! - pediu a menina, juntando as mãos, em tom implorativo.

– Era só isso?

– Sim, e qual a resposta?

– Não! - disse Sam, categoricamente.

– O que? - perguntou Isabelle, indignada.

– Eddie, soletre para a sua irmã a palavra não – pediu Sam ao filho.

Eddie falou, inocentemente:

– N-A-O e aquele símbolo, como chama? Lembrei! É o “tio”.

– Por que? - indagou Isabelle.

– Porque eu sou a sua mãe e decido as coisas por aqui.

– Isso não é justo!

– A vida não é justa minha filha.

Isabelle apelou para o pai:

– Papai, faça alguma coisa.

– Sam, eu acho... - começou Freddie.

– Você não acha nada Freddienerd, eu mando por aqui – rebateu Sam.

– Está sendo ignorante.

– Ignorante é você! Eu sou mãe, eu sei o que é melhor para a minha filha.

– Para a NOSSA filha! Eu sou o pai dela e também só quero o melhor pra ela. Antes de negar o pedido dela, ao menos deveria se informar melhor a respeito dessa viagem. Perguntou a ela qual o objetivo dessa viagem? Quanto tempo vão ficar?

– Está bem – cedeu Sam - Isabelle, o que Alisson e os pais vão fazer em Nova York? Por que você quer tanto ir? Onde vão ficar hospedados? Quanto tempo vão ficar?

– É o aniversário da avó dela que mora lá. Eu quero ir porque quero conhecer Nova York e porque eu adoro viajar e vocês trabalham tanto ultimamente que quase nem vamos a Los Angeles como antigamente. Vamos ficar hospedados na casa da avó da Alisson. Vamos na sexta a noite e voltamos domingo de manhã. Posso ir?

– A resposta continua sendo não! - disse Sam, com um sorriso irônico.

Freddie se manifestou:

– Sam!

– Você disse que eu não poderia negar o pedido dela sem me informar, já me informei, agora posso negar o pedido.

– Qual o problema da Belinha passar um final de semana com a melhor amiga e os pais dela em Nova York na casa de uma senhora?

– Você ainda não entendeu que a Belinha atrai problema? Ela só tem 8 anos e não é lá muito obediente, não tem noção de perigo e é fujona. Eu não vou ter paz com ela a quilômetros de distância – explicou Sam.

– Eu vou me comportar e obedecer os adultos, eu juro – garantiu Isabelle.

– Belinha já está grandinha. Ela tem que aprender a ser mais responsável e mais independente. Ela já entendeu que quando se mete a fazer coisas proibidas acaba muito mal, não é mesmo? - indagou Freddie à filha.

– Sim, papai – confirmou Isabelle.

– Qual é a sua Benson? Vive super-protegendo a sua princesinha e agora quer despachá-la sozinha para Nova York? Ele ainda nem tem idade para viajar sem nós.

– Vocês já viajaram várias vezes e me deixaram sozinha – recordou-se Isabelle.

– Sozinha nada. Você ficou com pessoas que confiamos – rebateu Sam.

– E vocês não confiam nos pais da Alisson? - perguntou Isabelle.

– Não é isso. Acontece que só de pensar em você num avião, num aeroporto, andando sozinha em Nova York...

– Eu já entendi amor. Foi em Nova York que fomos sequestrados e a Belinha saiu andando sozinha e acabou chamando os policiais – recordou-se Freddie.

– Nós fomos sequestrados? - perguntou Isabelle, assustada.

– Sim, isso já faz muito tempo. Você era muito pequena, não poderia se lembrar. Você fugiu por um buraco na cela que fomos colocados no meio da noite. Eu nunca senti tanto medo, como aquele de te perder, em toda a minha vida. Mas, você foi esperta, pois pela manhã estava de volta com os policiais que encontrou no caminho. Você nos salvou – contou Sam.

– Eu sou um heroína de verdade! Isso é muito legal! E eu já conheço Nova York

– Por isso mesmo não precisa ir lá de novo – disse Sam.

– Sam, eu entendo a sua preocupação totalmente. O que aconteceu lá nos marcou, mas nós temos que superar isso. Nora está presa e Nevel se redimiu. Eu fui criado por uma mãe super-protetora e sei o quanto isso é ruim. Pra ela tudo sempre tinha perigo e ela nunca me deixava fazer nada, como você bem sabe. Jurei a mim mesmo que não repetiria isso com os meus filhos. Muitas vezes eu me senti sufocado e tive raiva da minha mãe.

– O que está insinuando? Que sou super-protetora como a desiquilbrada da sua mãe e que meus filhos terão raiva de mim?

– Isso é você quem tá dizendo.

– Você tá muito enganado! Não sou igual a maluca da sua mãe. Belinha vai para Nova York – decretou Sam.

– Eba! - comemorou Isabelle, colocando os braços pra cima e dando pulos de alegria.

O final de semana chegou e Isabelle embarcou para Nova York com Claire, Vicent e Alisson, após ouvir várias recomendações da mãe.

No sábado, Sam estava deitada no sofá, assistindo televisão, devorando um pote de frango frito, enquanto Freddie terminava um trabalho da faculdade no lap top, sentando na mesa.

