~ Pov Elena ~

Abri os olhos, olhei em redor e estava no hospital… De novo… Senti uma forte dor no peito, tentei falar, gritar por ajuda, mas a minha voz não saia, a dor no meu peito ficava cada vez mais forte e agonizante e já nem as lágrimas conseguia controlar… Tentei achar algo que pudesse fazer barulho o suficiente para chamar atenção de alguém e encontrei um botão, cliquei nele freneticamente e rapidamente apareceram duas enfermeiras no meu quarto. Eu tentei falar com elas, mas doía demais, eu sentia a minha cara toda molhada por conta das lágrimas e sentia como se tivessem apertando o meu coração ao ponto de o quererem esmagar.

Jo: Elena, querida, o que se passa? Tem calma, Elena – Ela tentava acalmar-me, mas doía demais, eu não conseguia

Elena: Aqui… - Soltei quase como um sussurro, apontando para o sítio do coração. Ela assentiu, pediu algo e uma enfermeira injetou no meu soro, olhei para ela assustada, por não saber o que aquilo era, e a Jo percebendo o meu estado apenas disse que iria ficar tudo bem. Acho que era uma espécie de sedativo, pois os meus olhos ficaram pesados e voltou a ficar tudo escuro

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Senti um peso do lado direito da cama e abri rapidamente os olhos pensando que era tudo um sonho e que estava em casa. Enganei-me, continuava no hospital, comecei a chorar, mas desta vez não estava sozinha

Katherine: Está tudo bem, está tudo bem! Eu estou aqui – Ela pegou na minha mão, apertando-a, passando segurança e sessei as minhas lágrimas

Emma: Mamã? – A menina chamou. Ela era o peso que senti. Ela olhava-me preocupada e feliz ao mesmo tempo. A última coisa que me lembro foi de ouvir o seu grito, chamando por mim…

Elena: A mamã está bem, princesa – Sorri beijando a sua bochecha gorducha. A menina pareceu entender aquilo, pois deitou-se do meu lado brincando com o meu cabelo – Então mana, como estás? – Perguntei sorrindo, estava cansada, fraca e sem força

Katherine: Com melhor aspeto que tu – Brincou e ri fraco

Elena: Sempre foste a mais bonita – Disse sincera de olhos fechados – Mas eu consigo apanhar-te de vez em quando – Disse rindo, com os olhos meio abertos e ela riu assentindo – Muito mau? – Perguntei referindo ao meu estado e ela fez uma careta – Kath, podes dizer, eu aguento – Disse sorrindo de leve

Katherine: Mas não devias, Elena… - Suspirou - Não devias aguentar tantas coisas, não és assim tão forte, ninguém é – Ela disse preocupada e suspirei

Elena: Ah, mas a mãe sempre disse que nós não somos todo o mundo, lembras? – Perguntei zombando com ela que riu – O resto da família? – Perguntei olhando em redor

Katherine: Estão lá fora, eu quis entrar primeiro e a Emma também não parava quieta – Ela riu observando a minha princesa mexendo no meu cabelo e fazendo pequenos sons – Eu vou lá fora, para eles entrarem. – Disse levantando-se e assenti – Chama se precisares, Elena Gilbert! – Ela ordenou quando saiu do quarto e assenti rindo olhando para a minha menina entretida

Jenna: Tu és muito teimosa, Elena Gilbert – Disse entrando no quarto, com o meu pai e o meu irmão mais novo

Elena: Ah, mãe, eu sou um amor de pessoa! – Disse rindo da cara dela

Thomas: Mana, eimosa – Ele sorriu sapeca e sorri chamando para ele sentar ao pé da Emma e assim o fez, com ajuda da minha mãe

Alaric: Estás muito fraca? – Perguntou preocupado e fiz careta

Elena: Mais ou menos, sinto que não durmo há dias, mas sinto-me bem – Disse sorrindo para não os preocupar – Falaram com a Jo? – Perguntei curiosa e a minha mãe assentiu – O que ela disse?

