All For You escrita por AcheleForever


Capítulo 1
Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal. Como algumas pessoas me pediram para alguma coisa mais light depois da minha última one (tanto aqui quanto whatsapp), estou trazendo á essa hora da madrugada (ou seria manhã?) a primeira parte de três dessa história. Espero que gostem.
PS: comentar anima a autora. A one de alguns dias atrás teve 190 acessos e dois comentários. Eu realmente quero escrever mais, mas sem estímulo fica um pouco difícil. Então sim, estou aqui pedindo para vocês darem a cara um pouquinho mais, ok? Ok.
Boa leitura.



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Era uma manhã bonita, de sol bem baixo no horizonte e céu pintado de azul celeste, quando Rachel pousou seus olhos na loira pela primeira vez. Não foi como nos contos de fadas que seus pais lhe contavam todas as noites, sem exceção, até seu décimo aniversário. Muito pelo contrário. Quando Rachel Berry olhou na direção da líder de torcida Quinn Fabray, sabia que teria muito pela frente. Era de praxe a popular tripudiar da maior perdedora do colégio, e a morena sabia que teria muito esforço para não ocupar esse lugar.

Antes do final do primeiro dia, Fabray havia declarado guerra contra ela publicamente. Comentários nada amigáveis em sua pagina no MySpace, raspadinha com destino certo (leia-se seu rosto) na hora do almoço, briga verbal com o intuito de amedrontar sua investida para com o quarterback Finn Hudson. A loira seguiu seus passos religiosamente naquele dia.

Ainda no primeiro ano, trocaram algumas palavras amenas. E no fatídico dia em que ela mesma abriu sua boca enorme no momento errado, elas se falaram. Talvez fosse só o hormônio da gravidez falando mais alto, mas a morena, com seu típico coração mole, acreditou que Quinn possuía uma parte boa. Escondida bem fundo no seu temperamento rude com o mundo, mas tinha. Depois disso, elas meio que viraram amigas.

Seu alarme interno contra corações partidos apitou pela primeira vez naquela tarde, em que Quinn Fabray atravessou a porta de sua casa com o intuito de apenas passar algumas horas longe de tudo.

- Olá,Quinn! – a morena disse muito entusiasmada.

- Olá, Rachel. – as duas se dirigiram até a sala.

- Fiz uma seleção de filmes que talvez quisesse assistir. Os temas estão separados por pilha na mesa de centro. – apontou todos os catorze dvds dispostos sobre a mesa de vidro – A pilha da esquerda é romance, mas desaconselho essa categoria devido ao seu estado hormonal. A segunda são filmes de ação caso queira um enredo apenas para distrair. E a terceira pilha, a minha favorita em questão, são musicais infantis da Disney. Acho que seria bom para o bebê ouvir algumas musicas. – sorriu meio envergonhada.

- Quero bacon, você tem? – Quinn olhou em direção á cozinha.

- Eu sou vegan, Fabray. – cuspiu o nome com certa violência, tamanho era o descaso da loira ao pedir por bacon dentro da sua casa.

- No fundo, não faço a mínima do que seja isso. – levantou-se andando pela casa – Você, pelo amor de Deus, pode me dizer onde fica a cozinha Berry? Estou faminta! – jogou os braços ao ar.

- Aqui – puxou a loira pela cintura para que entrasse no primeiro cômodo á esquerda.

Estavam nessa amizade, por assim dizer, por mais de duas semanas. Quinn possuía o estado emocional mais volátil que Rachel já havia presenciado, e isso vindo da garota mais dramática que já nasceu na cidade de Lima. Estavam perfeitamente bem uma com a outra, até mesmo de mãos dadas com Rachel ela já havia se deixado ver pelos corredores da escola. No outro instante, a loira não queria nenhum tipo de contato físico. Rachel ás vezes não sabia como Quinn iria reagir com um leve puxar de quadris dentro de sua casa.

Mas como uma bomba relógio que surpreende todo mundo ao final de um filme de super heróis que a morena não gostava, a reação de Quinn foi totalmente inesperada. Apenas jogou seus braços ao redor do pescoço moreno e falou o mais perto que pode de Rachel.

- Você seria a melhor das melhores amigas se me arrumasse uma quantia considerável de bacon nesse exato momento.

- Eu posso tentar. – a morena se limitou a dizer.

- Vou te amar para todo o sempre, Rachel Berry.

