Garota Desastre escrita por Principessa V


Capítulo 1
Prólogo – Como passar o melhor aniversário...


Notas iniciais do capítulo

Ragazzas, espero que gostem, não gosto de falar muito nas notas do começo, então vejo vocês nas notas finais ;)



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Então, sabe qual a melhor forma de comemorar seu aniversário?

Numa briga.

Não, não assistindo uma briga, participando de uma briga de gangues. Mas você sabe qual a melhor parte disso? Não?

É que eu sou uma garota – a única menina da gangue, na verdade –, e os meninos não deixam ninguém me tocar, como se eu fosse a princesinha indefesa que eles tem de proteger. Novidade: Eu não sou.

Quer provas? Então assista:

Eu pego a garrafa de vodca que os meninos estavam tomando e uso ela pra bater na mão de um idiota que vinha pra cima de mim, consegui escutar o pulso dele quebrar, então quando ele se curvou com a dor, eu esmaguei seu nariz com a mesma garrafa. O som de ossos quebrando – quando não são os seus – é lindo. Só pra finalizar eu dei um chute nas bolas dele, isso aí.

Um outro imbecil veio gritando pra cima de mim. Dica: Se você está numa briga de gangues, não avise que está chegando, é tipo pedir pra apanhar. Me virei e dei um chute na cabeça dele, no ouvido. Ele caiu, mas o filho da puta conseguiu me levar junto, me puxando pelo pé. Eu já ia enfiar meu tênis no narizinho bonito do imbecil, mas Lucas me puxou pra cima, enquanto pisava nas bolas do idiota, estragando minha diversão.

Lucas podia ser bem idiota quando estava tentando me proteger. Ele fazia coisas realmente estúpidas às vezes, mas na maioria só era um pé no saco. E foi por isso que, depois de deixar o imbecil deformado, ele me colocou exatamente atrás dele, como se eu precisasse de proteção.

A única frase em que eu e proteção aparecem juntas é: Eu faço as pessoas precisarem de proteção.

Agora me diga, você, o que eu devo fazer com um ser humano desses?

Bem, você demorou, achei minha resposta. Quer saber qual é? Simples, o que qualquer garota na minha situação faria:

O peguei pelas bolas, isso mesmo, peguei e apertei, sentindo as coisas se mexerem na minha mão. Lucas gritou e eu dei uma cotovelada, seguida de um chute, num cara que estava vindo por trás de mim – será que eles nunca aprendiam? –, que caiu em seguida, então eu pude continuar minha conversa com o Lucas.

— Solta minhas bolas agora, Nayana. — Ele tentou ordenar, meio choroso e curvado.

— Engraçado, vários homens estariam morrendo para eu pôr a mão nos bebês deles. — Cantarolei de forma que ele escutasse.

— Eles estariam que nem eu, morrendo por você por a mão neles. — Eu sorri de Lucas, ele era um bom amigo. — Eu te salvo e é assim que você me agradece?

— Primeiro, ninguém se intromete nas minhas brigas, isso é antiético! Você não me vê me metendo em briga que não é minha por aí. — Falei séria. — Segundo, não pedi sua ajuda, ajudou por que quis, não espere que eu esfregue seu cabelo, agradeça e diga o quanto você é fofinho. — Sorri e afrouxei levemente o aperto, queria que ele escutasse. — Terceiro, eu não precisava de ajuda, estava indo muito bem ali. — Desci o rosto até estar perto do ouvido dele. — Quarto, você teve sorte que eu não usei as unhas. — Então soltei ele, minha mão já estava doendo um pouco.

Lucas se apoiou nos joelhos por um tempo, a briga já estava quase acabando a nossa volta. Dei um tapa na bunda dele, de leve.

— Deixa de ser fresco, eu nem apertei com tanta força assim. — Ri e peguei minha garrafa do chão, que tinha caído junto comigo e ficado lá quando fui levantada.

Fresco?! — Ele berrou, ainda meio abaixado. — Fresco por que não foi você que foi puxado pelas bolas. — Ele gritou, quando meus meninos terminaram de massacrar com a outra gangue.

— Não mesmo, eu nem tenho bolas pra isso. — Eu ri.

Admito, ok? Eu estava muito feliz naquele dia, mas nós ganhamos a “melhor gangue” da cidade no meu aniversário, é claro que fiquei feliz. Qualquer um ficaria feliz.

— Você tem sim, as de cima. — Lucas retrucou, amargurado e os meninos riram. Olhei para minhas bolas: elas eram lindas, grandes e redondinhas. — Só não faço isso...

— Por que ia se arrepender depois. — Completei, finalizando o assunto. — Agora que ganhamos, podemos ir comemorar?

Lucas levantou a cabeça de verdade e, ainda com uma cara meio sofrida, foi vendo que tínhamos ganhado – e ganhado muito bem, diga-se de passagem –, então sua cara de bosta foi diminuindo. Revirei os olhos, quanto drama.

¬¾¾¾®

Eu mudei de roupa enquanto estava no carro. Ei, eu sei que tinham quatro marmanjos lá dentro comigo. Mais são os meus meninos. Eles até viram o rosto quando estou me trocando. Isso não é nojento de tão fofo? Por isso mudei a blusa que eu estava por uma frente única, vermelha e brilhosa, e troquei o tênis por um salto alto e preto, continuei com a calça jeans escura, ela sobreviveu bem à briga e jeans combina com qualquer ocasião. Empurrei minhas pulseiras no braço e meus brinquinhos de pérolas.

Não tenho hora pra chegar em casa durante as férias. E elas só acabaram de começar. Minha mãe não sabe que tenho saído pras brigas, também, se ela soubesse me proibiria de sair com e eles. É por isso que, dãã, ela não sabe. Os meninos estavam conversando, mas eu estava dispersa demais para acompanhar.

