Lucy no céu com dragões escrita por MiihO


Capítulo 14
Família


Notas iniciais do capítulo

Demorei mas estou aqui. Esse capítulo foi beeeeeeeem trabalhado então espero que tenha ficado bom e menos forçado do que eu acho que ainda ficou.
Esse cap foi feito com ajuda das leitoras Carol e Lola Borgmann . Tive ajuda também de outras leitoras do AnimeSpirit, Lais e Andressa. Vocês me ajudaram muito, obrigada.
Falo mais depois. Boa leitura!



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Tudo tinha sido resolvido com a polícia, a denúncia de Loke tinha finalmente libertado todas as crianças que eram mantidas prisioneiras e prendido a dupla de pilantras. O pesadelo de Lucy tinha acabado. Começaria a viver finalmente o seu destino ao lado de seus amigos e ao lado da pessoa que amava.

Uma semana tinha se passado desde que voltaram de Tatsu e do ataque de Dara e Bartolomeu. Gray ofereceu novamente sua casa para que Lucy se recuperasse, já que havia se machucado bastante pela agressão da ruiva, e Silver e Ur estava morrendo de saudades e preocupados com ela também. Ela aceitou, mas não deixou de se preocupar com Natsu. Ele estaria pronto para conhecer uma família de verdade? Ele e Gray pareciam não ter ido com a cara um do outro, discutiam por motivos bobos enquanto ela conversava com Loke e os policiais e observava a discussão dos dois. Sem falar que continuava a encarar Loke com irritação. Quando os policiais se aproximaram para pedir esclarecimentos ele se agarrava a ela protetoramente como se eles que fossem os vilões.

Seria difícil para Natsu. Mas ela estava ali para ajudá-lo. Para guiá-lo. E para convencê-lo a morar por um tempo com a família de Gray.

_ Por favor, Natsu! Só até cuidarmos de tudo aqui na casa. – Pediu. Os capangas de Dara realmente tinham destruído sua casa.

_ Não, Lucy! – Disse Natsu. – Não quero encontrar mais ninguém quanto mais morar com esse tipo de gente!

_ Eles são legais, meu amor! – Disse fazendo manha e ele se derreteu. – E eu preciso de cuidados também...

_ Eu posso cuidar de você... – Se ofereceu sorrindo torto.

_ De outros tipos de cuidados, Natsu. – Cortou.

_ ... Eu não sei se eu estou pronto para isso ainda. – Falou sério.

_ Não se preocupe, eu vou estar do seu lado.

Por fim o convenceu. Mudou-se com ele, Plue e Happy, que por uma conclusão lógica da loira, havia perdido seus “poderes” de falar e voar quando atravessou o portal.

No início foi do jeito que ela imaginou que seria. Natsu sendo um completo alienígena na terra. Ignorava todas as tentativas de conversa e interação, recluía-se apenas a falar com Lucy. Mas com o tempo, assim como ela imaginou também, ele se sentia cada vez mais à vontade. Aquelas pessoas eram boas e ele notou isso de cara. Não era nada comparado aos humanos que sequestraram Lucy. Eram carinhosos, solidários. Felizes.

Um dia, porém, a mudança foi bem perceptível para a loira. Eles haviam tido uma pequena discussão, mesmo que tentassem evitar as brigas ou desentendimentos, os dois tinham cabeças diferentes. Numa dessas discursões, Natsu saiu pelas ruas sozinho pela noite sem que ninguém percebesse. Em Tatsu quando ele queria pensar, sempre ia até a ilha do meio, mas não havia mais ilha do meio, onde iria então? Apenas vagou sem rumo querendo ir onde não houvesse ninguém. Como não conhecia a cidade tudo o que fez foi parar em uma praça pública bem movimentada. Tinha andado a bastante tempo e sequer achou um lugar calmo naquela confusão de pessoas. Sentou-se em um banco vazio com as mãos no bolso do casado preto que vestia e olhou para o céu.

Minutos depois alguém sentou ao seu lado. Ele o olhou desconfiado vendo o homem de longo casaco preto e cachecol que parecia mais uma escama de dragão mexer em uma papelada em sua pasta. Ele parecia apressado e bem estressado. Tinha cabelos ruivos quase rosados, mas devido à luz amarela dos postes não podia dizer de verdade qual cor era. Uma rajada de vento fez com que os papéis se espalhassem pela praça e ele se desesperasse ainda mais. Praguejou algum palavrão enquanto tentava recuperá-las. Natsu apenas observava curioso. E indo contra tudo que achava que faria, levantou-se e começou a ajudá-lo.