E assim, na porta da cozinha dos Berry, que Rachel teve seu primeiro beijo roubado por Quinn Fabray. Foi apenas um encostar de lábios, mas que para a morena teve um peso enorme. Sua biografia ficaria ainda mais intensa, quando ela citasse que teve seu primeiro beijo em sua casa e com a líder de torcida mais cobiçada do seu antigo colégio. Talvez ate mesmo passasse a imagem de ser bem mais legal do que realmente era. Naquele momento ela não sabia, mas aquele pensamento só havia aparecido em sua mente, para que pudesse ser nublado outro. O de que Rachel havia achado os lábios de Quinn os mais beijáveis da cidade.

Por mais de um mês, Rachel guardou aquilo apenas para si. Durante um mês a morena sonhou com os doces lábios rosados da loira, e achou aquilo perfeitamente normal. Ela era uma adolescente e tinha dado seu primeiro beijo.

Ao final desse mês, Quinn completou seu terceiro mês de gravidez. A mais alta puxou a coragem do fundo do seu peito, e marcou o ultrassom para saber o sexo do bebê. Para Quinn, no momento em que essa criança tivesse um sexo e um nome, tudo aquilo pareceria aterrorizantemente real.

- Preciso que você vá comigo, Rachel. – Quinn apertava as mãos da morena com força.

- Acho que Puck deveria ir com você, ele é o pai da criança afinal.

- Eu não preciso do idiota que me engravidou enquanto estava bêbada, Rachel. Eu preciso da minha melhor amiga.

Nessa altura da gravidez, nenhuma pessoa em toda a escola achava a interação das duas absurda. Elas sabiam que Rachel Berry agora era melhor amiga de Quinn Fabray e se acostumaram com isso. Ou foi imposto por Santana Lopez, ninguém ousava confirmar.

- Precisamos chegar ao consultório com meia hora de antecedência, então não se atrase para passar e me pegar em casa. – falou segurando o sorriso.

- Você é o máximo, Rachel! – a Fabray abraçou-a com vontade exagerada.

Três horas mais tarde elas estavam exatamente sentadas na sala de espera para a consulta da loira. Rachel estava impaciente, enquanto Quinn apenas folheava a revista de moda que encontrou sobre a mesa.

- Como você pode estar tão calma? – perguntou a morena incrédula.

- É só mais um exame, Rachel.

- É ‘o’ exame, Quinn. Você vai saber daqui a alguns minutos o sexo da criança que você carrega! – falou com um tom de voz alterado.

Antes que a loira pudesse responder algo, seu nome foi chamado por um senhor nos seus quarenta anos de vida, parado á porta de sua sala. Quinn colocou-se de pé ajeitando seu vestido florado com as mãos tremulas, uma desculpa para também secar suas mãos suadas de nervosismo.

- Quinn Fabray? – apontou em sua direção - Você pode me acompanhar, por favor.

Assim que a loira deu passos em direção á sala, Rachel foi em seu encalço. Assim que o medico a viu entrar pela porta da sala, levantou um dedo em sua direção.

- Somente família, senhorita. E o pai da criança.

- Mas ela... – antes que Quinn pudesse responder em sua defesa, a morena interviu.

- Eu sou a namorada. – disse com o queijo empinado na direção do senhor.

Sem mais palavras o medico apenas apontou a cadeira ao lado da maca com a cabeça, começando assim os procedimentos para o exame. Quinn foi colocada deitada na maca, seu vestido levantado até seus seios, e sua mão fortemente colada na de Rachel. Não desgrudaram um segundo sequer durante os quase 7 minutos de tortura sem uma resposta vinda do homem mais velho.

- Bem senhoritas, o que vejo aqui é que...

- Que...? – disseram em uníssono.

- Vocês terão uma bela menina.

Seus olhares se conectaram no momento em que a palavra foi dita. Uma lagrima solitária correu pelo lado direito da face de Quinn, o sorriso de sua face espelhava o da morena que agora estava impossivelmente perto dela.

- Uma menina, Rachel.

- Uma menina, Quinn.

- Uma menina, Rachel! – Quinn pulou em seus braços assim que estavam na segurança do hall de entrada dos Berry.

- Eu sei! – Rachel abraçou a mais alta como se sua vida dependesse disso. – Uma menina!

- Óh meu Deus, eu nunca pensei que ficaria tão feliz na minha vida!

A morena não teve tempo de processar o beijo que veio á seguir. E pela segunda vez, Quinn Fabray havia roubado um beijo de Rachel Berry. Dessa vez, não apenas de lábios, e não somente um beijo para a mais baixa. Aquilo estava se tornando perigoso demais, e ela sabia. Seu coração era bobo, e disso ela sabia também. Sabia que confundia atenção com flerte, mas não pode deixar de sorrir quando contestou que Quinn já havia sido sua primeira em duas vezes.

