~ Pov Katherine ~

Katherine: NÃO! ELENA! MANA! MANINHA! – Chorei agarrada ao corpo dela – POR FAVOR ACORDA! ABRE OS OLHOS, ELENA! – Gritei a abanando e a enfermeira afastou-me e quando percebi estavam mais dois enfermeiros ali e a Jo a chegar – Por favor, Jo, faz com que ela abra os olhos, por favor – Chorava baba e ranho e a Miranda me abraçou e me tirou dali – Eu não quero perder a minha irmã Mi – Chorava alto e ela acariciou os meus cabelos

Miranda: Sabias que esta hora iria chegar, meu amor, sabíamos todos – Ela disse triste e chorei mais negando com a cabeça – Pronto, já passou, minha querida, ela está num lugar melhor agora

Katherine: Ela é minha irmã Mi – Solucei olhando-a nos olhos – Eu não me despedi dela! Eu não me despedi da minha irmã! – Chorei enquanto olhava nos olhos dela e apesar de ela parecer triste, algo nos olhos dela, indicava alegria, satisfação – Eu vou só lá fora – Levantei-me – Vou ligar aos meus pais, ao Stefan e ao Damon – Sorri e ela retribuiu. Sai dali, e fui direita a porta do hospital. Não, a Miranda, não podia estar feliz, poderia? Porque ela quereria a morte da minha irmã? Decidi voltar atrás e mandar uma mensagem rápida ao Stefan, para avisar os meus pais e o Damon

Miranda: Está tudo resolvido, não te preocupes. Adeus amor. Beijo – Ela sorriu vitoriosa para o telemóvel

Katherine: Tudo bem? – Perguntei tentando não levantar suspeitas e ela me olhou assustada, mas logo sorriu

Miranda: Sim, querida, estava a falar com o meu marido. Estava a falar de uma viagem que vamos fazer – Ela disse atrapalhada e desconfiei, mas não alonguei a conversa

Katherine: Já falei com todos, eles devem vir a caminho – Disse me aproximando do vidro do quarto onde estava a minha irmã – Onde ela está? – Perguntei sentindo o meu coração apertar

Miranda: Acho que a levaram para a cirurgia – Ela disse olhando para o telemóvel – Desculpa querida, estou a ser totalmente insensível, mas estou muito triste como tu, ela era uma menina muito doce e querida, assim como tu, vocês pareciam uma só, ao longo deste ano – Ela sorriu e sorri forçado – Mas estava distraída – Ela levantou-se – Vou só a casa de banho – E saiu. Porque sinto que ela me estava a mentir? Andei em direção ao balcão, perguntando onde estava a minha irmã e ela me respondeu que estava em cirurgia, que parecia que tinha tido um problema qualquer numa das válvulas do coração, pedi que assim a doutora Jo estiver livre, para me avisarem e ela concordou. Decidi então ir para a sala de espera principal esperar pelos outros.

Jo: Katherine – Chamaram-me e olhei rapidamente para cima e vi a médica Jo – Vem – Ela sorriu e a segui – Preciso de falar convosco, mas como és a única que ainda cá está, vou falar contigo – Ela disse calma

Katherine: E a Miranda? – Perguntei confusa e ela me olhou confusa

Jo: A vossa sogra não está cá, ela saiu a alguns minutos – Ela disse voltando a olhar para os papéis e estranhei. Por que razão ela sairia? – Bem, como estava a dizer, preciso de falar contigo urgentemente

Katherine: Diz! O que aconteceu? Eu quero ver a Elena! – Pedi – Jo!

Jo: Está tudo bem com ela – Ela sorriu – Ela teve um problema na válvula tricúspide, mas foi reparado. Katherine eu não sei o que aconteceu, mas algo que ela tomou fez com que nós conseguíssemos ver claramente o que ela tem – Ela fez uma pausa e eu estava para morrer ali – Katherine, a Elena não tem cancro. – A olhei confusa. Como isso era possível? – Ao que parece, ela nunca teve cancro, Katherine – A olhei ainda mais confusa – Quando nós a operamos à válvula tricúspide, reparamos que não haviam alterações nos órgãos, por isso fizemos um exame e confirmou as nossas suspeitas, que ela nunca teve cancro, ao que parecia, ela tinha uma espécie de veneno no corpo, que fazia com que nos exames fosse detetado como cancro e agora quando fizemos análises ao sangue dela, reparamos que tinha outro tipo de veneno, que acabou por tirar o efeito do outro, ainda não sabemos como foi para aquele tipo de veneno ao corpo dela, mas já fizemos uma desintoxicação e desinfeção ao sangue dela – Eu não estava a acreditar no que estava a ouvir. Quando dei conta, tinha as bochechas molhadas, por conta das lágrimas. A minha irmã não iria morrer, isso era a melhor notícia do mundo!

