Objeto Perdido escrita por Alfa Stark


Capítulo 22
Capítulo vinte e um


Notas iniciais do capítulo

Bom dia/ boa tarde / boa noite, leitores mais lindos de todos! Peço perdão pela demora, de verdade, o tempo deu uma encurtada novamente, mas cá estou com mais um grande [literalmente] capítulo para vocês. Como de costume, gostaria de agradecer às minhas lindas e amadas leitoras: Party Poison, Katherine, Anjinha13 e Jessica St por estarem aqui me motivando a continuar. Quando digo que faço o impossível para não decepcioná-los, falo a maior verdade de todas. Como prometido, nesse capítulo se encontra algumas respostas que rondam a mente de Melanie, mas apenas algumas, sei que no fundo, há muito mais. Enfim, sem mais "bla bla bla", desejo uma ótima leitura a todos!!



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A única coisa que sou capaz de ouvir é a batida de meu coração em meus ouvidos. Fito por um momento as pequenas manchas de sangue em meu quarto e não consigo deduzir o que possa ter acontecido. Fecho os olhos, respiro fundo por alguns segundos, reviro minha memória em busca de alguma coisa que possa me ajudar a identificar o que aconteceu, mas nada me vem à mente, a única coisa que consigo me lembrar, é da noite passada com Jessie, de como tudo parecera um sonho. Não foi um sonho. Ou foi? Não tenho certeza de absolutamente nada. Se não foi um sonho, onde ele poderia estar agora? Lembro-me muito bem de ouvi-lo dizer que me responderia todas as dúvidas assim que eu acordasse, e agora, onde ele está? Porque meu quarto está todo manchado de sangue? Sinto vontade de gritar e chorar ao mesmo tempo com esse tanto de perguntas se acumulado em minha mente, não posso continuar assim, tenho que buscar respostas, não tenho a menor dúvida disso.

Saio de meu quarto e decido dar uma passada no quarto de Erick, apenas para me assegurar de que tudo está certo. A ideia de que o sangue em meu quarto pode ser de qualquer pessoa, me atordoa, faz com que minha vontade de chorar aumente mais a cada milésimo de segundo. Ao abrir a porta de seu quarto, vejo a cama arrumada, tudo perfeitamente normal, mas não consigo entender o porquê de ele não ter me acordado, não estar aqui, porque todos decidiram me deixar? Desço cuidadosamente a escada, desde minha queda, o medo de cair novamente me persegue, sempre que a desço sinto tudo girar, meu corpo dói, por alguns segundos sinto medo de que isso possa ser algum sinal, assim como as dores em meu abdômen que indicavam o que iria acontecer com Cora e eu nem imaginava, mas logo penso que não seria possível acontecer algo com alguém, na escada, dentro de minha própria casa. Ou seria? Esse pensamento faz minha cabeça doer, paro por um instante, fecho os olhos, respiro fundo e digo para mim que tudo está bem, mesmo que saiba que nada está, decido mentir para mim mesma.

A sala está vazia, tudo está estranhamente calmo, não há mais vestígios de sangue em lugar algum. Caminho lentamente até a cozinha, minha barriga dói, juntamente com a minha cabeça, o silêncio começa a me perturbar, mas sei que não posso me deixar vencer por tais coisas humanas. Há um bilhete na geladeira: “Fui ao hospital com Caio, para ter notícias de Cora. Não quis te acordar, daqui a pouco estarei de volta, me espere, por favor. Erick”. De certa forma, esse bilhete me alivia; pelo menos para mim, trata-se de um sinal de que ele está bem, em outras palavras, um sinal de que Erick não é o dono das manchas de sangue em meu quarto. Sei que minha mãe e meu padrasto estão trabalhando nesse momento, mesmo sendo fim de semana, meu coração bate forte em meu peito ao pensar na possibilidade de, na verdade, o dono do sangue em meu quarto, ser Jessie. Deixo um bilhete como resposta para Erick, dizendo que teria que sair um pouco, mas para que não se preocupasse, logo estaria de volta.

Ao fazer isso, percebo que ainda estou com o vestido da festa, ver o sangue de Cora faz meu coração doer e sinto uma lágrima deslizar lentamente sobre meu rosto. Colo o bilhete na geladeira, assim como Erick fez e subo as escadas novamente para me trocar e ir procurar por algumas respostas sobre o sangue encontrado em meu quarto. Minha maior vontade, na verdade, é a de ir até o hospital, ficar o dia todo ao lado de Cora, mas sinto que primeiro preciso encontrar respostas sobre muitas coisas que rondam minha mente e me enlouquecem. Saber que Caio e Erick estão com ela, deixa-me um pouco mais aliviada.

