Lucy no céu com dragões escrita por MiihO


Capítulo 15
Meu eu humano


Notas iniciais do capítulo

Último! :'(
Quero agradecer aos que acompanharam. E as queridas Carol e Maya Hyuuga que me ajudaram com esses últimos caps.
Espero que gostem e que não tenha ficado muito confuso ou muuito apressado.
Perdoe os clichês e Boa leitura!



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_ Vamos Natsu! Você tem hora marcada no hospital para fazer o teste, não pode se atrasar! – Lucy batia na porta do quarto onde Natsu estava instalado na casa dos Fullbuster. Gray esperava fora da casa, no carro. Iria levá-los até o hospital onde Isshin disse que fariam o exame de DNA, porém Natsu estava um pouco relutante em fazê-lo.

Duas semanas haviam se passado desde a confraternização na empresa Dragneel e Natsu se tornou um bom “amigo” de Isshin. Mesmo que sempre negasse que gostava de sua companhia. Natsu conheceu Midge, esposa de Isshin, e sua filha Melody. Quanto mais ele se envolvia com aquelas pessoas mais parecia desconfiado do que resultaria.

_ Não quero! – Falou o rosado dentro do quarto, a loira suspirou e se repreendeu mentalmente por ter explicado como era que se fazia um teste de DNA.

_ Natsuuu... Eu já disse, não vai doer, Ok? Fala sério, você está mesmo com medo disso? É só uma agulha... – Falou incrédula pela birra. Viu a porta ser aberta em sua frente e sorriu achando que finalmente tinha o convencido, mas sua cara não era nada condizente com seu pensamento.

_ Não me importo com dor, Luce. Eu só não estou muito afim de deixar um humano enfiar algo em mim! – Falou baixo olhando para os lados confirmando que só havia a loira ali. Segurou seu braço e a puxou para dentro do quarto, fechando a porta em seguida. – Se eu soubesse antes que era assim teria me recusado!

_ Mas não recusou e você tem que fazer! – O virou de volta a porta e o empurrou para saírem. Antes dela tocar a fechadura ele se virou para ela e segurou suas mãos. Seus olhas traziam tristeza e pareciam temerosos.

_ Luce, eu... Eu não sei se quero mesmo fazer esse teste...

_ Como assim, Natsu? Achei que gostasse de Isshin...

_ Eu gosto... – Disse apressado e pigarreou tentando mudar o que disse, ele sabia que Lucy entendia exatamente o que ele sentia, não havia porque mentir. Se recostou na porta agora brincando com os dedos de Lucy entrelaçados com os seus, uma forma de se acalmar. – Mas eu já tenho pai... Igneel é meu pai, Lucy. Não sei se quero descobrir que... Não quero ouvir dizer que tenho outro pai, por mais que eu tente eu não... – Falava apressado com o nervosismo se manifestando em suas palavras. Lucy o calou com seus lábios, aos poucos ele se acalmou, fechou os olhos e aprofundou o beijo. A puxou contra ele aproximando seus corpos. Lucy sabia que influenciava muito no humor daquele garoto e ele dava graças ao rei dragão por ela existir para poder lhe acalmar. Mas assim como trazia paz ela também trazia outros sentimentos.

Suas mãos desceram pelas costas da loira parando pouco acima de seu bumbum enquanto a outra se enfiava por dentro da blusa, se dirigindo ao seio esquerdo. Cada vez que beijava Lucy, a vontade de senti-la por completo, de se sentir dentro dela, só aumentava. E ela não ajudava muito na tarefa de o controlar quando o assunto era esse. Ela levantava a camisa branca que ele vestia e tocou o abdômen definido do rapaz, que gemeu baixo ao sentir o toque gelado de suas mãos.

_ Natsu, Lucy?! – Ouviram Gray chamar atrás da porta. Essa logo foi aberta, empurrando Natsu que estava encostado a ela fazendo-o cair sobre Lucy. – Atrapalhei algo? – Disse o moreno segurando o riso.

_ Vai se catar, Gray! – Disse Natsu se levantando e ajudando Lucy.

_ Não deveria falar assim com seu anfitrião, Pantera cor de rosa! – Replicou. – Enfim, Vamos logo, já estamos muito atrasados, vocês podem fazer isso em outro horário, não?

