First Day of Spring escrita por Momorin


Capítulo 10
Realidade


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos!! Antes de mais nada, quero anunciar a festa que estou sentindo dentro de mim depois de ler as minhas duas e maravilhosas primeiras recomendações, feitas por duas leitoras incríveis e fofas. Muito, muito obrigada a vocês! Se eu pudesse, atravessava a tela deste computador e esmagava vocês num abraço! Acho que começar a escrever esta história foi a melhor coisa que fiz em muito tempo. Eu sempre inventei muitas histórias mas nunca tive coragem de escrever nenhuma pois não tinha confiança em minha escrita. Além disso, eu sempre me desencorajava, relembrando de como eu nunca era capaz de terminar nada que eu havia começado. Mas percebi o quanto realmente podemos fazer se acreditarmos em nós mesmos (ok, eu sei que é clichê mas é a mais pura verdade!). Creio que o dia em que eu terminar essa história, será o dia que eu terei vencido uma nova barreira em minha vida, e vocês leitores são o que me dão força para continuar em direção a esta barreira. Muito obrigada!!



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Jack checou todas as janelas da casa. Todas que eram grandes o suficiente para que ele pudesse passar estavam trancadas por causa do tempo frio. Ele poderia arrombar a porta ou a janela com seus poderes se quisesse, mas não poderia fazer isso com as coisas de Sophie. Sem achar nenhuma alternativa melhor, Jack bateu na porta da frente.

Louis, que estava vendo a televisão na sala, levantou-se e foi até a porta. Destrancou a fechadura e abriu-a. Mas não havia ninguém ali. Ele deu dois passos para fora, procurando o autor daquela brincadeira de mau gosto. Mas nem sinal do sujeito lá fora.

– Essas crianças de hoje em dia estão cada vez mais rápidas... – ele suspirou, voltando para dentro e trancando a porta novamente.

Jack já havia passado habilmente pelo noivo, e agora estava subindo as escadas até os quartos. Depois de passar na frente de dois cômodos, ele agora estava de frente com outra porta fechada. Calma e vagarosamente, ele girou a maçaneta e deu um passo adentro. Agora vinha o mais difícil: segurar o riso.

Sophie estava deitada naquela posição deplorável, parecida com a que Jack a havia deixado na noite de 30 anos atrás. Quando a porta bateu atrás do rapaz, Sophie piscou os olhos e forçou-os a ver Jack de pé a sua frente.

– O-oh! – exclamou Sophie surpresa – Jack Frost!

Sophie havia se levantado de imediato, e agora estava limpando a baba com as mangas do moletom. Ao ver aquela cena Jack percebeu que Fay e Sophie não poderiam ter vindo de linhagens diferentes, e riu ao lembrar-se da jovem dormindo na noite de Natal.

– Pare de rir. Não é assim que se trata uma dama – brincou Sophie, tentando manter a compostura.

– Agora eu não estava rindo de você exatamente...

– Sei.

Jack não insistiu em explicações. Não era necessário. Ele estava pensando em como perguntar sobre o endereço de Fay, mas antes que pudesse fazer algum som, os lábios de Sophie abriram um “A” e ela bateu as mãos uma na outra. Ela foi até a gaveta de sua escrivaninha e de lá pegou um pedaço de papel dobrado.

– Fay me disse para lhe entregar isso.

Antes de abrir o bilhete em suas mãos, Jack perguntou:

– Há quanto tempo ela foi embora?

– Hmm... Mais ou menos uma semana eu acho. – respondeu Sophie enrolando a ponta de seus cabelos em seu dedo indicador.

A feição de Jack tornou-se preocupada ao imaginar o quanto Fay devia ter esperado por ele, e o quanto ela teria se decepcionado.

– Não se preocupe, ela é uma boa menina. Vai te perdoar. É capaz de nem estar chateada. – incentivou Sophie, cruzando os braços e sorrindo para o rapaz.

Jack sorriu e abriu a carta, lendo para si mesmo o conteúdo.

“ Olá idiota. Não sei o que tanto passou pela sua cabeça todo esse tempo que decidiu não me ver, mas saiba que estarei esperando uma boa explicação.