Subir a escada é uma tarefa difícil, não sei explicar, mas a cada degrau meu coração dói, meu peito se prende em uma angustia infinita, fecho os olhos e torço para que isso seja apenas uma sensação humana idiota. Passo pelo quarto de Erick novamente, apenas para me certificar de que tudo está bem, em ordem, certificar-me de que não nada “alterado” em seu quarto. Ao perceber que tudo está perfeitamente normal, finalmente me dirijo até meu quarto, mas meu coração para ao notar quem está sentado em minha cama, com seu rosto sangrando, há um corte em sua testa, seu nariz sangra, assim com uma parte de seu pescoço e o canto da sua boca. Sinto que estou frente a frente com o dono do sangue em meu quarto.

– Bom, eu disse que iria estar aqui quando acordasse. – diz Jessie tentando sorrir, mas até o mesmo um dos cantos de seus lábios sangram. - Me perdoe pela demora.

– Meu Deus, Jessie! – exclamo indo até a cama, sentando-me a seu lado. – O que aconteceu?! - seguro seu rosto em minhas mãos, assim como ele faz comigo, olho cada machucado em sua face e noto que sua testa pode perfeitamente ter sido machucada na cômoda de meu criado mudo, ao lado de minha cama.

– Você tem que ver o outro cara. – ele diz, sorrindo, olhando diretamente para meus olhos. Seu brilho ainda não estava perfeitamente como antes. – É isso que os humanos falam, não é?

– Jessie, por favor, me explica o que aconteceu? – toco levemente em sua testa, o que aparentemente lhe causa dor. Fecha os olhos e respira o fundo.

– Houve uma pequena visita em seu quarto pela manhã. – ele responde ainda de olhos fechados. – Isso explica porque acordou com o anel em seu dedo. – automaticamente, olho para o anel em meus dedos assim que ele toca no assunto. – Antes que você pergunte, eu não permiti que você acordasse em nossa pequena discussão, agradeça aos meus poderes de anjo.

– Eu preciso fazer um curativo... – sussurro, levantando me para pegar as coisas no banheiro.

– Não precisa, Melanie. – Jessie segura-me pelo pulso.

– Você está sempre cuidando de mim, me deixa cuidar de você pelo menos dessa vez?! – pergunto olhando diretamente para seus olhos. Ele apenas sorri e solta meus pulsos, considero isso uma resposta afirmativa.

Apressadamente, vou até o banheiro e pego todas as coisas necessárias para um curativo no mínimo digno, mesmo que eu não seja uma enfermeira, aprendi um pouco com os curativos que minha mãe fazia em mim quando criança. Volto ao meu quarto, meu coração bate em minha garganta, em meus ouvidos, nunca vou conseguir compreender até que ponto a presença de Jessie pode ser capaz de mexer comigo. Com um pequeno lenço, começo a lentamente limpar cada ferida de sua face, o que aparentemente, lhe causa dores. Jessie fecha os olhos e respira fundo diversas vezes seguidas, sua testa soa uma pouco, olho para suas mãos e noto que tremem minimante. Como de costume, consigo notar que ele mais uma vez sente mais dor do que admite para mim.

– Então, acho que lhe devo algumas respostas, não é? – ele pergunta, ainda de olhos fechados. Um sorriso costumeiro surge no canto machucado de seus lábios.

– Pra ser sincera, a única coisa que me vem à mente agora, é porque Alan veio até meu quarto pela manhã apenas para fazer isso com você. – digo, terminando de fazer o curativo em sua testa.

– Ele não veio aqui apenas por mim, Melanie. – abre os olhos e me hipnotiza mais uma vez com a imensidão azul de seus olhos. – Quer dizer, ele veio até aqui para me terminarmos a “discussão” que começamos no local de ataque a Cora, mas acima de tudo, ele veio até aqui atrás de mais uma vitima.

– O que? – paro o curativo que estou fazendo e procuro manter a calma. – Ele já fez o que fez com a Cora, não é o suficiente?

– Você sabe que jamais será o suficiente se ele não tiver o anel. – sua voz exala calmaria, sei que é um modo de tentar que eu não perca o controle. – O que ele fez com Cora foi apenas um aviso de que ele não está de brincadeira. Acho que, na verdade, ele não contava com a minha interferência para salvá-la, então, ele precisa de outra vítima. Melanie, sinto muito em lhe dizer que a próxima vítima pode estar em sua casa.

– Não, Jessie... – sinto todo meu ar acabar, minha cabeça gira, dói. – O que eu posso fazer?

– Vamos ficar de guarda redobrada em cima deles, assim como em Caio e Cora. – sua mão pousa sobre a minha. – Infelizmente, você sabe que as vítimas são pessoas que estão ao seu redor, apenas para te atingir.