Jenna: Coisas que já sabíamos, querida – Disse sorrindo. Suspeitei das reações deles, mas não liguei e olhei para os meus dois bebés sorrindo – Nós devemos ir, mas voltamos mais tarde, está bem? – Assenti e levaram o Thomas com eles que se despediu com um ‘’fica boa mana‘’

Jeremy: Olha quem é ela! Que fazes aqui? Não esperava encontrar-te aqui! – Disse irónico

Elena: Ah. Ah. Ah. Não sei quem tem mais humor, tu ou uma batata – Disse fuzilando-o e ele riu juntamente com a Anna – Anna, que bom ver-te, querida! – Disse ignorando o meu irmão

Anna: Também é muito bom te ver, Lena! – Ela sorriu

Jeremy: Fico feliz em saber que o teu senso de humor permanece, maninha – Disse sorrindo e sorri fraco

Elena: Agora conta o que todos estão a tentar esconder de mim, caçula – Disse séria e eles ficaram sérios

Jeremy: Está bem! – Disse revirando os olhos – Tens que comprar um tapete novo para a sala – Ele disse fazendo uma careta e o olhei séria – Verdade, sujaste-o todo de sangue, miss hospital – Ele disse com humor e acabei por rir também

Elena: Como o aturas? – Perguntei para a Anna que sorriu carinhosa para ele

Anna: Não faço ideia – Disse fazendo-me rir e acompanhou-me. O Jeremy por outro lado, estava a olhar para ela, chocado. Acho que ele esperava algo carinhoso

Jeremy: Bem, nós temos ordens para levar esta fofura connosco – Ele disse levantando-se e fiz bico – Não faças essa cara, comigo nunca colou, maninha – Disse debochado pegando na minha menina

Anna: Não te preocupes, nós voltamos, mais tarde com ela – Disse sorrindo e assenti sorrindo fraco e saíram com a minha princesa que estava quase adormecendo

Damon: Senhora Salvatore – Fez uma pequena reverência

Elena: Senhor Salvatore – Fiz uma reverência com a cabeça sorrindo

Damon: Como estás amor? – Perguntou deixando a minha testa e de seguida colando os nossos lábios num selinho demorado

Elena: Bem melhor agora – Sorri maliciosa e ele riu do meu atrevimento – Tu vais-me contar, não vais? – Perguntei observando-o e ele suspirou assentindo

Damon: Eu amo-te sim? – Perguntou e assenti acariciando a sua mão. Não chores, por favor, Damon – Isto é complicado dizer… Principalmente, quando tu significas tudo para mim – Sorri carinhosa. Não me faças chorar, Damon… - Tu foste operada ao coração hoje e digamos que não foi uma coisa boa, porque só foste operada porque pioras-te – Ele disse suspirando para não chorar. Sê forte, Damon – Tu, só tens mais dois dias, Elena – Ele estava a chorar. O meu coração parou. A minha respiração sessou. Dois dias. Essa palavra ecoava na minha cabeça. Senti uma lágrima grossa escorrer pela minha bochecha, olhei para o Damon, e senti ar nos meus pulmões e o meu coração bater novamente. Suspirei fundo e engoli o choro

Elena: Vai ficar tudo bem, Damon – Disse pegando nas mãos dele

Damon: Eu não te posso perder – Disse sussurrando, tentando parar de chorar

Elena: Não vais – Sussurrei de volta – Olha para mim – Levantei o rosto dele – Não me vais perder. Ouviste? Não vais. – Disse olhando nos olhos dele – Não vais – Assegurei. Cheguei-me à frente, com as minhas mãos na sua cara e colei os nossos lábios. Um misto de doce dos lábios dele com o salgado das nossas lágrimas, dei passagem para a língua dele e elas enlaçavam-se como se fossem uma só, dançando uma dança sensual. O beijo não era urgente nem calmo, não era excitável nem sonso, era perfeito. Era como se fosse… O último. – Eu prometo – Prometi quando nos separamos

Damon: Eu amo-te – Sorriu acariciando a minha bochecha

Elena: Eu amo-te muito mais – Disse carinhosa colando nossos lábios

Katherine: Olha eu aqui de novo – Disse interrompendo-nos

Emma: Mamã, papá – A menina disse entusiasmada, como se não nos visse à muito tempo e sorri com aquilo

Katherine: Desculpem interromper o momento fofo e tudo mais, mas, eles querem ir a casa tomar banho e comer alguma coisa e tu tens o carro – Ela disse rindo. Ele olhou para mim como se pedisse permissão e assenti sorrindo – Pensava que estavam chateados – Disse largando a Emma em cima da minha cama e sentando-se no sofá. Neguei rindo – O que aconteceu quando vocês subiram? – Perguntou curiosa e ri

