Pov. Elise

Ah, Julie. Eu sentia tanto por ela. Julie sempre foi a garota mais doce da instituição, e enquanto eu dirigia para o hospital eu me lembrava de alguns momentos que passamos juntas, como no meu último aniversário de dezesseis anos, ela me deu o presente mais lindo que alguém poderia ter me dado. Me deu um desejo lindo com um cartãozinho colorido descrevendo tudo que ela sente por mim, com o seu perfume e uma rosa. Rosa a qual eu guardava sempre comigo. Me senti muito feliz ao lembrar disso. Mas eu não queria que Julie continuasse nessa situação. Queria ver a sua melhora, mas o que fazer em relação a opinião de Deus? Era isso que importava na verdade, e acontecesse o que quiser Deus. Nunca. Erra.

Cheguei no hospital corri em direção a recepção, entrei na sala de espera daqueles que esperavam alguma noticia.

–Doutor! Doutor. –Chamei. –Com licença. Eu sou amiga da paciente Julie e queria saber como ela está...

–Você é amiga da Julie? –Perguntou- me um homem alto e bonito vindo em minha direção.

–Sim, sou.

–Acho que ele pode te dar as informações. –Disse o doutor se referindo ao homem.

Assenti.

–Olá, eu sou Carter.

–Sou Elise.

Ele me convidou para sentar e nos sentamos.

–Então... quais as novidades do quadro de Julie? –Perguntei.

–Bom, é bem complicado, câncer não é nada fácil. Mas a boa noticia é que o tumor não se espalhou e que ela ficará bem logo.

Suspirei aliviada.

–Ah, que bom Carter. Fico feliz.

–É, eu também... Vem cá, de onde você conhece a minha Julie?

–Eu visito a instituição onde ela fica.

–Ah... Então você é uma boa pessoa? –Disse ele rindo.

–Bom... –Murmurei sorrindo.

–Não, não. Dá pra ver que é uma pessoa maravilhosa.

Sorri meigamente.

–Obrigada... Você é um bom homem também.

Nos olhamos por longos segundos até aparecer um enfermeiro.

–Horário de visitas. –Disse o enfermeiro.

Levantei- me.

–Pode ir primeiro Elise, dá pra ver que você quer muito ve-la.

–Obrigada. –Murmurei depressa e caminhei em direção à sala de Julie de acordo com o que o enfermeiro tinha me instruído.

Entrei vagarosamente na sala dela, ela estava deitada com os olhos fechados. Caminhei silenciosamente até a maca.

–Oi. –Sussurrei.

Ela abriu os olhos de vagar.

–Elise. –Sussurrou ela.

–Oi meu amor. Não, por favor, não faça muito esforço. Não precisa, tá? Estou aqui...

–Onde está o meu tio?

–Tá lá fora.

–Você já o conhece?

–Sim. –Murmurei sorrindo. –Ele é um bom homem.

–É, uma pessoa maravilhosa, como você Elise.

Ri.

–E você também. –Murmurei.

Ela sorriu.

Fiquei com Julie um bom tempo, não pretendia sair de lá tão cedo, nem eu nem Carter. Ela era uma das pessoas melhores que qualquer um já havia conhecido, não era justo eu deixa-la.