_ Demorei um mês para organizar esses papéis e agora olha isso... – Falou o senhor depois de agradecer a ajuda. Natsu apenas sentou-se novamente igualmente a ele que tentava sem sucesso reorganizar a papelada.

_ Quer saber, vou deixar isso para lá. Não conseguirei arrumar antes de chegar ao escritório então... – Falou novamente colocando-os dentro da pasta de qualquer jeito. – Não me apresentei... Sou Isshin, Isshin Dragneel. E você?

_ ...Natsu. – Respondeu sem vontade.

_ Não quer conversa não é, me desculpe. Bem eu acho que vou dar um tempo aqui. Preciso descansar um pouco, corri muito para pegar esses documentos... – Recostou-se no banco. – Mereço um descanso.

Natsu apenas se perguntava por que nunca conseguia se livrar daqueles humanos idiotas. Olhou novamente para o senhor reconhecendo algo em seu rosto. Ele era um pouco familiar, mas claro que nunca o tinha visto. Seus olhos puxados o intrigava. Um celular tocou fazendo-o desviar os olhos.

_ Susan, eu não conseguirei chegar a empresa, por favor desmarque a reunião para mim... Estou bem, apenas alguns imprevistos. – Falou o homem olhando para a pasta. – Não chegarei em casa nem tão cedo então dispense o motorista. Eu dou um jeito... Não precisa avisar a minha mulher, se ela estivesse preocupada não teria me dito o que disse hoje de manhã... Não disse nada, esqueça, apenas cancele a reunião, ok? Marque para depois da confraternização.

O rosado estava intrigado. Deveria ter saído dali no momento em que ele chegou. Queria ficar sozinho, mas ao invés disso tinha o ajudado, julgava já o conhecer e ainda se interessava em sua conversa. Lucy realmente estava queimando seus miolos.

_ Mulher é um saco! – Disse Natsu num murmuro baixo, mas Isshin escutou.

_ Pois é... Mulher só nos traz problemas. – Respondeu. – Brigou com sua namorada?

_... – Silêncio.

_ Desculpe esqueci que não quer conversar.

_ Só vou responder porque você parece com alguém que eu gosto... – Respondeu indo novamente contra o que queria fazer. – A ela é tão teimosa! – Começou a desabafar, por mais estranho que parecesse ele necessitava daquilo, precisava falar o que estava sentindo. Mesmo que fosse um estranho que escutasse. – Ela não me escuta! Mesmo depois de tudo, de tudo que passamos ela ignora meus avisos, quer tudo da maneira dela, isso me irrita!

_ Sabe, estou a vinte anos com a mesma mulher, já passei por muitos problemas por causa dela. Eu entendo o que quer dizer...

_ Vinte anos? – Disse Natsu surpreso. – E vocês sempre brigam?

_ Briga e casamento são quase uma palavra só. Mas nós fizemos uma promessa... De nos amar na alegria e na tristeza até que a morte nos separe... Claro, não é desculpa para brigar. Apesar de que, lembrar dessa promessa ajuda a não tomar nenhuma decisão errada.

_ Pessoas são tão complicadas. – Murmurou novamente.

_ Você é pessoa! – Disse Isshin. – Não adianta jogar a culpa para os outro garoto, ela sempre volta para você!

_ Mas eu não tenho culpa de nada! Tudo que eu tento fazer é protegê-la! Mas é mais fácil salvar o mundo!

_ Cada um é complicado de seu jeito. Já se pôs no lugar dela? Já parou para pensar na maneira dela?

_ Você já? – Revidou.

_ Vinte anos. Se nunca tivesse feito eu não estaria aqui agora te dando conselho. Eu faço isso diariamente com todos a meu redor. – Olhou para Natsu de forma mais clara e semicerrou os olhos. – Já estou falando demais. Estou começando a sentir saudades dela.

_ Eu sei como é... – Natsu sorriu e ele retribuiu o sorriso.