_ Para isso eu precisaria estar bem longe daqui... – Natsu murmurou irritado, essa cena sempre acontecia quando eles se empolgavam um pouco mais. Ur entrava no quarto para arrumar alguma coisa, Gray surgia como um carma e começava a conversar, ou então Silver os constrangiam falando no que deveriam ou não fazer quando os via se pegando. Por esses e outras Lucy tinha começado a evitar muito contato com ele e também parava com as carícias ao ver que estavam indo longe demais. Não era ali que ela queria ter sua primeira vez, correndo o risco de alguém os ver.

_ Já estamos indo, Gray. – Falou Lucy um pouco corada arrumando sua blusa, assim que Gray saiu do quarto ela olhou-se no espelho e arrumou os fios de cabelo que tinham saído do lugar. Virou-se para Natsu e ele estava agora sentado na cama com os braços cruzados e a olhava determinado.

_ Assim que eu fizer esse maldito teste eu vou me mudar desse lugar com você! – Ela sorriu com sua declaração.

_ Então vamos logo pantera cor de rosa. Levanta esse traseiro gordo da cama por que estamos muito atrasados! – Provocou e se dirigiu até a porta mas não o viu a acompanhar quando virou-se para ele novamente caiu numa crise de risos.

_ Meu traseiro não é gordo, Luce! – Disse sério enquanto apalpava sua bunda de frente ao espelho.

.

O teste de DNA tinha sido feito e o resultado não foi surpresa. Natsu era um Dragneel. Esse fato tão inesperado na vida do rosado o forçou a ter que se acostumar mais rápido aquele mundo. A sua nova família que o reivindicava e pedia atenção e sua vontade de pegar Lucy e fugir dali atormenta cada vez mais o garoto.

Dois meses depois, estavam de volta na casa de Lucy, essa com todos os estragos feitos pelos capangas de Dara arrumados, o ambiente estava novamente habitável. Para alívio de Natsu ele tinha conseguido finalmente convencer seus pais a passar um tempo longe. Precisava assimilar todas as informações e hesitantes, eles concordaram. Já Lucy teve que convencer a família Fullbuster a novamente deixá-la ir embora, mas nisso Gray a ajudou. Ele viu que os dois precisavam de privacidade e isso era algo que não aconteceria em uma casa onde dentro de um mês aconteceria um casamento. Se despediram prometendo voltar em tempo para o casamento de Gray e Juvia.

Assim que chegaram, ao contrário do que acharam que seria, os dois pareciam dois estranhos. Estavam sozinhos, com exceção de Plue e Happy, não tinha ninguém para fingir uma história, para tentar conviver ou para atrapalhá-los. Apenas os dois. Ansiaram tanto por esse momento que quando ele chegou ficaram totalmente incapazes. O que fariam agora?

Os dois primeiros dias foram os mais complicados. Os dois conversavam sobre coisas básicas e banais, sequer tinha tocado em temas como os pais de Natsu ou sobre o que o rosado havia achado dos amigos de Lucy. Estavam os dois sentados à mesa, era manhã, a mesa bem preenchida de guloseimas separava os dois. Natsu brincava com alguns restos em seu prato de forma pensativa enquanto Lucy o encarava triste. Para ele, aquele silêncio entre os dois era apenas o início de sua adaptação. Os dois precisavam dele, só não sabia bem para quê, mas precisavam e por isso não o quebrava.

No entanto, na mente de Lucy, aquela indiferença dele era outra coisa.

_ Natsu... – Tomou coragem. – Você as vezes não se arrepende? Digo, de ter vindo atrás de mim, de ter abandonado Tatsu... – Falou receosa o observando atentamente. Ele devolveu um olhar que a loira não conseguiu distinguir a princípio.

_ Como assim? Aonde quer chegar? – Perguntou com voz grave.

_ A nenhum lugar, é só que eu fico pensando... Se não fosse eu, você ainda estaria com Igneel...

_ Eu fiz uma escolha, Luce. – A interrompeu. – Eu sabia do futuro caso eu escolhesse ficar e quis mudá-lo. Optei por aquilo que conseguiria lidar. Entre perder o contato com meu pai e com Tatsu e te perder.... – Sacudiu a cabeça ao lembrar da última visão. – Eu poderia enfrentar todos os humanos da terra se fosse para te salvar e é por isso eu estou aqui. E eu não me arrependo do que escolhi!

Ficaram em silêncio por uns minutos. Lucy não conseguia encarar mais o rosado, brincava com os dedos sobre a toalha da mesa absorvendo suas palavras. Ouviu Plue latir e viu Happy pular sobre a mesa agarrando um peixe que Natsu deixou para ele. Aquilo só piorou o que ela estava sentindo.