- Meninas? – seu pai adentrou o hall com um pigarro em seguida. – Posso saber o motivo da algazarra?

- É uma menina, senhor B! – Quinn disse para Hiram, o seu pai preferido de Rachel.

- Menina? É uma menina, Leroy! – gritou para seu marido na cozinha, enlaçando a loira em um abraço apertado.

Pelo canto dos olhos, Rachel entendeu o recado que seu pai lhe passou apenas com um olhar, mas apenas se focou no momento. Deixaria as conversas para depois.

- Menina Fabray, não poderia estar mais orgulhoso de você. Mais uma Barbra para família! – Leroy entrou tempestuoso no cômodo, empunhando uma colher de pau lambuzada com o que quer que seja que eles teriam para o jantar.

- Espera. O quê? – a loira foi abraçada com um olhar de pavor no rosto, esse sendo lançado em direção á morena.

- Apenas... Ignore por hora, Quinn.

A morena preferiu ignorar o fato de que Quinn já havia conquistado sua família, porque o momento não era propicio para isso. Eles estavam em festa afinal, e ela finalmente poderia usar a lista de nomes femininos para seus futuros filhos.

- Talvez...

- Se falar mais algum nome derivado da Broadway, eu juro que te jogo da janela.

Quinn falou em tom de ameaça apontando a colher com a qual tomava seu sorvete (vegan) para Rachel. A morena apenas sorria, porque sua lista somente tinha nome desse tipo e a loira estava tomando seu sorvete vegan. Apesar do bloqueio momentâneo inicial. Quinn ate mesmo poderia afirmar que o doce tinha lá seus encantos.

- Sobre o que aconteceu no hall tarde passada, pai veio me perguntar. – falava tentando parecer desinteressada, olhava atentamente a folha em sua frente.

- O ultrassom? – a loira parecia genuinamente confusa.

- Não, sobre o... O beijo. – falou sentindo o rubor lhe subindo a face.

- Ah, aquilo. – a loira olhou para a janela ganhando tempo. – É uma coisa normal entre as cherrios, San e Britt fazem isso o tempo todo. Pensei que podia tentar.

- Pensei que San e Britt estivessem juntas.

- Talvez elas estejam. – Quinn encheu a boca de sorvete.

- Só disse para pai não se preocupar, você estava eufórica demais. – votou sua atenção para a folha, rabiscando uma das pontas.

- Não é como se você beijasse mal também, Rach.

Quando Rachel ouviu seu apelido sendo falado na voz doce da loira, ela olhou em seus olhos e viu timidez. A líder de torcida mais popular do colégio estava com vergonha de admitir que a morena beijava bem. A menor teve vontade de sair voando tal qual as borboletas em seu estômago, mas preferiu ficar e ver onde essa conversa as levava.

- Quinn Fabray está admitindo que eu beijo bem? – a morena colocou a folha de papel que mantinha no colo sobre a mesa.

- Não coloque palavras na minha boca, Rach. – sorriu seu sorriso de lado, deixando seu sorvete no chão e se esticando na cama. – Nos beijamos por no máximo três segundos, não posso dar meu veredito sem um beijo decente.

Rachel pensou que havia escutado mal, mas poderia jurar que Quinn estava flertando com ela. Estava em duvida se deveria ir ate sua própria cama e beijar a loira, ou deveria dar um risada seca e desconversar. Resolveu se arriscar tentando do que lamentar por não ter tentado.

- Se esse é o problema, - deitou ao lado da loira, colocando uma das mãos na cama ao lado do seu quadril. – podemos resolver isso.

- Quem diria, Rachel Berry parece ter atitude. – desdenhou Quinn.

Sem se importar que a porta do seu quarto estivesse aberta, Rachel atacou a boca de Quinn sem cerimonia alguma. Agora, com bem mais que três segundos, elas puderam sentir e experimentar cada milímetro daquele beijo. Se afastando devagar e com a sensação de dever cumprido, a morena colocou no rosto o sorriso mais aberto que possuía. Se elas se importassem em olhar naquele momento, o pequeno canto em que Rachel havia rabiscado continha um nome. Elizabeth.

Depois de duas semanas de puro paraíso para as duas, Quinn foi expulsa de casa com quase quatro meses de gravidez completos. Não foi preciso nem pedir, os homens Berry ofereceram de bom grado o quarto de hospedes para a loira, que sem ter para onde ir e sem a mínima vontade de recusar abrigo em um lar que sempre estivera aberto para ela, no final da tarde ela já poderia considerar o lar das três pessoas como seu também.