_ Você tem os olhos parecidos com os dela, Mas claro, os dela são bem mais bonitos... – Disse olhando para o céu e suspirou. – Mas que coisa, eu tentando ficar com raiva dela e tudo que faço é elogiá-la.

_ Achei que já estivesse com raiva...

_ Me diga rapaz, você tem raiva dessa sua garota?

_ Não, claro que não! – Falou surpreso.

_ Por quê?

_ Porque eu a amo! – Disse como se fosse óbvio.

_ Exatamente! Eu a amo também por isso não tenho raiva... Pessoas são como o amor, Natsu. É difícil conviver com ele, mas nunca conseguirá viver sem ele. E se você ama alguém então... – Riu se levantando. –... Vira dependente. Preciso ir para casa, Faz poucas horas mas já parece uma eternidade que não vejo minha Midge. – Retirou o cachecol e entregou ao garoto. – Está frio, fique com isto.

Ele se despediu e se afastou sumindo de vista. A praça já estava bem vazia comparada à quando chegou. A palavras de Isshin entravam em sua mente, uma por uma, enquanto encarava o cachecol em sua mão. Assim que entendeu, decidiu, então ouviu uma voz chamar seu nome.

_ Natsu! – Lucy gritou assim que o viu. Desde que notou a ausência começou a procurar por todos os cantos, estava ofegante por estar correndo e gritando seu nome, mas suspirava aliviada. Ele se virou para onde a voz dela veio e apenas correu a se encontro. Os dois se abraçaram por longos minutos. – Nunca mais faça isso. Nunca mais me abandone desse jeito! – Ela chorava pelas possibilidade que ocorreram em sua mente. Natsu a afastou e enxugou as lágrimas dela.

_ Me desculpe. Me desculpe por ter saído assim e por ter brigado com você... Eu prometo nunca mais brigar, nunca mais sairei de perto de você!

_ Eu posso conviver com suas birras, mas não posso viver sem você, seu idiota! – Concluiu o abraçando novamente. A partir daquele dia tanto a relação dos dois quando a de Natsu com os outros humanos melhoraram de forma significativa. Ele havia aprendido algo bem importante com aquele homem algo que foi reforçado pela frase de Lucy. “Pessoas são como o amor, Natsu. É difícil conviver com ele, mas nunca conseguirá viver sem ele”. Ele já entendia como o amor funcionava e estava disposto a saber como os humanos funcionavam também.

Loke continuou visitando Lucy e se tornou bastante amigo de Gray também depois do caso de Dara e Bartolomeu. Com o tempo passando, Lucy foi descobrindo as novidades que ocorreram em sua ausência.

_ Então você vai se casar com a Juvia? – Disse Lucy surpresa.

_ É, o casamento será em pouco mais de três meses... Aquela doidinha me pegou de jeito, o que eu posso fazer?

_ Meus parabéns! – Disse o abraçando o moreno. – E onde ela está?

_ Saiu em uma busca do vestido perfeito. Disse que nenhum vestido da cidade tinha lhe agradado. – Explicou coçando a cabeça. – Nem me casei e ela já está assim.

_ Não reclame, Gray! – Implicou Lucy e sorriu. – Quando ela volta? Preciso vê-la de novo também.

_ Ela chega amanhã. Já encontrou o vestido de noiva, mas ficou na cidade em buscas de outras roupas e acessórios... Não sei para que tanta coisa se no fim ela vai ficar sem nada.

_ Ainda bem que alguém me entende! – Disse Natsu, agradecendo. A semana que passou fez ele reconhecer Gray como um inimigo-amigo. E claro, um parceiro na perversão.

_ E você Loke? Não arrumou ninguém? – A loira insinuou para Léo.

_ É, eu já tinha alguém mas aí você acabou me abandonando... – Fugiu da pergunta fingindo estar triste e a loira riu. Ouviu um grunhido irritado e percebeu uma imensa áurea maligna lançada a ele e sabia muito bem de quem era. – É brincadeira, eu estou brincando, Natsu! – Disse apressado e suspirou. – Na verdade eu não arrumei ninguém ainda mas estou de olho em uma. – Respondeu voltando seu olhar para Lucy. – Infelizmente ela é a filha de um cara que me odeia. – Resmungou dessa vez triste de verdade.

_ Seu patrão? – Brincou Gray.

