Meu Amável Vizinho escrita por Sweet Of Style


Capítulo 9
Revelações




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No capítulo anterior...

– Tudo bem... Você quer saber? Ok. Eu passei minha vida toda sendo criado por meu pai. E sabe por que? Porque minha mãe morreu no dia em que eu nasci! Até hoje eu me culpo por isso e meu pai também. Todo ano, no dia do meu aniversário, meu presente era uma surra do meu pai, me amaldiçoando por ter nascido. Com 13 anos eu fui morar com minha tia, pois meu pai tinha morrido se drogando. Ela me colocou em um colégio interno e só ia ver se eu estava vivo uma vez por ano. Aos 16 eu tive que sair de lá. Fiquei na casa dela, mas ela pouco se importava comigo. Viajava sem avisar, levava vários homens pra casa e me deixava trancado no quarto. Eu não tinha amigos, não tinha família, não tinha nada. Mas aí eu encontrei o Matheus. A mãe dele disse que eu podia ficar na casa deles o tempo que eu precisasse, ele me apresentou alguns amigos deles e eu comecei a ver o mundo de uma forma diferente. Larguei a escola por um ano e fiquei trabalhando na loja do pai do Math. E depois descobri que meu pai tinha milhões de euros no banco. Então voltei a estudar. Mas eu não podia ficar na casa do Matheus para sempre, então comprei um apartamento. E agora tenho que dividi-lo com uma loira linda e por ironia do destino, talvez eu esteja gostando dela. E... Espero que ela me entenda, e não fique com raiva de mim agora. – ele concluiu.

Ele estava chorando e eu também. Nunca pensei em ver o Rafael chorando, mas era um choro silencioso, como se apenas as lágrimas estivessem caindo. Agora eu me sentia culpada. Eu não tinha o direito de força-lo a falar isso. Estou me sentindo a pior pessoa de mundo.

– Me desculpa. Me desculpa, eu não... – solucei – Não imaginava... Eu... Me perdoa Rafael, eu não sabia... Não sabia... Não sabia...

– Tá tudo bem... Não é culpa sua... Eu tinha que contar isso pra você cedo ou tarde.

– Eu gosto de você Rafael... – beijei cada lágrima que escorria pelo seu rosto.

– Eu também gosto de você Jullia. – beijou minha testa.

– Vamos pro carro, não quero ficar doente de novo.

Entramos no carro e mandei uma mensagem pra Bia, falando que estava bem e que iria para casa agora. Mas espera. E como ela vai pra casa? Com o Rodrigo. E nós viemos como? Com meu carro. E onde está meu carro? No estacionamento. E onde eu estou? No carro do Rafael.

– Hey, para o carro.

– Por que?

– Meu carro tá aqui. Não vou deixa-lo no meio do nada.

– A Bianca não pode levar?

– Não confio em deixar meu carro nas mãos daquela louca. E além do mais, ela com certeza vai com o Rodrigo. – tento sair do carro mas ele me puxa. Oh menino que gosta de me puxar.

– Não. Não vou te deixar sozinha no meio da madrugada. Eu deixo o carro aqui, já que eu teria que voltar pra pegar os imbecis que não trouxeram carro e nós vamos no seu. Mas temos que procurar eles. Quer ficar aqui? Eu não demoro.

– Não, sem problema. Eu vou com você.

Então ele estaciona, nós vamos correndo pela chuva e entramos novamente no clube. 10 minutos depois, encontramos um dos idiotas. Math meu amor. O único ainda sóbrio. Rafael entrega as chaves pra ele e diz que se visse um arranhão eles iriam ser castrados.

Agora vamos procurar as outras donzelas. PUTZ! Tive que rir com isso. O Rô estava dançando com outra menina, chamando ela de Bia e de costas pra Bia (a verdadeira). E a Bia, estava de costas pro Rô, dançando com outro cara e o chamando de Rodrigo. Essas crianças...

– Hey seus incompetentes! – gritei e ambos me olharam.

– Jullia! Que saudade! Eu estava te procurando. Vamos tomar caramelo com feijão verde? – Rodrigo + bebida = (?)

– Não, valeu! Bia, já vou pra casa. Você pode ir com o Rô? Os meninos vão no carro do Rafa.

– Claaaaaaaro! Me dá um beijinho Ju minha linda!

– Masoq?! Sai sua louca – comecei a rir descontroladamente e joguei ela em cima do Rô. Que a segurou e começaram a dançar.

Cadê o Rafael? Ah sim, está rodeado por algumas gazelas mal paridas. Qual é, acha que vou deixar? Ele pode não sei nada meu, mas essa noite, ele está comigo.

