Violetta Castillo

— Eu vim buscar minhas filhas, Violetta...

Dito essa simples frase, mas que carrega um enorme significado, eu simplesmente congelei. Fiquei muda, estática.

Será mesmo que eu me enganei tanto assim pensando que León não iria querer tirar as gêmeas de mim? Será que eu fui tão tola pensando que ele iria encarar tudo isso como se nada tivesse acontecido? Bom, acho realmente que, agora nesse momento, eu sou a pessoa mais burra de todo o universo!

— Calma! — León coçou a nuca com um leve sorriso nos lábios.

— Você realmente quer tirar minhas filhas de mim? — Minha voz saiu embargada por causa das lágrimas que eu insistia em manter em meus olhos — Eu não vou permitir que você faça isso, León! — Digo e agarro a mão de Angel e Melissa, que olhavam tudo confusas. Mel ainda estava um pouco receosa com León.

— Não! Eu não vou tirá-las de você! — Ele disse rápido, como se essa palavras fossem fugir caso ele não dissesse logo.

— Não? — Perguntei receosa mas não pude deixar de sorrir.

— Claro que não! — Ele disse sorrindo. Nesse mesmo instante eu não pude evitar, pulei no pescoço dele e o abracei o mais forte que pude.

— Obrigada, León! — Digo em meio às lágrimas e ele sorriu sem graça.

— Eu seria um monstro se separasse você das gêmeas, e vice-versa. Eu não quero que elas pensem mal de mim! Apesar de que... acho que eu concluí isso um pouco tarde demais. — Disse ele desviando o olhar para Mel, que nos encarava desconfiada.

— Ela logo esquece! — Sussurrei e ele assentiu receoso.

— Acho que temos que conversar, não acha? — Perguntou e eu engoli seco. — Por isso eu disse que vim buscá-las, para sairmos e conversarmos.

— Hmm... acho! — Digo séria, agora o olhando.

— Que tal ir ao parque, as meninas brincam enquanto conversamos. — Disse ele esperançoso.

— Bom, eu ia ir à casa da Cami agora, mas... acho que isso é mais importante! — Digo convicta.

— Tudo bem, ou... podemos conversar à noite. Aceita ir à minha casa jantar, hoje à noite? — Perguntou com um sorriso estranho no rosto.

— O que você ta planejando, hein? — Pergunto com as sobrancelhas arqueadas e ele ri.

— Calma, não vou te matar para ficar com a guarda das meninas, não se preocupe! — Disse ele rindo.

— Certo. Hoje à noite estarei na sua casa! — Digo sorrindo.

— Não. Eu busco você! — Diz sorrindo.

— Não precisa, León. Eu vou sozinha. — Digo.

— Faço questão! — Insisti ele.

— Ok. — Digo sorrindo de lado.

— Ok. Tchau, meninas! — Ele se aproxima de Angel e dá um beijo em sua testa. Melissa não foi muito receptiva, deu um passo para trás e apenas acenou com a mão enquanto León se dirigia até a moto do outro lado da rua.

— Vamos, princesinhas? — Perguntei e elas assentiram ansiosas para verem os bebês de Cami.

Arrumei elas nas cadeirinhas e entrei no carro dando partida logo em seguida. A casa da Cami era perto da mansão, duas quadras depois, então não demorou muito para chegarmos.

Desci do carro e tirei as gêmeas das cadeirinhas, as duas brincavam com suas respectivas bonecas.

Fui até a porta e toquei a campainha, depois de alguns minutos, ouço barulho de chaves e a porta é aberta por um Camila totalmente atrapalhada, e que carregava os bebês um em cada braço. Eu realmente não sei como ela conseguiu abrir a porta!

— Camila! Você vai acabar derrubando-os! — Digo rindo e pegando um bebê. Esther.

— Obrigada — Ela disse sem graça. — E... oi amiga! — Ela me abraça em seguida, mas com cuidado, por causa dos bebês.

— Oi minhas gêmeas preferidas! — Cami se abaixa para beijar Angel e Mel.

— Está sozinha? — Pergunto enquanto nos dirigimos para a sala.

— Sim, e não tá sendo fácil! — Ela diz cansada.

— Ter gêmeos dá trabalho, digo isso por experiência própria! Mas... vale à pena! — Sorrio para ela que assente e retribui o sorriso.

— Por falar nisso, e o León? Sabe sobre as meninas? — Perguntou curiosa.