_ Não, se fosse filha dele com certeza eu estaria casado, Gray. Mas falando em patrão, amanhã haverá uma confraternização na empresa que eu estou trabalhando, posso levar quem eu quiser. Seria legal sairmos todos juntos e também gostaria de apresentar alguém que foi muito importante para nós dois, Lucy.

_ Seria legal mesmo. – A loira concordou curiosa. – Quem é?

_ Lá você saberá... Acha que Juvia chega antes das oito, Gray?

_ Sim, ele chegará no máximo ao meio dia se não esbarrar com nenhuma outra loja de roupas. – Respondeu o moreno. – ...Já se sente bem para ir, Lucy? – Perguntou. O fato não era ela. Seu machucados estavam quase sumindo de sua pele, mas a preocupação era Natsu. Olhou para ele e ele assentiu minimamente. Não estava mais fugindo dos humanos. Teria que aprender a conviver, que fizesse isso o mais rápido possível.

No dia seguinte estavam Natsu, Gray e Loke na sala esperando Lucy e Juvia que ainda se arrumavam. Natsu tentava se acalmar, mas não dava para esconder seu nervosismo. Tentou então prestar atenção na conversa de Gray e Loke para ver se se acalmava.

_ Mulheres demoram demais. – Reclamou Loke.

_ Você as agrada de todos os modos e assim elas lhe retribuem. – Gray reclamou também.

_ Como assim agradar? – Perguntou Natsu. Lucy inventou uma história sobre Natsu, algo como ele foi criado por um senhor bem velhinho em um lugar bem afastado de qualquer civilização. Afinal, só assim para não estranhassem sua falta de discernimento sobre assuntos tão comuns.

_ Agradar... Dar presentes, surpreendê-las com alguma atitude... – Respondeu Loke.

_ Casamento... Elas adoram um pedido de casamento. – Disse Gray rindo lembrando do pedido que fez a Juvia.

_ E você Natsu? Qual sua relação com a Lucy, afinal? – Perguntou Loke. – Estão namorando?

_ Eu acho que sim... – Disse nervoso, não sabia muito daquele assunto.

_ Lucy deve ser difícil de agradar... – Gray disse pondo os pés no sofá. – Como você a pediu?

_ Como a pedi o quê?

_ Como pediu ela em namoro? Sabe pedido de namoro e de casamento para elas tem que ser marcante, romântico, enfim... Acho que é mais para diferenciar do resto dos dias de nossas vidas que serão todos iguais. – Reclamou o moreno.

_ Você fala isso, mas se não tiver a Juvia em sua cama a noite você morre. – Loke riu.

_ É... Casar não deve ser de todo ruim. – Admitiu.

_ O que é casamento, afinal? Sempre ouço falar, mas não sei direito o que significa... – Perguntou o rosado e os dois o encararam confusos. Esse assunto parou na mente dele desde que falou com Isshin e que Lucy descobriu que Gray iria se casar. A loira não parava de falar sobre esse assunto desde então e parecia que seria algo muito importante na sua relação com ela, iria então tentar aprender e entender como seria a vida, a sua nova vida, na terra.

_... Cara, se você pisar na bola precisa fazer algo que ela gosta para se desculpar. – Disse Gray. A aula “como conquistar uma mulher” progredia para um rosado que tentava aprender o máximo possível. Mesmo que fosse muita informação.

_ O que ela gosta?

_ Sim. – Confirmou Loke. – A maioria gosta que você paparique. Dê um presente, leve-a para sair em um lugar especial...

_ Não me interesso pela maioria. Só pela Lucy. – Disse sério.

_ Isso ai, está no caminho certo. – Aprovou Gray. – Esse tipo de fala clichê também ajuda, mas não precisa falar para a gente.

_ Mas eu não... – Ia se defender no entanto teve a atenção desviada por uma loira que descia as escadas. Deslumbrantemente linda. Natsu sorriu e se levantou indo até ela dando a mão, ajudando-a a descer os últimos degraus. – Desculpe, mas será que você viu a Lucy lá em cima? É que ela está demorando muito...

_ Hm... Não vi, não! – Entrou na brincadeira.

_Que pena, será que ela ficaria com raiva se eu saísse com você?