Elena: Nós subimos as escadas, fomos até ao fundo do corredor e entramos no nosso quarto – Disse zombando da cara dela – Ele contou-me tudo, explicou-me tudo. Eles nunca tiveram nada, a Bonnie, queria, estava sempre a fazer com que ele, sei lá, passasse mais tempo com ela. Eu não sei o que ela faz ou como faz, que ele parece que fica hipnotizado quando está com ela, parece que não tem consciência dos atos, mas sabe o que está a fazer. Ele contou-me o que a Bonnie fez, eu não queria dizer que ela é horrível, porque claramente, ela é… E eu quero que tu te certifiques que nada acontece, ele pode seguir em frente, mas não com ela, por favor – Disse revirando os olhos e ela riu – E bem, eu chorei, ele chorou, ele desculpou-se, eu desculpei-me e uma coisa levou à outra e acabamos na cama – Disse sorrindo da lembrança

Katherine: Sério? – Riu chocada e assenti – Pensava que não faziam mais isso – Disse rindo

Elena: Claro que fazemos, Katherine – Ri da cara dela – Nós temos 19 anos e eu estava bem, porque não haveríamos de fazer? – Perguntei rindo – Não estranharam o facto de termos demorado muito a ‘’discutir‘’ – Fiz aspas

Katherine: Sei lá! Pensava que não faziam por terem a Emma ou por tu te sentires mal, sei lá – Disse rindo e ri com ela – Não, era uma discussão, sabíamos lá o que estavam a falar – Disse rindo

Elena: Eu até hoje de manhã sentia-me perfeitamente bem, Katherine – Confessei rindo – Aliás, até ao jantar, eu estava perfeitamente bem, só depois é que comecei a sentir-me um pouco mal, dores de cabeça, mas tomei um comprimido que ajudou com as dores – Disse suspirando

Katherine: Estranho… Mas foi do nada? – Perguntou preocupada e assenti fazendo careta – O que achas que foi?

Elena: Não faço ideia… - Menti – Podes levar a Emma para casa? Ela precisa dormir – Pedi quando reparei que a menina estava quase dormindo no meu colo. Ela assentiu e pegou nela

Katherine: Eu volto mais tarde, sim? Tenta descansar – Assenti antes de ela sair do quarto me deixando sozinha com aquele quarto não muito grande, com uma casa de banho pequena e uma televisão. Ah, a televisão, a minha salvação, desta espera terminável! Terminável sim, não me julguem produção! Liguei a televisão e graças a alguém, estava a passar um filme, que por acaso eu gosto. Uma vez que não tinha fome nenhuma, decidi ver televisão. Não sei quanto tempo passou, mas sei que adormeci, pois acordei com batidas na porta

Miranda: A pequena e delicada Elena Gilbert! – Ela exclamou entrando no quarto de hospital – Ah não espera, agora é Salvatore! – Fez uma careta

Elena: O que estás aqui a fazer? – Perguntei ajeitando-me na cama

Miranda: Ora amor, vim combinar as coisas contigo – Ela disse com o sorriso falso dela de sempre – Como está a tua condição querida? – Ela perguntou falsamente preocupada

Elena: 48 horas – Disse olhando com ódio para ela – Eu não quero ir – Disse sentindo os meus olhos queimarem por conta das lágrimas

Miranda: Desculpa? – Perguntou rindo – Não queres ir… - Ela ponderou e depois riu

Elena: Eu fiz tudo o que vocês queriam – Lembrei chorando – Mas agora eu tenho uma filha. Ela não tem culpa de nada. Por favor Miranda! – Pedi chorando

Miranda: Oh amor, não chores – Ela alisou os meus cabelos – Nós avisamos-te para abortares – Ela disse séria e a olhei com nojo

Elena: Ela não tem culpa! Ela não pediu nada disto! E eu vou ficar, sim, para a proteger de vocês, ela não merece os avós que tem! – Cuspi as palavras na cara dela

Miranda: Elena, Elena – Ela suspirou negando com a cabeça – Sabes que a tua filha só vai ficar protegida, se vieres connosco. Nós não queremos saber do Damon, ou da vossa filha, nós só damos dinheiro a ele, porque também damos ao Stefan! Pobre Katherine e Jeremy, são tão queridos e inocentes, nem merecem a irmã que têm, ainda bem que o pequeno Thomas não se vai lembrar de ti – Interrompi-a

Elena: EU NÃO FIZ NADA! – Gritei chorando com ódio por aquela mulher. A máquina que media os meus batimentos cardíacos, começou a apitar depressa, por conta da raiva. Comecei a respirar fundo para me acalmar, caso contrário, viriam enfermeiras até aqui – Eu não fiz nada a vocês! – Chorava tanto que o meu peito doía