A verdade é que... Eu senti sua falta. Estou dizendo isso porque talvez nunca consiga dizer em voz alta quando nos vermos novamente. Quer dizer, se nos vermos novamente.

Estarei te esperando.

157, William Chambers St, Green Heaven, Maryland

É uma casinha de tijolos de dois andares com um jardim até que espaçoso. Aposto que vai dar um trabalhão pra achar, mas bem feito pra você.”

Fay

Enquanto lia, a expressão de Jack mudou várias vezes. De risonho para sério, depois surpreso e por fim sorrindo novamente. E olha que o bilhete era curto. Sophie percebeu todas essas variações e pôde muito bem ler a situação, como se fosse um livro aberto. A vontade dela era jogar tudo o que ela sabia na cara dos dois adolescentes, mas ela sabia que não se tratava de algo que ela pudesse interferir. Então ela só observou Jack, suspirando.

– Maryland. Não é tão longe. – disse Jack finalmente após ler o bilhete.

– Com certeza não é. Pra você é como se fosse ali na esquina não é?

Jack notou uma certa irritação na voz da loira, e se perguntou se ela teria ficado irritada em ser acordada.

– Mais ou menos isso.

Sem querer atrapalhar mais, decidiu ir embora o quanto antes. E é claro, ele queria mais do que tudo, ver Fay o quanto antes.

– Então... Valeu pelo bilhete e desculpa alguma coisa. – Jack disse sem delongas e em seu tom brincalhão de sempre. Num instante ele já estava flutuando, pronto para sair pela janela do quarto de Sophie que acabara se ser aberta.

– Foi bom te ver Sophie. Até mais.

E lá se foi Jack Frost. Sem conseguir dizer nada, Sophie observou-o desaparecer entre as nuvens e deitou-se novamente na cama.

– Adolescentes, adolescentes... - ela murmurava, crendo que era muito mais sensata e madura do que aqueles dois.

Em Green Heaven, Fay estava terminando de pentear os cabelos antes de ir para escola. Mesmo já sendo o quinto dia de aula após o feriado de fim de ano, a idéia ainda não agradava. Somente três semanas havia sido o tempo que ela ficara longe daquele lugar e ela aceitaria de bom grado outras três.

– Estou indo pra escola – anunciou Fay enquanto passava pela sala e ia em direção a porta.

É claro que suas tias enxergavam o desanimo em sua voz toda vez que a escola era mencionada, mas não era como se elas pudessem fazer nada em relação a isso. Na cabeça delas, era só questão de tempo até Fay se acostumar com o lugar. Afinal, tendo passado 7 anos no hospital e sem desenvolver praticamente nenhum contato com pessoas da sua idade, voltar para escola no último ano do ensino médio era uma experiência difícil.

Depois de fechar a porta atrás dela, Fay atravessou o jardim da frente da casa, e seguiu seu caminho pela calçada. A escola não era longe a ponto de ser necessário pegar um ônibus e para ajudar, nenhuma de suas tias dirigia. Mas não tinha importância. Fay gostava de admirar o cenário da vizinhança. Ela imaginava que tipo de gente morava em casa, e quais seriam as suas rotinas de acordo com o que ela via sobre o ambiente da casa. Era um de seus passatempos.

Três quadras de caminhada permitiam que ela se encontrasse com um de seus colegas de sala, Caleb. Quase todos os dias ela notava o menino andando pela calçada do outro lado da rua, mas nunca tomou iniciativa para ir falar com ele. Fay sabia que ele, assim como todos os outros colegas de sua classe, provavelmente consideravam-na uma esquisita. Com esse pensamento, Fay desviou o olhar do rapaz e voltou a olhar para frente, lembrando-se do início das aulas e de como toda essa história começou.


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Notas finais do capítulo

Creio que a mudança está dentro nós gente. Está tudo no momento em que decidimos mudar. É difícil encontrar forças para tal, seja lá o problema que você esteja enfrentando, mas comece a fazer algo novo e você descobrirá coisas novas dentro de você.
Tá bom, agora chega de história de moral né? Não é como se eu tivesse nenhuma grande história de superação na minha vida hahaha. Nem sei o porque estou dizendo tudo isso. Acho que é só porque eu estou feliz e quero que saibam que vocês também podem se sentir assim :)