Violetta Castillo

Acordei 10h00, perdi as contas de quantas vezes despertei-me durante a madrugada, não sei porquê, mas algo me diz que minhas filhas não estão bem. Por sorte o último show na França será amanhã à tarde, e de noitinha mesmo eu pego o voo de volta para Buenos Aires.

Tentei falar com Angie hoje novamente, mas não consegui, com meu pai foi diferente, ele me atendeu logo no segundo toque:

— Pai? Papai! — Suspiro aliviada quando ele atende.

— Oi, filha? O que houve? Por que está tão aflita? — Ele pergunta preocupado.

—As gêmeas. - Digo rápido.

— O que têm minhas netas? — Ele pergunta fazendo-me ficar confusa, preocupada, nervosa...

— Como assim "o que têm minhas netas"? — Pergunto o imitando. — Eu às deixei contigo e com a Angie, deverias saber como elas estão, não? — Pergunto me estressando.

— Calma, filha! Eu não estou em B.A, estou em Madrid... viajei à negócios, mas hoje à noite volto para Buenos Aires. — Ele diz. — Mas por que está preocupada com as meninas?

— Não sei, pai. Estou com um pressentimento ruim, não consigo parar de pensar nas minhas pequenas um minuto sequer! — Digo preocupada.

— Elas devem estar bem, Vilu. Angie sabe muito bem de como cuidà-las. - Ele diz.

—Francesca também me disse isso, mas então porque eu não estou conseguindo ligar para Angie? — Pergunto novamente.

— Ouça sua amiga, filha! E você sabe... às vezes não dá para ligar estando tão longe, e mesmo que algo tenha acontecido, o que de fato não é o caso, amanhã você já volta para B.A, e terá suas preciosidades junto à ti novamente! — Ele diz estranho.

— Hum... tá bom. - Suspiro receosa. - Tenho que desligar agora, pai.

— Okay, tchau filha, se cuide! - Ele diz.

— Tchau. - Digo.

Desliguei o celular frustrada, ninguém sabia de nada, poxa! Estava começando a pensar na hipótese de cancelar esse show e voltar ainda hoje para B.A, mas então lembrei em todas as pessoas que pagaram seu ingresso e estão esperando ansiosos pelo show, eu não posso decepcioná-los, o quê eu estou sentindo pode ser somente um pressentimento falso, e eu não posso voltar para Buenos Aires sem ter certeza do que está acontecendo, vai que eu volte e esteja tudo bem? Mas vai que não esteja tudo bem?

— Argh! —  Gritei para mim mesma.

Lembrei então que eu tinha praticamente um dia inteiro sem fazer nada, me levantei da cama e me dirigi ao banheiro. Tomei um banho rápido e logo que saí do banho fui me arrumar.

Iria visita Vivienne, uma amiga minha, que esteve comigo desde o nascimento das gêmeas, até o momento em que fomos para Buenos Aires. Precisava me distrair e parar de pensar que minha filhas não estão bem, e acho que esse era o único jeito...

León Vargas

Logo após acordar de uma longa noite de sono, me espreguicei e me dirigi até o banheiro. Fiz minha rotina matinal e tomei banho, durante o banho lembrei que Violetta estava na França, e tive a ideia de visitá-la, mas não agora, ainda é muito cedo, e eu nem sei em que hotel ela está, isso se ela estiver em algum hotel, pois ela deve ter a antiga casa que ela e as gêmeas moravam aqui na França.

Terminei o banho e fui me arrumar. Assim que estava pronto, pedi para que trouxessem meu café da manhã no quarto, e assim foi feito. Depois que havia tomado café da manhã, pensei no que eu poderia fazer durante a tarde, e a única resposta que eu obtive foi: Nada.

Eu estava totalmente sem ideias do que fazer, era apenas 10h30 da manhã, eu sei que dizer que eu não tenho nada à fazer é um pouco irônico, porque tipo assim, eu estou na França, ou seja, eu estou em Paris, um lugar maravilhoso, dizer que eu não tenho nada para fazer seria irônico até para mim, né!

Meus pensamentos voaram novamente para Buenos Aires, lembrei que Melissa não estava nada bem quando eu vim, e a preocupação com aquele garotinha voltou.