Miranda: SABES MUITO BEM O QUE FIZESTE, ELENA! – Ela gritou com raiva – Tu desfizeste a minha família. Afastas-te os meus filhos por 12 anos, afastas-te o meu menino de nós. A tua irmã fez-nos abrir os olhos quanto a ti e sabes que mais, ela tem razão, tu és uma cabra psicótica que enganou o meu filho por 12 anos, que o desviou da sua própria vida. Pobre Katherine, uma rapariga tão doce, que teve que levar com a cobra da irmã mais nova, que ainda por cima é igual a ela – Ela cuspiu as palavras da forma mais odiosa que me partiu por dentro e eu só conseguia chorar mais, mesmo que eu não o quisesse fazer frente a ela, eu não estava a conseguir, porque eu sou fraca e agora eu vou ter que cumprir o que prometi a estas pessoas… Eu vou ter que ir embora, me afastar da minha filha, do meu marido, da minha família, pois tudo o que eu fiz, foi tentar que ficasse tudo bem e perfeito, mas ficou tudo mal…

Elena: Deixa-me ficar – Pedi – Eu compenso, eu compenso tudo o que fiz – Soluçava por conta do choro e ela começou a rir da minha cara

Miranda: Não há nada que possas fazer, para compensar, a não ser, cumprires o que combinaste connosco. Até nos vais agradecer, querida. Vais ter um novo nome, uma nova família, uma nova vida, vais ser feliz finalmente. – Ela disse como se tivesse a fazer um grande ato de heroísmo

Elena: Não – Neguei com a cabeça – Eu só combinei isso, porque o Stefan estava em apuros, e eu acabei por o livrar daquilo, não vocês, EU! – Ela me olhou com raiva – E passado um ano, ele me traiu, mas antes disso, eu o livrei de ser morto, por isso o contrato ficou sem efeito – Disse mais calma – Por isso, vocês vão voltar à vida monótona que vocês têm, vão desaparecer e eu vou ficar com a minha família, onde eu pertenço! – Disse ríspida

Miranda: Tu, não nos dás ordens, Elena! – Ela disse com raiva – Tu devias ter morrido naquele acidente – Como? Não…

Elena: FORAM VOCÊS! – Comecei a chorar – SEUS FILHOS DA MÃE, FORAM VOCÊS! FORAM VOCÊS, QUE FIZERAM COM QUE A MINHA FILHA NASCESSE PREMATURA, FORAM VOCÊS QUE QUASE ME MATARAM. VOCÊS SÃO HORRÍVEIS, NOJENTOS, EU TENHO PENA DO DAMON E DO STEFAN POR SEREM VOSSOS FILHOS – Ela deu-me uma bofetada e coloquei a mão, onde estava o ardor, a olhando incrédula – Eu odeio-vos – Disse chorando

Miranda: Menina mal-educada – Ela disse com desdém – Como eu estava a dizer, tu devias ter morrido naquele acidente, e bem, como não morreste, e também não queres vir connosco, acho que só te resta morreres, não é mesmo? – Ela disse séria e olhava com nojo – Por isso é que vim preparada, meu amor! 48 horas, não é mesmo, bem acho que não faria mal nenhum se tratássemos já disso, não é mesmo? – Ela disse e a olhei confusa e ela começou a tirar uma seringa com um líquido esquisito de lá e tentei-me levantar, mas ainda tinha a anestesia ligada a mim. Ela aproximou-se de mim com a seringa – Não te preocupes, é como se tivesses a adormecer – Ela sorriu psicopata e tentei encontrar o botão da enfermeira, e quando finalmente o encontrei, ela pegou na minha mão e espetou a seringa sem dó e piedade no meu braço, soltei um grito de dor e algumas lágrimas rolaram rapidamente pela minha cara – Pronto, já passou – Ela acariciava os meus cabelos – Já acabou tudo. – Estava a ficar cansada - Não te preocupes, vamos cuidar bem da Emma – Ela disse e senti um aperto no meu coração, reuni todas as minhas forças e carreguei no botão da enfermeira, sentindo todos os músculos do meu corpo, relaxarem – Oh não, Elena, querida, acorda! – Ela chama com falsa preocupação, estreitei os olhos, a ponto de ver melhor e estava na porta a minha irmã e a enfermeira

Elena: Katy – Chamei com as poucas forças que tinha e ela aproximou-se – Ajud… - Tentei dizer e senti uma lágrima descer pelo meu rosto. E novamente o escuro apareceu, mas desta vez, ele não iria clarificar, porque desta vez, eu estava por minha conta, desta vez elas chegaram tarde de mais…