Peguei meu pente, na mochila, e comecei a escovar os cabelos, que eram negros e lisos desde que eu era um espermatozoide. Não estava embaraçado, pelo menos, mas estava com algumas marcas da trança que fiz pra ele não me atrapalhar durante a briga. Penteei até que cada uma sumisse e coloque a longa cabeleira suavemente às minhas costas. Meu cabelo era enorme, do tipo grande mesmo, ia até o meio da minha bunda, mais ou menos, mas eu gostava do peso dele ali.

Rafael se virou e me olhou, sorrindo em seguida. Eu franzi o cenho.

— Que foi, palhaço? — Perguntei com a sobrancelha arqueada.

— Você. — Ele sorriu. — Nem parece que há alguns minutos estava batendo em uns idiotas, na verdade, nem parece que é perigosa.

— Mas eu não sou mesmo, sou um anjo. — Sorri de forma doce e pisquei meus enormes olhos. Rafa riu suavemente e esfregou meus cabelos enquanto os outros meninos soltavam gargalhadas irônicas. Fiquei sem entender.

Chegamos à festa, finalmente. Como eu estava no banco de trás, entre dois dos meus meninos, acabei sendo a ultima a descer. Vários garotos viraram para me olhar, eu sorria e piscava pra eles, mas logo desviavam o olhar, com medo dos meus garotos, que olhavam como se fossem matar qualquer um que chegasse perto de mim.

Eu só ria e ficava imaginando o que as pessoas pensavam. Você, você sim, me diga o que você pensaria dessa cena: Uma garota bonita – eu sei que sou –, rodeada por 16 garotos fortes, com cara de bad boys e meio machucados. Então, estou esperando sua resposta. Mas o fato é que sempre me divertia muito imaginando o que se passava na mente das pessoas, era um passatempo legal.

Eu sempre gostei de ficar imaginando o que as pessoas pensavam de mim. E gostava de pensar que elas imaginavam sempre o pior. É tipo aquela, falem bem, falem mal, mas falem de mim. Gostava quando pensavam mal por criar uma fama, criar um nome e isso é tipo uma marca, sabe? Tipo quando você pensa em leite moça e sabe que é leite condensado, ou Bombril e sabe que é palha de aço, ou Tim e você sabe que tá sem sinal, ou ainda Rubinho e você sabe que é lento. Gosto que as pessoas pensem Nayana e saibam que é pra ter cuidado.

Entramos naquele galpão, não era um lugar bonito, as paredes nem eram rebocadas. Tinham lâmpadas coloridas e piscando por todo lugar, chegava a doer a vista, e caixas de som enormes espalhadas pelo local. O galpão, inclusive, tinha uma espécie de segundo andar, mas não era completo¸ o segundo andar tinha uma abertura no meio que dava para ver o primeiro.

Assim que entrei – sem pegar fila –, vi que as alunas da minha mãe estavam ali, quando me viram elas vieram falar comigo. Meus meninos sorriram, eles conheciam bem as meninas. Dei um sorrisinho entendido, já podia ver o fim da noite.

Bilauta, que bom que veio, vamos dançar? — Samanta gritou por cima da música. Ah, bilauta é como minha mãe me chama, significa gatinha, as meninas acabaram pegando o apelido também.

— Vamos, os meninos também querem dançar.

E assim, nós fomos dançar. Os meninos dançavam break, então eles começaram a dançar, fazendo com que as pessoas se afastassem um pouco de onde a gente estava. Eles dançavam bem, faziam uma espécie de roda e nós, as meninas, estávamos no meio. Várias pessoas tinham parado de dançar para nos ver dançando e um público atento sempre me deixava animada. Nunca fiz o tipo tímida.

Os meninos se aproximaram de nós, mas eu sempre preferi dançar sozinha, então eles me deixaram lá, enquanto dançavam com as meninas. Fechei os olhos, sentindo a música, me unindo a ela e dançando como se eu fizesse parte do som. Eu ia a festas por causa da música, apenas. Era um dos poucos momentos que eu me sentia completa.

Senti alguém me agarrar pelo braço e fui de encontro a um peito sólido como uma parede. Um imbecil bêbado tinha me agarrado. Revirei os olhos e tentei me soltar e ele apertou meus braços. Doeu. Eu pisei com o salto no pé dele, então o idiota acabou derrubando o copo de cerveja em mim. Fiquei furiosa, então chutei o saco dele, que foi ao chão, mas ele acabou meio que me empurrando no caminho e eu bati num casal que dançava, derrubando a menina.

O garoto ajudou ela a levantar, mas a vadia veio pra cima de mim e puxou meu cabelo, eu dei um tapa na cara dela e Rafael apareceu tentando nos soltar uma da outra. A vaca puxou a minha blusa e rasgou praticamente tudo, eu estava sem sutiã. Aranhei a cara dela e dei um chute no estômago da vadia, então Rafael me puxou pra trás, o namorado da vaca tentou bater nele, mas Lucas defendeu e jogou o garoto em cima de algumas pessoas dançando por ali.

E foi assim que o inferno foi instaurado e eu fui parar na delegacia no meu aniversário de dezesseis anos.

Ah, isso poderia ficar melhor?

Um fato: Sempre pode.


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Notas finais do capítulo

Ragazzas ♥Estava tão empolgada pra postar pra vocês, me perdoem qualquer errinho.Gostaram? Odiaram? Críticas? Elogios?Qualquer coisa! Só não me deixem no vácuoAh, não esqueçam de responder as perguntas da Nay, ela quer ouvir as opiniões de vocês pra poder ficar rindo.Até o próximo :*