Katherine: Espera! Disseste que ela tinha veneno? – Pensei um pouco e ela assentiu – A Miranda estava com ela no quarto antes de eu chegar e quando eu cheguei ela já estava a apagar e pediu ajuda, mas não terminou a frase, porque desmaiou, ela estava a pedir ajuda e passado uns minutos eu ouvi uma conversa da Miranda com o marido a dizer que o problema estava resolvido e agora ela foi embora – Eu estava em pânico – Jo, por favor ajuda-nos! – Pedi chorando

Jo: Calma, Katherine, temos que falar com a tua família primeiro e com eles os dois também, como achas que o Stefan e o Damon iriam reagir se lhes dissesses que os pais deles queriam matar a Elena? – Perguntou calma e acalmei-me assentindo

Katherine: Eu quero vê-la, preciso de falar com ela Jo! – Pedi impaciente e ela me levou ao quarto onde ela agora estava, por conta da operação ao coração, ela estava nos cuidados intensivos – Assim que eles chegarem, podes-me avisar, preciso de falar com a Elena sem eles, e não lhes digas nada do que me disseste – Pedi antes de entrar no quarto e ela fez uma careta - Por favor Jo, se for verdade o que estou a pensar, a minha irmã corre perigo. Por favor Jo! – Pedi e ela assentiu vencida e entrei no quarto. Sentei-me numa das cadeiras que existem perto da cama e acariciei a sua cara – Oi pequena Katy – Cumprimentei sorrindo e ela sorriu também – Como estás? – Perguntei preocupada

Elena: Com sono – Ela sorriu – Mas deve ser da anestesia – Concordei – Vá, diz lá! – Ela suspirou esfregando os olhos e sorri com aquilo

Katherine: Elena, tu sabias? – Perguntei e ela me olhou sorrindo confusa – Sabias que não estás com cancro? – Voltei a perguntei e o sorriso dela se desfez e ela ajeitou-se na cama – Tu sabias que nunca tiveste cancro, não sabias? – Perguntei séria

Elena: Eu sabia que algo não estava bem e também sabia que não era cancro… - Ela disse mordendo o lábio e suspirei – Mas isso também não interessa, porque estou a morrer a mesma, Katherine – Ela riu sem vontade e neguei – Estou, eu tenho que estar a morrer – Neguei – Tu não percebes, Katherine! Ou eu morro, ou vocês morrem, ou a minha filha morre – Ela começou a chorar e fiquei confusa – Eu sei que não estou a morrer! – Ela fungou – Mas eu preciso que todos pensem isso, eu preciso de desaparecer, Katy! – Ela desesperou e a abracei – Pelo bem de todos, por favor, promete-me que não lhes vais contar nada! – Ela me olhou nos olhos, eu nem sei o que dizer, como assim? – Promete-me Katherine! – Ela me olhou desesperada e comecei a chorar. Como a minha irmã consegue aguentar esta dor com ela, como é que ela conseguiu passar este ano, sabendo que teria que desaparecer ou morrer no fim? Por isso que ela pediu aquilo no inicio de tudo. Por isso que ela conseguiu desfrutar cada momento. Porque ela sabia que não tinha cancro. Porque ela sabia que ia ter que desaparecer. Concordei e abracei-a forte. A culpa era toda minha, eu fiquei afastada dela por 12 anos e quando finalmente nos aproximamos, ela tem que desaparecer para nos salvar a todos. Neste momento, quando devia ser eu a confortá-la era ela que me confortava a mim

Katherine: Diz-me uma coisa – Pedi ao afastar-me dela – São a Miranda e o Giuseppe, não são? – Perguntei a olhando nos olhos e ela suspirou antes de começar a chorar – Conta-me Elena, confia em mim cupcake – Pedi a chamando pelo nome que chamava quando eramos pequeninas

