Amour Sucré escrita por Cumber Cookie


Capítulo 1
1 - So, this is the new year?


Notas iniciais do capítulo

Oi >.



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1 - So, this is the new year?

Lynn mascava um chiclete e observava os estudantes sentados, todas as cabeças viradas para ela. Forçou um sorriso, e o professor suspirou.

– Pode se sentar. - Ele disse, distraído com algumas atividades que estava corrigindo. - Você é a nova, certo?

– Sim. - a garota de olhos verde esmeralda assentiu.

– Você sabe que as aulas começaram faz duas semanas, não? - Ele esperou alguns segundos, depois olhou para a garota que esperava por algo mais. - Por que só está aqui agora?

– Tive de resolver assuntos. - seus olhos vagaram pela sala.

– Tudo bem, se sente então.

A aula de história passou lentamente, e Lynn pensava se não seria melhor simplesmente dormir e acordar somente para o próximo horário.

– Lynn? - o professor a olhou torto e depois disse ríspido: - Você estava ao menos me ouvindo?

– Não. - disse curta.

Faraize conteu um grunhido de insatisfação, a garota não fora rude, só direta. Observou a classe que olhava para ela, e sentiu pena.

Lynn fechou os punhos com raiva, sentindo todos os olhares na sua direção. Caramba, eles não sabem ser nem um pouco discretos?

O sinal tocou e começou a arrumar os materiais para a próxima que seria... Ah, artes, que ótimo. Jogou a mochila nos ombros e saiu da sala com passos rápidos.

Sentiu uma mão leve e macia tocar seu braço e se virou, surpresa.

– Oi, meu nome é Iris. - Aham.– Queria que você fosse bem recebida assim que soube que haveria uma aluna nova, então...

Lynn encarou a garota com tédio, olhando diretamente em seus olhos.

– E o seu nome é...?

– Lynn.

– Então, Lynn... Vai ter uma festa no próximo final de semana, sem ser esse. Queria te convidar. - Disse Iris, sorrindo e esperando alguma reação da nova garota, mas não obteve o que esperava.

– Tá. - ela disse, observando os próprios sapatos, que eram vans vermelhos. - Vou para a aula de artes.

E desatou a andar.

– Prazer em te conhecer!

Fingiu não ouvir e foi direto para o segundo andar, quase tropeçando quando viu uma coisa na sua visão periférica, no chão.

Abaixou-se e viu uma palheta. Ela tinha um furo, como se fosse usada em um colar. Pensou em pegá-la e procurar o dono, mas ele poderia pensar que ela mesma tinha furtado, então só a pegou e colocou perto de uma das janelas.

Fez a curva e subiu as escadas com passadas rápidas, olhando para o chão, mordendo o interior da bochecha. Quando chegou na sala 312, deu duas batidas na porta, desejando que não estivesse atrasada.

A porta foi aberta por uma mulher de idade, que Lynn reconheceu como a diretora da escola que tinha um nome estranho, que, provavelmente, Lynn nunca iria decorar.

– Oh, olá senhorita. - Ela impediu a garota de ver o que tinha dentro da sala, saindo e fechando a porta. - A aula de artes foi cancelada, o professor ligou e disse que não estava se sentindo bem. Siga para o jardim, mandei os outros alunos para lá.

Lynn assentiu pesadamente com a cabeça, e voltou para onde estava, perto da escada. Ouviu uma voz perto de si, mas ao mesmo tempo abafada. Olhou para trás, no canto, onde havia um alçapão, arregalava os olhos conforme via duas pessoas subindo.

– Se aquela loira irritante pegou de novo, vou meter uns murros nela! - uma voz grossa se propagou.

– Pare com isso, Castiel. - uma voz mais calma disse. - Você provavelmente perdeu por aí. A Ambre não fala com você desde ontem, sinta-se feliz.

– Eu odeio ela. - ele disse, quando os dois tinham subido, e trancava com uma chave o alçapão. - E não venha me dizer que ela me ama, isso já é perseguição.

– Sim, percebi, mas... - o garoto calou a boca quando viu uma Lynn parada, quase ofegante sem saber o que fazer.