– Amor, vamos pra casa.

– Claro minha princesa. Foi bom conhecer vocês – ele falou para as meninas/gazelas mal paridas/putas que saíram. – Isso foi ciúmes?

– Apenas estou marcando território. Agora vamos idiota.

– Mais respeito!

(...)

– Acha que eles vão ficar com raiva de nós? – pergunto. – Eu estava sentada entre as pernas dele, na piscina e com o corpo apoiado no dele. Sim, eu estou de biquíni. Tá um frio desgraçado e a piscina aquecida é a melhor opção.

– Não sei... Eu... Não quero pensar em nada agora...

– Você... Quer ficar sozinho? – Por que eu sempre tenho medo das respostas dele?

– Eu quero ficar com você.

– Eu estou me sentindo uma das putas que você pega em qualquer lugar por aí e leva pra algum lugar transável. – ele começa a rir descontroladamente. – Tá rindo de quê idiota?!

– Você! Putas que eu pego por ai e levo a lugares “transáveis”? AI meu deus! De onde você tira isso Jujuba? E não quero que você se sinta assim. Nenhuma delas chega aos seus pés.

– Mas é claro que não chegam! – jogo o cabelo pra trás, batendo na cara dele.

– Hey. Você tem que contar sua história agora.

– Ok... Bom... Pelo que eu sei... Quando eu tinha 2 anos, minha mãe me abandonou e eu fui criada esses anos todos por meu pai. Eu cresci a odiando... Acho que ano passado, mau pai se casou com uma vadia aí. E ela obviamente, só quer o dinheiro do meu pai. Lembra quando eu cheguei em casa e conheci o Lucas, Peter e Christian? Bom, eu tinha acabado de voltar de um jantar na casa do meu pai, por que o mesmo tinha uma notícia importante. E eu acabei descobrindo que em breve terei um irmão, ou irmã. Pois é... A Vadia conseguiu. Bom, esse é o resumo da minha vida. Sei que o que eu passei não chega nem perto do que você passou, então... É isso...

Recebi um beijo na testa e dei um longo suspiro. Eu gosto dele, não posso negar. Mas eu tenho medo. Não quero chorar novamente. Não quero passar por tudo aquilo de novo. Dói demais.

– Você já... Sofreu por alguém? – pergunto

– Tipo... Sofrer por amor?

– Sim.

– Sinceramente, eu nunca amei alguém de verdade. Minha vida foi feita pelo ódio. Eu não tinha gostado de ninguém de verdade, até conhecer você. Se eu já disse um “eu te amo” pra alguém, pode ter certeza que não foi de verdade. E você? Já sofreu por alguém?

– Não foi bem esse tipo de sofrer... Bom, eu tinha 14 anos... Não podia me imaginar sem ele. Era a pessoa mais importante da minha vida. Eu o amei como nunca amei ninguém. Ele era o errado. Quando eu tinha 16 anos, ele me contou que foi obrigado a fazer coisas que ele nunca quis fazer... Uma delas, foi exterminar a própria família. Ele se odiou por isso e quis se afastar de mim. Não queria que eu fosse a próxima. Mas mesmo assim, eu não me afastei. Até que eu tinha que ser a vítima. E... Ele jurou que me protegeria até a morte... E foi o que ele fez... Ele está morto agora, e a culpa é minha... Se eu não fosse tão teimosa... Se eu tivesse o deixado, ele ainda estaria vivo... – comecei a chorar mais e ele me abraçou.

– Você... Tem medo de se apaixonar novamente? – afirmei e ele continuou – Por isso não queria me beijar?

– Não era só por isso... Eu não queria ser só mais uma pra você...

– Você ainda não me respondeu... É verdade o que o Erik falou?

– Você também não respondeu. – dei meu melhor sorriso vitorioso

– Eu perguntei primeiro.

– Eu que mando aqui.

– Desde quando?

– Desde quando eu comprei o apartamento primeiro.

– Não muda de assunto. – desfiz o sorriso e assumi uma pose séria.

– O que você acha?

– Para de responder minha pergunta com outra pergunta.

– O que você acha? – Repeti. Mantive um tom calmo.

– Eu não sei...

– Eu também não sei Rafael... Eu gosto de você, mas... Eu não sei...

– Vamos pro quarto, daqui a pouco vai amanhecer. – ele afastou e ia sair da piscina. MINHA VEZ DE PUXAR AS PESSOAS. – O que foi?

– Você não respondeu.

– Sim. – então saiu


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Notas finais do capítulo

AI GSUS!!! SEGURA O CORAÇÃO!! RAFA FINALMENTEEEEEEEE!!!!!!!!!!!