Elena: Ouve uma vez, quando o Stefan se meteu nas drogas, ele quando quis sair e se livrar do gang, eles o ameaçaram e estavam para o matar, e mandaram uma carta para os pais deles para eles lhes pagarem ou o matavam, na altura, eles pensavam que era a brincar, porque eu tinha dito que estávamos todos num acampamento. Até falarem convosco e saberem que era mentira. Eles nunca gostaram de mim e sim de ti. Eles fizeram um contrato comigo, eu afastava-me de todos e eles salvavam o Stefan e seguravam-se que tudo ficaria bem. Eu na altura concordei, mas acabei por ser eu a salvá-lo, eu pensava que tinha ficado sem efeito. Quando acabei com ele e vocês ficaram juntos, ela de vez em quando encontrava-me e mandava-me a cara de como o Stefan estava muito mais feliz contigo e como tu eras muito mais querida e amorosa que eu. Tudo porque eu o salvei, envés deles. Mais tarde, eu e o Damon começamos a namorar e ela ameaçou-me e injetou-me algo, que só fez efeito mais tarde, no nosso fim-de-semana na casa do lago e a partir dai ela continuava a ameaçar-me e a dizer que no fim de tudo eu desapareceria com eles e era como se eu tivesse morta para vocês, mas iria começar uma nova vida noutro sítio. Eles ameaçaram-me no dia do meu casamento. Eles ameaçaram-me quando vos contei que estava grávida, eles queriam que eu matasse o bebe. Eles provocaram o acidente que eu tive quando a Emma nasceu e ainda hoje quando todos foram embora, ela veio aqui dizendo que eu iria com eles ou eles faziam mal a vocês, que faziam mal à minha filha e quando eu recusei, ela injetou-me algo estranho e eu estava nervosa e acabei por romper uma das válvulas. Eles querem-me morta, Katherine – Ela chorava tanto assim como eu. Como eles poderiam ser tão maus? Como eles poderiam fazer isto com a minha irmã? A rapariga mais doce do mundo, mais cuidadosa, mais querida. Como?

Jo: Meninas. A vossa família chegou – A Jo anunciou entrando no quarto e aproximou-se vendo que ambas estávamos a chorar – Meninas, está tudo bem? – Ela perguntou preocupada e eu neguei com a cabeça

Katherine: Eu tinha razão Jo – Disse fungando – Foram eles. Eles são piores que o mal em si.

Elena: Eu preciso da vossa ajuda para desaparecer – A minha irmã pediu. Eu assenti e a Jo nos olhou confusa e preocupada, olhei para ela como quem dizia que depois lhe explicava e ela acabou por concordar – Katy, preciso que me compres uma passagem de avião, para mais longe possível – Concordei – Preciso também que prepares uma mochila pequena, com os meus documentos, algumas roupas básicas e dinheiro – Voltei a concordar – Jo, preciso que lhes digas que eu vou morrer – Ela ia argumentar – Jo, preciso que faças isso, preciso que digas que eu tive um problema qualquer e que não ajudou nada ao meu estado e que vou morrer ainda hoje – Ela concordou suspirando – Ai eu simulo uma espécie de falta de ar, tu vens e me das aquilo que faz simulação de morte. Para eles acreditarem, é preciso que façam como vos estou a dizer. Eu agora vos lhe dizer que eu não quero funeral, que como não conhecem o meu cancro que o meu corpo vai ficar para pesquisa. Ai Katherine, tu vens-me buscar 1 hora antes do meu voo e eles vão pensar que eu morri, como era suposto. Isto não pode sair daqui, meninas – Ela ordenou e concordamos – E eu voltarei quando tivermos provas o suficiente para acabar com tudo isto – Ela sorriu tentando passar confiança e pedi que a Jo mandasse entrar a nossa família. Ela voltou a deitar-se e a tapar-se, para parecer que estava mal. – Oi meu amor – Ela sorriu para a Emma e a Emma sorriu e deitou do seu lado, fazendo a Elena chorar um pouco – Vocês já sabem o que aconteceu, não foi? – Ela perguntou sorrindo fraco e todos concordaram – Vocês já sabiam que este dia ia chegar – Ela disse tossindo e comecei a chorar, aquilo estava real demais, eu não queria perder a minha irmã. O Stefan abraçou-me dando-me força. Os meus pais também choravam, assim como o Jeremy, a Caroline e a Anna. O Damon era o único que não chorava, mas todos conseguíamos ver que ele estava a matar-se por dentro. – Por isso eu quero vos pedir uma coisa. Uma última coisa. – Eles olharam para ela – Eu não quero um funeral, eu não quero ser cremada. O meu corpo vai ficar para estudo no hospital – Ela disse sorrindo e começaram todos a protestar

Jenna: Nós vamos querer visitar-te, dar-te flores, nãos nos faças isto, filha – A minha mãe protestou fazendo-a chorar e negar

