A Última Jogada escrita por Andye


Capítulo 1
Aprendendo a Jogar


Notas iniciais do capítulo

Como já disse antes, essa história é o presente da minha amiga secreta, mas está liberada para todos que quiserem lê-la.



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Aquela noite seria um inferno, ela sabia. Era a partida decisiva que daria a Taça das Casas para a Grifinória ou para a Sonserina. Ela sabia que estava bem e que tinha todas as condições de vencer depois dos incansáveis treinamentos guiados pelo capitão, James, que deram à equipe mais entrosamento e uma confiança ímpar para aquele jogo.

Mas ela ainda se sentia tonta, e não sabia ao certo o motivo. Jogar contra a Sonserina sempre foi algo que lhe deixava animada, sensação que herdara de seu pai e tios, porém, agora, tudo estava estranho. Tudo parecia irreal.

— Rose, acorda, cara! Tô falando com você tem uns cinco minutos. Onde está viajando? - Hugo esbravejou com o vozeirão que ficava forte e cada vez mais parecido com o do pai.

— Foi mal... - Rose desculpou-se ainda avoada — E não grite comigo, seu idiota. O que você quer?

— O James está chamando para treinar.

— De novo?!? Ele não se cansa? Eu estou cansada, de verdade.

— Olha só, você sabe muito bem como o James é. Essa é a final, precisamos vencer o jogo para ganharmos a Taça. Precisamos treinar. - Hugo falou com calma e imposição. Era algo realmente importante para ele.

— Eu tô cansada de treinar, já falei.

— Mas precisa. Você e toda a Escola sabe como o Malfoy é um grande apanhador e se você...

— Sou melhor que ele. - ela falou grosseiramente.

— Então prove. - o irmão incitou.

— Vou provar. Vamos logo pra essa chatice de último treino.

— Okay. Vamos mesmo antes que o James tenha um filho.

Os dois riram do comentário ao lembrar de como o primo ficava estressado sempre que havia jogos, mas a sensação estranha não abandonava Rose.

Treinaram como sempre, modificaram algumas estratégias e ela, totalmente precisa, havia capturado três pomos durante aquela tarde.

— HEY! ESPIÃO!

Rose ouviu a voz que parecia ser de uma das batedoras bem longe de onde estava. Virou-se a tempo de ver Maggs Dervishi gritando e apontando para uma área afastada das arquibancadas.

A garota, que era enorme e uma grande batedora, voo em uma velocidade impressionante e parecia ter visto um pomo de ouro a sua frente.

Seguindo a batedora, Fred Weasley, o outro batedor, e os três artilheiros, James Potter, Dominique Weasley e Phill Mezzini, desceram ao encontro do "espião".

Quando Rose desceu de sua vassoura, não pode acreditar em quem via: Scorpius Malfoy.

— Cara, eu não acredito que você estava nos espiando. - Hugo, que era o goleiro, estava claramente irritado e já ia avançando contra o garoto que foi protegido por James.

— Espere. - James prosseguiu. — Não podemos acusar sem saber o que, de fato, o Malfoy quer.

— Como assim? - Fred se exaltou. — É óbvio que ele estava nos espiando.

— Não. - James interviu — Vamos ouvi-lo.

— Eu só estava esperando para falar com ela - Scorpius disse num tom firme e calmo, fazendo com que todos olhassem para Rose, que também havia se assustado com a frase.

— O que você quer com a minha irmã? - Hugo se colocou na frente da garota.

— Acho que já tenho idade o suficiente para me defender sozinha, Hugo.

— Como é? - ele olhou para ela assustado. — O que você tem para falar com esse cara?

— Eu não sei, mas se ele disse que quer falar comigo, vamos deixar que fale, não concorda?

— É em particular. - Scorpius sugeriu sendo recriminado por todos. James interviu novamente.

— Vamos embora. Já deu por aqui. Não esqueçam, as 20:00hs estejam aqui para começarmos o jogo.

— Boa sorte, Potter. - a voz de Scorpius sobressaiu as demais.

— Boa sorte, Malfoy. - dizendo isso, James se retirou, sendo seguido pelos outros. Hugo ainda olhava desconfiado para o loiro, mas resolveu ir embora também.

— O que você quer, Malfoy?

— Rose, eu não sei como dizer...

— Comece pelo princípio, ou vou acreditar que disse querer falar comigo para se livrar da corça do pessoal do time.

— Não! - ele se exaltou — Não estava espionando ninguém. Quer dizer...

— Quer dizer?

— Estava espiando você, Rose.

— Eu?

— Sim. E me desculpe por isto - ele parecia nervoso. — Eu não sei o que deu em mim, ou o que tem acontecido, mas eu tenho tido muita vontade de estar perto de você, de te ouvir sorrir, de sentir o cheiro de baunilha que exala dos teus cabelos...

— Você está louco?

— Se estou louco, é de paixão.

— Scorpius, eu...

— Eu não quero te exigir nada, Rose, apenas quis te dizer. As coisas que tenho sentido têm fugido do meu controle. Estou com desejos que nunca tive antes, e agora mesmo, se não fosse a educação que sempre recebi de meus pais, te beijaria.

Ao som daquela frase Rose sentiu o estômago revirar. Já havia passado muitas coisas com o Malfoy. Já haviam sido detidos juntos, feito trabalhos de detenção lado a lado porque sempre discutiam e acabavam se metendo em confusão.

Ela não podia negar que ele era um rapaz muito bonito. Alto para os seus catorze anos, de olhos acinzentados tão profundos, e o seu sorriso era muito conquistador.

Verdade também era que ele era o conquistador da Escola, fazendo jus ao nome herdado do pai, Draco Malfoy, mas se ela parasse realmente para pensar, nunca havia visto Scorpius Malfoy se engalfinhando com as garotas pelos arredores da escola.

Assumia também, agora, e para si mesma, em secreto, que queria ter sido abraçada por ele no dia em que tropeçou da escada na biblioteca e ele a amparou. Também já havia sonhado com ele algumas vezes, beijando e...

— Droga!

— O que houve? - Scorpius perguntou um pouco assustado.

— Nada. Vamos embora. Preciso me preparar para o jogo.

— Você não vai falar nada?

— O que quer que eu diga? Que morro de amores por você? Que esperei a minha vida inteira que você me tomasse em seus braços e me beijasse? Me poupe, Malfoy. Você é um Malfoy, e eu sou uma Weasley. Nunca faremos nada juntos.

— E por que não?

— Porque é assim que tem que ser.

— Não, Rose. Não é assim que tem que ser. Podemos ficar juntos, basta querer.

— É... Mas eu não quero.

— Tem certeza?

Ao falar isso, Rose sentiu as pernas emborracharem. Ficou molenga e o peito afundou em um compasso rápido e constante enquanto Scorpius se aproximava dela.

— Só um beijo.

Foi o que ela o ouviu falar antes de sentir os lábios do garoto pressionando os seus. Ela queria resistir, queria empurrá-lo, pegar a varinha, estupourá-lo e sair correndo, mas a única coisa que Rose fez foi passar os braços ao redor do pescoço dele e se deixar levar.


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