All For You escrita por AcheleForever


Capítulo 2
Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, como estão?
Venho por meio deste aviso informar que este será o último capítulo do ano ahahahaha' ok, parei.
É isso galera, obrigada por me acompanharem por esse ano que passou. Feliz virada de ano para todos e todas.
Obs: eu amei cada comentário do capítulo passado. Acho que poderiam continuar assim e fazer a autora feliz. Vocês conseguem capítulos mais rapidos assim kkkk'



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Foi quando Beth completou seu terceiro ano de vida que Rachel teve seu coração partido pela segunda vez por Quinn Fabray. A morena havia conseguido sua tão esperada bolsa de estudos em NYADA, e não havia espaço em sua mente em ir para New York sem que sua loira a acompanhasse. Mas tamanha foi a surpresa de Rachel quando em uma manhã de segunda-feira encontrou a carta de ingresso da Fabray para Yale.

Sabia que se pudesse olhar para dentro de si naquele momento, seu coração estaria sangrando literalmente, a dor que sentia era excruciante. Não conseguia conter o sentimento de traição que se apoderava de todo seu corpo, as lagrimas teimavam em querer sair dos seus olhos mas ela manteve a compostura. Com passos firmes e calmos pela escada que á levava até o primeiro andar, abriu vagarosamente a porta do quarto que agora era de Quinn.

Sua vontade inicial era de entrar no quarto mal iluminado pelo sol gritando e sendo a rainha do drama que sempre diziam que era. Mas naquele momento, lhe faltou até mesmo a voz. A loira mantinha-se dormindo, suas expressões calmas como se nada pudesse atingi-la. Seus cabelos espalhados pelo travesseiro deu a Rachel a certeza de que não podia dormir em outros braços que não fosses os da Fabray.

Sentou-se á beirada da cama, passando vagarosamente os dedos pelas feições perfeitas de Quinn Fabray, juntando os pedaços do seu coração aos poucos, tentando mantê-lo forte para a conversa que viria á seguir. Com a calma que o momento pedia, uniu seus lábios com a delicadeza que era característica da maior.

– Bom dia, Rach. – Quinn disse ainda meio lenta pelo sono.- Você está chorando, meu amor?

Quinn colocou-se rapidamente sentada na cama, olhando em um todo para Rachel, procurando algo que a pudesse ter feito chorar. A morena era horrível na cozinha poderia ser um corte ou uma queimadura. Mas quando os olhos avelãs pousaram na mão esquerda da morena, ela soube que a dor em Rachel não era superficial.

– Rachel, me deixe explicar... – apressou-se em segurar ambas as mãos da mais baixa.

– Não há nada para ser explicado, Quinn. Eu temia quando isso iria acontecer. – uma lagrima teimosa escorreu pela face da morena. – Você tem um futuro brilhante, eu não poderia esperar menos que isso vindo de você.

– Eu...

– Ei, não chora. – enlaçou seus dedos juntos. – Podemos aproveitar o tempo que ainda temos juntas.

Faltava apenas 6 meses para o começo do próximo ano letivo, e a morena sabia que não daria para sustentar um relacionamento á distancia. Não com tamanha era a pressão das duas faculdades sobre seus alunos, não com Quinn tendo também que cuidar de Beth, e não com os planos da Berry de entrar na Broadway.

Foi em meados de dezembro que Rachel teve certeza que amava Quinn Fabray. Foi em um passeio aleatório com Beth ao parque nacional de Lima, quando a loira empunhou o violão e cantou uma música qualquer para a filha. A morena soube, tão rápido quanto o sorriso aberto que despontou em seus lábios, que seu coração agora fazia morada no corpo esguio á sua frente.

Não, a morena não ousou falar em voz alta seus sentimentos pela mais alta. Iriam se separar em breve, e não havia tempo para sonhos de uma vida perfeita com ela ao seu lado. Deveria ser realista e não dar brechas para seu coração sonhador.

Faltava apenas uma semana para que as duas se separassem definitivamente, e não havia sombra de dúvidas que Rachel parecia cada dia mais cabisbaixa. Quinn não era tola, percebia no semblante da morena que tudo ia de mal á pior. Queria ajudar de alguma maneira, mas não sabia como. Não sabia se era possível ajudar nos problemas de Rachel se ela era a causa da maioria deles, sendo muito otimista.

Quinn Fabray só se viu realmente amando Rachel Berry no momento em que seu celular marcou quatro horas da manhã de um determinado dia. Faltava apenas doze horas para que se separassem, e a loira não conseguia pregar os olhos. As imagens da noite passada ainda muito frescas em sua mente.

Não se passava de oito horas da noite quando Beth acordou e caminhou até o quarto de Rachel. A pequena copia da loira de olhos avelãs entrou sem ser notada, e quando a morena deu por si, era ela que enxugava suas lagrimas doloridas de um amor que não poderia ser vivido.

– Beth, o que faz acordada essa hora? – a morena colocou a menor sentada em sua cama.

– Não consigo dormir, tia Rach. – coçava os pequenos olhos com mãos habilidosas.