— Ai... Sabe! — Digo suspirando.

— E o que ele fez? — Camila perguntou mordendo o lábio, temendo por minha resposta.

— Ficou maluco, né! É claro que ele teria essa reação! — Digo enquanto brincava com Esther, que se apaixonou pelos botões de minha jaqueta.

— Vai tirar as gêmeas de você? — Perguntou e eu a olhei rapidamente. Um sorriso confuso surgiu em meus lábios.

— Não. — Digo pensativa mas com um sorriso enorme no rosto.

— Não? — Arqueou a sobrancelha.

— Não! — Grito feliz e as gêmeas me olham e Esther se assusta com meu grito e começa a chorar — Calma, meu amorzinho, a titia Vilu é um pouco louquinha! Com o tempo você e seu irmão se acostumam! — Digo balançando-a. Camila riu.

— Achei que ele pensaria na hipótese. — Diz ela colocando Miguel adormecido no carrinho que estava ao seu lado.

— E pensou! Mas... ele disse que não queria ser um monstro e separar as gêmeas de mim. — Digo pensativa. — Marcamos de nos encontrar hoje à noite na casa dele, para conversarmos sobre as gêmeas. — Digo e Cami me olha sorrindo estranha.

— Hmm... encontro Leonetta, é? — Pergunta com um sorriso malicioso no rosto.

— Camila! — Jogo uma almofada nela que cai na gargalhada.

— É sério! Imagina: vocês dois; sozinhos; na casa dele; jantando. Isso vai resultar no que? — Pergunta.

— Vai... — Ia dizer algo para calar a boca dela, mas ela me interrompe.

— Não responde! Eu respondo! — Ela sorri maligna. — Vai resultar no que? Tchan, tchan, tchan, tchan...

— Fala logo, Camila! — Digo perdendo a paciência.

— Vai resultar em um maninho para as gêmeas! — Diz rindo.

— O QUE?! — Foi inevitável não gritar, por sorte os bebês não acordaram.

— Tô mentindo? — Perguntou segurando o riso.

— Você não presta! — Digo rindo e ela me acompanha.

Por volta das 15h30 eu saí da casa de Cami. Chegamos em nosso apartamento rapidamente. Eu não via a hora da nossa rotina voltar ao normal. Muitas coisas aconteceram ultimamente!

Chegamos em casa e eu me joguei no sofá, Angel e Mel pularam em cima de mim sorrindo sapecas:

— Maman! — Ela gritaram mesmo eu estando perto à elas.

— Hum... o que foi? — Pergunto fazendo cócegas nelas, que davam altas gargalhadas.

— Pa-ra, ma-man! — Diziam entre gargalhadas.

— Ok. Parei. — Digo rindo.

— Lembra o que você disse antes de viaja? — Mel perguntou sorrindo sapeca.

— Não... eu disse tantas coisas! — Digo me fazendo de desentendida, mas eu sabia perfeitamente aonde elas queriam chegar. As duas fizeram bico logo após minha resposta.

— Você sabe sim! — Angel disse cruzando os braços.

— Eu não sei. O que é? — Pergunto tentando não rir.

— Você disse que ia me dá um cacholinho! — Mel diz manhosa.

— Ah! É isso! — Digo rindo e elas fecham a cara. — Vocês vão ganhar um "cacholinho", mas só depois da nossa mudança para a casa nova. — Digo suspirando.

Não aguentava mais ficar em um apartamento. Sempre preferi casas normais, mas como no início eu pensei que nossa estadia em Buenos Aires seria momentânea, acabei por ficar com o apartamento. Mas agora as coisas mudaram, iremos ficar aqui... para sempre? Sim, para sempre! Então quero me mudar o mais breve possível. A casa já fora escolhida e comprada. Sim, já comprei a casa, mas planejava dizer isso às gêmeas somente quando eu voltasse de turnê, e isso já foi feito. Agora só precisamos nos mudar.

Depois disso dei banho nas meninas e logo em seguida fui tomar banho e me arrumar. Coloquei um vestido preto colado ao corpo, um salto também preto. Meus cabelos foram bem definidos com babyllis. E fiz uma maquiagem um pouco marcante.

Quando estava pronta, fui para a sala. Lívia já estava lá brincando com as gêmeas. Fiquei esperando por alguns minutos e quando deu 19h30 em ponto, a campainha tocou. Fui caminhando em passos largos até a porta, e quando a abri...

— Oi, Vilu, você está linda!