Do you feel me escrita por AnneWitter


Capítulo 3
Eu sinto você


Notas iniciais do capítulo

- Cap não betado
— Obrigada pelos comentários: Norachan, Sawaco e Nalurulez. Sempre são os comentários que me inspiram!
— Espero que gostem de mais esse cap!



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A inquietude em seu coração não vinha mais da aproximação da grande noite e sim de algo anormal, nunca naqueles longos anos preso naquele lugar se sentira daquela forma. Algo novo estava para acontecer.

Queria falar sobre isso com seus companheiros de maldição, perguntar a eles se sentiam-se do mesmo modo, mas ainda não poderia, não antes da noite destinada a isso. A serem verdadeiramente vivos, qual poderá perdurar caso encontrem os seus amores. Um fato que a cada ano que se passa ele achava impossível.

'Talvez não esse ano', pensava devido a sensação que percorria seu corpo.

E ele sabia o que precisava agora, era que aquela sensação estivesse mais perto de si, envolvendo-o naquela gostosa vibração.

Por isso mentalmente foi pedindo para aquilo que o fazia se sentir daquela forma o encontrasse, que fosse até ali e o visse antes da noite destinada. 'Eu preciso de você', era isso que ele sentia, tinha que expressar esse sentimento para aquilo que o estava dando esperança.

Estava feliz com isso, mas sua expressão congelada num semblante sério de um cantor, não o deixava demonstrar. O que pela primeira vez não se importou, estava feliz com a esperança que brotava fartamente em seu coração a espalhar pelo seu corpo. Estava verdadeiramente em êxtase.

E por um longo tempo manteve na árdua tarefa de guiar aquele sentimento para perto de si, dando-lhe força, mostrando que estava preso naquele local. Nunca realmente se sentira tão feliz.

E isso se multiplicou quando ouviu um som que ecoou rasteiro pela porta eternamente trancada... OUVIU. Aquilo era realmente uma grande novidade, ouvir antes da noite destinada. E o que ouviu foi o som da porta da frente se abrir, alguém estava entrando no casarão.

O que realmente o envolveu num sentimento puro de alegria, foi ouvir aquela voz. A voz mais bela que um dia ouvira.

Sorriu internamente, ao achar graça de si mesmo, ele realmente tinha com quem comparar aquela voz? Nunca antes ouvira a voz de uma mulher para saber o quão bela aquela era, ainda assim sabia que era; uma melodia mais incrível que o cantar dos pássaros do lado de fora.

'Eu ouço você' disse em pensamento. 'Eu ouço a sua bela voz, venha.' continuava a guiá-la.

Então ouviu alguém em sua porta, aquela que lhe trancava naquele antigo salão; esperou que ela entrasse, a barreira que ali continha continuava a fazer seu trabalho; impedi-la. Desejou profundamente que essa se quebrasse e, só talvez, por isso o clique característico da lingueta saindo do lugar se fez presente, e depois o leve ranger da porta a se abrir; esperou para vê-la entrar.

Sua esperava não foi tão grande, entretanto não a enxergou realmente, só uma silhueta, um contorno escuro a mexer na pálida escuridão.

–Oi. - ela lhe cumprimentou.

'Oi.'– respondeu ele mentalmente.

Queria que sua fala também estivesse em uso para prolongar aquilo, e ouvi-la mais.

A viu andar para perto de uma das janelas, a seguindo com o olhar a viu tirar as madeiras da janela. A claridade lhe banhou. Num primeiro momento, devido o clarão, não foi possível enxergá-la, mas então ao se acostumar seus olhares se encontraram.

E mais uma vez não tinha um objeto de comparação e ainda assim tinha a plena certeza que ela era a mais bela; nunca em sua ordinária vida enxergaria tamanha beleza e isso lhe era algo sem dúvida.

Então ela se aproximou de si, congelou seu olhar sobre ela, já estava acostumado a isso. Ainda assim tinha certeza que sua vivacidade transparecia em seus olhos, queira que assim fosse.

Ela segurou sua mão, num primeiro momento não a sentiu e aquilo o frustrou, queria sentir o calor de sua pele – que diferente da sua que era gélida. Mas, então, quando ela apertou um de seus dedos, ele a sentiu. Aquilo o fez ter uma reação lenta, mas incrivelmente possível, dobrá-lo. Queria segurá-la.

–Queria que estivesse vivo.

'Estou vivo''– queria loucamente falar isso a ela.

Mas era em vão, sua fala ainda não estava autorizada, como um adicional ao seu eterno castigo.

A olhou se afastar e isso lhe doeu profundamente, a queria perto de si. Mas ainda não era possível, ele e ela teriam que esperar.

Ela tirou todos os lençóis brancos que protegiam os móveis, para então se colocar próxima a porta, pensou que ela se retiraria em seguida, tremeu interiormente por isso. Ao contrário do que pensou, ela tinha outros planos para aquela tarde.

–Caso quiserem. - disse ela sorrindo. - Poderei ser o público de vocês.

Aquilo encheu seu coração de esperança, poderia tê-la ali por muito mais tempo, e tudo somente melhorou quando ela subiu ao palco e colocou um microfone na frente de cada um. E parou a sua frente. Ela delicadamente colocou o suporte do microfone em sua mão e a fechou em torno dele; e a sensação de calor dos dedos finos e pálidos dela lhe envolveu.