– Que acha de ter umas aulas de piano comigo até que tenha sono? – sorriu amena em sua direção.

– Acho que sim.

Ambas desceram para a sala de estar em silêncio, pé ante pé para que nenhum dos pais de Rachel percebesse a pequena fora da cama depois da hora programada. A morena sentou-se no banco em frente ao piano de cauda no canto do cômodo, colocando a pequena loira em seu colo e posicionando sua mão em cima das teclas.

– Aperte as teclas, Beth. Sinta a musica saindo delas.

Assim que Quinn Fabray viu sua namorada e sua filha em perfeita sintonia, soube que ali residia seu coração e aquela mulher deveria ser sua para sempre. Seus pensamentos voltaram para NYADA e Yale, cada uma trilhando o caminho que sonhou. A loira sentia que precisava ser uma pessoa melhor para que pudesse reclamar Rachel de sua. E ela se tornaria essa pessoa.

Assim que seu despertador informou que eram sete da manhã daquele mesmo dia, ela levantou decidida á ir em um determinado local. Quando Rachel acordou e se dirigiu ao quarto da loira como de costume e não á encontrou lá, seu coração pulou uma batida.

– Bom dia, Rach. – ouviu a voz suave da Fabray vinda da porta de onde acabara de passar.

– Olá, Q. – olhou para o pulso direito da loira, ligeiramente enfaixado e coberto por uma de suas pulseiras. – O quê houve com seu pulso?

– Ah, isso? – levantou o pulso para a morena examinar. – Não é nada. Podemos aproveitar o dia normalmente.

Após o café da manhã compartilhado, elas se instalaram abraçadas na sala, sob o olhar sempre atento de Beth. A pequena adorava observar a interação entre sua mãe e sua tia Rachel. Em sua inocência infantil, amava a morena como se fosse sua mãe. E Rachel bem que se sentia assim.

– Eu sei que concordamos em não falar sobre isso, mas não tem como deixar de dizer que eu vou sentir sua falta, Q. – seus olhos castanhos lhe traíram.

– Não chore, super star. Nossa vida não acaba aqui. – sentia o cheiro dos cabelos castanhos.

– Mas nosso relacionamento, sim.

– Temos tanto o que viver ainda, Rachel Berry. Não vivemos nem metade de nossas vidas.

– Como vou ficar longe de você? – chorava copiosamente agora. – Longe de Beth? – olhou para o outro sofá.

– Tia Rach, você vai sempre estar comigo. – segurou o pingente de estrela em seu pescoço.

Enlaçados em uma mesma corrente, estavam os pingentes que acompanharam a trajetória das duas mulheres sentadas á frente da pequena Beth. Estrela e crucifixo dourados agora adornavam o pescoço da menina que foi o começo do amor das duas. Um lembrete de que a criação de Elizabeth era um fruto do amor delas.

O tempo correu naquele dia, e tampouco o sol se pôs ao horizonte, era hora das três garotas de Lima embarcarem para destinos diferentes. Despediram-se dos homens Berry em casa, todos concordando que o ultimo minuto era uma coisa intima delas. Para que ficasse na memoria.

– Não chore por favor, Rachel. Consegui aguentar ate agora. – Quinn mantinha o sorriso bobo adornando seu rosto.

– Eu não queria que isso fosse preciso, Quinn. – respirou fundo segurando momentaneamente o choro.

– Seu caminho te leva direto ao estrelato, Rachel Berry.

– E nada disso faz sentido sem você ao meu lado. – segurou com ambas as mãos o rosto da mais alta.

– Você não sabe o que diz. Eu só seria uma pedra em seu sapato.

– Eu te amo, Quinn Fabray.

Rachel nunca achou que o sentimento de amar pudesse ser tão incontrolável. Ela não deveria dizer para sua quase ex-namorada que a amava, seu frágil coração não aguentaria uma separação tão precoce. Mas ela também não desconfiava que uma Quinn Fabray choraria em sua frente. Aquilo era desconcertante.

– Eu te amo, Rachel Berry. E por esse motivo que eu vou sair da sua vida. Eu seria uma distração. – sorria chorosa.

– Não diga isso Q, por favor. Ainda há tempo para desistir. – chorava novamente.

– Nós te amamos, Rachel. Não é mesmo Beth? – olhou para a menina que concordava com a cabeça. – Um dia nos encontraremos.

Com um ultimo beijo de lábios, Quinn colocou-se á caminho de sua sala de embarque com destino á New Haven, deixando uma Rachel com o coração despedaçado em meio ao saguão.

Assim que colocou seus pés em New York, Rachel soube que havia feito a escolha errada. Como em milhares de anos ela poderia achar que um escada rumo ao sucesso sem Quinn ao seu lado seria válida?

Seu primeiro ano em NYADA foi aterrorizante. Era tanto em que pensar e fazer, que não teve tempo ao menos de resgatar os cacos que eram seu coração. Pensava em Quinn todos os dias, e eram raros os que não chorava de saudade da loira. Era difícil para a morena aguentar toda a pressão sem seu alicerce ali.