_ Acho que ela ficaria com raiva se você não saísse comigo. – Disse e ele sorriu lhe dando um selinho. – Você está lindo, sabia? – Ela o elogiou analisando a vestimenta do rosado.

_ Obrigado! Eu diria o mesmo, mas a palavra linda nunca foi suficiente para você.

_ O cara é bom de papo. – Sussurrou Loke para Gray.

_ Por que você não é assim eim, Gray? – Queixou-se Juvia. Gray ainda estava no sofá enquanto ela estava no pé da escada de braços cruzados, igualmente linda e ignorada por ele. Passou pelo moreno indo em direção à porta. – Me arrumo tanto para meu noivo e ele sequer olha para mim, isso é absurdo!

_ Ju, espera aí... Você está tão linda que eu sequer consegui falar alguma coisa... Juvia! ... – Gray falava indo atrás dela.

_ Parece que Gray terá que fazer algo que ela gosta para se desculpar. – Disse Natsu observando-os e Lucy o encarou confusa.

_ Vamos, já estamos atrasados. – Disse Loke se dirigindo a porta também.

Chegando na confraternização, Lucy e Natsu foram os mais surpresos do grupo. O Lugar estava incrível. Bem ornamentado, comida a vontade, música boa e pessoas conversando. O evento ocorria no prédio da empresa Dragneel, em um dos últimos andares. Sentaram-se todos em uma mesa enquanto Loke disse que procuraria uma pessoa para lhes apresentar. Voltou com um senhor de cabelos ruivos quase rosados, causando espanto em Natsu . Ele tinha traços e cabelos parecidos com o rosado e todos notaram a semelhança.

_ Pessoal, esse aqui é o meu chefe. É o dono da empresa que eu trabalho. – Apresentou Loke. – Isshin Dragneel. – Falou encarando Natsu. Tinha percebido a semelhança dele e a de seu patrão desde o primeiro dia que o viu. Tinha convidado todos ali também para que os dois se encontrassem.

_ Olá, Natsu! Nos encontramos novamente. E você seria a Lucy, certo? – Disse o ruivo para a loira. – A garota que esse rapaz ama?

_ O senhor me conhece? – Disse confusa e corada. – Quer dizer, conhece o Natsu?

_ Nada de senhor, por favor, me chame de Isshin. Eu conheci ele dias atrás.

_ Fico feliz em revê-lo. – Disse Natsu sorrindo e Lucy automaticamente sorriu também. Além das semelhanças entre ambos que a deixava ainda mais confusa, a simplicidade do sorriso de Natsu a encantara. Ele havia sorrido para um humano como nunca fez desde que foi para a terra.

_ Ele me ajudou com a questão de Dara e Bartolomeu. – Explicou Loke. – Me deu todo suporte para conseguir prendê-los e libertar todas aquelas crianças, e claro, nós dois também, Lucy.

_ Desculpe a pergunta mas vocês são parentes? – Perguntou Gray apontando para Natsu e Isshin.

_ Que eu saiba não. – O homem sorriu.

_ Senhor Isshin teve um filho há dezenove anos, mas ele foi sequestrado logo que nasceu. – Disse Loke.. – Perdoe, senhor eu falei demais.

_ Não se preocupe.

_ ... – Natsu ficou em silêncio apenas ouvindo a conversa.

_ De onde você é, Natsu? – Perguntou Isshin.

_ Sou de Tat... – Lucy deu um beliscão no rosado e ele mudou a resposta. – Da terra... – Outro beliscão. – Quer dizer, uma cidade do interior de Fiore. Meus pais me abandonaram recém-nascido, eu fui criado por Igneel em uma cidade afastada e a Lucy me trouxe para Magnólia a pouco tempo. – Terminou passando a mãos sobre onde levou os beliscões.

_ Ah... – Isshin pareceu ainda mais surpreso com esse fato.

Depois disso Loke apresentou todos devidamente de forma rápida, o senhor Dragneel disse que precisava passar em outras mesas também mas que voltaria ali. Lucy até então estava com uma pulga atrás da orelha. Seria Isshin o parente de Natsu? Era uma possibilidade bem provável, já que tinha semelhanças na história tanto quanto físicas. Mas esse detalhe foi esquecido quando ela avistou uma garota baixinha com cabelos azulados e uma faixa laranja a cabeça. Só faltava ela para que sua visão fosse completa.