– Jessie... – tento não me deixar ser levada pelas lágrimas que querem escapar. – Em relação à Cora, ela vai se lembrar do que houve, de que Alan a atacou?

– Não posso permitir que ela saiba sobre a existência disso tudo, como já expliquei, se um deles ficar sabendo, não há dúvida de que Alan ira torturar cada um psicologicamente, assim como faz com você. – sua mão aperta a minha lentamente. – Quando você desmaiou, eu confesso que fiquei perdido, não sabia o que fazer, tinha que salvar a vida de Cora, mas ao mesmo tempo, tinha que salvar a sua, pois sabia que você estava sendo alvo do poder desumano de Alan. Sem outra alternativa, peguei o mesmo telefone que usou para ligar para a ambulância e para Dan, liguei para Erick, expliquei o que havia acontecido, e como se tratava de você, ele não demorou nem um segundo para aparecer. – noto um pequeno sorriso irônico surgindo em seus lábios. – A história contada é que Cora havia tentado se suicidar e nós, notando sua ausência, fomos atrás dela e encontramos seu corpo já daquele modo. Enquanto Erick a levava para Dan, eu usei o resto dos meus poderes para apagar a memória de Cora sobre o que havia acontecido, em sua mente ela realmente tentou suicídio.

– Não vejo como alguém vá acreditar que uma pessoa como Cora tenha tentado se suicidar, Jessie. – seguro cada vez mais para não cair em lágrimas.

– Adolescentes desesperados e alterados fazem isso com mais freqüência do que você imagina, Melanie. – ele sussurrando, deslizando levemente seu dedo sobre meu rosto, fazendo-me cair em lágrimas que lutava tanto para controlar.

– E onde ele está agora? – tento controlar minhas lágrimas, mas isso é cada vez mais em vão.

– Provavelmente cuidando dos ferimentos que causei. Garanto que são muito piores que esse. – ele ri e tosse ao mesmo tempo, sua fraqueza é extremamente nítida.

– Depois eu que sou a teimosa que complica as coisas, não é, anjo briguento?! – pergunto, terminando mais o último curativo, limpando novamente as pequenas feridas, seu rosto já não está ensangüentado.

– Mas você é... – ele sussurra, sorrindo, um sorriso luminoso, sorriso típico de um anjo. – Sei que há muitas respostas para lhe dar ainda, sei que sente medo, que é tudo muito confuso, mas a questão é que vim aqui para dizer a você que se quiser, podemos quebrar esse anel hoje e acabar logo com tudo isso. Ninguém mais estará em risco, eu irei embora, tudo ficará como antes, e não haverá mais tortura ou confusão. Por isso deixei com você, pois a decisão é totalmente sua.

– Isso é sério? – pergunto, sentindo minha voz falhar. Ele apenas concorda com sua cabeça e solta minha mão. Sinto tudo ao meu redor desmoronar, como se dois caminhos estivessem em minha frente e eu pudesse escolher apenas um, sendo que um deles, seria completa e eternamente sem Jessie. Seus olhos me fitam sem parar, simplesmente não sei o que fazer, que caminho escolher. Tenho a maior certeza de que quero que tudo acabe o mais rápido possível, quero que ninguém mais fique em risco por minha culpa, mas ao mesmo tempo, quero Jessie ao meu lado, quero sentir sua presença, e sei que se escolher quebrar o anel essa noite, nunca mais o verei.

– Jessie, eu sinceramente não posso te responder agora, me perdoa. – digo com dificuldade, tentando não deixar a explosão de lágrimas tomarem conta de mim novamente. Retiro o anel de meu dedo e o coloco na palma de sua mão. – Pode ficar com ele enquanto eu não me decido.

– Pense bem, Melanie, você sabe que a única que pode decidir o que fazer com o anel é você. – ele diz, segurando levemente meu rosto em sua mãos, assim como fiz com ele a um tempo atrás. Meu coração pulsa cada vez mais rápido, sinto a carga de adrenalina aumentar a cada segundo em meu sangue, não sei explicar muito bem como tudo aconteceu, acho que pelo fato de nossos rostos estarem tão próximos, pela lembrança de nossa dança na noite passada, enfim, um turbilhão de sentimentos que luto para não alimentar e lembranças... Tudo acontece extremamente rápido, minha mente está a mil, mas quando dou por mim, saio do frenesi em que entrei, sinto meus lábios suavemente sobre os seus.


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Notas finais do capítulo

Mais algumas emoções para quem shippa Melanessie... Enfim, muito obrigada a cada um que chegou até aqui, perdão por qualquer falha ortográfica e pela extensão do capítulo. Não se esqueçam que Jessie está enfraquecendo, e que mais emoções viram nos próximos capítulos, assim como respostas para inúmeras perguntas. Um enorme beijo a cada um, até o próximo capítulo.