Entre armas e rosas escrita por RoseGun


Capítulo 15
Mike


Notas iniciais do capítulo

Gente ultimo capitulo!!!



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Aqueles que são queridos pela morte não haverão de morrer”. - Holly Black

Alguns dias se passam desde que descobri que tinha um filho. Não contei a Callie, ela provavelmente ficaria brava e com ciúmes. O treinamento dos soldados continua normal, não dou preferência para Jon, porem quando olho para ele penso que não honrei meu nome não o criando.

Chego à base e Robert vem correndo em minha direção com um bilhete em mãos. Ele me entrega ofegante e então a leio com atenção enquanto ele se recupera:

“Missão para derrotar amaças internas (Comunistas) que estão criando problemas próximos à base C3, Missão SS”.

Muitas dessas missões SS estavam circulando para preparar nossos homens para uma ameaça maior que alguns comunistas. Quando eu questionei porque missão SS a um superior, ele me disse que SS significava “sem sobreviventes” e que nós não podíamos ter piedade:

–Eles estão prontos?

Robert balançou a cabeça em afirmativa, íamos partir hoje em direção à vitória. Andei apressadamente até o caminhão onde estava meu pelotão. Chequei um a um antes de entrarem para ver se estavam armados e prontos. Perguntei a todos se estavam com medo e como um coro eles disseram não. Eu fiz bons soldados que não temiam lutar e morrer no seu posto.

Já próximo da base C3, me levantei para dar palavras de apoio aos meus soldados, muitos morreriam naquele dia:

–Senhores, a morte terá que nos desculpar, pois não iremos encontrar ela hoje. Eu não permito que vocês morram e como seu superior essa é uma ordem. Não morram.

O caminhão parou e logo já estávamos em um cenário desastroso. Parecia que sangue escorria do céu, que um dia foi azul, mas que naquele momento era cinza como pólvora de canhão.

Meu pelotão tinha seguido as ordens de se deslocarem em campo de batalha. Eu estava no topo de uma colina com Jon, que estava atirando com um rifle matando todos aqueles que mereciam a morte.

O plano era Jon correr até o ponto de encontro e escoltar Robert para a colina. Estávamos deitados na terra, o barulho inquietante das armas estava ensurdecedor e Jon se esforçava para ver se Robert estava no ponto de encontro.

Ele se levantou um pouco para enxergar melhor, mostrando nossa localização para o inimigo. Quando eu vi pela mira um atirador mirando no rosto do meu filho, foi algo instintivo, paternal.

Eu o empurrei no chão e deixei a munição me atingir.

Ninguém sabe como é levar um tiro até sentir uma munição entrando na sua barriga. No momento não doe, até seu corpo cair e encontrar o chão, então começa a queimar, a arder muito.

Começo a dormir e me distanciar da voz de Jon, que está cada vez mais longe.

Sonho com Callie... Nunca pensei que na hora da minha morte fosse pensar nela. Justo no momento em que seu lábios encostaram nos meus. No momento era tão errado, mas agora sinto falta dela, como um vazio no meu corpo. Lembro-me dela rindo quando o Robert fazia besteira, como ela me olhava com reprovação quando eu bebia , o jeito que seus braços me entrelaçavam no melhor abraço possível.

Começo a ver alguns flashes do lugar onde estou e minha visão começa a se desembaçar. Logo depois eu sei que ela está vindo, a dor. Minha barriga está enrolada em diversas ataduras que estão manchadas por sangue. O hospital tem uma grande janela à esquerda me permitindo ver o gramado que cerca o lugar, Viro a minha cabeça e vejo Callie chorando no outro lado de vidro onde fica a porta. Quando ela percebe que acordei vem até a minha direção com lágrimas no rosto.

Ela senta na ponta da cama e me olha, com fraqueza eu seco suas lágrimas, tocando em seu rosto ela segura minha mão me deixando preso a ela como se eu fosse fugir:

–Mike?

–Dá-me o nome apenas de amor.

Ela sorri vendo que cito seu ato favorito de Shakespeare. Minha mão passa por sua nuca e a seguro com o máximo de força que eu tenho, aproximando seus olhos dos meus:

–Você tinha razão, temos que parar de olhar para o passado e começar a prestar atenção no futuro.

Em uma atitude quase inconsequente, eu a beijo fazendo algo que deveria ter feito há anos. Só a morte pode te mostrar o que é importante na sua vida, e minha quase morte me mostrou que Callie é esta coisa. E naquele momento eu fui inteiramente dela e ela foi inteiramente minha.


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Notas finais do capítulo

Nossa historia chegou ao fim!! Espero que tenham gostado e me perdoem por demorar pra postar!!!!
Obrigada a "Crisseddie" que comentou muitoo e me incentivou a continuar escrevendo!!!
Acho que vou fazer uma 2 fanfic,o que vcs acham???



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