Dilema escrita por Mizuhina, Utakata Bad Boy


Capítulo 11
Capítulo X - Devoção.


Notas iniciais do capítulo

Galerinha do meu coração desculpem pelo pequeno Hiatus. Eu me enrolei toda, fiquei sem computador, atualizei outras fics, mas estava um pouco sem ideia. Minhas ideias acabaram por fim se ajeitando, e pensei junto com o Uta num rumo melhor do que eu tinha imaginado pra fic Já temos uns 3 capítulos novos, então vou fazer o possível pra atualizar pelo menos 1 por semana. Desculpa mesmo, esse capítulo ta meio morno, mas eu espero que gostem. :)
Capítulo por Mizuhina.



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Devoção (献身)

 

“Perceba as qualidades positivas e negativas de tudo, distinguindo entre ganho e perda nas questões mundanas.” — Miyamoto Musashi 

 

 

Banhada pela lua e cercada por riquezas, aquela talvez fosse uma das fontes de informações mais importantes de todo império. Na cidade de Yoshiwara, lar das cortesãs, era onde os nobres de alto escalão e diversos homens iam para deleitar-se em luxúria e firmar acordos políticos secretos. Todos os prédios eram bem adornados, a cidade era bem iluminada, nas ruas homens bêbados passavam acompanhados de belas mulheres, e aquele lugar seguia negligenciado pelo próprio império, onde todas as mulheres que eram consideradas indignas viviam sem perspectiva, tendo o próprio corpo como moeda de troca para a sobrevivência. Era uma realidade cruel a preço da vida.  

 

O homem de cabelos negros e longos caminhava livremente pelas ruas movimentadas, a espada embainhada ao lado de suas luxuosas vestes de seda, dois fiéis guarda-costas caminhando lado a lado. Aquele era um lugar que Orochimaru ia com frequência. Ele entrou em um palacete bem adornado, sendo bem recepcionado por inúmeras mulheres no salão. Os guarda-costas ficaram esperando por ele, enquanto o nobre subiu pela escadaria e entrou no quarto mais alto. Aquele não era um lugar qualquer. Apenas um número seleto de homens podia entrar. Apenas aqueles que tivessem muito dinheiro e poder.

 

Ele observou o quarto, com móveis caros e sofisticados, logo quando entrou se sentou em um futon estendido no chão, as luzes estavam apagadas, e o quarto era iluminado pela luz da lua através da janela. Uma mulher bastante bela apareceu, ela tinha cabelos negros presos em um penteado com grampos, vestes em seda, os lábios tingidos de vermelho e a pele de branco. Ela se sentou de frente para ele e serviu um pouco de Sakê com um leve sorriso.

Orochimaru a olhou de forma predadora, um sorriso de canto repleto de sadismo, embora embebido por elegância. – O que o traz aqui meu senhor? – A mulher lhe perguntou serenamente com a voz aveludada. O tratamento era digno de um imperador, e não era para menos, pois esta era a cortesã mais luxuosa de toda a Yoshiwara. Kaname era seu nome, e ela não aparentava ter mais que seus trinta e cinco anos. A beleza perpetuava-se através do tempo e era assim que permanecia.

 

— Vim até aqui para ouvi-la. – A voz grave de Orochimaru soou num tom interessado. Ele tocou o queixo da mulher e a olhou intensamente. – Conte-me suas histórias, bela Kaname.

 

Aquele era um hábito comum, além das noites de sexo, é claro, as cortesãs contavam inúmeras histórias e compartilhavam informações que tiravam de homens importantes, coisas que apenas elas poderiam saber. Era assim que funcionava sem que nunca pudessem sair da cidade, e essas informações eram trocadas por favores. Experiente e muito bem informada, as melhores informações que o lorde obteve na vida vieram daquele quarto, assim como noites de prazer. Kaname era a cortesã favorita dele.

 

Talvez Kaname fosse a cortesã mais extraordinária que habitasse em Yoshiwara, isolada por entre aquelas paredes banhadas em ouro, ela guardava o mais oculto dos mistérios. Era por isso que Orochimaru a visitava com frequência, e talvez o pagamento que ele tenha lhe dado em troca de suas histórias, fosse mais caro do que qualquer ouro, jóias ou riquezas que qualquer um daqueles homens pudessem ter. Nenhum deles tinha oferecido a ela o que Orochimaru lhe concedeu, nenhum deles poderia ter dela o que ele tinha. Não era amor, lealdade ou devoção, era uma dívida, que não importava quantos anos se passassem ela jamais poderia retribuir.

 

— Sobre o que gostaria de saber meu senhor? – Ela perguntou serenamente.

— Conte-me tudo o que sabe sobre as Kitsunes.

 

[...]

 

A ideia de ter Naruto morando na casa de Kakashi pouco agradava Sasuke, porém o jovem samurai não tinha outra opção senão aceitar. O que o preocupava era a atenção que poderia chamar, caso Hinata o visitasse com frequência, pois os dois pareciam ter uma ligação extraordinariamente forte. E isso o fazia questionar sobre o serviço que os Hyuuga pediram.

 

— Eles sabem que vocês dois se encontram com frequência? – O samurai indagou tentando entender a situação. No entanto ambos permaneceram em silêncio, e Naruto embora não mais com raiva, ainda estava relutante em permanecer na presença do rounin.

— Por um descuido meu eles viram a forma da raposa, mas não sabem da identidade do Naruto-kun. – Hinata disse de cabeça baixa, pensativa. Aquela era uma história de longa data. Tudo aconteceu num passado distante, e a medida com que ela começou a contar, tudo foi ficando mais claro.