Durante algum tempo, Rachel e Quinn tiraram folga de qualquer atividade extra curricular para organizar o quarto da loira. Fora colocado um berço que Rachel insistiu em dar de presente para Beth. Claro que a morena não tinha dinheiro suficiente para um móvel novinho em folha, e se recusava a pedir aos pais. Com uma rápida e sigilosa visita á única loja vintage de Lima, em menos de meia hora depois o montador saía de sua casa. Um belo e conservado berço de madeira maciça estava instalado no quarto da moça.

Foi perto do sexto mês de gestação de Rachel resolveu que deveria perguntar á Quinn o que estava acontecendo entre elas. Se beijavam em segredo, tinham caricias como se fossem namoradas, ate mesmo um dia a loira lhe chamou de amor. Mas quando teve que correr as pressas com a loira para o hospital por conta de uma dor não programada, ela deixou esse pensamento de lado. Nada de aborrecimentos antes do nascimento da pequena Beth.

Foi perto do oitavo mês de gestação que Rachel teve seu coração partido pela loira pela primeira vez. Por meio de um burburinho nos corredores da escola que soube que Quinn havia aceitado namorar novamente Noah. E foi nesse mesmo dia em que ela sentiu o quanto dói estar apaixonada.

Durante duas semanas elas não falaram isso, e foi quando a loira já tinha seus oito meses de gestação completos, que ela jurou nunca mais se apaixonar novamente. Quinn era sua melhor amiga, e Rachel era obrigada a ver diariamente os beijos apaixonados trocados pelo casal e a aparente preocupação de Puck com Beth. Eles ate mesmo estavam pensando em casar e serem felizes ao lado um do outro.

Foi em uma segunda-feira nublada que Quinn entrou em trabalho de parto. Quando Rachel ouviu seu grito desesperado e entrou em seu quarto correndo, que ela pode ver que a bolsa da loira havia estourado. Como precavida que era, a morena já havia separado a mala de Quinn e apenas foi necessário chamar um de seus pais para transportá-las.

Rachel não pode entrar na sala de cirurgia, lugar que fora ocupado por Noah. Mas momento em que ouviu um choro estridente ressonando por todo o hospital, não conteve o choro na sala de espera. Sabia que era Beth, podia sentir reverberando por todo seu ser como uma dose a mais de vida; aquela menina seria sua vida.

A morena só pode ver a criança no seu terceiro dia de seu nascimento. Do mesmo modo como na recepção, não conteve o choro assim que viu a pequena. Seus olhos verdes e grandes em sua direção, seu cabelo loiro escasso, seu choro potente.

- Impressionante como ela já compete com seu alcance vocal com poucos dias de treino. Acho que ganhou uma concorrente, Rach. – Quinn mantinha um sorriso choroso.

- Sabemos que sou incomparável. – as duas riram fraco. – Mas Beth já mostra talento. Não deixe que isso se perca.

- Acho que a tia Rach não vai deixar isso acontecer, não é mesmo? – segurou a mão da morena.

Rachel havia dito a si mesma não se apaixonar mais, mas no segundo em que Quinn segurou sua mão soube que não precisava. Esteve e ainda estava apaixonada pela mesma garota. Entrelaçando seus dedos, sorriu ainda mais vivo, tentando não parecer tão boba quanto achava que deveria estar.

- Se Puck não usar todo o seu tempo livre para ensiná-la a limpas piscinas. – riu sem jeito.

- Somente nos finais de semana combinados. – ouve um momento de silencio. – Resolvemos que a guarda compartilhada seria bom para os dois.

A morena tentou com todas as forças do seu ser não sorrir naquela hora, mas a felicidade era tanta que não cabia em seu coração. E assim que sorriu, viu Quinn a acompanhar. O aperto em sua mão se intensificou, e em seguida ouve um beijo em sua palma.

- Talvez vocês judeus sejam charmosos demais. Mas senti que meus hormônios enuviaram meus interesses. Prefiro longos cabelos ondulados e castanhos ao invés de moicanos.

E com um beijo não ensaiado no quarto do hospital, Rachel soube que agora ela teria uma namorada. Soube também que o pacote viria em dobro, porque a pequena Beth nunca seria deixada de fora. O mais doloroso disso tudo, seria admitir ao seu pai que estava certo e sim, Rachel Berry sempre esteve apaixonada por Quinn Fabray.


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Notas finais do capítulo

Não esquecendo pessoas lindas, que são seis da manhã e eu não dormi ainda. Qualquer erro de ortografia está justificado kkkk'
E não se esqueçam de comentar. Mais comentários, capítulos mais rápidos.
Beijos e obrigada por lerem.