First Day of Spring escrita por Momorin


Capítulo 9
Distância


Notas iniciais do capítulo

Olá lindinhos e lindinhas! Obrigada por estarem comigo em mais um capítulo!
Espero que vocês gostem desse capítulo. Talvez seja vocês achem muito diferente dos outros mas.. Ah! Faz parte né, ter uns capítulos diferentes.



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Neve caia nas ruas de Londres na Inglaterra. Jack Frost observava seu feito como um artista admirava sua obra. Sentado no topo da torre do relógio de Big Ben, ele passava o seu tempo olhando para as crianças. As vezes quando via alguma em problema, corria para ajudá-la. Ou então simplesmente ia atrás de algo que considerasse interessante. Tudo dependia de seu humor e boa vontade.

Nos últimos dias no entanto, Jack havia passado boa parte do tempo perdido em pensamentos em vez de correr atrás de problemas. Agora com Fay, ele tinha alguém com quem se preocupar, alguém para dar satisfações. E é claro, ele tinha um lugar para voltar. Não que ele fosse morar com ela, mas ele sabia aonde ele poderia ir quando precisasse conversar ou descansar.

Por alguma razão, Jack sentia-se muito bem com Fay. Sentia seu coração criando novas ambições, novos objetivos. Ele tinha alguém mais por quem lutar. Ele já tinha todas as crianças do mundo para proteger, mas mesmo assim, Fay era diferente. Ela o entendia, ela o conhecia e se importava com ele. Protegê-la fa era recíproco, era somente natural.

Devido a todos esses pensamentos, no fundo, Jack estava com medo. Medo de se entregar tão rápido, medo de depender dela. Porque no fim, ele iria perdê-la, e ele sabia disso. Já era a décima vez que essa ladainha circundava sua cabeça, quando Jack finalmente decidiu que iria procurar Fay. Ele já havia se mantido longe por tempo o suficiente, não haveria problema em vê-la uma vez ou outra. Afinal, esse era o combinado. Ademais, a verdade é que Jack estava atingindo o limite de sua ansiedade. Já não agüentava mais reprisar aquele momento na montanha, o calor em suas costas, as borboletas no estômago. O garoto não sabia o que era aquilo, mas sabia que queria mais. E foi com esse sentimento que Jack Frost levantou vôo em direção ao outro lado do oceano.

Durante a viagem, enquanto sobrevoava algum lugar do Atlântico, avistou enormes nuvens negras dominando os céus, juntamente com os lampejos de claridade que vinham com os raios. Estava difícil de ser manter estável. O corpo de Jack balançava para todos os lados, e às vezes, um tufão de ar o empurrava para longe de seu percurso. A situação não era das mais fáceis, mas Jack já havia passado por piores.

Com o poder em seu cajado, ele concentrou seus poderes, e de súbito, espalhou o ar frio em sua volta. O vento, ao tornar-se frio e conseqüentemente mais pesado, diminuiu a velocidade e deixou de lutar contra a vontade de Jack, que agora planava agilmente sobre o mar.

Quilômetros à frente, no lugar do som do vento, pânico de centenas de vozes preenchiam seus ouvidos. Ao apertar os olhos, Jack avistou um navio que aos poucos ia transformando-se em destroços. Os gritos foram ficando cada vez mais altos e o que pareciam ser pessoas espalhavam-se pela proa da embarcação. Aos poucos, botes lotados iam remando para longe e mais pessoas pulavam para dentro dos botes ainda vazios.

Jack aproximou-se do navio, procurando alguma forma de ajudar aquela gente. O medo presente nas vozes e nos olhares de todas aquelas pessoas foram agravando-se em sua mente, causando um embrulho em seu estômago. Uma mulher aos prantos era forçada a descer para os botes salva-vidas. Debatendo-se ela gritava:

– Por favor! Meu filho está lá dentro! Eu tenho que ajudá-lo! Alguém tem que ajudá-lo!

Assim que ouviu as súplicas da mulher, Jack voou para dentro do navio com toda a velocidade. Ao abrir as portas do convés, ele percorreu corredores e mais corredores alagados, mas ninguém respondia seus chamados. É claro que provavelmente ninguém responderia, mas Jack tinha de tentar. Ele checou cada quarto e salão, mas estavam todos vazios. Foi quando ele se pôs na frente das escadas que levavam aos andares inferiores, que ele ouviu a uma voz de criança chamando por socorro. Ele imediatamente voou em direção ao som, mas quanto mais avançava pelos corredores, mais subia o nível da água, deixando cada vez menos espaço para voar. Finalmente, ele deparou-se com uma criança no canto da parede de um dos últimos quartos do corredor, segurando-se no alto de um armário, a água já na altura do pescoço. Jack imediatamente pegou o menino no colo. Em seguida, colocou-o em suas costas porque agora, só havia espaço para voar na horizontal. Quando o corpo de Jack encostou-se à água, ela congelou. Foi quando Jack percebeu o que poderia

– Como sou burro! – exclamou ele para si mesmo.