_ Eu me sinto tão egoísta... – Murmurou se retirando da mesa e indo para a sala. Natsu a seguiu confuso.

_ Por quê?

_ Se eu não fosse tão curiosa... Se eu tivesse deixado o Plue ir embora sem segui-lo.... – Suspirou de costas impedindo dele ver seu rosto. – Ele teria voltado para Tatsu com você, você não teria me reencontrado, eu provavelmente seria pega por Dara e... – Não ousou continuar.

_ Lucy! – Chamou sério e ele se virou. Sua expressão era insondável. Sentiu um calafrio na espinha ao vê-la. – Está me dizendo que preferia não ter me reencontrado? Está me dizendo que preferia morrer a me ter aqui agora?

_ Não... Não foi isso que eu disse, não foi isso que eu quis dizer. – Falou apressada.

_ Então o que você quis dizer?

_ Eu... Apenas queria que todos tivessem recompensas, não só eu, entende.... O Plue, o Happy, você... Por que só comigo as coisas deram certo? Não foi justo... – Falou triste e o ouviu rir. O encarou incrédula. – O que é tão engraçado?

_ Acha mesmo que só você teve recompensas? – Se aproximou e deu um selinho demorado na loira. – O Plue te acompanharia para onde você fosse. Mesmo se eu não tivesse vindo ele viria. O Happy adorou você e mesmo sem falar dá perceber que ele está bem “feliz” por ter todos os peixes disponíveis para ele. Quanto a mim... – Pôs uma mexa do cabelo dela atrás da orelha com os olhos fixos nos dela. – Eu preciso mesmo falar o que ganhei?

_ Então você não sente falta de Tatsu? – Ele suspirou, se afastando.

_ Claro que sinto, Luce. Dói muito ainda, uma boa parte de mim foi arrancada e ficou lá, mas em compensação esse vazio é preenchido por algo bem maior. Eu já te disse antes, se você estiver comigo eu vou estar bem onde quer que esteja. E eu sempre terei uma parte de meu pai comigo, então...

_ Do pai dragão ou do humano? – Ela brincou.

_ Ainda só assimilo pai a um único ser... Igneel. – Disse sério. – Isshin é meu pai de sangue, mas ainda não me acostumei com isso, nem sei se vou me acostumar a chamá-lo de pai, é uma história muito confusa para ser aceitada tão rápido. É mais um prova de que sou mesmo um dragão.

_ Só pode estar brincando. – Reclamou Lucy decepcionada fazendo-o erguer um sobrancelha. – Ainda está com isso em mente?

_ Isso o que? O que eu disse de errado?

_ O fato de você ser humano e achar ainda que é um dragão? – Falou irônica.

_ Eu tenho meus motivos. – Fez cara de tédio. – A gente já conversou sobre isso várias vezes, Lucy.

_ Sei, mas eu ainda não entendo.... O que custa aceitar que é da mesma espécie que eu? Ainda tem tanto ódio assim, mesmo depois de conhecê-los? – Perguntou indignada sentando no sofá e agarrando uma almofada.

_ Existem alguns humanos que não me descem e que nunca vão descer.... – Falou sentando ao seu lado. – Eu fui criado como um dragão. Eu sou filho de sangue de Isshin, mas meu pai sempre será Igneel! Filho de dragão, dragão é, Luce! É simples. Eu posso ser humano por espécie, mas sempre vou me considerar um dragão.

_ ... – Lucy suspirou e deu um pequeno sorriso. – É pelo menos é um motivo aceitável. Só o fato de não odiar mais todos os humanos é um avanço, senhor dragão. – Disse animada.

_ Mas eu tenho uma parte humana no fim de tudo.... – Continuou encarando a loira com atenção.

_ É? Bom saber disso. – Sorriu. – E qual é? – Ele pegou a mão da loira e pôs sobre o seu peito, sobre o coração.

_ É essa aqui. – Explicou. – E ele sempre bate forte assim quando estou com você... Acho que se eu te perder um dia ele para.

_ Não fale bobagens. – Disse séria.

_ Não é bobagem. Luce, se eu tivesse escolhido ficar em Tatsu, eu não sei se ia sobreviver muito tempo. Você é minha salvação, entende? Não consigo mais viver sem você.

_ Nós dois somos dependentes um do outro. Nenhum amor é de um lado só, Natsu.

_ E eu te amo.