– O que você quer? - Castiel perguntou rude, e Lynn observou-o da cabeça aos pés.

Ele usava uma blusa vermelha de alguma banda de rock que Lynn nunca tinha ouvido falar, um jeans skinny preto com algumas correntes pendendo. Cabelos vermelhos exóticos, e olhos cinzas sombrios delineavam o rosto aristocrático. Usava também uma jaqueta preta e um tênis um pouco surrado.

– Você é surda? - ele perguntou aborrecido.

Lynn endireitou os ombros e recuperou o fôlego. Piscou os olhos rapidamente, pensando em uma resposta.

– Você está bem? - perguntou o outro garoto.

Todos os garotos dessa escola são assim?

– Deve ser mais uma do meu fã clube, perseguindo-me. - Castiel revirou os olhos, e andou na direção da menina de longos cabelos castanhos.

Lynn prontamente deu dois passos para trás e franziu o cenho, cheia de irritação.

– Ora essa. - ela cruzou os braços na frente do corpo. - Você é sempre assim, tão agradável?

– Normalmente. - ele riu sarcástico, antes de revirar os olhos para ela. - Por que estava ouvindo nossa conversa?

– A culpa não é minha se vocês dois falam tão alto, e só estava passando por aqui. - idiota, idiota!

– E você está presumindo que eu simplesmente vou acreditar na sua versão? - ele voltou a se aproximar.

– Acredite no que quiser. - foi a vez dela revirar os olhos.

– Por favor, você viu uma palheta? - O outro garoto finalmente se fez presente.

– Palheta? - Uma pequena chama se acendeu em seu estômago. - Uma pequena, de tocar violão?

– Sim, essa mesmo! - ele se agitou, sorrindo para ela. - Você sabe onde ela está? Uma vermelha...

– Espera. Ela se segurava. - Uma vermelha palheta pra tocar violão, caída no chão?

– É!

Lynn fingiu ponderar por alguns segundos, depois sentiu um arrepio passar por seu corpo, e seus olhos se enchendo de água.

– Não, não vi nada seu. - ela apontou para Castiel. - Nem seu. Preciso ir. Tchau.

E partiu em disparada. Havia feito uma promessa para si mesma, iria guardar todas as palavras, detalhes. Só iria falar alguém perguntar, e agora estava aí, brigando com um garoto qualquer de sua nova escola. Sentiu a vergonha crescer em seu peito.

Entrou no jardim, vendo que as pessoas ou estavam conversando, ou estavam mexendo nos celulares. Desejou ter o seu de volta.

Sentou-se na grama e fechou os olhos, apertou os punhos até os nós dos dedos ficarem brancos. Mordeu a língua, e sua mente foi invadida por lembranças.

Antes

– Vem aqui! - ele gritou, acenando.

Lynn se aproximou cuidadosamente, com medo de cair no chão, que estava cheio de neve.

– Oi. - ela sorriu e sentiu as bochechas queimarem, pelo frio ou pelo encontro repentino, ela não saberia dizer. - O que está fazendo aqui?

– Pensei que você viria aqui. - ele olhou pro chão. - Queria te ver, estava com saudades.

– Estou aqui. - Lynn o abraçou. - Não precisa mais sentir saudades.

Ele a abraçou de volta. Os corações apaixonados palpitavam na mesma velocidade. Em uma árvore perto dali, havia uma mensagem antiga, que foi lascada na madeira com um estilete. "V+L"

Agora

– Ei, você está acordada? - e ela percebeu que tinha alguém sentada ao lado dela, e viu o tempo, que agora estava mais claro.

Ponderou quanto tempo ficou ali, sentada olhando para o nada.

– Sim. - ela respondeu com olhos injetados.

– Oi, meu nome é Rosalya. - disse a menina de olhos castanhos claros, um pouco amarelados. - Estive te observando, mas nunca te vi por aqui. É nova?

– Aham. Mais uma?

– Seu nome é Lynn, ouvi na chamada na aula de história.

Hum..

– O gato comeu sua língua? - Rosalya gargalhou, mas se calou quando viu a expressão de tédio no rosto da nova aluna. - Eu te fiz algo?

