Metal contra as nuvens escrita por Ayshi


Capítulo 1
Eu sou metal


Notas iniciais do capítulo

Bem, é uma pequena oneshot que veio enquanto eu escutava uma das minhas músicas prediletas.



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O desenrolar da batalha não era favorável ao rei:

Não sou escravo de ninguém

Quase todo o exército derrotado e o que sobrara da cavalaria batendo em retirada:

Ninguém é senhor do meu domínio

O castelo caía em ruínas:

Sei o que devo defender

Um império inteiro sendo destruído por um reino numeroso:

Por valor eu tenho e temo o que agora se desfaz

O rei selou seu cavalo e fugiu pelos fundos do castelo em direção a lugar nenhum. Juntou-se a ele um renomado cavaleiro, conhecido de suas batalhas e aventuras. O rei a cavalo, o cavaleiro a pé.
Viajaram por dias, passaram-se abismos tenebrosos e escuros, florestas tropicais, ruínas de reinados antigos:

Viajamos sete léguas
Por entre abismos e florestas

A solidão e o desamparo tomaram conta dos corações de ambos que antes foram gloriosos e confiaram em seus próximos:

Por Deus nunca me vi tão só
É a própria fé o que destrói: esses são dias desleais

O rei tinha sob seus pés um grande exército que tinha como lema:

"Eu sou metal: raio, relâmpago e trovão"

Uma família poderosa e influente. Rica, bem vista e estava no reinado a anos:

Eu sou metal: sou o ouro em seu brasão

O cavaleiro por sua vez, foi consagrado pelo rei como o mais bravo e ganhou terras e ouro:

Eu sou metal: me sabe o sopro do dragão

Eles sabiam que não tinha volta, que não tinha como reverter o que a confiança destruiu:

Reconheço meu pesar
Quando tudo é traição

O traidor agora tinha a confiança do inimigo e estava cheio de posses:

O que venho encontrar
É a virtude em outras mãos

Não poderiam viver em outro lugar. As terras daquele lugar eram férteis e prósperas:

Minha terra, é a terra que é minha
E sempre será

A beleza do reinado encantava olhos, ouvidos, paladar e a mente:

Minha terra, tem a lua, tem estrelas
E sempre terá

Ao receber a proposta de negociação do acordo de paz, o rei percebeu a discórdia nos olhos do inimigo:

Quase acreditei na sua promessa
E o que vejo é fome e destruição

O cavaleiro perdera a chance de encontrar o seu amor e não salvara seu cavalo adorado:

Perdi a minha sela e a minha espada

O rei perdeu a esposa e um reinado inteiros. A dor arrasava seu coração:

Perdi o meu castelo e minha princesa

Pensaram que poderiam ser dignos e enfrentar o que desse e viesse, mas nem isso os restou:

Quase acreditei que por honras, liberdade

Agora sob a tirania do inimigo o reino estava em decadência. Ou você roubava, ou era roubado:

Existem os tolos e existe o ladrão

Não se tinha escrúpulos e piedade. Era caos e destruição para todos os lados:

E há quem se alimente do que é roubo

A desconfiança era intensa. Não mais amizades e prosperidade:

Mas vou guardar o meu tesouro
Caso você esteja mentindo

O reino se transformou no inferno:

Olha o sopro do dragão

Eles agora sabiam que a corrupção que ali estava escondida, um dia desabrocharia:

É a verdade o que assombra

A arrogância de ambos os levara ao fundo do poço, chegando a comer lavagem de porco:

É o descaso o que condena

A falta de zelo com o que tinham desgastou aos poucos o império:

A estupidez o que destrói

Sonhavam todas as noites com a vida de antigamente para acordar no outro dia:

Vejo tudo o que se foi
E o que não existe mais

Eles se lembravam de como a vida era boa no palácio e tinham muita vontade de reconstruir tudo o que tinham:

Tenho os sentidos já dormentes
O corpo quer, a alma entende

Eles então chegaram a uma planície onde existia um reino enfraquecido, como o deles fora um dia:

Esta é a terra de ninguém

Declararam guerra, eles dois apenas, contra todo o reinado e então investiram em guerra pela paz:

Sei que devo resistir
Eu quero a espada em minhas mãos

Pelo império:

Eu sou metal: raio, relâmpago e trovão

Pela família:

Eu sou metal: eu sou o ouro em seu brasão

Pela dignidade:

Eu sou metal: me sabe o sopro do dragão

Derrotaram muitos até serem feridos gravemente pelas mãos do inimigo, porém continuaram lutando:

Não me entrego sem lutar
Tenho ainda coração
Não aprendi a me render

Derrubaram milhares de soldados, dentre os mais fortes aos mais fracos:

Que caia o inimigo então

E chegaram a um ponto onde deitaram no meio da batalha, sem aguentar mais nenhum movimento, até que o cavaleiro disse ao rei:

"Tudo passa"

E o rei humildemente respondeu com um sorriso no rosto:

"Tudo passará"

Ficaram ali deitados por anos, enquanto viam outras batalhas serem desenroladas naquela planície:

E nossa estória não estará
Pelo avesso assim, sem final sem fim

E um anjo desceu até eles, tocando a testa de cada um. Os ferimentos foram curados, eles se levantaram e o anjo apresentou a eles um reino:

Teremos coisas bonitas pra contar

"Esse é o vosso reino de outrora", o anjo disse, "Governem com sabedoria". E então desapareceu nas nuvens:

E até lá, vamos viver
Temos muito ainda por fazer
Não olhe pra trás
Apenas começamos
O mundo começa agora
Apenas começamos


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Notas finais do capítulo

Anos editando esse texto para vocês... É bom me agradecerem shuahsuahsuhas



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