Uma dúvida que eu tenho, que eu não consigo tirar da cabeça de forma alguma... Por que essas garotinhas mexem tanto comigo? Por que eu me importo tanto com elas? Por que eu sinto esse amor tão grande por aquelas duas loirinhas? Será porque a mãe delas se chama Violetta Castillo? Será porque a mãe delas é a única mulher que eu amei verdadeiramente em toda minha vida? E ainda amo... Será por isso? Ou será porque, para mim aqueles dois pequenos anjinhos são algo à mais? São como... filhas. Será por isso que eu sinto toda essa preocupação se elas estão ou não bem?

Bom, são tantas perguntas, e infelizmente eu não sei a resposta de boa parte delas.

Violetta Castillo

Era 16h00 da tarde, eu tinha acabado de sair da casa de Vivienne, aliás, eu havia almoçado lá, como mora apenas elas e o filhinho de sete anos, não foi incômodo algum, ela disse. Durante a tarde conversamos de diversas coisas, infelizmente eu não parei de pensar um segundo nas gêmeas, fazer o quê? Elas fazem parte de mim, são praticamente meu tudo aquelas pequeninas!

Em questões de minutos eu já estava no hotel aonde eu estava hospedada, minha casa que eu moro antigamente aqui na França continua intacta, mas lá tem várias lembranças das minhas princesas, seria horrível ficar lá sem tê-las por perto!

Assim que cheguei ao meu quarto, fui direto tomar banho, não pretendia sair mais hoje. Assim que acabei o banho, me vesti e terminei de me arrumar. Logo depois me deitei na cama e liguei a TV, do nada meu celular começa a tocar...

Angeles Castillo

Estávamos eu, Angel e Clara, na sala assistindo Peppa(eu mereço), Melissa não sai do quarto de forma alguma, eu já não sei mais o que fazer, liguei para Germán e o deixei à par de tudo, ele mesmo disse para mim não dizer nada à Violetta, pois isso que Melissa tem é apenas uma virose passageira, coisa que qualquer criança têm, por isso Vilu não está conseguindo falar comigo, se eu abrir na página de chamadas do meu celular, qualquer um cansaria de ler o nome "Violetta" diversas vezes.

Me dá uma angústia de ver minha sobrinha tão preocupada desse jeito, sei que se Clara estivesse doente eu queria ser a primeira a saber, e eu me sinto mal de ocultar isso dela, mas talvez Germán tenha razão, isso deve ser apenas uma virose passageira. Não devo preocupar minha sobrinha à toa!

— Angel... vou lá ver sua irmã, fique aqui, tá bom? — Digo e ela assente.

Peguei Clara que estava sentada no tapete no colo, e comecei a subir as escadas. Cheguei ao quarto e Mel estava virada pro lado oposto ao meu:

— Mel... não quer ir olhar desenho comigo, a Clara e sua irmã? — Perguntei mas não obtive respostas. Coloquei Clara no chão, que logo começou a caminhar, e me aproximei da cama. — Melissa. Melissa! —  A chamei, e nada. Me aproximei dela ficando de frente, ela estava pálida, tirei as cobertas de cima dela e a balancei tentando acordá-la, mas nada.

— OLGA! — Grito apavorada.

— OI? O QUE HOUVE? — Ela entra assustada no quarto.

— Cuida da Angel e da Clara! Tenho que levar a Melissa ao hospital!

León Vargas

Bom, supostamente todos querem saber o que eu fiz o dia todo, certo? Bom... nada. Isso mesmo, passei o dia inteiro dentro do quarto, sem fazer nada, tecnicamente eu fiz uma coisa, liguei para vários hotéis até descobrir em qual a Violetta estava hospedado, e enfim eu descobri!

Agora eu estou indo até lá, faz praticamente um mês que não nos vemos, e eu queria muito dizer que não senti a falta dela, porém eu estaria mentindo se dissesse isso!

Quando cheguei ao hotel, fui até a recepção e perguntei em que quarto ela estava hospedada, quando obtive a resposta, me dirigi até o elevador. Cheguei ao 8° andar e fui até o quarto 312, a porta estava entre-aberta, típico Violetta! Fui empurrando a porta lentamente, mas parei quando percebi que ela estava ao telefone. Fiquei ali, quieto ouvindo a conversa, até que ela diz algo que me deixa com um misto de sentimentos:

— Eu sei, Vivienne... mas o León não pode saber que ele é o pai da Angel e da Melissa...