_ Eu também te amo... Muito. – O puxou para um beijo que foi retribuído com mesma intensidade. O toque mais intenso que não acontecia desde que voltaram aquela casa acendeu algo diferente nos dois. O beijo logo se transformou num desejo maior. Natsu a envolveu com seus braços e a deitou no sofá, sem interromper o contato de suas bocas. Passou a beijar o pescoço exposto da loira, no entanto logo recuou. Sempre que se empolgava algo aconteciam e eles tinham que parar, dessa vez ele o fez antes isso acontecesse. – O que foi? – Perguntou Lucy quando ele se afastou.

_ Eu já estava passando dos limites. E eu não estou a fim de ficar só na vontade. – Disse levantando, mas Lucy segurou sua camisa o impedindo.

_ Natsu... Eu agradeço toda a paciência que teve comigo. – Falou provocante desabotoando a camisa dele. – E obrigado por ter esperado todo esse tempo, mas... Não estamos mais na casa dos Fullbuster. Não há mais ninguém aqui. – Declarou. Pela primeira vez essa situação tinha se tornado favorável.

_ Então, eu posso fazer o que quiser?... Sem me preocupar com ninguém abrindo a porta ou nos chamando...? – Perguntou contente voltando a distribuir beijos em seu pescoço fazendo um trilha até sua boca. – Sem nenhum limite ou pudor?

_ Acho que você precisa apenas ser humano agora. – Falou corada com seus rostos tão próximos sentindo a respiração dele contra sua pele.

_ Humano, é? – Sussurrou. – Acho que posso aceitar isso nessa ocasião.

_ Então me faça sua, Natsu Dragneel!

_ Hm... – Beijou o canto da boca e sussurrou perto do ouvido. – Eu deveria te chamar de... Luce Dragneel?

_ Pode me chamar do que quiser... – Falou já perdendo o controle, sentindo Natsu encaixar seu corpo no dela e passear com a mão por sua coxa. Ele mordeu o lóbulo da orelha dela voltou a encará-la.

_ Do que eu quiser? Isso soa ainda melhor... – A beijou lentamente pedindo logo permissão para sua língua que foi prontamente atendido. O beijo era cheio de desejo mas ainda era calmo. A mão que explorava o corpo de Lucy a tocava como se tivesse tocando algo precioso. Ele sentia cada detalhe, cada centímetro da pele da loira.

Sem interromper o beijo ela a puxou para que se sentasse.

_ O que foi? – Lucy perguntou estranhando. Tinha certeza de que quando tivesse oportunidade ele a agarraria mais feroz do que nunca, mas não foi o que aconteceu. – Não está com vontade? – Ele riu suavemente e se levantou a pegando nos braços.

_ Só estou indo para um lugar mais apropriado. – Disse levando-a para o quarto. – Esperei tanto tempo por isso... Agora que posso vou aproveitar o máximo que eu puder. – Entrou no quarto e a levou até a cama. Ficou por cima dela e a admirou por um tempo.

_ P-Por que está me olhando tanto assim? – Ela enrubesceu constrangida e Natsu sorriu.

_ Só estava a vendo o quão linda você é quando está com vergonha. – Disse fazendo-a corar ainda mais.

_ Idiota. – O empurrou e se pôs em cima dele. Continuou a desabotoar a blusa que ele vestia e a tirou. – Como você consegue ter um corpo assim? – Disse enquanto o tocava. Só depois o viu corado. – Hm... Então você também sente envergonha...

_ Eu não estou com vergonha. – Disfarçou e a puxou pela cintura fazendo-a cair sobre ele. – Mas acho que a gente já pode parar de brincar! – Disse tomando a boca dela logo depois.

.

Pouco mais de duas semanas depois eles voltaram para a cidade. Depois do casamento de Gray e Juvia, permaneceram ainda uma semana, Isshin queria conversar com Natsu a respeito de necessidades financeiras e mesmo não querendo nada aceitou conversar. Natsu estranhamente conversava com Gray também e de jeito nenhum deixava Lucy ouvir. Ela imaginava o quão pervertida era a conversa dos dois então resolveu que era melhor nem saber. Voltaram para casa, dessa vez sem estranheza nenhuma, os dois estavam bem, finalmente tudo estava resolvido. A única coisa que intrigava a loira era que ele estava ansioso demais.