_ Levy? – Disse Lucy e a baixinha se virou para o chamado. Reconheceu a loira e logo estavam as duas se abraçando. – Pessoal esse é Levy, uma amiga minha do tempo em que fiquei no orfanato. Levy esses são...

_ Eu os conheço. – Disse a pequena. – Gray! Juvia! Loke! ... Você... – Apontou para o rosado. – Seria o filho do senhor Isshin?

_ Não. Sou o namorado da Lucy!? – Respondeu meio confuso se podia declarar mesmo isso e Levy lançou um olhar malicioso para loira.

_ Você não perdeu tempo, eim? – Disse dando uma piscadela.

_ O que fez com minha amiga? Você não era assim! – Disse corada com o fato de Natsu ter dito que era seu namorado e depois a abraçou. – Que bom que te reencontrei, agora está tudo completo... Então como você os conhece?

_ Eu trabalho com o Loke, Lu-chan. Acabei me encontrado com ele e sabendo a situação, e claro como eu sabia que você também era vítima fiz de tudo que estava ao meu alcance para ajudar.

_ Deve ter se esforçado muito. – A loira bateu na cabeça dela rindo de sua altura.

_ Vou ignorar a piada por que vou falar algo importante. – Disse sorrindo. – Eu não ficaria parada vendo minha primeira melhor amiga correndo perigo… Ah, falando nisso, quero que você conheça alguém, vem comigo.

Saíram no meio da multidão. Natsu ficou um pouco incomodado, mesmo que já tivesse amizade com Gray e Loke ainda não era a mesma confiança que Lucy o passava.

_ Voltei. – Disse. Isshin aparecendo de repente. – Onde está a Lucy?

_ Saiu com a Levy. – Loke respondeu.

_ Ah, entendo, gostaria de conversar um pouco mais com mais com ela... – Falou pensativo sentando ao lado de Natsu. – Então rapaz, vejo que resolveu aquele seu problema.

_ É, resolvi, aquela conversa me ajudou bastante. – Respondeu animado. Conversaram um pouco mais, sobre Lucy, sobre o casamento de Gray e Juvia e sobre a empresa, até que Levy apareceu correndo um pouco alarmada e ofegante.

_ Pessoal, rápido. – Disse se enrolando com as palavras. – A Lucy... Ela, ela...

_ O que aconteceu com a Lucy? – Natsu perguntou agarrando Levy pelos ombros.

_ Lucy! – Natsu gritou ao ver a loira sobre a grade da cobertura do prédio. Estavam no vigésimo andar, qualquer descuido da loira resultaria em uma morte instantânea.

_ Natsu, não me assuste assim! – Reclamou Lucy com a mão no peito. Se sentou entre as grades e encarou todos que acompanharam Natsu e Levy. – Levy você continua muito dramática!

_ Dramática, eu? Você sobe na sacada e começa a falar coisas estranhas de visões e nuvens e eu sou dramática? – A baixinha explicitou.

_ Pessoal, eu posso falar com ela a sós? – Pediu Natsu e já mais calmos, todos assentiram. O rosado suspirou voltando seu olhar para Lucy. – Sai daí!

_ Eu não estou querendo me matar, tudo bem? Se quisesse isso não seria por falta de oportunidade.... – Falou com ironia. – Só estava lembrando... De como era voar com os dragões. De estar em Tatsu, ver as estrelas daquele mundo. – Falou olhando para céu, que devido as luzes da cidade só se enxergava a imensidão escura. Natsu desviou o olhar e suspirou. – Desculpe. – Pediu a loira. – Deve ser difícil para você, não pensei muito bem no que disse...

_ Sai daí, Luce. Você pode cair! – A interrompeu com voz séria.

_ O que? – Perguntou confusa.

_ Se eu perder você aí sim vai ser difícil superar a saudade que eu tenho deles. Sai daí! – Repetiu.

_ Por que você não senta aqui comigo? – Provocou o convidando.

_ Achei que tivesse medo de altura! – Ele riu relaxando um pouco.

_ Passa quando você tá do meu lado. – Estendeu a mão para ele como um convite e ele a pegou desistindo e sentando ao lado dela. Ficaram uns segundos em silêncio de mãos dadas olhando a imensidão em sua frente.