–Quero que cantem uma música bem bonita.

'Cantaremos, minha querida'

Ela se sentou numa das cadeiras disposta ao redor da mesa próxima ao palco e estranhamente, era como se eles realmente estivessem cantando para ela. Seu sorriso e felicidade diante dos três não representava outra coisa senão isso. E assim passaram a tarde juntos.

Num determinado momento ela sentou no divã, no qual logo se deitou a se entregar completamente aquela fantasia de cantores e cliente. A fantasiosa garota dormia confortável e ele conseguia sentir seu sonho, na verdade ele estava nele.


•••

“Ela usava somente de vestido, descalça, sem o grosso casaco ou a calça; ela caminhava em sua direção. Não havia seus companheiros no salão. E nem esse existia. Estavam numa orla da floresta, cercados pelas árvores frondosas e os cânticos poéticos dos pássaros. Nada além disso. Entretanto ele estava ainda segurando o suporte do microfone com este sobre.

'Estou ainda congelado?' – cogitou por um momento.

A bela garota então lhe tocou no rosto, o tremor que isso provocou em seu corpo e o virar da cabeça em sua direção, disseram que não.

–Você está vivo! - disse ela alegremente.

–Sempre estive. - disse a ela, soltando o suporte e colocando sua mão sobre a dela.

–Eu suspeitava disso, seu olhar era vivo demais para ser ao contrário.

Pela primeira vez sorriu para ela, e um brilho encantador iluminou os olhos castanhos daquela adorável estranha.

–Agora que você pode falar e se mexer, por favor cante para mim.

Voltou a segurar o suporte, enquanto ela se sentava sobre a grama, rodeada de flores campestre com as borboletas a completar o cenário de uma beleza celestial.

Aquela música há muito esquecida dentro de si, de um tempo tão remoto que lhe era impossível lembrar, surgia em melodia e letras saindo pelos seus lábios prontamente.

–*Aqui neste lugar, nós dois estamos olhando um para o outro. Tire as preocupações da nossa frente, este lugar é o nosso paraíso.

Sim aquele era o paraíso dos dois, o mundo encantado sem um castigo perverso.

–Agora, a musica está começando, ela nunca irá parar. Seus olhos são brilhantes, assim como as estrelas do céu. Nesta noite brilhante, eu estou sozinho. Nunca mais me deixe sozinho nesta noite escura.

Magicamente a noite cobrira o local, as estrelas a invadir com sua luz o manto negro da noite.

–Eh yeah, o meu coração está explodindo. E a razão disso é você. Não me deixe dessa forma,
Oh Baby!

Seus olhares sem desfiar um segundo, a música e sua melodia a ganhar espaço, invadindo seus corações, demonstrando suas emoções.

–Você me faz sentir. Você pode ouvir meu coração? Você me faz sentir. Você pode ver meu coração? Você me faz sentir. O meu coração é todo seu.Você me faz sentir.

Ela se levantou e caminhou em sua direção, seu coração aos pulos, sua voz a continuar entoar a canção.

–Você me faz sentir. Você pode ouvir meu coração? Você me faz sentir. Você pode ver meu coração? Você me faz sentir. O meu coração é todo seu.Você me faz sentir.

Ela colocou sua mão na dele, e começou a contorná-lo, ainda com a mão sobre ele, passando pelo braço, ombro, costas, braço e parando nesse. Ele virou o rosto para ela. Que ali parada ao seu lado parecia ser mais uma castigada pelo amor.

–Eu quero que você, me toque mais. Eu quero que você, me toque mais. Não tenha medo, mesmo se eu me aproximar de você. Eu só quero abraçá-la.

Não foi ele que a abraçou, e sim ela. O calor de seu abraço era tão real, como o seu toque. Então algo se mostrou errado, ele a afastou. Haviam lágrimas nos olhos delas, que agora desciam livremente ao som de seu choro desesperado.

E para seu desespero ele estava novamente congelado, a olhá-la chorar sem fazer nada. Ela entrega a sua tristeza e ele a dele...”

•••

Estavam de volta ao salão, entregue a claridade matutina, já havia amanhecido e seria naquela noite que ele poderia realizar o sonho dela. Tornar-se vivo, entretanto isso não pareceu possível agora que a via sentada no divã a chorar, enquanto lhe olhava. A dor naquele olhar era desesperadora, sabia o que ela queria dizer.

–Foi só um sonho. - dizia ela entre as lágrimas. - Um enganoso sonho.

Ele queria ter o poder de se mover como no sonho e ir até ela e dizer que não, que ele estava vivo, sempre esteve.

–Você não está vivo, não é? - disse ela ao se aproximar. - Fui enganada pela minha imaginação, não é?

'Não, não foi' – sua voz não alcançava ela.

Com as lágrimas a caírem sem piedade ela lhe virou as costas, ele queria soltar o suporte e tocá-la, não tinha permissão para isso.

Seu coração mil vezes despedaçado, a sangrar dentro de seu peito. Inclinou levemente a cabeça e uma lágrima saiu de seu olho direito, a morrer em seus lábios, como a esperança que cruelmente ia embora com ela.

Natsu sentia que perdera sua única chance...


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Notas finais do capítulo

* Música: Do you feel me.



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