Um mês depois estavam tranquilos, Plue e Happy brincavam pela casa e Natsu e Lucy se curtiam. Era estranho não ver o neko azul voar ou falar. Para Lucy, o mais estranho era ela achar estranho ele não falar, mas logo se acostumaria, provavelmente era algum efeito do portal. O fato era que estavam aproveitando o tempo sozinhos. Entretanto aquelas férias prolongadas logo acabariam.

Era noite e estavam no quarto se preparando para dormir.

_ Meu pai Isshin me ligou... Quer que vá essa semana para a empresa, ele quer me ensinar a administrar aquilo... – Disse Natsu. Lucy estava deitada sobre o peito dele enquanto o rosado fazia carinho em seu cabelo. Sorriu ao ouvir ele se referir a Isshin como “pai”.

_ Isso é bom. – Falou com a voz sonolenta.

_ Não é não! – Retrucou. – Eu não gosto daquilo, Luce. Além do que ele me disse que era para ir com roupa formal, eu odeio esse tipo de roupa.

_ Mas você fica um gatinho com elas... – Provocou.

_ É eu ficou mesmo, não é? – Disse convencido e levou um travesseiro na cara. – Ei!

_ Você vai gostar Natsu, vai passar mais tempo com seu pai, vão se conhecer melhor... Eu tenho certeza que essa é a primeira intenção dele nesse proposta. Aposto que não vai forçar se você não quiser tomar conta da empresa.

_ Talvez... Ele disse que eu tenho que pensar no meu futuro, mas eu já penso no meu futuro.

_ Sério? E o que você já pensou para o seu futuro? – Perguntou curiosa com os olhos fechados.

_ Vamos ter trinta filhos e o primeiro vai ser uma menina... E vai se chamar Nashi. – Disse sorrindo imaginando. Lucy ergueu a cabeça para encará-lo. – O que foi?

_ Quer ter trinta filhos e só tem nome para um? – Perguntou divertida com o sono espantado pela fala do rosado.

_ Então você aceita ter trinta filhos? – Sorriu malicioso e ela cobriu o rosto dele com o lençol.

_ Claro que não, seu idiota! – Disse enquanto eles lutavam, Lucy querendo sufocá-lo com o lençol e ele tentando segurar suas mãos. Por fim, Natsu venceu girando-a na cama e se pondo em cima dela.

_ E quanto filhos você quer ter comigo?

_ Não acha que está cedo para pensar nisso?

_ Estou pensando no futuro, oras. Responde...

_ Se eu tiver filhos algum dia... – Disse o empurrando de cima dela e se levantando. – Acho que não passaria de dois. – Andou até a penteadeira e se sentou arrumando seu cabelo.

_ Dois é muito pouco! – Reclamou o rosado.

_ Pra quem passou a vida inteira sem contato com outros humanos você tá sendo bem ganancioso! – Comentou a loira com a lógica de Natsu.

_ O que eu posso fazer... A ideia de ver vários dragõezinhos com meu sangue e o seu me excita.

_ Você é impossível. – Respondeu o encarando corada pelo espelho. – Além do mais... – Continuou chamando a atenção dele. – Eu não sou nenhuma coelha, tá? E só teria filhos se me casasse... Filhos exigem responsabilidade, sabe Natsu?!

Sentiu ele pousar seu rosto na curva de seu pescoço dando um beijo molhado e em seguida apoiar seu queixo em seu ombro direito. Estendeu as mãos para a frente dela mostrando uma caixinha vermelha de veludo. Ele a abriu revelando um anel de ouro com uma pequena pedra de brilhante. Retirou da caixinha e pegou sua mão direita, encaixando-o em seu dedo anular.

Ela se virou surpresa para ele.

_ Quer se casar comigo? – Perguntou sorrindo, Lucy não respondeu de imediato, apenas voltou a analisar o anel em seu dedo. Alguns segundos se passaram e isso trouxe preocupação a certo rosado. – Não quer?

Lucy sorriu ainda sem encará-lo. Estava pronta para responder, porém ele falou antes.

_ Ah, Não. Espera! Acho que era o contrário... – Disse se endireitando com as mãos na cabeça repassando as instruções que Gray lhe deu na mente. – Era pedir primeiro depois colocar o anel... – Lucy riu e se levantou, tomando os lábios dele em um beijo emocionado. Ele sorriu entre o beijo ao mesmo tempo em que a levantava colocando-a sentada sobre a penteadeira para não precisar e abaixar. Quando o beijo foi desfeito, o sorriso dele ainda pairava sobre seus lábios. – Posso não ter feito certo, mas acho que o resultado foi bom.