Assim que entrou em seu segundo ano, ela não chorava mais. Pensar em Quinn era uma lembrança boa, e ainda continuava amando sua ex-namorada, mas não mais chorava. Estava empenhada em ser tão boa no que havia nascido para fazer, que não restava alternativa para Quinn a não ser ouvir falar em seu nome e não sentir orgulho da mulher que ela se tornara.

Eventualmente ela teve alguns casos pelo caminho. O primeiro deles foi Brody, um homem bem apessoado e de conversa fácil. Os dois se davam incrivelmente bem, mas não era para ele que Rachel deu seu coração. Desistiram na sétima semana de namoro, sabendo que sua química apenas se limitava no palco.

A segundo pessoa com quem se envolveu chamava-se Jenny. Uma ruiva de olhos azuis com corpo escultural. Abriu os olhos de Rachel para sua própria sexualidade, agora tinha plena ciência de que era gay. Por todas as mulheres do mundo, mas ainda principalmente por Quinn Fabray.

Em algumas tardes de domingo se pegava pensando em como estaria as duas loiras da sua vida. Se Quinn estava se dando bem no curso de Direito ao qual entrara, se Beth havia mudado muito de sua aparência. Ainda era com ciúmes que pensava se a mais alta possuía agora namorado ou namorada, ou se Beth gostava dessa pessoa como gostava dela.

Muitas vezes pegava seu celular e pensava em ligar para a loira apenas para saber se mantinha o mesmo numero ou se deveria apagar aquele de sua agenda. Era uma péssima desculpa sim, mas era com aquilo que acalmava seu coração ancioso.

No começo de seu terceiro ano em NYADA, Rachel conseguiu um teste para Funny Girl. Não era mais a garota mimada e egocêntrica que um dia morou em Lima, já não tinha tanto confiança em si mesma. Sabia que New York era uma cidade enorme e que muitos talentos se escondiam em cada esquina. Mas assim que pisou no palco daquele teatro, prometeu a si mesma que daria o seu melhor.

Foi apenas quatro dias depois que recebeu o telefonema do diretor da peça lhe passando o resultado. Ela havia sido escolhida e a felicidade não cabia em seu próprio peito. Assim que a alegria momentânea passou, sentiu seu coração ainda não totalmente consertado se quebrar novamente. Olhou a sala de seu apartamento vazia, e não havia Quinn ou Beth para repartir da felicidade consigo.

Naquela noite, ainda deitada no sofá com a mesma roupa, a morena ligou para Jenny. Pediu desculpas, mas não conseguiria prosseguir com o que quer que seja que tivessem. Era demais para seu coração e cérebro no momento.

– Tem algo a ver com a loira da foto que você guarda no fundo da penteadeira?

Ela não soube como responder, e Jenny deu-se por convencida. Com uma despedida seca, a ruiva disse que ainda eram amigas e que se preocupava com a morena. E foi com ensaios para uma musical na Broadway e uma amiga que era namorada, que Rachel ingressou em seu ultimo ao de teatro musical.

Esse foi o pior ano de todos. Havia muitos louros a serem dispostos em sua cabeça, mas ninguém com quem dividir. Jenny foi descoberta uma ótima melhor amiga, fazendo todos os seus trabalhos e ajudando-a em todas as provas. Era com propriedade que dizia que a ruiva foi a peça chave para que terminasse a faculdade.

Já faziam cinco anos que morava em New York, agora com um apartamento em frente ao Central Park. Era bem sucedida financeiramente fazendo o que sempre amou, mas seu coração ainda não tinha todos os pedaços colados. Eventualmente, contou sobre Quinn e Beth para Jenny. E foi sem querer também que as duas voltaram a se envolver. Eram apenas duas mulheres em busca de satisfação carnal, não se amavam dessa forma. Rachel era capaz de definir o amor que sentia por Jenny quase como fraternal, se não acordassem na mesma cama quase todas as manhãs.

Era sua ultima apresentação do ano, e ela não poderia estar mais feliz. Fariam um cruzeiro e passariam alguns dias em Paris, nada como compras com a melhor amiga para passar o tempo. Assim que entrou em seu camarim ao final da apresentação, os muitos buquês de flores a fizeram sorrir. Não podia estar mais realizada ao desempenhar tão bem seu trabalho.

Jenny a esperava com sua dose noturna de frappuccino, era de praxe que tomasse um antes de ir para casa. Jogou-se no sofá branco vendo a ruiva retocar a maquiagem em sua mesa. Meio minuto depois ambas escutaram duas batidas tímidas na porta, e a morena colocou-se de pé avisando para Jenny que abriria dessa vez. Assim que o fez, não viu ninguém e arqueou uma sobrancelha.

– Tia Rach? – olhou para baixo vendo uma linda menina loira de olhos avelãs segurando um grande buquê de gardênias.

– Beth?


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Notas finais do capítulo

É isso pessoal, espero os comentários.
Se cuidem hoje, quero vocês inteiros para o próximo ano.
Beijos e ótima festa.



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