Violetta Castillo

"Eu morri para todos há dezesseis anos atrás" — Digamos que essa frase seja um pouco "forte", não?

Tanto eu como minha mãe encontrávamos abatidas, obviamente. Então ela não havia mentido em momento algum; ela não planejou sua própria morte; ela sempre pensou em mim, em nós.

Rapidamente a abracei com toda minha força, minha mãe estava ali ao meu lado! Quando que eu ia imaginar isso? Nunca!

Normalmente, agora, estaria lamentando por ela ter morrido, mas a ocasião é outra bem distinta. Ela está viva!

No meio do abraço, Angel resmungou algo, e foi ali que nos separamos. Ela havia acordado e estava reclamando de ter sido esmagada. Rimos com isso e, assim que ela abriu os olhos, pode ver claramente mais alguém ali. Como a espontaneidade dela é demasiada, ela já começou com as perguntas:

— Maman, quem é ela? — Angel perguntou apontando para a avó.

— Minha mãe; sua avó. — Digo e ela me olha confusa.

— Mas e a vovó Angie? — Ela pergunta, e nem por isso minha mãe deixou de sorrir.

— Ela também é sua avó, as duas. — Digo.

Não queria deixá-la confusa falando em uma hora que Angie era avó delas e em outra não. Elas só têm três anos!

— E poique você e a vovó estão cholando? — Ela perguntou fazendo beicinho para chorar também.

— Por nada não, amor! — Digo sorrindo e limpando meu rosto.

— Sei...— Ela cruzou os braços e nós rimos.

Duas semanas depois...

Haviam se passado duas semanas desde que minha mãe "ressuscitou". Estava tudo ocorrendo "normalmente", fora o fato de que eu ainda estou sem coragem de falar a verdade à León.

Ah, e por falar em León, Francesca me disse que o mesmo estava suspeitando de quê Lara não está grávida, ou é de outro. Pois agora ela deveria estar com três meses, e ela não permite de forma alguma que León compareça às consultas médicas, o que o deixa bastante intrigado e em dúvida da verdade.

Fonte: Francesca Cauviglia Hernandez. Haha.

Acordei hoje 6h30. Precisava arrumar as gêmeas para escola. As férias delas e de todos acabaram, e hoje eu passaria a manhã toda longe das minhas princesas, e a metade da tarde também, por causa das aulas de Ballet.

Levantei rapidamente e me dirigi para o banheiro, tomei um banho rápido, e terminei minha rotina matinal. Me vesti rapidamente com um short jeans, uma blusa azul marinho soltinha e, uma bota pequena. E depois apenas terminei os últimos detalhes. Peguei meu celular de cima do criado-mudo, e coloquei no bolso do shorts.

Saí do quarto e fui primeiro acordar Angel, a mesma já estava de pé, o que eu achei muuitooo... estranho:

— Angel, filha, você está bem? — Coloco a mão em sua testa e ela sorri sapeca.

— Hoje é o primeilo dia de aula, maman! — Ela começa a saltitar alegre.

— Nem vou perguntar se você está feliz, né — Sorrio para ela e a mesma bate palmas.

— E a Mel? — Ela pergunta.

— Ainda dormindo. Depois eu a acordo. — Digo e ela assente.

Assim que a arrumei com uma saia azul claro, rodada, e uma regata branca com a letra "A" estampada, pus uma sapatilha rosa nela e uma tiara com uma flor branca, e... pronto!

Angel foi separar algum brinquedo para levar e deixar na escola, para a hora do recreio. Como hoje é o primeiro dia de aula, não precisa ir especificamente com o uniforme, a roupa é livre.

Me dirigi até o quarto de Melissa e, como previsto, ela ainda se encontrava dormindo.

— Vamos lá, Mel. — A balanço levemente e ela não acorda — Melissa! Acorda! — Nada.

Até que achei um meio de acordá-la: chamei Angel e a mesma pulou em cima da irmã e iniciou um ataque de cócegas com a minha ajuda. Em poucos instantes Melissa já se encontrava de pé na cama.

A peguei no colo e a levei até o banheiro, lavei seu rosto e voltei pro quarto vestindo-a...

Coloquei nela uma saia roxa com detalhes dourados, uma regata branca e uma sapatilha lilás e, pus uma tiara com uma flor também branca.