_ Como será que eles estão? ... Igneel, Grandine, Metalicana... – Disse Natsu pensativo.

_ Não sei, mas tenho certeza que estão bem. Eles são dragões, afinal.

_ Sei que você lembrou recentemente, mas... Sente saudades de Acnologia?

_ Ele era meu pai, então, é claro que sinto, Talvez o fato de ter ficado tanto tempo sem saber é que faça isso não ser tão doloroso.

_ Isshin perguntou por você... – Comentou depois de um tempo. – Ele é bem legal, além de que me lembra alguém... – Falou pensativo.

_ Ele é seu pai, não é? – Disse sem rodeios.

_ O quê? Não! Meu pai é Igneel! – Falou surpreso. – Eu fui abandonado e criado por Igneel e desde desse dia sou filho de Igneel! – Lucy se surpreendeu com a intensidade na qual ele tentava argumentar.

_ Você não pensa em encontrar ninguém? – Tentou uma abordagem diferente. – Sei lá, nenhum parente? Isso seria algo ótimo para você...

_ Não acho boa ideia. Não sei se eu quero isso. – A interrompeu.

_ Vai por mim, pode não querer agora, mas logo vai querer... Eu gostaria que isso acontecesse comigo. – Falou um pouco triste e ele apertou sua mão.

_ Luce, você sabe que seu pai...

_ Eu sei... Acnologia me contou, ele causou muitos problemas para mim e para minha mãe, entretanto eu sei que minha mãe me amou e cuidou de mim até onde pode. Isso me conforta.

_ Ainda quer encontrar sua mãe, não é? – Natsu falou compreensível.

_ Seria incrível se eu a encontrasse, mas não tenho nem por onde começar... Não tenho sequer a imagem dela em minha mente. – Declarou frustrada.

_ Sabemos que ela era linda como você... Não há muitas assim por ai. – O rosado disse fazendo carinho no rosto da loira arrancando um sorriso dela.

_ Obrigada por estar ao meu lado, Natsu...

_ Então, Luce... Ficaria feliz se aceitasse. – Falou indiferente com um sorriso singelo no rosto.

_ Aceitasse o que? – A loira semicerrou os olhos e tentou conter o sorriso.

_ Já que estamos na terra, tenho que viver de acordo. – Falou agora olhando para a cidade a vários metros abaixo de seus pés com suas luzes iluminando a escuridão da noite. – Sei lá, se você aceitasse ser minha namorada... – Continuou indiferente. – Fiquei sabendo que o pedido é muito importante para vocês.

_ Ficou sabendo, é?

_ Para mim não importa isso de pedido, desde que a resposta seja sim. – Deu os ombros.

_ Então, talvez a resposta seja sim... – Disse Lucy se fazendo de difícil.

_ Talvez? – Perguntou com um sorriso torto.

_ Sim, só talvez.

_ É uma pena. – Fingiu estar triste virando o rosto.

_ E se a resposta fosse sim... O que aconteceria? – Falou como quem não quer nada.

_ Teríamos toda a cidade de testemunha. – Natsu apontou para frente. – Nós estaríamos prometidos um para o outro oficialmente. Amantes um do outro pela lei dos dragões e pela lei dos humanos.

_ Então talvez eu devesse dizer sim. – Continuou a brincadeira.

_ Talvez... – Falou pensativo. Se aproximou dela pondo uma mão em seu rosto novamente, fazendo carinho em sua bochecha. E sério, perguntou. – Quer namorar comigo, Lucy?

_ É claro que eu quero. – Respondeu e o viu sorrindo.

_ Errou. Você tem que dizer ‘sim’. – Falou por fim convencido e ela riu.

_ SIM! EU LUCY, ACEITO NAMORAR COM VOCÊ NATSU! – Gritou para imensidão e os dois riram logo após. – Eu te amo! – Sussurrou.

_ Na hora do ‘eu te amo’ ela sussurra. – Natsu ri com seus olhos conectados aos dela.

_ Por que do nosso amor, só nós precisamos saber. – Concluiu selando o pedido com um beijo apaixonado.


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Notas finais do capítulo

Qualquer erro me avisem.
Gostaram? Ainda estamos escrevendo o ultimo então não sei quando ele sai, mas não acho que vá demorar muito. Então, até o próximo. Bye!



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