Katherine: Mãe, é a decisão dela, acredita que eu já tentei fazê-la mudar de ideias, ela é uma cabeça dura – Sorri fungando e a minha mãe negou chorando agarrada ao meu pai

Elena: Vai correr tudo bem, vocês vão ser felizes, vocês vão ser muito felizes! Vocês têm-se uns aos outros e eu vou estar bem – Ela chorava enquanto tentava acalmar-nos – Eu quero um abraço de vocês – Ela levantou-se e abraçou a loira, seguida o Jeremy e a Anna, os meus pais, o Thomas e o Stefan e então depois por mim, me apertando a mão e assenti. De seguida ela abraçou e beijou o Damon que não a quis largar enquanto ambos não precisassem de ar. Ele beijou-lhe a testa e ela pegou na pequenina e abraçou-a e beijou-a – Encarem isto como um até um dia – Ela sorriu se sentando na cama de novo, abraçada à Emma

Emma: Mamã – A menina chamou antes de começar a chorar e todos nos emocionados, incluindo a Elena, que pela cara dela estava a ficar com segundas intenções – Mamã – A menina repetiu e lá estava ela a hiperventilar, comecei a chorar, vendo onde isto iria dar. O Damon pegou na menina e eu chamei a Jo que veio logo apressada, ela aproximou-se da Elena

Jo: Elena, preciso que te acalmes, preciso que me olhes nos olhos e que te acalmes – Ela disse e de seguida me olhou de relance e assenti discretamente e quando reparamos a Elena estava a ficar cada vez mais quieta – Elena! Elena, resiste, Elena! – A Jo estava a fazer respiração boca-a-boca e depois parou olhando para o pulso – Hora da morte: 08:36 da manhã – Ela disse para a enfermeira ao seu lado e todos começamos a chorar. O corpo dela foi levado pela Jo e na sala só se destacava o choro agudo da Emma por entre todos os outros. Aproveitei aquele momento e sai, rumo a casa da minha irmã preparando uma mochila rapidamente com os documentos todos dela. Marquei passagem para Austrália e segui para o hospital com as coisas no meu carro. Cheguei lá e a minha mãe veio-me abraçar chorando

Katherine: Deviam ir para casa, eu tomo conta dos papéis dela, a Jo disse que poderia ser eu, vão descansar, vai correr tudo bem – Disse chorando e acabaram por assentir, me deixando ali sozinha. Encontrei a Jo no consultório dela e lá estava uma Elena adormecida, mas a diferença era que ela não estava a respirar – Mais quanto tempo? O voo dela é daqui a hora e meia – Informei acariciando o cabelo dela

Jo: Deve estar quase, já tratei de tudo, dei alta à Elena para sair do hospital e não há nada que prove que ela alguma vez morreu – Agradeci, abraçando-a e quando olhamos para a Elena ela já estava acordada. Abracei-a e entreguei-lhe uma roupa para se trocar e ela acabou por pintar o cabelo de ruivo, a única tinta que encontrei, até que lhe ficou bem (http://www.polyvore.com/amor_de_irm%C3%A3s/set?id=174327820) – Cuida-te Elena – A Jo despediu-se dela e seguimos para o aeroporto

Elena: Eu vou ficar bem, Katy, vai correr tudo bem! – Ela disse tentando não chorar quando chamaram o voo dela – Cuida da Emma, conta-lhe histórias de mim, mostra-lhe fotos, faz com que ela nunca se esqueça de mim e que saiba o quanto eu a amo – Ela disse abraçando-me

Katherine: Toma, quero que nunca tires isto. – Ordenei colocando o meu colar nela e ela assentiu

Elena: Eu amo-te Kitty Kat – Ela abraçou-me a chorar

Katherine: Eu amo-te mais cupcake! – Retribui o abraço chorando também – Manda-me mensagem quando lá chegares, sim? – Perguntei e ela assentiu limpando as lágrimas, com cuidado para não estragar a maquilhagem – Eu tomo conta de tudo por aqui – Sorri e ela sorriu

Elena: Até um dia gémea – Sorriu afastando-se

Katherine: Até um dia gémea – Sussurrei chorando, vendo ela entrar no enorme tubo que ligava ao avião – Não demores – Soltei num sussurro quase inaudível, chorando enquanto via a minha irmã ir embora e deixar-nos a todos para trás, só por causa de algo que ela protegeu… Eu queria a minha irmã de volta. E agora eu já não podia fazer mais nada, a não ser voltar para casa e tomar conta de todos. Ao que parece, o nosso destino não é ficarmos juntas, mas sim separadas por longos anos…