A criança que estava perplexa até então, ao por os olhos na água congelada, pôde ver Jack ao seu lado, arregalando os olhos.

– Você fica aqui. – disse Jack , pondo menino sobre a água congelada e dando as costas.

Ele fechou os olhos, deixando a energia fluir pelo seu corpo. Segurando o cajado com as duas mãos, ele abriu os olhos e lançou uma enorme onda de gelo pelo navio, congelando toda a água que havia dentro dele. Com tanto poder liberado, Jack sentiu a força esvaindo-se de seu corpo, e lentamente e voltou-se para o menino atrás dele.

– Nossa! – exclamou o garotinho, que não parecia ter mais de 5 anos. – Isso foi demais!

– Você também foi muito bom lá trás, se segurando naquele armário! – disse Jack, passando a mão pelos cabelos do menino. – Agora temos que ir! Depressa!

Jack colocou o menino de volta nas costas, e voou em direção saída. Mais água tentaria entrar pelo buraco feito no navio e aquele gelo todo não iria segurar por muito tempo.

Em questão de segundos os dois estavam de volta à proa. A criança correu até os botes e gritou pela sua mãe. A mulher ao ver seu filho, derramou lágrimas de alívio e correu para tê-lo em seus braços. Contemplando de longe, Jack também sentiu o alívio ocupar o lugar do pânico em seu coração.

Depois de ter certeza de que todos os sobreviventes estavam a salvo nos botes, Jack ajudou a amenizar a tempestade, transformando a chuva forte em uma suave caída de neve. Após um tempo, os navios de resgate chegaram e o desespero havia finalmente acabado. O menino que Jack havia salvado entrou no navio em segurança, acenou para Jack e gritou um “Obrigado” em direção aos céus. Jack respondeu o aceno e também sorriu ao observar aquele sorriso. Um sorriso puro de agradecimento. Algo tão familiar... Fay. Aquele nome agora era tudo o que havia restado em sua mente. Foi esse nome que Jack encontrou ao sair desse turbilhão de desespero, era esse o lugar para onde ele poderia voltar para deixar seu coração em paz. Assim como todas as pessoas no mundo, um dia Jack teria de lidar com a perda de alguém querido. Mas ainda assim, o que move esses relacionamentos é o presente. O que você sente por ela agora. Ao ver tantas pessoas cuidando uma das outras Jack havia percebido isso. Ele estaria com ela enquanto ela estivesse aqui, e isso bastaria. “É isso o que amigos fazem certo? Ela também faria isso por mim... Porque ela é minha amiga.” Pensou Jack.

– Amiga... – repetiu Jack em voz alta, entre uma risada e outra.

De volta com toda velocidade, ele atravessou a distância até a casa de Jamie.

Estranhamente, o lugar parecia mais quieto, observou Jack quando pousou sobre a árvore nos fundos da casa. Dali ele podia ver a janela do quarto de Fay, ou melhor, de Jamie. Para sua surpresa, as janelas do cômodo estavam fechadas. Jack flutuou até as janelas e grudou sua testa no vidro para enxergar o interior do quarto. O rapaz notou que além do quarto estar vazio, a cama estava arrumada e não haviam sapatos jogados. O quarto ao lado também. Vendo pela janela, nem sinal de rastros das tias de Fay.

– Eu não acredito! – disse Jack dando um tapa na própria testa. – Eu me esqueci que ela ia embora depois do ano novo!

Imediatamente subiu até o telhado da casa para ver se havia um algum táxi por perto, mas infelizmente não havia nada. Jack então sentou-se e cruzou as pernas, pensando em algum jeito de descobrir o paradeiro de Fay.

Ele poderia procurar de casa em casa é claro. Ele provavelmente acharia um dia, mas não era um opção aceitável. Ninguém podia vê-lo ou ouvi-lo, logo ele não poderia perguntar para ninguém. A não ser... É claro! Sophie!

Enquanto isso, de baixo dos pés Jack estava Sophie, com metade do corpo sobre a cama e a outra metade caída em direção ao chão. Ela dormia enquanto sua baba escorria até pingar sobre o piso de madeira, longe de qualquer preocupação.


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Notas finais do capítulo

Vou viajar de novo amanhã T.T Mas eu volto na quarta! É rapidinho. Vou fazer prova do vestibular! Espero muita sorte pra mim e macumba pros inimigos.
Enfim, Até logo!