_ Bobo! – Lucy sorria ainda sem acreditar.

_ Ainda não me respondeu se aceita ou não. – Sussurrou provocando a perto de sua orelha esquerda.

_ Hum... – Pôs os braços ao redor de seu pescoço e o encarou tentando esconder o sorriso. – Não sei... Quais suas intenções comigo?

_ Não são nada boas... – Respondeu e riu ao ver a loira arregalar os olhos e corar. – Claro, teremos momentos de paz... Mas serão raros.

_ E quanto aos outros momentos? – Perguntou ainda corada.

_ Posso te dar uma amostra agora. – Tomou novamente seus lábios de forma mais feroz. Juntou seus corpos o quanto o espaço permitia e invadiu a blusa de Lucy com uma mão que se direcionava para o seio direito.

_ Você está ficando cada vez mais pervertido. – Disse ofegante quando ele a segurou no colo e levou-a de volta para a cama.

_ Acho que a culpa é sua. – Sorriu e ela retribuiu.

_ Sim...

_ Sim, a culpa é sua?

_ Não... Sim, eu quero me casar com você.

Estariam unidos por mais uma linha do destino. Um pertencia ao outro independente do mundo em que vivessem. Foram feitos de forma que se maldassem perfeitamente, que se encaixassem de corpo e alma. Foram destinados na lei dos dragões e se uniriam pela lei dos homens. E depois daquela noite, seus laços se estenderiam. Gerariam uma nova vida, o fruto de seu amor. A última e mais importante ligação, a de sangue.

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.

.

De olhos fechados, ela sentia o vento bater em seu rosto e bagunçar seus cabelos. Estava apoiada na varanda de sua nova casa, aproveitando a tranquilidade que sempre desejou para sua vida. Sentiu braços rodearem sua cintura e sorriu instintivamente. Virou-se para ele que também sorria, com seus cabelos rosados totalmente bagunçados que o deixava ainda mais lindo.

_ E então? – Ela perguntou rodeando o pescoço de Natsu com seus braços enquanto ele segurava sua cintura de forma mais firme.

_ Ela dormiu, finalmente dormiu. – Deu um suspiro aliviado. – Nunca achei que ter filho fosse tão difícil. – Completou fazendo Lucy rir.

_ Já está desistindo dos trinta filhos? Quem era você, Natsu?! – Provocou.

_ Quem disse que eu desisti? – Se aproximou da orelha dela e sussurrou. – Agora que já domei uma, só faltam vinte e nove. – Mordeu o lóbulo da orelha fazendo-a se arrepiar.

_ Você não tem jeito mesmo!

_ Que tal a gente ir lá para o quarto? Providenciar o segundo? – Falou dando um beijo estralado em sua bochecha. Era apenas brincadeira, estava exausto depois de tanto tentar fazer sua filha dormir, mas se Lucy aceitasse era outra questão.

_ Que tal irmos para o quarto apenas brincar um pouco? – Sussurrou sensualmente se soltando de seu braços e indo em direção a porta.

_ Luce, Luce... Não me provoca, você sabe que eu não sei brincar. – Alertou com um sorriso torto nos lábios.

_ Eu te ensino. – Disse dando um piscadela e correndo para dentro. Natsu sorriu travesso indo atrás dela.

.

.

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_Como será que eles estão?

_ Preocupado, Igneel? – Perguntou Grandine.

_ Claro que estou preocupado. Eram meus filhos, afinal.

_ Não se preocupe, você ensinou muito bem ao Natsu como sobreviver... E tenho certeza que Lucy também aprendeu.

_ Eu sei que eles conseguem sobreviver. – Disse o dragão. – Me preocupo se eles estão sabendo viver...

_ Quem sabe um dia não os encontramos de novo para perguntar pessoalmente? – Sugeriu o dragão branco. – Agora vamos! Metalicana e Acnologia estão nos esperando.

O vento forte soprou levando algumas folhas das árvores. Naquele mundo, criaturas que se imaginam existir apenas em livros e contos viviam livremente desfrutando de uma paz nunca vista antes. Grandine voou no céu azul daquele mundo se misturando com as nuvens. Atrás dela uma chama vermelha a seguia. Igneel sabia que não era possível vê-los novamente. Não havia mais portal. Mas se considerasse aquele lugar talvez repensasse essa ideia.

Para um mundo tão mágico e tão misterioso, o impossível não existia.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Do capítulo, da história, de tudo.
Caramba isso é um adeus? Adeus :'(



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