Eddie e Nick brigavam por causa de um jogo infantil de dados.

– Você tá roubando! - disse Eddie, indignado, para o irmão.

– Não estou não! Não tenho culpa se não sabe jogar os dados – rebateu Nick.

– Então deixa eu ver os dados que estão na sua mão – pediu Eddie.

– De jeito nenhum – falou Nick, fechando as mãos.

Eddie foi por cima de Nick e os garotos começaram a rolar no chão numa luta corporal. A mãe e o pai levantaram correndo para separá-los.

– Chega! - disse Sam, nervosa, tomando os dados das mãos de Nick – Não vão mais brincar disso. Quero os dois indo para o quarto, porque eu vou colocar vocês no banho, já está na hora.

– Eu já sei tomar banho sozinho mamãe, não sou mais um bebê – disse Eddie.

– Eu também – concordou Nick.

Os dois foram caminhando para o quarto. Freddie voltou para o seu lap top. Sam foi atrás dos filhos e observou os dois separarem roupas limpas e pegarem suas tolhas. Nick disse a Eddie que o irmão podia ir primeiro e o garoto entrou no banheiro, enquanto Nick ficou aguardando sentado em sua cama.

Sam entrou e se sentou ao lado do filho e jogou os dados a sua frente, dizendo:

– O velho truque de dados com seis pontos em todos os lados.

– Vai brigar comigo e me colocar de castigo?

– Roubar é feio meu filho, principalmente se formos pegos. Então, se não quiser que isso aconteça, disfarce. Use dados falsificados de vez em quando e alterne com os verdadeiros, assim não levanta suspeita. Tem que fazer bem feito.

– Você é muito esperta mamãe.

– Sim, isso é esperteza, mas não sabedoria.

– Como assim?

– Você pode até ganhar o jogo roubando, mas, lá no fundo, vai se perguntar se não tem competência pra ganhar do jeito certo e se a vitória merecida não é a mais gostosa, porque não traz o peso da sua consciência junto.

Nick arregalou os olhos ao último comentário da mãe. Sam beijou a testa do filho e saiu, dizendo antes:

– Não esqueça de esfregar seus joelhos no banho.

Já era noite quando Isabelle ligou de Nova York. Sam ralhou com a filha por não ter atendido a sua ligação mais cedo, mas a menina explicou que estava assistindo ao musical do Rei Leão e contava empolgada tudo o que tinha visto.

Na manhã seguinte, domingo, Freddie acordou e não encontrou Sam na cama, achou estranho, afinal, ela sempre dormia até tarde nesse dia. Ele foi fazer sua higiene matinal e se dirigiu à sala, onde encontrou a esposa sentada no tapete com o notebook no seu colo.

Ela olhava atentamente uma foto de Isabelle bebê.

Freddie sentou-se ao lado dela e abraçou, dizendo:

– Ela cresceu tão rápido!

– Parece que foi ontem que nasceu.

– Está com saudade dela né? Eu também. Mas ela volta hoje, daqui a pouco estará batendo na porta cheia de novidades.

– Pior vai ser o dia que ela sair de casa de vez. Você já parou pra pensar como vai ser? Ela vai pra faculdade, depois Eddie e Nick, então seremos só eu e você.

– Isso ainda vai demorar amor.

– Nessa foto ela ainda nem sabia dizer uma palavra compreensível e hoje está com 8 anos, viajando sem nós e não tá nem com saudade. Há pouco tempo eu estava trocando as fraldas de Eddie e Nick e agora eles nem querem mais que os ajude no banho.

– Quando isso acontecer, poderemos, enfim, ter uma lua-de-mel. Não vai ser tão ruim assim – disse ele, beijando-a.

Eddie interrompeu os pais:

– Mamãe, o Nick fez xixi na cama de novo.

Sam se levantou e disse ao marido:

– É, eu acho que não será tão ruim assim quando eles saírem de casa.

Freddie apenas riu.

Pouco antes do almoço, a campainha tocou.

– Nossa princesa está de volta – falou Freddie, satisfeito, colocando um empadão quente em cima da mesa e indo abrir a porta.

Sam fechou a porta do forno e seguiu o marido até a sala.

Isabelle pulou no colo do pai e o abraçou assim que ele abriu a porta. Sam juntou-se ao abraço.

Claire e Vicent elogiaram o bom comportamento de Isabelle.

Isabelle passou o almoço inteiro falando como uma matraca, contando tudo o que viu em Nova York, demonstrando todo o seu encantamento, especialmente com o musical do Rei Leão.

Algum tempo depois...

Batidas insistentes na porta fizeram Sam e Freddie acordar no meio da noite. A loira sacou a meia de manteiga e foi até a porta.

– Não vai me acertar com isso Sam! - pediu Carly, nervosa, colocando as mãos a frente do rosto.

– Não tá na hora de fazer visita amiga – disse Sam, abaixando a meia.

– Aconteceu alguma coisa Carly? - perguntou Freddie, preocupado.

– Aconteceu! Podem me dar parabéns! Eu sou titia! - contou Carly, empolgada.


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Notas finais do capítulo

Aqui está a foto da Belinha bebê (não consegui colar no texto): http://europortals.com/wp-content/uploads/2015/04/qesh3.jpg