Assim que elas já estavam prontas, descemos e o café já estava na mesa — graças à Lívia.

Tomamos o café da manhã animadamente. Angel só faltava pular em cima da mesa pela tamanha felicidade de ir para a escola, já Melissa estava mais entusiasmada com as aulas de Ballet.

— Maman, nous aurons classe de français? — (Mamãe a gente vai ter aula de francês?) — Mel perguntou.

As vezes — muitas vezes — elas falam em francês. E devo dizer que elas sabem falar francês melhor do que espanhol, pois como ambas nasceram na França, aperfeiçoaram mais a língua francesa.

— Je ne sais pas fille, je suppose que non. — (Não sei filha, suponho que não) — Digo.

— Moi et Mel voudrais savoir tout ce qu'il! — (Eu e a Mel saberíamos de tudo daí!) -- Angel sorri sapeca.

— Rien à parler français dans la classe! Okey Dokey? Il suffit de demander à l'enseignant! — ( Nada de falar francês na aula! Entendido? Apenas se a professora pedir!) — As olho feio. Elas tem o costume de confundir os outros falando francês.

— Oui Maman. — (Sim mamãe) Elas dizem cabisbaixas.

— Agora vão escovar os dentes e pegar as mochilas para irmos. — Digo e elas saem correndo para os quartos.

Assim que estávamos prontas, descemos até o estacionamento e as coloquei nas cadeirinhas, seguindo rumo à nova escola das minhas princesinhas...

León Vargas

Acordei 7h00, levantei da cama ainda um pouco sonolento.

Hoje seria mais um treino puxado para a competição em Madri, e eu precisava treinar para tirar uma boa classificação.

Me dirigi até o banheiro e fiz minha rotina matinal. Logo depois desci até a cozinha e preparei algo rápido para comer. Me sentei na cadeira da ponta da mesa e fiquei ouvindo o silêncio da casa.

Me sentia um pouco sozinho nessa mansão enorme. Sem ninguém para dividir o mesmo teto que eu, ninguém para dividir o café da manhã. Ninguém para contar as novidades do trabalho quando chegasse em casa.

Já cheguei a ponto de morar com a Lara, mas isso não deu certo! Ela é muito fútil, grudenta, mandona, tudo tem que ser do jeito dela, caso contrário, era capaz dela expulsar quem fosse da casa dela! Até eu!

Imaginei como seria morar sobre o mesmo teto que a Vilu; imaginei se Angel e Melissa fossem minhas filhas; imaginei, eu, Vilu, Angel e Melissa, e mais alguns serzinhos correndo pela casa. Tudo seria tão perfeito! Eu enfim teria uma verdadeira família que pudesse sentar todas as manhãs à mesa, preenchendo cada assento que hoje, agora, está vazio, cada um contando uma novidade sobre algo novo que aconteceu/descobriu.

Imaginei Angel e Mel sentadinhas uma de frente para a outra, comendo cereal com leite, enquanto gargalhavam por alguma coisa dita; imaginei Vilu acariciando uma barriguinha linda e grande, e mais um garotinho sentado na cadeira de bebê enquanto se sujava todo com a comida do seu pequeno prato. E imaginei Violetta pirando com isso.

Como minha vida seria diferente. Para melhor, é claro!

Voltando a realidade... balancei a cabeça espantando todos aqueles "imagines" que seria ótimo não serem apenas "imagines" e sim realidade, mas que infelizmente não é!

Peguei meu celular em cima da mesa e saí às pressas de casa, já estava atrasado para o treino, e isso já estava virando rotina!

*****

Assim que cheguei ao treino, corri para vestir a roupa adequada.

Quando estava saindo do vestiário e indo ao portão aonde dava acesso para o local em que estava as motos, vi o técnico chamar. Fui caminhando em passos largos até aonde o Sr'Sanders estava:

— León — Ele me cumprimenta.

— Oi, senhor — Apertamos as mãos.

— Bom, León, temos uma mudança de cidade. — Ele diz e eu não entendo nada.

— Hãn? — Arqueo a sobrancelha.

— Caso você ganhe a competição; o que eu espero que aconteça — ele dá uma pausa — A final não será mais em Madri, e sim na França...

— O quê?