– Não. - ela disse, suspirando.

– Então fala comigo. - A garota de cabelos brancos sorriu amigavelmente. - Só quero ser sua amiga.

– Sério? - Os olhos de Lynn passaram pelos lábios finos da garota, o nariz fino, cílios longos.

– Sim.

Acho que posso ser legal com ela.

– Oi, Rosalya. - Lynn sorriu, fazendo aparecer pequenas rugas nos olhos. - Meu nome é Lynn, tenho dezesseis anos, faz duas semanas que me mudei para cá, e estou me adaptando.

– Sério? - Rosalya vibrou de alegria. - Que legal! E por que não veio para a escola antes?

A aura de Lynn desfaleceu antes mesmo de se tornar muito amigável. Olhou para baixo, contando até dez. Rosalya percebeu que provavelmente não deveria ter perguntado isso.

– Mas tipo, onde você está morando? - ela tentou mudar de assunto, e a aura dela melhorou um pouco.

– Um apartamento de minha tia. - Lynn explicou. - Ela meio que é dona do prédio, então me emprestou um.

Não disse que a tia era uma famosa corretora, dona de vários imóveis, e também não disse nada sobre a família. Conversas como essas poderiam esperar.

– Nossa, eu queria ter uma tia assim. - Rosalya disse rindo. - A minha tia é uma solteirona que só sabe reclamar da vida.

– Ela deve ter seus motivos para isso. - Lynn encostou a mão no ombro dela, fazendo-a parar de rir imediatamente.

Rosalya conseguia sentir o poder da garota. Era uma menina de grande caráter, humilde e inocente. Sorriu, pedindo desculpas.

– Vamos andar! - ela disse de supetão, puxando uma Lynn trêmula.

Andaram pelos corredores da escola, e Rosalya explicou que artes quase não contava nos boletins, que o professor sempre faltava por causa de sua saúde fraca e que ele normalmente passava trabalhos para complementação de notas.

– Então, conheceu alguém legal? - a expressão de Lynn mudou completamente, as sobrancelhas juntas. - Quem foi?

– Um garoto de cabelos platinados. - ela disse, ignorando o outro ruivo, ela poderia fingir que ainda não tinha encontrado com aquele... Idiota!

– Ah, o garoto de roupas vitorianas, como as minhas? - Lynn assentiu. - Ele é meu cunhado.

Ela arregalou os olhos.

– Sério?

– Sim, namoro o irmão dele. - Rosalya disse com os dentes trincados.

– Qual o problema? - sussurrou Lynn, com medo da reação da outra.

– É que nós meio que brigamos. - ela suspirou. - Tinha até esquecido.

– Entendo. - e entendia mesmo.

– Deixa eu te perguntar, Lynn. - Rosalya aprumou a postura e olhou diretamente nos olhos dela, e percebeu que ainda estavam injetados. - Eu e ele somos perfeitos um para o outro, mas ele diz que eu preciso ser mais calma, ter uma personalidade mais tranquila, mas eu sou muito esquentada, eu sou assim, oras! Já amou tanto alguém que até chega a doer nos ossos, amar daquele jeito que quando vê ele, quer correr até seus braços?

Rosalya se arrependeu de novo. A garota formou uma carranca no rosto, olhos fechados, ela contou até dez mentalmente. Pensou, fechou os punhos e prendeu a respiração, querendo chorar.

– Não, mas já amei um garoto. Ele era meu melhor amigo.

O olhar de Lynn assustava Rosalya. Mal conhecia a menina, mas resolveu que nunca mais perguntaria sobre seu passado romântico. Ela tinha olhos vazios e vidrados.

–Entendo. - A garota de olhos caramelados se desesperou para mudar de assunto, mas não precisou.

– Preciso fazer uma coisa. - Ela disse, olhando para o lado das escadas. Rosalya estava esperando o tchau dela. - Você vem?

– Claro! - sorriu, surpresa. Elas seriam boas amigas.


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Notas finais do capítulo

Comenta aí, vai me deixar feliz ^.^



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