Pov. Elise Lancaster

Para falar a verdade minha vida era resumida em poucas coisas, que se tornavam muitas e faziam toda a diferença.

No outro dia de aula, me arrumei e fiz toda a rotina que eu fazia todos os dias e fui para a escola. Mais uma vez o meu pai não estava em casa, certamente estava na instituição. Peguei meu carro e fui a rumo à escola. O dia estava frio, como costumava ser na cidade. Vesti um suéter por cima do vestido longo de alças.

Cambridge não costumava ter muita gente passeando pelas ruas, principalmente pela manha.

Prossegui em rumo da escola com alegria e expectativas na mente.

Estacionei o carro e desci carregando os livros em meus braços. Como sempre tinha várias pessoas caminhando pelos corredores e pelo gramado de frente a escola. Senti- me satisfeita mais uma vez por está naquele lugar que eu certamente amava.

Senti algo impactar meu corpo, imediatamente derrubei meus livros no chão. Olhei, era Eric Dawson. Ah, podia ser qualquer pessoa, menos o valentão Eric Dawson.

–Me desculpe. –Murmurei me agachando para pegar os livros.

–Se fosse outra pessoa tenha certeza de que estaria encrencado. Mas é você...

Ergui a cabeça por um instante e sorri.

–Obrigada pela consideração, sr. Dawson.

Ele bufou.

Juntei todas as minhas coisas e me levantei carregando- as em meus braços.

–Agora com licença, não quero ser visto com você. –Disse ele saindo.

–Isso acabaria com a sua reputação... –Murmurei para mim mesma.

Prossegui procurando a minha sala, o meu dia a dia era simples, eu não tinha muitos amigos próximos, mas os que eu tinha era verdadeiro.

Eu não tenho muito para falar de mim para ninguém, mas se quiser que eu me descreva, olhe para Jesus Cristo. Eu não sou gloriosa como ele, mas... a cada dia eu tento pegar um pouco dele e trazer para minha vida, e acho que esse é o real motivo de vivermos em paz.

Pov. Eric Dawson

Eu estava cercado pelos meus amigos, como todos os dias estávamos um ao lado do outro trocando ideias e zoeiras. Não me concentrei em cada palavra que eles estavam falando, minha cabeça estava no que eu tinha feito hoje pela manha, havia entrado na escola e fumado baseado com um deles, e estava preocupado se alguém havia nos pegado. Não que não fossemos discretos, quando alguma coisa do tipo ia acontecer, nós tínhamos precaução, mas aquilo não adiantou muito dessa vez. O diretor mandou me chamar e eu fui para a sala me encontrar com ele. Sentei- me numa cadeira em sua mesa e ele começou:

–O que significa isso, sr. Dawson? –Disse ele mostrando o resto das drogas que havíamos fumado.

–O que quer dizer velho? Ou melhor, diretor...

Ele bufou.

–Quero dizer que você está encrencado. Os seus pais já foram avisados disso e nós temos a punição para você...

–Manda ai. –Murmurei, mas não estava nada animado para isso.

–Você vai ter aula com o grupo de alunos cdf da escola.

–Mas...

–Nem mais, nem menos, sr. Dawson.

Senti- me satisfeito, não era a melhor coisa do mundo, mas era melhor do que expulsão.

–Uma vez por semana? –Perguntei.

–Duas vezes por semana. –Disse ele.

–Arght.

–E não falamos mais nisso. Agora pode ir. Começamos hoje.

Levantei- me e voltei para os meus amigos. Não seria a pior coisa que já acontecera na minha vida, mas tudo tinha uma consequência não é? Eu estava pronto para arcar com as minhas, por mais que parecesse só um garoto com as minhas atitudes, eu arcaria como um homem. Como tinha que ser...