 

Aconteceu numa tarde de outono, quando ela caminhava pela cidade. Tinha ouvido vários rumores sobre uma besta que chegará aos arredores, no entanto permaneceu incrédula sobre a informação. Certo dia perto de um lago para o qual escapava para ficar só, a nobre donzela viu uma pequena raposa correndo de caçadores. Curiosa Hintata se aproximou e viu que o animal estava com a perna machucada e não duraria muito tempo. Talvez aquela fosse à atitude mais impensada que alguém podia tomar, mas aquilo a tocou profundamente. Tão frágil, assustado e abandonado, tão só e machucado, algo naquela pequena raposa a fazia lembrar de si mesma e despertava um sentimento de piedade.

 

A raposa se escondeu por entre algumas pedras, em um pequeno arbusto, enquanto os homens atiravam com armas de fogo. – O que estão fazendo? É proibido caçar dentro das terras do meu clã. – A voz doce, porém severa assustou os homens. Eles observaram a moça delicada, de olhos perolados, e deduziram ser uma nobre da casa principal. Provavelmente teriam problemas caso permanecessem ali, pois ela poderia não estar sozinha. Logo fugiram, provavelmente eram os culpados daquela desgraça.

 

Hinata se aproximou do pequeno animal e tratou suas feridas, embora ele estivesse acuado. Vários dias se passaram, e tocado pela gentileza da donzela Naruto decidiu revelar-se para a moça. Os olhos azuis de ambos se cruzaram e daquele encontro inesperado surgiu um intenso sentimento de devoção. Ela sabia que diferente das lendas, não tinha como aquele rapaz trazer mau presságio ou destruição. Naruto era órfão e trazia consigo uma longa história de solidão e sofrimento. Assim como ela estava perdido.

A mãe foi caçada e morta, o pai envelheceu e morreu com o tempo, e desde então ele vagou sozinho pelo mundo na busca de um propósito. As kitsunes não eram bem vistas pelos camponeses, desde seu surgimento, devido a um incidente, onde uma vila inteira foi destruída por uma. Desde então, aqueles que talvez fossem mensageiros da natureza, tornaram-se alvo dos homens.

 

— Eu não vou permitir que ninguém o machuque. Naruto-kun é uma pessoa gentil. – Ela concluiu. Aquelas palavras pareciam com as de Sakura, e por isso Sasuke não pode deixar de fitá-la por um momento. Ela sorriu e passou a mão pelos fios rosados enquanto prestava atenção na conversa.

 

Havia ainda um grande mistério envolto naquilo, mas a história de Naruto não era tão diferente da de Sasuke. Ambos carregaram fardos destinados desde que nasceram, e assim seguiram solitários sem um propósito ou razão de viver. Ainda assim com a trégua, a sensação de que algo estava errado não diminuía a ideia de que coisas terríveis estavam para acontecer, e tais dúvidas enchiam o coração do jovem samurai de insegurança.

 

[...]

 

A luz do sol anunciava o fim da noite e iluminava o quarto. Logo, a cidade tornava-se quase deserta, pois a maioria das pessoas retiravam-se das ruas e os homens iam embora. Orochimaru vestiu seu Kimono novamente, contemplando o sol. Duas garrafas de sakê estavam vazias e jogadas pelo chão.

 

— Meu senhor, antes que se vá, posso perguntar algo? –A mulher disse serenamente e ele assentiu.

— Como está minha pequena Karin? – Ele já esperava pela pergunta.

— Se tornou uma bela moça. – O nobre respondeu. – E tem me servido lealmente. Espero que continue servindo aos meus propósitos. – Aquilo deu uma certa insegurança em Kaname, porém ela se calou e tentou afastar qualquer pensamento ruim. O nobre aproximou-se dela encarando-a nos olhos. – Não se preocupe, pois eu pretendo manter minha promessa enquanto manter a sua. Minha doce Kaname, enquanto me servir não tem o que se preocupar. – Ela concordou balançando a cabeça e logo desviou o olhar para o lado.

 

Orochimaru deixou a cidade com seus servos, e tão logo chegou ao castelo foi recepcionado por Kabuto que o aguardava na entrada.

— Meu senhor já retornou? – O homem perguntou, e seguiu o nobre para o interior do castelo através dos corredores até entrarem num aposento, onde era impossível que ruídos atravessassem as paredes. Aquele em algum momento foi um lugar onde aconteciam inúmeras torturas, e o lorde parecia estar de excelente humor.

 

— Vejo que deve ter ouvido boas histórias.

— Sim, meu caro Kabuto. Quer que eu lhe conte uma? Há muito tempo uma bela cortesã envolveu-se com um rapaz jovem, na cidade de Yoshiwara, e dali nasceu uma pequena criança. Se fosse um menino o destino seria a morte, se fosse uma menina o destino seria a prostituição. Temendo pelo o que aconteceria a criança, essa jovem moça implorou a um nobre que a salvasse. Esse homem tão benevolente aceitou cuidar e proteger a pequena menina, para que seu destino fosse diferente do da mãe. – ele deu uma breve risada irônica. – Não é maravilhoso que pessoas tão boas existam? Talvez por isso a sorte sorria para elas.

— Meu senhor, essa história já conhecemos. – Kabuto riu com escárnio.

— A parte interessante, Kabuto, é que o pai da criança era uma Kitsune... E de pensar, que a jovem Kaname carregaria uma história tão interessante, não acha? As mulheres são criaturas fantásticas. Elas têm o dom de dar a vida aos seres existentes. E talvez, eu acho que já esteja na hora de rever minha querida noiva. 


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Notas finais do capítulo

Caso queiram algo para ler sobre a viagem Sasusaku com luta, romance e claro o que poderia ter acontecido no manga, estou com uma nova fic chamada Yakuzoku.



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